Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Perfil de Dilma foi notícia mais lida do ano em site de jornal britânico

Dilma foi sucesso do ano
em jornal britânico


 

Forte e poderosa: dois dos adjetivos usados pelo Independent para qualificar Dilma

Saiu na BBC Brasil:



DA BBC BRASIL


Um perfil de Dilma Rousseff publicado antes do primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras foi a notícia mais lida do ano no site do jornal britânico “The Independent”, segundo uma lista publicada nesta quinta-feira pelo próprio site.


A reportagem, publicada no dia 26 de setembro, previa a eleição de Dilma já no primeiro turno, uma semana depois, e dizia que ela se transformaria com isso na “mulher mais poderosa do mundo”.


“A mulher mais poderosa do mundo vai começar a despontar no próximo fim de semana”, iniciava o texto, intitulado “Ex-guerrilheira Dilma Rousseff pronta para ser a mulher mais poderosa do mundo”.


Apesar do favoritismo indicado pelas pesquisas de opinião uma semana antes da eleição, Dilma acabou não tendo votos suficientes para vencer a disputa no primeiro turno e foi obrigada a disputar o segundo turno com o ex-governador de São Paulo José Serra.


FORTE E PODEROSA


A reportagem do Independent, porém, dava sua vitória já no dia 3 de outubro como quase certa. “Forte e poderosa aos 63 anos, esta ex-líder da resistência a uma ditadura militar apoiada pelo Ocidente (que a torturou) está se preparando para tomar seu lugar como presidente do Brasil”, dizia o texto.


“Como chefe de Estado, a presidente Dilma Rousseff deixaria para trás Angela Merkel, a chanceler (premiê) da Alemanha, e Hillary Clinton, a secretária de Estado dos Estados Unidos: seu enorme país de 200 milhões de habitantes está se esbaldando em sua nova riqueza petrolífera. A taxa de crescimento do Brasil, que rivaliza com a da China, é uma que a Europa e Washington podem apenas invejar”, afirmava a reportagem.


No início de novembro, já depois do segundo turno vencido por Dilma, a presidente eleita foi classificada pela revista americana Forbes como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo.


A lista da Forbes traz duas mulheres à frente de Dilma –Merkel, na 6ª posição, e a líder do partido majoritário indiano, Sonia Gandhi, na 9ª. Hillary Clinton era listada como a 20ª pessoa mais poderosa do mundo.


A relação das notícias mais lidas no ano no site do Independent coloca o perfil da futura presidente do Brasil à frente de notícias como a publicação da autobiografia do escritor Mark Twain um século após sua morte (2ª mais lida) e sobre uma pesquisa que poderia levar à cura do resfriado comum (3ª).



Clique aqui para ler a matéria original, em inglês.

*PHA

Nenhum comentário:

Postar um comentário