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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 20, 2010

O Brasil tem hoje uma autoestima do tamanho do seu território nacional



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O presidente Lula agradeceu, nesta segunda-feira (20/12) a dedicação e os serviços prestados pelas Forças Armadas ao País durante os oito anos de seu mandato e afirmou que os novos oficiais-generais que se apresentaram hoje no almoço de fim de ano no Clube Naval, em Brasília (DF), encontrarão um Brasil muito diferente, mais dinâmico, socialmente justo e importante no cenário mundial. “Vocês encontrarão um País em que a autoestima da sociedade é do tamanho do território nacional”, disse o presidente, em seu discurso, lembrando alguns dos avanços conquistados, como a inclusão de milhões de brasileiros à classe média, o aumento real do salário mínimo, os muitos investimentos do governo em obras importantes como ferrovias, hidrelétricas e indústrias petrolífera e naval.
O presidente celebrou ainda o importante papel das Forças Armadas no desenvolvimento brasileiro, participando de ações humanitárias dentro e fora do País, e também no apoio à manutenção da ordem pública, como aconteceu no Rio de Janeiro, em que soldados da Marinha e do Exército foram convocados a pedido do governador Sérgio Cabral Filho para ajudar o estado do Rio de Janeiro a combater a criminalidade no Complexo do Alemão.
“A extensa lista de realizações da Marinha, Exército e Aeronáutica demonstra e reforça o papel imprescindível das Forças Armadas em nosso País. Somos afinal uma Nação que consolidou a democracia e reencontrou e fortaleceu a sua autoestima, crescemos ao mesmo tempo em que reduzimos as desiguladades entre as nossas regiões e nossa gente. O processo de transformação econômica e social de nosso País chama a atenção do mundo e nos inseriu de maneira soberana nos principais pólos globais.”
Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente no evento:

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