Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Paulistano gastará 120 reais por mês, em média, com passagem de ônibus

São Paulo tem a tarifa de ônibus mais cara do Brasil

Do R7

Levantamento do R7 junto às prefeituras das 26 capitais brasileiras, mais o Distrito Federal, aponta que a nova tarifa de ônibus municipal a ser praticada em São Paulo, em 2011, será a maior registrada entre as grandes cidades do país. A tarifa de ônibus na capital paulista vai subir de R$ 2,70 para R$ 3 a partir de 5 de janeiro, informou o prefeito Gilberto Kassab, 



O paulistano reclama, mas no fundo gosta


3 reais é o novo valor da passagem de ônibus na comarca dos tucanos


Ida e volta, 6 reais


Cinco dias por semana, 30 reais


O mês inteiro, 120 reais


Sem contar eventuais passeios de fim de semana


O salário mínimo vai para 540 reais


Quatro meses e meio de passagem paulistana


A passagem mais cara do mundo


Alguém tem alguma dúvida que os demotucanos vão continuar na prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012?


O que se passa com os paulistanos? 


Os tucanos podem fazer o que quiser por aqui, o povo seguirá lhes dando seu voto.




Leia matéria abaixo, que trás cálculos mais precisos:
 R7

Reajuste da tarifa de ônibus em SP vai “comer” até um quarto do salário do trabalhador



A tarifa de ônibus na cidade de São Paulo vai subir de R$ 2,70 para R$ 3 no dia 5 de janeiro, afirmou o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, nesta terça-feira (28). Quanto menor a renda mensal, maior o impacto do reajuste no bolso do trabalhador. Para quem ganha um salário mínimo (R$ 510), quase 25% da renda vai para o ônibus urbano. 

A pedido do R7, o vice-presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), José Dutra Vieira Sobrinho, fez um cálculo para comprovar o peso do aumento da tarifa no bolso do paulistano. 

Considerando a passagem atual, que custa R$ 2,70, e um passageiro com renda mensal de R$ 510 e que paga duas tarifas por dia, o gasto diário com ônibus é de R$ 5,40 ou de R$ 118,80 por mês. Esse valor representa 23,3% da renda comprometida com transporte, explica Dutra. 

Com o aumento proposto por Kassab - com a tarifa de R$ 3 -, o paulistano passa a gastar R$ 6 por dia ou R$ 132 por mês. Para quem ganha R$ 510 por mês, os gastos com transporte sobem para 25,9%, segundo o economista do Corecon-SP. 

- Isso significa que o cara vai ter que economizar, ou seja, tirar de alguma coisa que ele comprava para pagar o transporte. 

Aumento maior que inflação 
A mudança no preço do ônibus representa uma alta de 11,11%, quase o dobro da inflação acumulada no ano. Até novembro, o IPCA (índice adotado pelo governo para medir a variação de preços no país) estava em 5,25%. 

O economista do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) André Braz aponta que o reajuste inclui um aumento real de preços, e não apenas a reposição das perdas com a inflação, já que houve uma redução de subsídios.  

- Esse aumento de 11,11% é muito maior que a inflação e incorpora um aumento real, que tem a ver com a redução do subsídio [dinheiro] que é dado pela prefeitura. Como ela vai reduzir esse montante [pago às empresas], segundo prefeito para atuar em outras frentes, o consumidor paga a conta. O aumento real será de 5,07%. 
Na opinião do economista, o principal motivo para o reajuste de quase duas vezes o valor da 
inflação é o salário dos funcionários do transporte coletivo, que aumenta todo ano significativamente graças ao papel dos sindicatos da categoria.

- O que pesa mais na estrutura do transporte público é a remuneração do pessoal. Tem o motorista, o despachante, o trocador, o pessoal da oficina, os funcionários do RH... Todos recebem o dissídio coletivo, o que tem impacto significativo nas contas das empresas. Como essas categorias têm sindicatos com forte poder de barganha, eles anualmente têm conquistado aumentos reais que superam a inflação média do período.

Outros fatores que contribuem para a alta da passagem do ônibus são os gastos com pneus e peças - por causa do desgaste dos ônibus - e os combustíveis. Embora não tenha ocorrido um aumento substancial no preço do diesel em 2010, o economista da FGV aponta os congestionamentos nas grandes cidades como vilões, pois fazem o consumo do diesel aumentar.

O vice-presidente do Corecon-SP concorda com o economista da FGV em relação ao aumento substancial da tarifa em São Paulo. Para Dutra, o reajuste das tarifas de ônibus deveria seguir a inflação oficial (IPCA), que deverá ficar em 5,9% neste ano, segundo estimativas do Banco Central.

- Se a passagem estava R$ 2,70 e ele [Kassab] aumenta proporcionalmente à inflação, deveria ir para R$ 2,86 [considerando a previsão do Banco Central para a inflação deste ano]. A pergunta é a seguinte: por que tem que ser maior que a inflação? Por que a tarifa tem que subir 11,11%? Assim, não há cristão que aguente.
*cappacete

Nenhum comentário:

Postar um comentário