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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Vaticano impediu Igreja da Irlanda de denunciar pedofilia




Uma carta do Vaticano de 1997 recém-revelada pedia para bispos irlandeses não reportarem à polícia todos os casos de suposto abuso infantil. A divulgação da carta pode levar à abertura de mais processos contra a Igreja Católica em todo o mundo, que nega qualquer envolvimento com acobertamento dos casos.
ida pela emissora irlandesa RTE e fornecida para a Associated Press, documenta a rejeição do Vaticano de uma iniciativa da Igreja irlandesa de começar a ajudar a polícia a identificar padres pedófilos.
A mensagem da carta debilita as persistentes afirmações do Vaticano de que a Igreja nunca instruiu bispos a reter evidência ou suspeita de crimes da polícia. Ela enfatiza o direito da Igreja de lidar com todas as alegações de abuso infantil e determinar punições, ao invés de delegar esse poder às autoridades civis.
Para ativistas, a carta de 1997 demonstra de uma vez por todas que a proteção de padres pedófilos da investigação criminal não é apenas sancionada pelos líderes no Vaticano, mas ordenada por eles.
Um argumento fundamental utilizado pelo Vaticano em defesa de dezenas de processos judiciais sobre abuso sexual clerical nos EUA é que eles não tiveram nenhum papel na ordenação de autoridades da Igreja local de eliminação de provas dos crimes.
Em sua carta pastoral de 2010 ao povo irlandês, o Papa Bento 16 não condenou bispos irlandeses por não terem respeitado a lei canônica e não ofereceu nenhuma menção explícita dos esforços de proteção às crianças da Irlanda pela Igreja da Irlanda ou do Estado.
Colm O''Gorman, diretor da divisão irlandesa da Anistia Internacional, abusado várias vezes por um padre irlandês quando era coroinha e esteve entre as primeiras vítimas a falar sobre o assunto, em meados da década de 1990, disse que há evidências de que alguns bispos irlandeses continuaram a seguir as instruções do Vaticano de 1997 e reteram relatos de crimes contra crianças até 2008.
Segunda a carta, a Congregação para o Clero estabeleceria as políticas mundiais para a proteção da infância "no momento adequado".
O Vaticano não aceitou formalmente nenhum dos três principais documentos da Igreja irlandesa sobre proteção de menores desde 1996. Os três enfatizam a denúncia obrigatória de supostas violações.
*Nassif

Socialismo: A bandeira vermelha de um sonho antigo


*comtextolivre

PERDEU PLAYBOY Berlusconi perdeu

Dalmo Dallari: extradição é inconstitucional


É tempo de republicar o que pensa o eminente jurista Dalmo Dallari sobre o caso Cesare Battisti. Faz-se necessário registrar que o jurista em questão é detentor de notório saber jurídico, coisa que não se pode dizer de alguns ministros do STF.
Dalmo Dallari
GilsonSampaio
Nada como um oba-oba internacional, como a Conferência sobre o clima realizada em Copenhagen, para a imprensa golpista e venal tramar contra o país. Panetonegate e a inundação forçada de bairros pobres de sumpaulo pela dupla Serra-Kassab são tratados de passagem, sem a seriedade e o aprofundamento dedicados aos que não são de esquema. A porrada que levou pelas ventas o dublê de mafioso e bufão Berlusconi também ajudou.
Em meio a esse todo jogo de cena, parecendo com uma senha de bandidos para deflagrar um golpe, o PIG quis modificar o voto do ministro Eros Grau no caso da extradição de Cesare Battisti e ameaçou o governo de vários processos.
Dalmo Dallari, professor e jurista que anda com a coluna ereta, desmonta a tentativa do golpe. “Assim, pois, o ministro Eros Grau não modificou o seu voto, mas apenas explicitou o óbvio: na decisão sobre o pedido de extradição, que é de sua competência privativa, como diz a Constituição e foi reafirmado pelo Supremo Tribunal Federal, o presidente da República deverá ter em conta o que determina a Constituição brasileira.”
Os tópicos abaixo foram retirados de duas matérias do eminente jurista e publicadas no JB. O textos na íntegra podem ser lidos aqui e aqui.
“No Estado democrático de direito, como é o Brasil, a Constituição é o conjunto normativo superior, que rege todos os atos jurídicos que forem praticados por qualquer autoridade ou qualquer órgão público brasileiro.”
... “É oportuno lembrar e ressaltar a superioridade da Constituição brasileira, neste momento em que membros do governo italiano e alguns brasileiros a eles submissos pretendem que ao decidir sobre o pedido de extradição do italiano Cesare Battisti o tratado de extradição assinado pelos governos do Brasil e da Itália prevaleça sobre a Constituição brasileira.”
... “Ora, se os atos foram praticados na Itália e as autoridades italianas os qualificaram como crime político, a eventual opinião divergente dos tribunais brasileiros não tem força jurídica para modificar a qualificação dada pela Justiça italiana.”
... “Com efeito, numa das ações do grupo a que pertencia Battisti foi morto um homem, Torregianni, e seu filho, que se achava no local, foi gravemente ferido, sendo obrigado, desde então, a locomover-se em cadeira de rodas. Um dado fundamental é que, desde então, o governo italiano vem pagando pensão mensal ao jovem Torregianni, por reconhecer que ele foi vítima de crime político. A legislação italiana prevê esse pensionamento somente para vítimas de crime político, excluídas as vítimas de crime comum.”
... “Ora, a Constituição brasileira diz expressamente, no artigo 5º, inciso LII, que “não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião”. Só isso já torna inconstitucional a extradição de Cesare Battisti.”
... “artigo 5º, no inciso XLVII, dispõe que “não haverá pena de caráter perpétuo”. Ora, o tribunal italiano que julgou Battisti condenou-o à pena de prisão perpétua. Essa decisão transitou em julgado, e o governo italiano não tem competência jurídica para alterá-la, para impor uma pena mais branda, como vem sendo sugerido por membros daquele governo.”
Gilmar Dantas, Peluso et caterva fascista e golpista, vocês perderam.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

MILHÕES DE BRASILEIROS LESADOS POR “FRAUDE OFICIAL”


Laerte Braga



MILHÕES DE BRASILEIROS LESADOS POR “FRAUDE OFICIAL”

Laerte Braga

A verdadeira extensão dos danos causados ao Brasil e aos brasileiros pelos dois governos – mandatos – de Fernando Henrique Cardoso só poderá ser medida em sua totalidade numa perspectiva histórica, numa linha de observação e percepção do projeto tucano, um cínico e repulsivo tentáculo do neoliberalismo na versão Nova Ordem.

FHC em sua perversidade, seu governo abjeto, se estende para além dos seus oito anos e milhões de brasileiros foram e continuam sendo lesados por algo que poderíamos chamar de “fraude oficial”.

Um exemplo?

Consenso de Washington
As transformações ditadas pelo que se convencionou chamar de CONSENSO DE WASHINGTON nos serviços públicos sucateados, desmontados e nas aposentadorias e pensões. As tais reformas que, na prática, tinham e continuam a ter o propósito de promover uma deliberada e constante exclusão social, tanto quanto privatização do Estado como instituição.

Se o governo Sarney foi um exercício de delírios de vaidade de um tirano político corrupto, um oligarca, Collor de Mello foi a primeira aposta da Nova Ordem no Brasil. Fabricado e montado nos laboratórios da GLOBO por encomenda dos donos.

Seu fracasso levou a opção por um canalha mais consistente, melhor preparado; exatamente FHC, velho amigo dos norte-americanos desde os tempos de exílio, uma espécie de “general” Anselmo.
FHC

Um ser amoral. Sem qualquer escrúpulo.

A verdadeira extensão dos danos causados ao Brasil e aos brasileiros pelos dois governos – mandatos – de Fernando Henrique Cardoso só poderá ser medida em sua totalidade numa perspectiva histórica, numa linha de observação e percepção do projeto tucano, um cínico e repulsivo tentáculo do neoliberalismo na versão Nova Ordem.

FHC em sua perversidade, seu governo abjeto, se estende para além dos seus oito anos e milhões de brasileiros foram e continuam sendo lesados por algo que poderíamos chamar de “fraude oficial”.

Um exemplo?

Governo FHC - Saúde sucateada
As transformações ditadas pelo que se convencionou chamar de CONSENSO DE WASHINGTON nos serviços públicos sucateados, desmontados e nas aposentadorias e pensões. As tais reformas que, na prática, tinham e continuam a ter o propósito de promover uma deliberada e constante exclusão social, tanto quanto, privatização do Estado como instituição.

Se o governo Sarney foi um exercício de delírios de vaidade de um tirano político corrupto, um oligarca, Collor de Mello foi a primeira aposta da Nova Ordem no Brasil. Fabricado e montado nos laboratórios da GLOBO por encomenda dos donos.

Seu fracasso levou a opção por um canalha mais consistente, melhor preparado; exatamente FHC, velho amigo dos norte-americanos desde os tempos de exílio, uma espécie de “general” Anselmo.

Um ser amoral. Sem qualquer escrúpulo.

Todo o projeto neoliberal despejado na certeza que o Parlamento seria facilmente domesticável com milho atirado ao seu redor (a maioria correu a comer). O Judiciário (STF) transformado em bancada governista por uma figura repulsiva que hoje ocupa o Ministério da Defesa e a mídia a vender idéia de um Brasil próspero e feliz, até o dia que se percebeu que estávamos falidos e presos às teias de FMI – Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e outras “agências” colonizadoras.

Hoje, a despeito de alguns avanços obtidos no governo Lula, estamos nos transformando num Brasil da primeira metade do século XX, agrícola e pastoril, com todo o desenvolvimento industrial que alardeiam, mas que é privilégio dos grupos econômicos que servem ao conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Presidente Lula malabarista
Os malabarismos que o ex-presidente Lula teve que fazer ao longo de seus oito anos para escapar de parte da teia e criar perspectivas mínimas para avanços reais e efetivos, retomada de posse da soberania e da integridade do território nacional ainda estão por exigir ações concretas e efetivas que não vão se materializar no chamado mundo institucional.

Esse está podre e a não ser que Dilma queira transformar-se em outra equilibrista não vamos a lugar nenhum ainda que os números possam indicar o contrário. É preciso perceber que os números são produtos dos critérios e fórmulas definidos pelos donos.

Uma nova Idade Média, com requintes de tecnologia de ponta.

O que se esvai nos efeitos do governo FHC é a cultura (como um todo) e bem mais que transformar seres em objetos, em mercadorias. Liquida a nação brasileira e suas dimensões continentais.

Uma forma refinada de capitanias hereditárias subordinadas à Corte.

Nem mesmo as políticas sociais do governo Lula e agora reafirmadas por Dilma. É necessário transformá-las em alavancas de mudanças estruturais para que possam ter sentido diverso do assistencialismo.

A destruição dos serviços públicos no Brasil teve a chancela da opinião pública.

Nos oito anos de governo FHC a mídia vendeu a idéia que servidores públicos eram privilegiados num País onde a fome grassava em várias regiões.

Em momento algum se pensou que os serviços públicos são aqueles que dizem respeito à saúde, educação, justiça, que constroem estradas, que mantêm o Estado cumprindo o seu papel político, econômico e social e que diz respeito a todos os brasileiros e não a poucos.

Temos agora o milagre – o deus mercado é pródigo em milagres – da terceirização. A privatização de áreas estratégicas de serviços públicos e a consequente qualidade negativa desses serviços.

Saúde e educação são para dar lucros a grandes grupos. O subsolo brasileiro privatizado e entregue à sanha de grupos internacionais (VALE) sob o disfarce de nacionais, ou pseudonacionais na invenção de Lula para escapar das armadilhas deixadas por FHC. O “capitalismo a brasileira”, definição perfeita de Ivan Pinheiro.

Saúde em Minas Gerais
No efeito cascata desse processo, estados e municípios seguem a risca o receituário, seja porque as verbas em sua maior parte, saem dos cofres federais, seja porque governadores e prefeitos se integram ao modelo.

O deputado federal Marcus Pestana (eleito com mais de 150 mil votos) montou um dos mais prósperos negócios no mundo dos governos neoliberais nos oito anos que ocupou a Secretaria de Saúde do desgoverno Aécio Neves em MG. Desviou verbas para montar base política (não se elege síndico sem isso, perdeu várias eleições, antes de descobrir o filão). Em Minas, a despeito da política de ooutdorscom charme do ex-governador, a saúde pública é precária e o governo de Antônio Anastasia (seu sucessor, parceiro e inventor do fator previdenciário) já se prepara para abandonar a educação fundamental transferindo responsabilidades aos municípios. Um professor estadual não ganha mil reais.

A questão das aposentadorias é bem mais grave. Os cálculos feitos pela Previdência, além do achatamento gerado pelo fator previdenciário (que desvinculou pensões e aposentadorias do salário mínimo) a Previdência erra tais cálculos e o faz de forma deliberada.

O resultado disso, dessa “fraude oficial”?

Justiça claudicante
Milhões de brasileiros recebem menos em relação a seus direitos, são obrigados a buscar na Justiça esses direitos e a Justiça, dominada nas instâncias superiores pela visão de mercado ditada pelo Banco Mundial, não resolve e nem deixa de resolver, ou quando resolve raramente atende ao direito básico, previsto em lei, o do cidadão.

É o neoliberalismo, são as conseqüências do governo FHC e sua “era de modernidade”, onde o ser humano vale menos que as contas e ajustes do governo. O que não significa que contas e ajustes devam ser descontas e desajustes. Não.

É que o dinheiro público sustenta a iniciativa privada, presta-se a ser doado aos altares do deus mercado. É esse o pulo do gato.

Servidores públicos, aposentados e pensionistas são os demônios do neoliberalismo. Foram e são e serão sempre transformados nesse tipo de figura por uma mídia podre e corrupta, sustentada pelo modelo, concentrada em mãos de poucos e preocupada com a “livre expressão”. A bolinha de papel em Serra, por exemplo, mas silenciosa sobre as falcatruas do governador Sérgio Cabral doando dinheiro de obras de contenção de encostas e saneamento à Fundação Roberto Marinho, ou legalizando mansão de Luciano Hulk em área ambiental não permitida a esse tipo de construção, a pedido do escritório de advocacia da primeira dama do estado.

Pior ainda, sobre estupros cometidos por um filho de um diretor do grupo RBS – GLOBO da Região Sul – e extremosa quanto a denúncias de crimes sexuais fabricados contra Julian Assange, na tentativa de fazer calar o site WikiLeaks sobre ações bem piores que essas relatadas aqui, mas que sustentam toda essa vergonha.

Servidores públicos (médicos, professores, enfermeiros, etc.) e aposentados e pensionistas são danos causados ao modelo, como peste bubônica, ou algo assim, mas que geram os grandes negócios do deus mercado em áreas onde o Estado tem deveres fundamentais. Dão lugar a iniciativa privada.

Não há solução para toda essa perversidade no mundo dito institucional.

Só um jogo de empurra e exibições de equilibrismo com nenhuma ou alguma sensibilidade social, mesmo assim, esse alguma, quando existe, voltado para o estilo assistencialista sem resultados transformadores que em si garantem direitos básicos e fundamentais do cidadão.

Bandeira do conglomerado EUA - Israel
Deve ser por isso que os médicos cubanos, segundo levantamentos divulgados nesta última semana, são os heróis do povo haitiano. São servidores públicos de um país solidário a outro e a seu povo, nunca exploradores e torturadores.

Milhões de brasileiros foram e são lesados pela “fraude oficial”. Chamam de modernidade.

No conglomerado EUA/Israel Terrorismo S/A já terceirizaram até parte das forças armadas. Aqui não há necessidade, o general Zelito quer olhar para o “futuro”.

Qual? Será que existe nesse modelo?

Essa luta só vai ser ganha nas ruas.
*BrasilMobilizado

Classe mérdia tem solução para tudo: ' Basta tirá-los dali'



Classe mérdia tem uma solução para tudo: 'Basta tirá-los dali'
Mendigos nas ruas? - Basta tirá-los dali. Menores consumindo crack? - Basta tirá-los dali. Prostitutas na calçada? - Basta tirá-las dali. Excesso de carros nas ruas? - Basta tirá-los dali. Sem terra invadindo terras improdutivas? - Basta tirá-los dali. Sem teto invadindo prédios desocupados? - Basta tirá-los dali. Moradores em áreas de risco? - Basta tirá-los dali. Favelas? - Basta tirá-los dali.

E colocar onde?

Isso não querem saber: acham que políticos foram eleitos para isso. Querem que eles façam o serviço sujo.

Os últimos acontecimentos no Rio e em SP mostram que à direita e à esquerda muitos querem a solução simplista da classe mérdia: - Basta tirá-los dali. Mesmo que para isso seja necessário chamar a polícia.

Ou seja: mendigos, sem-teto, sem terra, prostitutas, drogados, todos são caso de polícia.

Não são não. Polícia é para quem precisa de polícia. Eles precisam é de política com P maiúsculo: política social, inclusão. Cidadania. Não temos que tirá-los dali. Temos que incluí-los aqui.

Somos humanos; isso, em suma, é o que somos.
*umpoucodetudodetudoumpouco

É Proibido



É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender os que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Pablo Neruda

Quatro cenário para o fim dos Estados Unidos - Parte I



Para os Estados Unidos começou o declínio?
Pode ser.

É um assunto importante, pois os EUA foram, no bem o no mal, protagonistas da cena mundial desde 1945 e única super-potência desde a queda do Muro de Berlim. É preciso reflectir bem pouco para perceber a influência que os Americanos tiveram e continuam a ter em todo o planeta.

Uma eventual queda, o um significativo redimensionamento, implicaria uma repensamento de muitos aspectos da nossa sociedade. Aspectos importantes (pensamos, por exemplo, na estratégia de defesa), aspectos fúteis também (cinema, televisão).

Seja como for, uma mudança fundamental.

Por isso, com a ajuda de Alfred W.McCoy, vamos ver quais as previsões que nesta altura é possível fazer acerca do futuro dos Estados Unidos. Que é, em boa parte,o nosso futuro também.

McCoy é professor de História da Universidade Wisconsin-Madison. É autor do recente Policing America's Empire: The United States, The Philippines, and the Rise of Survelliance State (2009) e presidente do projecto Empires in Transition, grupo de trabalho mundial de 140 historiadores.


2003: o início do fim

Apesar da aura de omnipotência que a maior parte das potências projectam, observar a história delas deveria lembrar que são organismos frágeis.

Tão delicada é a ecologia do poder que, quando as coisas começam a ir mal, os impérios desintegram-se regularmente com implacável velocidade: pouco mais de um ano no caso de Portugal, dois anos a União Soviética, oito anos a França, 11 anos a Turquia, 17 anos a Grã-Bretanha.

E os Estados Unidos? Difícil avançar com uma previsão exacta. No entanto, McCoy fixa o inicio do declínio no ano 2003. O que faz sentido.

Os futuros historiadores provavelmente irão identificar a invasão irresponsável do Iraque, por parte da administração Bush, como o início da queda da América.

No entanto, em vez do banho de sangue que marcou o fim de muitos impérios do passado, com cidades em chamas e civis massacrados, neste século XXI o colapso imperial poderia acontecer de forma tranquila, através dos tentáculos invisíveis dum colapso económico ou duma guerra cibernética.

Mas quando finalmente a dominação do mundo estar acabada, haverá uma dolorosa lembrança diária do que isso significa para os Americanos em todas as áreas da vida.

Como uma meia dúzia de Países europeus descobriram, o declínio imperial tende a ter um impacto deprimente na sociedade, arrastando tal situação ao longo de pelo menos uma geração de privação económica.

E se a economia esfria, a temperatura política sobe, muitas vezes provocando graves problemas internos.


O Século Americano

McCoy afirma que os dados económicos, educacionais e militares sugerem que, quando se trata de poder mundial dos Estados Unidos, as tendências negativas irão unir-se em 2020 para alcançar rapidamente uma massa crítica por volta de 2030.

O Século Americano, declarado de forma triunfante no início da II Guerra Mundial, estará em pedaços e em dissolvência em 2025, sua oitava década, e pode tornar-se história em 2030.

Significativamente, em 2008, o National Intelligence Council dos Estados Unidos admitiu pela primeira vez que o poder mundial dos Eua encontra-se numa trajectória declinante.

Num dos seus relatórios periódicos acerca do futuro, Global Trends 2025, o Conselho cita a "transferência da riqueza e do poder económico em curso na economia global, mais ou menos de oeste para leste" e "sem precedentes na história moderna", como o principal factor de declínio da relativa força americana, até mesmo nas forças armadas."

Tal como muitos em Washington, no entanto, o Conselho dos analistas prevê uma "aterragem" (isso é, um declínio) longa e suave da supremacia mundial dos EUA, com a esperança que, de alguma forma, os Estados Unidos conseguiriam ao longo de muito tempo "preservar únicas capacidades militares [...] de projectar o poder militar à nível mundial" nas próximas décadas.

Mas McCoy não pensa isso.
Nada a fazer. De acordo com as projecções actuais, os Estados Unidos vão encontrar-se em segundo lugar, atrás da China (já a segunda maior economia do mundo), na produção económica em torno de 2026, e atrás da Índia até 2050.

Da mesma forma, a inovação chinesa estará numa trajectória rumo à liderança mundial na ciência aplicada e na tecnologia militar entre 2020 e 2030, justamente quando actual reserva americana de brilhantes cientistas e engenheiros irá encolher, sem substituição adequada.


A Passagem da Ave-Maria

Em 2020, de acordo com os planos actuais, o Pentágono irá lançar uma passagem militar da Ave-Maria [no futebol americano indica uma tentativa desesperada de mudar o curso do jogo, NDT] para um império moribundo.

Será lançado um conjunto letal de robótica aeroespacial que representará a última esperança para Washington de manter o poder no mundo, apesar da própria decrescente influência económica.

Naquele ano, porém, a rede mundial de satélites de comunicações da China, apoiada pelos supercomputadores mais poderosos do mundo, estará plenamente operacional em Pequim, fornecendo uma plataforma para a militarização do espaço e um sistema de comunicação poderoso para mísseis ou ataques informáticos em cada quadrante do planeta.

Envolvida na arrogância imperial que já foi de Whitehall ou Quai d'Orsay, a Casa Branca ainda parece imaginar que o declínio americano será gradual e parcial.

No Discurso acerca do Estado da União no passado Janeiro, o presidente Barack Obama ofereceu a garantia de que ele não aceita o segundo lugar para os Estados Unidos da América.

Poucos dias depois, o vice-presidente Biden ridicularizou a ideia pela qual os EUA possam tornar-se uma grande nação que falhou por ter perdido o controle da economia.

Da mesma forma, ao escrever na edição de Novembro da revista governativa Foreing Affairs, o "guru" liberal da política externa Joseph Nye afastou o discurso do crescimento económico e militar da China, rejeitando a "metáfora enganosa do declínio orgânico" e negou que uma já iminente deterioração do poder global dos Estados Unidos.

Os Americanos comuns, observando os seus lugares de trabalho no estrangeiro, têm uma visão mais realista. Uma pesquisa em Agosto 2010 revelou que 65% dos Americanos acham que o País está "em estado de declínio".

Austrália e Turquia , tradicionais aliados militares dos Estados Unidos, já estão a usar armas de fabricação americana nas manobras conjuntas aéreas e navais com a China.
Os parceiros económicos mais próximos da América já estão a fazer marcha atrás acerca da oposição de Washington à taxa de câmbio "domesticada" da China.
Quando o presidente regressou da sua viagem pela Ásia, um título agressivo do New York Times resumiu o momento: "A visão económica de Obama é rejeitada no mundo, China, Grã-Bretanha e Alemanha desafiam os EUA, mesmo as negociações comerciais com Seul falham".


Os Quatro Cenários

Do ponto de vista histórico, a questão não é se os Estados Unidos irão perder o poder incontestado em todo o mundo, mas quanto doloroso e precipitado será o declínio.

Em vez da visão esperançosa de Washington, McCoy utiliza a metodologia do National Intelligence Council para sugerir quatro cenários realistas e determinar como, se com um estrondo ou um soluço, o poder mundial dos Estados Unidos pode chegar ao fim por volta de 2020; juntamente com quatro avaliações do presente.

Os cenários futuros incluem:
  1. o declínio económico
  2. a crise do petróleo
  3. a desventura militar
  4. a Terceira Guerra Mundial.
Embora estes não sejam certamente as únicas possibilidades quando se trata de declínio americano ou até mesmo de colapso, oferecem uma janela para o futuro próximo.

Em breve a segunda parte deste artigo, com o primeiro dos Quatro Cenários.


Fonte: TomDispatch


Quatro cenário para o fim dos Estados Unidos - Parte II




Segunda parte do artigo dedicado aos possíveis cenários para o futuro dos Estados Unidos.

Lembramos: possíveis cenários.



Boa leitura!


Declínio Económico: situação actual

Hoje existem três principais ameaças para a posição dominante dos Estados Unidos na economia global: a perda do poder económico, causa a contracção do comércio mundial, o declínio da inovação tecnológica americana e o fim do status privilegiado do Dólar como moeda reserva global.

Em 2008, os Estados Unidos tinham já caído para o terceiro lugar na exportação de mercadorias em todo o mundo, com apenas 11% contra 12% da China e 16% da União Europeia.
Não há nenhuma razão para acreditar que esta tendência possa inverter-se.

Da mesma forma, a liderança americana no campo da inovação tecnológica está em declínio.

Em 2008, os Estados Unidos ocupavam a segunda posição, atrás do Japão, na área dos pedidos de patente no mundo, com 232.000; mas a China já estava perigosamente perto, com 195 mil, graças a um forte aumento de 400% desde o ano 2000.

Uma antevisto duma nova redução: em 2009 os Estados Unidos tocaram o fundo do ranking entre as 40 nações analisadas pela Information Technology and Innovation Foundation em matéria de "mudança" na "competitividade global com base na inovação", analises feita com base nos dados da década anterior.

Acrescentando substâncias a estas estatísticas, em Outubro, o Ministério da Defesa da China apresentou o supercomputador mais rápido do mundo, o Tianhe-1A, tão poderoso, disse um especialista americano, que "apaga o actual número um".
Que fica nos Estados Unidos..

Sem esquecer a clara evidencia de que o sistema educacional dos Estados Unidos, a real fonte dos futuros cientistas e inovadores, está a enfraquecer-se perante os directos concorrentes.

Depois de ter sido o líder mundial ao longo de décadas em termos homens e mulheres entre 25 e 34 anos de idade com formação universitária, o País caiu para o 12 º lugar em 2010. Em 2010, o World Economic Forum classificou os Estados Unidos a um pobre 52 º lugar entre 139 nações em tema de qualidade da formação universitária em ciências e matemática.

Quase metade de todos os alunos graduados em ciência nos Estados Unidos são cidadãos estrangeiros, a maioria dos quais voltará para os Países de origem sem ficar aqui, como acontecia antes.

Em 2025, em outras palavras, é provável que os EUA terão de enfrentar uma grave escassez de cientistas talentosos.

Essas tendências negativas encorajam cada vez mais uma dura crítica ao papel do Dólar como moeda de reserva mundial. Observa Kenneth Rogoff, ex economista chefe do Fundo Monetário Internacional:
Outros Países já não estão dispostos a comprar a ideia de que os EUA têm a melhor política económica
Em meados de 2009, com os bancos centrais do mundo na posse duns astronómicos 4.000 biliões de Dólares em Títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o Presidente russo, Dimitri Medvedev , insistiu que tinha chegado a hora de acabar com o "sistema unipolar mantido artificialmente" com base numa "moeda de reserva forte apenas no passado."

Ao mesmo tempo, o governador do banco central chinês sugeriu que o futuro pode ser feito duma moeda de reserva mundial "desconectada dos Países individuais" (isto é, o Dólar dos EUA).

Indicações, como sugeriu o economista Michael Hudson, dum mundo futuro multipolar e uma possível tentativa "para acelerar o fracasso da ordem financeira e militares dos EUA".


Declínio económico: Cenário 2020

Depois de anos de crescentes deficits alimentado por intermináveis guerras em terras distantes, em 2020, como esperado, o Dólar finalmente perde o seu estatuto especial como moeda de reserva mundial.

De repente, o custo das importações aumenta de maneira rápida.

Incapaz de pagar o crescente deficit através da venda dos Títulos do Tesouro, Washington é obrigada a cortar o enorme orçamento militar.

Sob a pressão interna e externa, Washington lentamente retira as forças das centenas de bases no estrangeiro para um perímetro continental. Agora, porém, é tarde demais.

Diante de uma super-potência que cai aos pedaços, incapaz de pagar as contas, China, Índia, Irão, Rússia e outras potências, grandes e regionais, desafiam o domínio dos EUA sobre os oceanos, no espaço e no ciberespaço.

Entretanto, com preços altos, o desemprego em constante aumento e uma queda do salário real, as divisões internas amplificam-se em violentos confrontos e debates que dividem muitas vezes acerca de temas irrelevantes.

Cavalgando uma onda de desilusão e desespero político, um patriota da extrema-direita ganha a presidência com uma retórica enfática, apelando ao respeito das autoridade e ameaçando represálias militares ou económica.

O mundo quase não presta atenção nenhuma enquanto o Século Americano acaba em silêncio.


Quatro cenário para o fim dos Estados Unidos - Parte III



Terceira parte do artigo que analisa possíveis cenários futuros para o fim do Século Americano.

Realçamos: possíveis.
Estes não são previsões, mas cenários que poderiam, eventualmente, tornar-se realidade, na integra ou em parte.



Boa leitura!


Crise do Petróleo: situação actual

Uma vítima da queda do poder económico norte-americano foi o bloqueio de fornecimento do petróleo mundial. A China tornou-se o maior consumidor mundial de energia no passado Verão, uma posição que os Estados Unidos haviam alcançado e mantido ao longo de mais de um século.

Michael Klare, especialista em energia, tem argumentado que esta mudança significa que a China vai "conduzir o caminho para moldar o nosso futuro global."

Em 2025, Irão e Rússia controlarão quase metade da oferta mundial de gás natural, o que poderia dar-lhes uma enorme influência sobre a Europa que tem fome de energia. Acrescentamos as reservas de petróleo e, como o National Intelligence Council tem advertido, em apenas 15 anos os dois Países podem "emergir como fulcros da energia".

Apesar do engenho, as potências do petróleo estão agora a drenar as reservas de petróleo mais fáceis de serem exploradas.

A verdadeira lição do desastre de petróleo da Deepwater Horizon, no Golfo do México, não foram as normas de segurança malfeita da BP, mas o simples facto que toda a gente viu: um gigante da energia que não tinha outra escolha a não ser recuperar o que Klare chama "duro petróleo", quilómetros abaixo da superfície do oceano, para manter os próprios lucros.

Para agravar o problema, Chineses e Indianos de repente tornaram-se grandes consumidores de energia. Mesmo que as reservas de combustível fóssil permanecessem constantes (o que não acontecerá), a procura e os custos irão aumentar, e fortemente.

Outros Países desenvolvidos estão a enfrentar essa ameaça de forma agressiva, mergulhando em programas experimentais de desenvolvimento de fontes alternativas de energia.
Os Estados Unidos têm tomado um caminho diferente, fazendo muito pouco para desenvolver fontes alternativas, enquanto que nas últimas três décadas, duplicaram a dependência das importações estrangeiras de petróleo.

Entre 1973 e 2007, as importações de petróleo aumentaram de 36% da energia consumida nos Estados Unidos até 66% .


Crise do Petróleo: Cenário 2025

Os Estados Unidos continuam tão dependente do petróleo estrangeiro que alguns desenvolvimentos negativos no mercado mundial de energia em 2025 irão provocar um choque do petróleo. Em comparação, isso faz parecer trivial a crise do petróleo de 1973 (quando os preços quadruplicaram em poucos meses).

Irritados com o colapso do Dólar, os ministros da Opep reunidos em Riad, pedem os pagamentos futuros de energia em Iene, Yuan e Euro. Esta medida aumenta ainda mais o custo das importações de petróleo nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, durante a assinatura duma nova série de contratos de fornecimento de longo prazo com a China, a Arábia Saudita estabilizam as próprias reservas monetárias ao passar para o Yuan. Entretanto, a China investe incontáveis biliões na construção dum grande gasoduto trans-asiático e no financiamento para a exploração dos campos do Irão, nomeadamente South Pars, a maior reserva natural de gás natural no mundo.

Preocupados com a ideia de que a Marinha dos EUA possa já não ser capaz de proteger os petroleiros no Golfo Pérsico, Teheran, Riad e Abu Dhabi formam uma inesperada aliança no Golfo, e anunciam que a nova frota de aviões rápidos da China ficará encarregue de patrulhar as águas do Golfo Pérsico a partir de uma base no Golfo de Omã.

Sob fortes pressões económicas, Londres aceita revogar o contrato de leasing da base americana na ilha de Diego Garcia, no Oceano Índico, enquanto Canberra, pressionada pelos Chineses, informa Washington de que a Sétima Frota já não tem a autorização de usar Fremantle como um porto de partida: a Marinha dos Estados Unidos fica assim fora do Oceano Índico.

Com poucos traços de caneta e alguns anúncios lacónicos, a "Doutrina Carter", pela qual o poder militar dos Estados Unidos quis proteger "eternamente" o Golfo Pérsico, em 2025 é colocado em repouso.

Todos os elementos que têm garantido o abastecimento ilimitado de petróleo barato aos Estados Unidos a partir dessa região, logística, câmbio e poder naval, evaporam.

Nesta altura, os Estados Unidos só podem cobrir um insignificante de 12% das próprias necessidades energéticas a partir da nascente indústria da energia alternativa, e ficam dependentes do petróleo importado para a metade do consumo.

A seguinte crise do petróleo atinge o País como um furacão, aumentando os preços até níveis surpreendentes, tornando as viagens extremamente caras, colocando os salários reais (que tinham-se mantido por muito tempo em declínio) em queda livre e tornando não-competitivo tudo o que resta da exportação norte-americana.

Os preços do gás dispararam e os Dólares fogem dos EUA em troca de petróleo barato: a economia dos EUA está paralisada. Com as antigas alianças chegadas ao fim e a carga tributária crescente, as forças militares dos EUA finalmente começam uma retirada organizada para o interior do País.

Em poucos anos, os Estados Unidos atingem a bancarrota e o relógio corre em direcção à meia-noite do Século Americano.


Infortúnios Militares: a situação actual

Inesperadamente, quando diminui o poder, os impérios muitas vezes mergulham em aventuras militares mal-aconselhadas.
Este fenómeno é conhecido entre os historiadores como "micro-militarismo" e parece envolver esforços psicologicamente compensatórios para silenciar a dor da retirada ou da derrota, ocupando novos territórios, mesmo que brevemente e de forma catastrófica.

Essas operações irracional também do ponto de vista imperial, frequentemente produzem grandes despesas ou derrotas humilhantes que só aceleram a perda de poder.

Impérios em dificuldade, com a idade sofrem de uma arrogância que motiva a mergulhar em desventuras militares.

Em 413 a.C., uma Atenas enfraquecida enviou 200 navios ao massacre na Sicília.
Em 1921, uma Espanha imperial em desaparecimento enviou 20.000 soldados a ser dizimados por guerrilheiros berberes em Marrocos.
Em 1956, um decadente Império Britânico destruiu a própria reputação ao atacar Suez.
E em 2001 e 2003, os EUA ocuparam o Afeganistão e invadiram o Iraque. Com a arrogância que caracterizou os impérios durante milhares de anos, Washington tem vindo a aumentar as tropas no Afeganistão, ampliou a guerra no Paquistão e estendeu o seu compromisso até 2014; criou grandes e pequenos desastres nestes cemitérios de armas nucleares imperiais infestados com a guerrilha.


Infortúnios Militares: Cenário 2014

Irracional e imprevisível é o "micro-militarismo", cujos cenários aparentemente imaginativos são logo ultrapassados pelos acontecimentos reais.

Com as forças dos EUA que se estendem desde a Somália até as Filipinas, com as crescentes tensões em Israel, Irão e Coreia, as possíveis combinações para uma desastrosa crise militar no estrangeiro são muitas.

Meados de Verão de 2014: uma guarnição dos EUA na cercada Kandahar, no sul do Afeganistão, é de repente e inesperadamente invadida por combatentes Talibães, enquanto os aviões americanos são obrigados a ficar em terra por causa de uma tempestade de areia.

Há pesadas baixas e, na retaliação, um comandante dos EUA perde bombardeiros B-1 e caças F-16 para destruir inteiros bairros que acredita-se estar sob o controle dos talibãs, enquanto os artilheiros AC-130U Spooky percorrem os destroços com o fogo devastador do canhão.

Logo, os mullah invocam a jihad nas mesquitas de toda a região, e as unidades do exército afegão, treinadas pelas forças dos EUA na tentativa de mudar o rumo da guerra, começam a desertar em massa. Combatentes talibãs lançam uma série de ataques sofisticados em todo o País, elevando o número de baixas dos EUA.
Numa reminiscência das cenas que lembram Saigon em 1975, helicópteros salvam militares e civis americanos nos telhados de Cabul e Kandahar.

Enquanto isso, irritados com as décadas sem fim de impasse sobre o assunto palestiniano, os líderes do Opec definem um novo embargo petrolífero contra os Estados Unidos, para protestar contra o apoio a Israel, bem como a morte dum número desconhecido de civis muçulmanos nas guerras em curso no Médio Oriente.

Com a escalada dos preços, Washington tenta um golpe a surpresa e envia forças de operações especiais para tomar posse dos portos petrolíferos no Golfo Pérsico.

Isso, por sua vez, desencadeia uma avalanche de ataques suicidas e sabotagem de oleodutos e poços de petróleo.

Como nuvens negras que sobem no céu e diplomatas nas Nações Unidas que denunciam as acções dos EUA, os jornalistas de todo o mundo retrocedem na história para marcar a situação como o "Suez da América", uma referência que conta o fracasso de 1956 e que marcou o fim do Império Britânico.


Acaba aqui a terceira parte.


Quatro cenários para o fim dos Estados Unidos - Parte IV




Quarta parte do artigo dedicado aos quatro possíveis cenários para o fim da potência americana.

Boa leitura!
Terceira Guerra Mundial: situação actual

No verão de 2010, as tensões militares entre os EUA e a China começaram a subir no Oeste do Pacífico, uma vez considerado um "lago americano".
Até um ano atrás, ninguém poderia ter previsto esse desenvolvimento.

Da mesma forma em que Washington jogou a aliança com Londres para a posse da grande parte do poder mundial da Grã-Bretanha após a Segunda Guerra Mundial, assim a China está a usar os lucros do próprio comércio de exportação com os Estados Unidos para financiar um desafio militar para o domínio sobre o interior da Ásia e no Pacífico.

Com o crescimento dos seus recursos, Pequim reclama uma ampla faixa marítima, desde a Coreia até a Indonésia, zonas há muito dominadas pela Marinha dos Estados Unidos.

Em Agosto, depois de Washington ter exprimido um "interesse nacional" no Mar da China do Sul e ter realizado exercícios navais na mesma área com o fim de reforçar a própria presencia, o Global Times de Pequim reagiu furiosamente, dizendo: "o desafio de wrestling EUA-China acerca da questão do Mar do Sul da China tem aumentado o nível do desafio para decidir quem será o verdadeiro dominador do planeta".

No meio destes tensões crescentes, o Pentágono informou que Pequim tem agora "a capacidade de atacar os porta-aviões [dos EUA] no Pacífico Ocidental" e atingir "as forças nucleares em todos os Estados Unidos continentais".
Ao desenvolver "capacidades ofensivas nucleares, espaciais e informáticas" a China parece determinada a competir pelo domínio do que o Pentágono chama de "o espectro informativo em todas as dimensões da moderna batalha espacial".
Com o continuo desenvolvimento dos poderosos foguetes booster Longa Marcha V, bem como com o lançamento de dois satélites em Janeiro de 2010 e outra em Julho , para um total de cinco, Pequim informou que o País está progredindo de forma rápida para uma rede "independente" de 35 satélites de posicionamento global e comunicações até 2020.

Para controlar a China e alargar a própria posição militar no mundo, Washington está disposta a construir uma nova rede de robótica espacial, capacidades avançadas de vigilância electrónica e guerra cibernética.

Os organizadores militares esperam que este sistema integrado para envolver a Terra numa rede cibernética capaz de cegar os exércitos no campo de batalha ou encontrar um único terrorista num campo ou favela.

Em 2020, se tudo correr conforme os planos, o Pentágono vai lançar um escudo com três níveis de drones no espaço, que desde a estratosfera alcance a exosfera, armados com mísseis ligados à um sistema modular flexível de satélites, e geridos através da monitorização telescópica.

No Abril passado, o Pentágono fez história: ampliou as operações com drones na exosfera, ao lançar a nave espacial não-tripulada X-37B numa órbita baixa de 255 quilómetros acima do planeta.
O X-37B é o primeiro duma nova geração de veículos não tripulados que marcará a militarização total do espaço, criando uma futura arena de guerra, diferente de tudo que a precedeu.


Terceira Guerra Mundial: Cenário 2025

A tecnologia de guerra espacial e da cibernética é tão nova e não testada que até mesmo os cenários mais bizarros em breve poderão ser substituídos por uma realidade que ainda é difícil de conceber.

Se simplesmente utilizarmos os mesmos tipos de cenários que a Força Aérea utilizou para o seu Future Capabilities Game de 2009, no entanto, podemos conseguir "uma melhor compreensão de como o ar, o espaço e o ciberespaço ficam sobrepostos em guerra" e assim começar a imaginar como poderia realmente ser combatida a próxima guerra mundial.

23,59 de Quinta-feira, dia de Ação de Graças em 2025. Enquanto os compradores de computadores batem os portais dos hipermercados para os grandes descontos dos electrodomésticos mais recente fabricados na China, os técnicos da Air Force no Space Vigilância Telescope (SST) de Maui fica em alerta quando os grandes ecrãs de repente mostram o preto.
Milhares de quilómetros de distância e no centro de operações CyberCommand, no Texas, os soldados imediatamente identificam os códigos maliciosos nos computador: códigos anónimos mas ainda com as impressões digitais distintas do Exército de Libertação do Povo Chinês.

O primeiro tiro é o que ninguém havia previsto. Um malware chinês assume o controle da robótica a bordo dum desconhecido drone Vulture americano , alimentado por energia solar, enquanto voa a 70.000 metros sobre o estreito de Tsushima entre Japão e Coreia. De repente, dispara todos os carregadores de misseis que precipitam sem danos no Mar Amarelo: uma arma formidável desarmada.

Determinada a combater o fogo com fogo, a Casa Branca autoriza um ataque de retaliação.
Confiantes de que o próprio sistema de satélites F-6 seja impenetrável, os comandantes da Força Aérea na Califórnia transmitem os códigos para a frota de drones espaciais X-37B em órbita 250 milhas acima da Terra, ordenando o lançamento dos mísseis Triple Terminator contra os 35 satélites chineses.
Nenhuma resposta dos drones, o ataque falhou.

Quase em pânico, a Força Aérea lança o seu Falcon Hypersonic Cruise Vehicle 100 quilómetros acima do Oceano Pacífico e, em seguida, mas apenas 20 minutos depois, envia os códigos para disparar mísseis contra sete satélites chineses em órbitas não distantes.
Os códigos de lançamento são subitamente inoperantes.

Enquanto o vírus chinês se espalha de forma descontrolada através da arquitectura dos satélites F-6 e os supercomputadores de segunda classe norte-americanos não conseguem quebrar o código do malware diabolicamente complexo, os fundamentais sinais GPS para a navegação de navios e aviões dos EUA em todo o mundo estão comprometidos.

Frotas de porta-aviões começando a virar sem rumo no meio do Pacífico.
Esquadrões de caça ficam no chão.
Aeronaves Reaper Drones voam sem destino em direcção ao horizonte, caem quando o combustível esgota.

De repente, os Estados Unidos perdem o que a Força Aérea longamente definiu como "elevado fundamento último": o espaço. No prazo de poucas horas, o poder militar que dominou o mundo durante quase um século foi derrotado na Terceira Guerra Mundial, sem uma única vítima humana.


Acaba aqui a quarta parte.
Muito em breve e quinta e última.
*InformaçãoIncorreta