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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Educação é um sucesso ! Haddad responde ao PiG



Na foto, singela homenagem de professores de SP a Paulo Renato de Souza


Saiu na pág. 3 da Folha (*) artigo do Ministro da Educação, Fernando Haddad, de título “Olhar externo sobre a evolução da educação”.

Trata-se de um texto para enfrentar o PiG (**), que tem pavor de ver pobre na faculdade: clique aqui para ler “Por que o PiG não gosta do ENEM. É porque agora pobre vai à faculdade”.

Haddad critica o “sentimento de urgência que nos capturou” – o PiG agora quer que o Brasil exiba resultados da Finlândia, depois de séculos de políticas educacionais desastrosas.

Um dos desastres foi sepultar a idéia pioneira de Darcy Ribeiro, o Brizolão, a primeira escola de tempo integral nos morros do Rio.

Clique aqui para ler “A Educação é um sucesso”, sobre entrevista de Vladimir Safatle com este ordinário blogueiro.

(A propósito: quem ajudou a desconstruir o Brizolão no Rio foi o Governador Wellington Moreira Franco, que sucedeu Brizola e derrotou Darcy na eleição. Ele cumpriu à risca a orientação ideológica – e farisaica – do Dr. Roberto Marinho. Ele criticava o Brizolão por criar uma elite nos morros: a criança que ia à escola. E isso era um absurdo ! Hoje, Welington, que tratou os Brizolões do Darcy a pão e água, é o Ministro do Futuro – sombrio – do Governo Dilma.)

Outro equivoco do PiG (**), segundo Haddad, é não admitir que “o presiddente Lula foi o que mais investiu em Educação e que em seu Governo se verificou o ponto de inflexão da curva de qualidade, que, no biênio 2000-2001, atingiu o fundo do poço”.

Quer dizer, o PiG não pode admitir que, no Governo do Farol de Alexandria, com o Ministro-Rei da Privatização da Educação, Paulo Renato de Souza, o Brasil foi à África em vez de ir à Finlândia.

Esses tucanos de São Paulo …

Haddad cita recente relatório do Banco Mundial:

“Uma criança brasileira de seis anos de idade nascida hoje no quintil mais baixo da distribuição de renda completará mais que o dobro de anos de escolaridade que seus pais. O nível médio de escolaridade da força de trabalho desde 1995 melhorou mais rápido do que o de qualquer outro país em desenvolvimento, mais do que a China, que tinha estabelecido recordes globais de aumento da escolaridade nas décadas prévias.”

O repetido boicote ao ENEM – do PiG e do Governo de São Paulo – e “a crise” que se abateu sobre Haddad,  dado como morto na fase inicial da escolha dos ministros da Dilma – tudo isso é coreografia da elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) para combater o essencial.

Com Lula e Haddad, o pobre estuda e sobe na vida.

Que horror !

Assim não dá.

Vamos todos à Missa do Galo com o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, na companhia do Padim Pade Cerra, para espantar esses demônios !

Esse pessoal queria um Brasil de 20 milhões de pessoas – é o que dizia o Raymundo Faoro.


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um  comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.


(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Getúlio, JK e Lula






Em oito anos, o operário superou os dois grandes mitos nacionais
Se houvesse um monte Rushmore no Brasil, o rosto de Luiz Inácio Lula da Silva estaria agora sendo esculpido na rocha. Na pedra verdadeira, foram gravadas as imagens dos quatro maiores líderes da história americana: George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln. No Brasil, só dois ex-presidentes – Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek – ocupam papéis míticos no imaginário nacional. Agora, há mais um. E ele, Luiz Inácio, conseguiu entrar no seleto clube unindo o que seus antecessores tinham de melhor: a visão social e o espírito desenvolvimentista.
Getúlio, nosso primeiro “pai dos pobres”, até hoje é amado porque incluiu na agenda política um agente antes excluído: o trabalhador. JK, por sua vez, foi o presidente que fez o brasileiro perder seu complexo de vira-lata e acreditar na própria capacidade de realização. Lula tem traços de ambos. Foi o presidente da inclusão social e também aquele que despertou o “espírito animal” dos empresários, que voltaram a acreditar no futuro e a investir. O resultado: um ciclo de oito anos que se encerra com crescimento do PIB de quase 8%.
A vida útil de um mito é determinada pela história. Mas o presidente operário tem tudo para durar mais tempo no coração dos brasileiros do que Getúlio e JK. Sobre o primeiro, haverá sempre a mancha da ditadura implantada no Estado Novo. Sobre o segundo, o peso do desajuste fiscal e da inflação semeada pela construção desenfreada de Brasília. Lula conquistou os seus 80% de popularidade em plena democracia – e teve a sabedoria de rejeitar um terceiro mandato, que poderia colocá-los em risco. Para completar, controlou a inflação e reduziu a dívida pública. Erros, tropeços, bravatas, escândalos... nada disso terá muito peso no balanço final. A lembrança será sempre a do “Lulinha paz e amor”.
E ele, que a partir de agora passará a dar nome a avenidas, escolas e creches em várias metrópoles brasileiras, só terá uma “desvantagem” em relação aos dois outros mitos: a ausência de uma morte trágica. O suicídio de Getúlio, em agosto de 1954, e o acidente automobilístico de JK, em 1976, até hoje questionado, ajudaram a elevar os dois ex-presidentes à categoria dos mártires. Lula, um homem feliz e sem inimigos, tem tudo para levar uma existência pacata até o fim dos seus dias. Tempo, ele terá de sobra depois de 31 de dezembro, como acontece com todo ex-presidente.
A diferença, no caso de Lula, é que seu verdadeiro espaço cronológico será o da eternidade.
Leonardo Attuch
*comtextolivre

tucanalhada

Viva São Paulo! Viva os tucanos!








 

GilsonSampaio
A privatização dos serviço de saúde paulista segue em ritmo inexorável. Ninguém segura a tucanalhada nessa matéria de vender bens e serviços públicos, nada detém a sanha privatista dos senhores de São Paulo. O espanto fica por conta do amor incondicional da população por quem a desdenha com tanto desprezo.

psdb (ARGH)

Julian Assange defende FAlha de S Paulo

Natalia Viana

Em uma entrevista concedida ao Estadão ontem, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, citou o caso do blog satírico FAlha de São Paulo para defender a liberdade de expressão.

“Entendo a importância de proteger a marca e temos sites similares que se passam por WikiLeaks. Mas o blog não pretende ser o jornal e acho que deve ser liberado. A censura é um problema especial quando ocorre de forma camuflada. Sempre que haja censura, ela deve ser denunciada”, disse Julian ao jornalista Jamil Chade.

O site FAlha de S Paulo foi retirado do ar por ordem da justiça paulista, após o jornal Folha de S Paulo entrar com processo por uso indevido da marca. O site humorístico satrizava o maior jornal do país.

Ontem a organização Repórteres sem Fronteiras pediu que a Folha de S Paulo retire o processo, dizendo que o jornal se “engrandeceria” ao tomar esta atitude.

O jornal nega que tenha censurado o conteúdo do site – diz que o problema é o nome parecido e o logo da Folha.

Charge do Dia




quarta-feira, dezembro 22, 2010

Deputados paulistas aprovam “venda” de 25% dos leitos do SUS a convênios e particulares; paciente SUS é lesado





por Conceição Lemes
Por  55 a votos a 18 a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem (21/12/2010), o projeto de lei 45/10 que permite às Organizações Sociais (OS) venderem  até 25% dos serviços dos SUS, incluindo leitos hospitalares, a planos de saúde e particulares.
O projeto foi enviado à Assembleia Legislativa, em regime de urgência, pelo governador Alberto Goldman (PSBD). As bancadas do PSBD, DEM, PV, PPS, PSB,  PTB e PP votaram a favor do projeto, que obteve ainda alguns votos do PMDB, PRB e  PR. Votaram  contra PT,  PSOL, 1 do PR e 1 do PDT.
A nova lei das OS reduzirá mais o já precário atendimento hospitalar da população pobre”, denunciou ao Viomundo o deputado estadual Adriano Diogo (PT), da Comissão de Higiene e Saúde da Assembleia Legislativa. “É a expansão da ‘quarteirização’ dos serviços públicos de saúde no Estado de São Paulo.”
Para entender projeto, clique aqui. Paradescobrir como cada deputado estadual paulista votou, consulte a tabela abaixo. Os nomes em verde votaram a favor do projeto 45/10, do governador tucano.  Os escritos em vermelho, contra.

*viomundo

Fila dupla: PSDB paulista privatiza leitos do SUS

Criaram oficialmente fila dupla, pacientes do SUS ficam na fila de espera por novas vagas.
Na noite desta 3ª feira, 21/12, votações favoráveis aos projetos do Executivo, os deputados da base governista aprovaram a Projeto de Lei Complementar 45/2010 que abre a possibilidade para que todo hospital público reserve até 25% dos seus leitos para as empresas de medicina de grupo. Os petistas protestaram, mas foram derrotados pela maioria governista: foram 55 votos sim ao projeto e 18 não.
A discussão sobre o projeto provocou polêmica entre a base governista e a oposição, que obstruiu o processo de votação desde o início da entrada em pauta do PLC 45/2010.
Para os parlamentares do PT, a nova lei poderá estabelecer diferenciamento no atendimento, as chamadas duas portas ou duas filas, privilegiando os pacientes de planos privados de saúde de custo mais alto, que cobrem procedimentos mais caros, prejudicando pacientes do SUS e do Iamspe, que ficariam ainda mais tempo na fila até conseguirem ser atendidos.
Para o deputado Adriano Diogo, ”a base do governo tucano na Assembleia paulista novamente age contra a população ao votar favorável a um projeto que tem como base o descompromisso com a saúde dos mais necessitados
A votação foi acompanhada das galerias da Casa por representantes de entidades dos servidores da Saúde que protestaram contra aprovação do projeto.

Governo investirá mais R$ 46 bilhões nas ferrovias brasileiras


*planalto

Brazil's Rising Star


*esquerdonews

A última vez (por enquanto)




O último pronunciamento que Lula fará à nação, amanhã, será cheio de emoção e de recados. "Saio do governo para viver a vida das ruas", diz ele. "Homem do povo que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar meu destino e jamais fugir da luta." "Onde houver um brasileiro sofrendo, quero estar espiritualmente ao seu lado. Onde houver uma mãe e um pai com desesperança, quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto. Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias."

Lula diz ainda que governou "bem" por ter berço pobre, se sentir como um cidadão comum e por conseguir se "livrar da maldição elitista" que governava para poucos e se esquecia "da maioria do seu povo, que parecia condenada à miséria e ao abandono eternos". Encerra com um "pedido enfático" para que "todos apoiem a nova presidenta, assim como me apoiaram em todos os momentos".
*osamigosdopresidenteLula
 

Atendendo a pedidos dos amigos leitores, segue o vídeo com trechos da homenagem e do discurso do presidente no show "Obrigado, Lula", no Rio de Janeiro.

O local não poderia ser melhor: na praça da Apoteose, do sambódromo do Rio. O nome da praça, dado por Darcy Ribeiro, foi simbolizando o fim do desfile das escolas de samba acabar em uma apoteose. Pois o governo Lula também está terminando em apoteose.