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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 16, 2011

Longe dos olhos




Blog do Mello
Classe mérdia tem uma solução para tudo: 'Basta tirá-los dali'

Mendigos nas ruas? - Basta tirá-los dali. Menores consumindo crack? - Basta tirá-los dali. Prostitutas na calçada? - Basta tirá-las dali. Excesso de carros nas ruas? - Basta tirá-los dali. Sem terra invadindo terras improdutivas? - Basta tirá-los dali. Sem teto invadindo prédios desocupados? - Basta tirá-los dali. Moradores em áreas de risco? - Basta tirá-los dali. Favelas? - Basta tirá-los dali.

E colocar onde?

Isso não querem saber: acham que políticos foram eleitos para isso. Querem que eles façam o serviço sujo.

Os últimos acontecimentos no Rio e em SP mostram que à direita e à esquerda muitos querem a solução simplista da classe mérdia: - Basta tirá-los dali. Mesmo que para isso seja necessário chamar a polícia.

Ou seja: mendigos, sem-teto, sem terra, prostitutas, drogados, todos são caso de polícia.

Não são não. Polícia é para quem precisa de polícia. Eles precisam é de política com P maiúsculo: política social, inclusão. Cidadania. Não temos que tirá-los dali. Temos que incluí-los aqui.

Somos humanos; isso, em suma, é o que somos.

Boff: O preço de não escutar a natureza




O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre  imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam  frequentemente deslizamentos fatais.
Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.
A causa principal deriva do modo como costumamos tratar  a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrário, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.
Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.
Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos  meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam.
Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água.  Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem  se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.
No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas.  Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e  morar.
Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser  de cada encosta, de cada vale e de cada rio.
Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário  teremos que contar com tragédias fatais evitáveis.
Leonardo Boff é filósofo/teólogo
*viomundo

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Brutal repressão a estudantes em São Paulo, polícia atira balas de borracha a queima roupa



A PASSAGEM DE ÔNIBUS MAIS CARA DO BRASIL


Há alguns anos, em um protesto de professores em Buenos Aires, um policial atirou balas de borracha contra um grupo de manifestantes a queima roupa, um deles foi atingido na cabeça e veio a falecer. O impacto de uma bala de borracha, atirada a pouca distância, pode matar. A PM paulista sabe disso. Ao que parece, o comando da PM de São Paulo deu carta branca para os policiais reprimirem de forma brutal o povo desse estado. Isso ainda vai acabar mal. Como já dito, enquanto o restante do Brasil avança, São Paulo retrocede. Vejam bem as imagens abaixo, são de uma selvageria chocante.
Por: Latuff
 

Justiça de SP quebra sigilos dos tucanos acusados de receber propina da Alstom


A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 11 pessoas e uma empresa, investigadas sob suspeita de recebimento de propina da multina-cional francesa Alstom em troca de contratos com o Metrô paulista, Eletropaulo e EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica).

Os investigados, que não conseguiram provar a origem do seu patrimônio, tiveram a quebra de sigilo decretada a partir de 1997. A medida atinge o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho, chefe da Casa Civil no governo Mario Covas de 1995 e 1997, quando foi indicado pelo então governador para o TCE, e o ex-secretário de Transportes Metropolitanos, Jorge Fagali Neto.

Também foi quebrado o sigilo de Sabino Indelicato e de José Adailton Vieira Pinto. Indelicato, secretário de Obras quando Robson Marinho foi prefeito de São José dos Campos, é dono da Acqualux – que segundo a promotoria recebeu recursos da Alstom por consultorias que não foram prestadas. O contrato seria uma forma de dar uma aparência legal à propina. Vieira Pinto, já morto, teria sido laranja de Marinho.

A Alstom é investigada por suspeita de ter pago propina para ganhar contratos com o governo paulista, assinados durante os governos de Mário Covas e de Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Uma investigação sobre lavagem de dinheiro num banco suíço apontou que a empresa teria pago comissões ilícitas para ganhar negócios públicos em países como Brasil, Argentina e Indonésia.

A Suíça bloqueou contas atribuídas a Marinho e a Fagali Neto, por suspeita de que elas tenham recebido as comissões ilícitas da Alstom. Os promotores suíços Maria Schnebli e Stefan Lenz estão de posse de documentos que mostram a movimentação financeira de Marinho.

As remessas ocorriam por um esquema de lavagem que envolvia empresas de fachada “offshore”. Uma delas, Higgins Finance, era controlada pelo próprio conselheiro do TCE. Para chegar aos políticos brasileiros, o dinheiro era remetido da França para Suíça e Luxemburgo. Depois era enviado ao Uruguai, numa conta controlada por Romeu Pinto Jr. Do Uruguai, voltava à Suíça para contas de Indelicato e Vieira Pinto no Union Bancaire Privé, de Zurique, e no Crédit Lyonnais, de Genebra.
* Hora do Povo

Imagine

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Vereador aponta descaso de Kassab para prevenir enchentes





Adilson Amadeu acusa falta de vontade política, má gestão na contração de serviços e aplicação equivocada de recursos como causas dos transtornos causados à população
 Ex-presidente da CPI das Enchentes da Câmara dos Vereadores de São Paulo, Adilson Amadeu (PTB) discorda das recentes declarações do secretário de coordenação das subprefeituras do prefeitura e do próprio Gilberto Kassab, que na semana passada disseram que a capital paulista estaria "preparada para enfrentar as enchentes".
Em vários depoimentos, conta o vereador, o prefeito e seus comandados têm falado de "pontos crônicos de alagamento" na cidade. "Crônico não significa sem solução", responde Amadeu. "O que falta é trabalho. É evidente que existem lugares em que são necessárias algumas obras mas, em outros, manutenção e limpeza de galerias e bueiros poderiam, ao menos, reduzir os danos."
Para o parlamentar, parte do problema que penaliza a cidade anualmente está na forma como a prefeitura contrata os serviços. "As empresas responsáveis pela poda de árvores não são as mesmas que fazem a varrição, que não são as que fazem a coleta. As que fazem a limpeza manual, não são as mesmas que fazem a limpeza mecanizada dos bueiros, que também não são que limpam os córregos, nem limpam os piscinões. Na hora de encontrar as falhas, um empurra a culpa para o outro e ninguém é responsabilizado."
Para Amadeu, uma das soluções seria a divisão da cidade em consórcios que se responsabilizariam por todos esses serviços. "Acabaria esse jogo de empurra", diz. "Além de concentrar os serviços, seria mais fácil fazer a fiscalização e a cobrança dos resultados junto às empresas e, assim, provavelmente elas investiriam mais em tecnologia e produtividade, o que não acontece hoje", acrescenta o vereador.

Consideração

Amadeu acusa ainda que o problema da cidade não passa pela falta de verbas. "Em 2010, o prefeito nem usou toda o orçamento previsto (para serviços e obras contra enchentes. Este ano já tem provisionamento, mas falta vontade política para fazer o que precisa ser feito. O que a prefeitura já gastou com estudos, pesquisas e levantamentos dava para ter construídos 20 piscinões", ilustra.
Mas a destinação equivocada das verbas que evitariam o nível de problemas gerados pelas últimas chuvas em São Paulo, aponta o petebista, também é cometida pela administração estadual, que teria reduzido a cerca de 20% o volume de recursos já previstos no Orçamento para a prevenção de enchentes.
O descaso com que Kassab trata o problema dos alagamentos na cidade ficou evidente, na opinião do vereador, quando ele presidiu a CPI das Enchentes, no ano passado. "Eu solicitei ao prefeito que destacasse ao menos um engenheiro, um técnico, que me acompanhasse nos trabalhos. Ele não mandou nenhum, nunca quis saber, ignorou completamente."
O futuro da cidade é sombrio, na avalização de Amadeu. "A água está se infiltrando de um tal jeito pelas ruas, que logo vamos ter verdadeirascrateras se abrindo na pela cidade. Nossas galerias estão todas obstruídas e 'atrasadas' pelo menos 20 anos. Sem vontade de fazer direito e sem fiscalização, vamos ter problemas ainda maiores."
*cappacete 

Pelo menos o Kassab inflável não afunda

Kassabs: O da esquerda afunda cada dia mais
As explicações usuais – excesso de chuva – são, além de cínicas, completamente inúteis. As chuvas são um dado da realidade que não é levado em conta por governantes cuja ênfase são as camadas mais altas da sociedade, a propaganda de sua própria imagem, a escandalosa perpetuação de um modelo urbano predatório e falido, baseado no uso intensivo do automóvel e na impermeabilização do solo em residências, áreas de estacionamento, asfaltamento compulsivo de ruas e avenidas, canalização de rios e córregos e intervenções urbanas semelhantes.
São Paulo, a cidade mais rica do país, é um exemplo notável.
O estado é administrado pelo PSDB desde 1995. E a cidade de São Paulo teve, desde 1993, administrações de direita, com o curto interregno de Marta Suplicy, de 2001 a 2005. Teve Paulo Maluf, Celso Pitta, José Serra e Gilberto Kassab, que governa a cidade desde 2006. Foram mandatos sem compromissos com o povo, durante os quais proliferaram desmandos e irresponsabilidade administrativa.
Por exemplo: entre 2006 e 2009 o prefeito Gilberto Kassab investiu apenas 217 milhões dos 570 milhões previstos para obras contra as enchentes, ao mesmo tempo em que o governo do Estado contingencia (isto é, corta) os recursos destinados ao mesmo fim. Só em 2009 o governo estadual de José Serra gastou mais que isso em publicidade: 287 milhões.
No ano passado, mesmo com o crescimento na arrecadação de impostos da ordem de 835 milhões, a prefeitura gastou com obras anti-enchentes menos do previsto: 430 milhões, contra os 504 milhões que haviam sido orçados.
Nem os criticados e, segundo muitos técnicos, pouco eficientes, piscinões para contenção das águas da chuva, foram entregues nas quantidades prometidas: José Serra havia prometido 134 mas só entregou 43.
Em consequência, São Paulo, como muitas cidades brasileiras, não tem plano de emergência contra inundações. Os técnicos acusam atraso e desatualização no mapeamento das áreas de risco, falta de ações preventivas, descaso com a ocupação de várzeas e com a impermeabilização do solo, e falta de monitoramento com as encostas dos morros. O professor Edílson Pissato, da Faculdade de Geociências da USP, especialista em geologia de engenharia, faz, no portal UOL, uma denúncia clara e grave: não há preparo para as chuvas de verão “por falta de interesse e de uma ação política para atuar e resolver”.
O quadro que ele descreve é o retrato de um desastre político e humano, e não natural. As enchentes vão continuar, diz em relação a São Paulo, porque a forma de ocupação da cidade não mudou, a impermeabilização do solo é crescente, e as várzeas são ocupadas com a construção de avenidas (como as marginais, por exemplo) dentro da área natural (a várzea) de inundação dos rios na cheia, levando as vias públicas praticamente para dentro do leito dos rios. Pissato vê um “um desleixo em relação à prevenção. Os problemas são deixados de lado quando a chuva não é tão forte e aparecem quando vêm os temporais. Mas a chuva forte sempre ocorre, cedo ou tarde”, diz.
O descaso que gera o desastre se traduz na falta de uma política pública para atender à necessidade de moradia das camadas mais pobres e impedir a ocupação de áreas de risco como várzeas e encostas. E revela, pode-se constatar, um conluio da administração pública com a especulação imobiliária que incentiva a ocupação irregular e constrói os cenários do desastre.

Portal Vermelho

Disparada


*esquerdopata

Capitalismo Selvagem




Fabricados para não durarem: sabias que a morte de muitos aparelhos e produtos está programada?

Comprar, usar, comprar ou a história secreta da obsolescência programada Baterias que «morrem» 18 meses depois de terem sido estreadas, impressoras que bloqueiam depois de atingirem um determinado número de folhas impressas, lâmpadas que se fundem ao fim de mil horas de uso… Estes exemplos levam a interrogarmo-nos sobre as razões para que os produtos de consumo, apesar dos evidentes avanços tecnológicos, duram cada vez menos. 
A explicação é simples, mas inaceitável: as empresas preparam e executam o que se costuma chamar de obsolescência programada, ou seja, a redução intencional e deliberada do prazo de vida dos seus produtos como forma de incrementar o consumismo. 
O canal 2 da RTVE, televisão pública espanhola, emitiu no Domingo, 9 de Janeiro, às 22h., um documentário sobre o fenômeno da obsolescência programada que se tornou a filosofia produtiva de um cresecnte número de empresas e que se tem mostrado como um motor da economia industrial. «Comprar, tirar, comprar» é o título do documentário, realizado por Cosima Dannoritzer, que foi rodado na Catalunha, França, Alemanha, Alemanha, Estados Unidos e Gana, e descreve não só o fenómeno através de casos concretos e ilustrativos, as consequências ambientais negativas dele decorrentes, mas ainda exemplos de resistência que está a alastar entre os consumidores e as alternativas apresentadas que pretendem salvaguardar a economia e o meio ambiente, como é o caso dos irmãos Neistat, do programador informático Vitaly Kiselev, ou do catalão Marcos López. Fala-se ainda como um país africano comoo Gana se está a transformar numa lixeira informática, para onde é enviada uma boa parte do material usado nos países do primeiro mundo, ao mesmo tempo que entrevista autores que reflectem no assunto, como o economista e defensor da teoria do descrescimento, Serge Latouche que preconiza a redução do consumo e da produção a fim de promover outras formas de riqueza como a amizade e o conhecimento. 
O documentário contém dados interessantes: Mostra, por exemplo, como os fabricantes de lâmpadas, a Philips e a Osram, acordaram secretamente entre si, a obsolescência programadas das lâmpadas por si produzidas. Foi assim que da produção e lâmpadas que tinham uma duração de 2.500 horas se passou à produção de lâmpadas com apenas uma duração de 1000 horas.
Refere-se também o caso do IPOD da Apple, em que a bateria deste aparelho tem uma duração de 18 meses, o que levou vários consumidores norte-americanos a recorrer aos tribunais a fim de denunciar a prática daquela empresa em reduzir o tempo útil dos seus produtos, contradizendo a imagem que a mesma empresa vende como respeitadora do meio ambiente. 
A realizadora do documentário consegiu ainda encontrar na casa de uma antiga jornalista alemã um exemplar de meias de nylon antigas que duravam para toda a vida, tudo o contrário do que acontece com as meias de nylon produzidas actualmente.
A fotografia indica o chip instalado numa impressora
 destinado a registar o número de impressões
Comprar, tirar, comprar