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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 31, 2011

charge do dia

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O mundo caiu para José Serra

Depois de se aventurar (mais uma vez) numa desastrada e desastrosa campanha para presidente, enfrentando Aécio, Lula, Dilma e o povo, José Serra encontra seu verdadeiro calvário. Todo mundo odeia José Serra, uma frase que nos lembra um divertido seriado de TV, mas na vida real, as peripécias de Serra também contém uma dose extra de humor. Não faltou boas gargalhadas na cena insólita da "bolinha de papel, na última campanha. Pela internet é fácil encontrar Serra nos mais divertidos papéis, nas igrejas, nos debates, nas entrevistas e em reuniões pelo país à fora, que dão a verdadeira dimensão de seu lado canastrão, tanto como ator, quanto político. Quem não se lembra da expulsão de José Serra e seus asseclas numa igreja do ceará?


Agora chegou a vez da onça beber água:

Alckmin

Governador de São Paulo convoca auditores, policiais e até ex-espiões para analisar contratos da administração de José Serra

Alan Rodrigues
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Se o ex-governador paulista José Serra tivesse como sucessor um adversário de partido, talvez sua vida hoje fosse mais tranquila. Apesar das juras públicas de mútua admiração, Serra e o atual governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, são, no mínimo, “desafetos”, como se costuma chamar dois tucanos que não se suportam. Serra não perdoa Alckmin, que não perdoa Serra. Pelo lado do ex-governador, pesa na conta negativa a candidatura à Presidência da República que Alckmin assegurou em 2006, tomando sua frente. Pelo lado de Alckmin, o passivo passa pelo apoio que lhe faltou na candidatura à prefeitura da capital, em 2008, quando Gilberto Kassab, do DEM, catalisou as simpatias serristas. Mais do que isso, o atual governador e seus correligionários ainda amargam o desprezo com que teriam sido tratados depois que Serra sucedeu Alckmin em 2006, anunciando revisão de contratos, suspensão de projetos e caça a funcionários fantasmas. A auditoria jamais foi divulgada. Agora vem o troco.


Logo depois da posse, sem alterar seu estilo manso de político interiorano, Alckmin ordenou a sua equipe que investigasse todos os contratos diretos e indiretos da administração Serra (2007-2010). A operação pente-fino foi entregue à chefia de Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (Indg), um especialista indicado pelo senador mineiro Aécio Neves. Sua missão é virar pelo avesso os contratos, concorrências e licitações, principalmente de obras, foco de denúncias nunca comprovadas de superfaturamento e tráfico de influência no governo Serra. Para a plateia, Alckmin justifica que vai apurar apenas possíveis irregularidades nas contas da administração anterior, para que isso sirva de modelo ao “choque de gestão” que pretende implementar em seu governo. Sua assessoria, numa nota de esclarecimento à ISTOÉ, prefere a expressão “análise criteriosa dos contratos” em vez da palavra “auditoria”. Já os serristas entenderam a iniciativa como pura retaliação. Serra acha, como disse a políticos mais próximos, que a investigação das supostas irregularidades faz parte de um jogo político que pretende esvaziar sua candidatura à presidência do PSDB e empurrá-lo a um definitivo ostracismo.

Alckmin deu ainda outros passos que tiram o fôlego de aliados de Serra ao colocar conturbadas obras do Rodoanel, da Marginal do Tietê e do Metrô da capital paulista na fronteira de um caso policial. O governador resolveu nomear policiais, promotores e até um ex-espião para rever os contratos assinados no passado na Secretaria de Logística e Transportes. Para coordenar este setor, buscou no ninho tucano um dos principais desafetos de Serra, o procurador de Justiça Saulo de Castro Abreu, ex-secretário de Segurança da primeira gestão de Alckmin (2003-2006). Com a tarefa de xeretar tudo, Abreu, por sua vez, recorreu ao coração da polícia paulista: convocou o coronel da PM João Cláudio Valério, ex-administrador do orçamento da Secretaria da Segurança Pública, para auxiliá-lo. Além disso, em vez de nomear um engenheiro para a Dersa, o secretário colocou na direção desta estatal que cuida das principais obras viárias do Estado o ex-supervisor da Febem e especialista em segurança Laurence Casagrande Lourenço. Homem da confiança de Abreu, Lourenço é ex-diretor da Kroll, uma agência de investigação internacional que ficou conhecida no Brasil depois da CPI dos Grampos na Câmara Federal, quando foi colocada sob suspeita de ligação com arapongas e escutas clandestinas. “A Kroll deu a Laurence experiência na iniciativa privada e na identificação de superfaturamento de contratos”, justificou Abreu. O posto onde toda essa experiência será colocada à prova também é significativo: a Dersa, agora sob responsabilidade do veterano da Kroll, abrigou no governo passado figuras controvertidas como o ex-diretor Paulo Vieira de Souza, o famoso Paulo Preto, acusado por tucanos de ter desfalcado o caixa de campanha presidencial de Serra. “Todos os nomes que escolhi são de pessoas de confiança, que já trabalharam comigo. É gente para tocar os projetos seriamente”, disse Abreu. Essa afirmação do secretário acabou jogando mais lenha na fogueira: “Como assim, ‘seriamente?’”, indignou-se um deputado estadual ligado a Serra que prefere o anonimato. “Que história é essa de tocar projetos seriamente? Somos de um mesmo governo, não pode haver dúvidas sobre nossa seriedade no trato da coisa pública.”
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A TRINCA

Falconi, Abreu e Semeghini, os homens de

Alckmin para xeretar gastos com obras e contratações
Há ainda um terceiro nome importante na equipe de Alckmin encarregado de esmiuçar o passado: Júlio Semeghini, o novo secretário de Gestão. Ele não mede palavras para falar do trabalho que tem pela frente. “Vamos olhar tudo, contrato por contrato, pasta por pasta”, afirmou Semeghini. Segundo o secretário, as investigações se estenderão por todos os setores da administração. Além das obras contratadas, a papelada de outras duas áreas merecerá cuidados especiais: comunicação e recursos humanos. A administração de Serra gastou em propaganda e publicidade R$ 329,5 milhões, 372% a mais do que o movimento de quatro anos atrás. Já na área de recursos humanos, o foco das análises será as despesas com a contratação de mão de obra terceirizada, que ultrapassaram R$ 10 bilhões, em 2009. Desse total, R$ 4,1 bilhões (sendo R$ 2,8 bilhões da administração direta e R$ 1,3 bilhão da indireta) estão sob a mira de Semeghini.


A vida de Serra também está complicada no plano da política nacional. Em maio, o PSDB vai eleger uma nova direção e Serra vê a presidência do partido como o único caminho para mantê-lo em evidência. Acontece que parlamentares ligados ao senador mineiro Aécio Neves e ao governador Geraldo Alckmin trataram de isolar José Serra da direção partidária. Eles conseguiram aprovar na quarta-feira 26 uma moção, subscrita por 54 deputados e suplentes, com a recondução de Sérgio Guerra à direção nacional do partido. “Esta lista foi uma forma infeliz de buscar a presidência do partido”, reagiu o ex-governador Alberto Goldman, aliado de Serra. “A atitude de Sérgio Guerra foi indigna e o desqualifica como presidente do partido”, atacou o deputado Jutahy Magalhãoes (BA), um dos mais vigorosos serristas. Com tamanha repercussão, mais uma vez o governador Geraldo Alckmin resolveu, com seus modos gentis, alegar desinteresse pelo assunto e desconhecimento sobre as reais pretensões de Serra. Alckmim se referiu à barulhenta movimentação tucana anti-Serra como coisa para se decidir num futuro muito distante: “Nem sei se o Serra será candidato a presidente do partido. Mas, se quiser, terá meu integral apoio”, afirmou. Este não é, claro, o tipo de frase que Serra poderia encarar como uma adesão entusiasmada.
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Em 2007, (nota acima) fomos o 1 lugar nos Jogos Para-PanAmericanos e este ano conquistamos o inédito 3 lugar no mundial de para-atletismo realizado na Nova Zelândia.



É ruim quando temos que voltar a assuntos já tratados, este em particular me acompanha desde 1977, quando publicamos (grupo que comandava o DCE-UFRGS) uma crítica ao assunto - infelizmente não tenho o texto para disponibilizar, mas o título era Horror à Diferença e saiu no jornal do Manifesto após o racha com a Nova Proposta*.



É impressionante como é quase inexistente a cobertura dos para-eventos.

E vejam que o Brasil já há algum tempo vem se tornando destaque nesta área.

Em 2007, (nota acima) fomos o 1 lugar nos Jogos Para-PanAmericanos e este ano conquistamos o inédito 3 lugar no mundial de para-atletismo realizado na Nova Zelândia.

A diferença de cobertura é gritante, não há acompanhamento de equipes de reportagem ao evento, os vencedores não são paparicados nos diversos programas esportivos de nossas emissoras e, para que os interessados possam acompanhar nosso desempenho temos que ficar garimpando curtas notas nos tele-jornais e nos programas desportivos.

Nada de chamarem nossos HERÓIS em programas de entrevistas ou acompanharmos sua chegada triunfal ao país que muito souberam engrandecer aos olhos do mundo.
Para terem idéia, leiam Brasil bate recorde de medalhas no Mundial de Para-Atletismo e também André Oliveira: o destaque brasileiro no Para-Atletismo.
Que edificante para nossa juventude se os exemplos de superação, de determinação, de força de vontade poderiam estar sendo passados ao invés do dito zoológico humano (Pedro Bial) do BBB. Neste, apesar de colocadas diversas pessoas com diferenças - nivela-se pelo que de pior há no relacionamento humano. Inveja, mentira, subterfúgios, torpezas - com a única e "elevada" razão de se apossar dos prêmios.
Nas poucas inserções que apareceram na telinha chegamos a ver a extrema alegria destes valorosos guerreiros - estes sim são GUERREIROS, são HERÓIS com letras maiúsculas. Podemos ver quebras de protocolo, gestos de altruísmo, como o da corredora cega dividindo suas medalhas com seus "olhos", que a acompanham na vitória.

Luiz Antonio Franke Settineri - SAROBA

* Fomos eleitos em 1976 na chapa Nova Proposta, rachamos e criamos o grupo Manifesto que durou mais alguns anos atuando no ME.

*desabafobrasil

Volver a los 17

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*umpoucodetudodetudoumpouco

Lula no Estádio municipal: aqui nasceu um presidente


Inaugurado em 1968, o estádio municipal de São Bernardo foi o principal palco do início da carreira política de Luiz Inácio Lula da Silva. Quando era líder sindical na cidade do ABC paulista, o ex-presidente fez inúmeros comícios no local, que ficava sempre lotado de metalúrgicos. Foi nessa época que o nome de Lula ganhou projeção nacional.


O maior evento liderado por Lula no estádio ocorreu em 13 de maio de 1979, naquela que é considerada a maior greve da história do Brasil. Aproximadamente 60 mil metalúrgicos pararam de trabalhar e estiveram no Primeiro de Maio para ouvir o líder sindical. Dez anos depois, aquele mesmo líder começaria a concorrer à Presidência do Brasil. Foram quatro tentativas até que fosse eleito em 2002 e ficasse no cargo até 2010.


"Aqui nasceu um presidente da República, aqui nasceu um movimento sindicalista que brigou muito pelo direito dos trabalhadores", disse Lula, que recebeu uma placa em sua homenagem antes do jogo São Bernardo e Corinthians.
 


ENQUANTO SERRA PASSOU O FIM DE ANO EM PARIS E FHC JÁ MORA LÁ , LULA MOSTRA SEU AMOR AO POVO BRASILEIRO

Lula faz discurso e maratona de entrevistas em jogo do Corinthians

Ex-presidente ganhou carteirinha de torcedor, placa comemorativa e foi a todas as cabines de rádio, mas só falou de futebol

Ricardo Galhardo, iG São Paulo


Embora tenha dito que desde o dia 1º de janeiro é um “cidadão comum”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda enfrenta uma rotina de autoridade. Neste domingo, ao acompanhar a partida entre São Bernardo e Corinthians no estádio 1º de Maio, em São Bernardo, Lula fez uma via sacra de entrevistas a emissoras de rádio que transmitiam o jogo, recebeu homenagens como na época em que governava o Brasil e até discursou.
Lula tentou ser neutro, mas acabou demonstrando que torcia para o Corinthians
Foto: AE
Lula tentou ser neutro, mas acabou demonstrando que torcia para o Corinthians
*aposentadoinvocado

domingo, janeiro 30, 2011

Ecce Homo


Gravura de João Werner
A humanidade é uma ave de asas partidas
Que vaga no Universo rumo ao desconhecido
Em busca de um sentido para a vida.
Tem o alucinado por guia.
Navega uma rocha movida pela soberba,
Pela arrogância e pela paixão.
O eu é, o ele não é.Um louvor à imperfeição.
A humanidade é um espelho embaçado
Alimentado pelo desespero e pela incerteza.
Fome e ódio não permitem pensar no amanhã.
A natureza não cria indigentes.
O destino, uma profundidade insondável,
Uma porta da qual só você tem a chave.
Do destino, homem algum escapou.
Nada é definitivo, nem a morte.
Vontade de viver, vontade de poder,
Eis a verdadeira dimensão do homem
Para atingir o eterno e superar o infinito.
Maior que o infinito menor que o imenso.
Procure o intermediário entre o
Saber e o ignorar e terá
O invisível sustentando o visível,
A essência superando a existência.
Não há limite para o possível.
Saber questionar é viver,
Aceitar o dogma é anular-se.
Quem pode entender a razão humana?
O homem é algo que precisa ser superado.
Brutalidade e ganância movem o planeta.
O homem animal doméstico do homem.
O que é o homem?
Ele é aquele que troca a alma pelo lucro
Ignorando o que a história ensina.
Onde houver opressão haverá Revolução
Eis o Homem.


O filha-da-putismo em alta


Como é de conhecimento até do mundo vegetal o elemento Luciano Huck aproveitou a tragédia nas serras do Rio para encher o rabo de dinheiro. O semanário dos Homens Bons, sempre atento, chamou esse gesto de BOM-MOCISMO. Imaginem o que seria preciso para chamar alguém de filho da puta se esse sujeito é um bom-moço...

Extraído do blog: http://esquerdopata.blogspot.com/

Neschling confirma que Cerra o demitiu por causa do mictório

Neschling confirma que Cerra o demitiu por causa do mictório

O mictório foi o campo de batalha da OSESP


Amiga navegante, amante da boa música, telefona para comunicar que John Neschling deu uma entrevista à revista IstoÉ (pág. 8 ) em que confirma informação há muito divulgada por este ansioso blog.

Cerra demitiu Neschling por causa de um mictório.

Vários amigos navegantes duvidavam que o Cerra, mesmo sendo o nosso Putin, fosse capaz de tal mesquinharia.

Vem agora a confirmação histórica.

Cerra se elegeu prefeito e disse ao Boris Casoy que jamais renunciaria ao cargo.

Clique aqui para ler sobre a derrota de Casoy na Justiça.

E aqui para ver o vídeo histórico: Cumprirei o mandato de prefeito até o fim. Se não, não votem mais em mim.

O prefeito mandou o Neschling e a OSESP se apresentarem numa Virada Cultural.

Neschling mandou perguntar se tinha mictório para atender os músicos (quase cem).

Não recebeu resposta e não foi.

Por isso, mais tarde, o governador (Cerra não cumpriu o mandato de prefeito até o fim) demitiu o regente daquela que era, então, a melhor orquestra do Brasil.

(Hoje, como se sabe, a OSESP é como os tucanos paulistas: medíocre, mas fala francês.)

Nesta entrevista, Neschling confirma que Fernando Henrique foi o algoz, a mando de Cerra.

E que Cerra é o que sempre foi: um Putin mimado.

(Neschling prefere chamá-lo de “autoritário e mimado”.

“Mimado” pelo PiG (*).


Paulo Henrique Amorim

sábado, janeiro 29, 2011

Parceria brasileira injeta US$ 2,7 milhões para a inclusão social de catadores


No dia 23 de dezembro de 2010, a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula participaram de cerimônia de Natal dos catadores de materiais recicláveis, em São Paulo/SP. Foto: Ricardo Stuckert/PR/Arquivo
O governo federal, por meio da Caixa Econômica, contratou uma operação no valor de US$ 2,7 milhões – aproximadamente R$ 4,5 milhões – para a inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis. Os recursos serão doados pelo Fundo Japonês de Desenvolvimento Social (JSDF/BIRD) ao Banco Mundial, que escolheu a Caixa para implementar o programa. O piloto será o aterro controlado do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), e deverá ser expandido para mais dois lixões no Brasil.
Os recursos serão direcionados para dois projetos selecionados previamente pelo Banco Mundial, voltados para a erradicação de lixões e implantação de aterros sanitários. Os projetos devem estar vinculados a financiamentos da Caixa, no escopo da gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Com a iniciativa, serão implantados aterros sanitários modernos e ambientalmente sustentáveis, além de instalações alternativas para o tratamento do lixo.
A doação é resultado de parceria entre a Caixa e o Banco Mundial, iniciada em junho de 2008, no âmbito do projeto Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto. A parceria também prevê a comercialização, pelo banco brasileiro, de créditos de carbono, e a participação como agência coordenadora do 1º Programa de Atividades em Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil, atualmente em fase de validação na Organização das Nações Unidas (ONU).

Inclusão - O Programa para Inclusão Social e Econômica de Catadores visa promover, por meio de um processo participativo, a inclusão de recicladores no sistema formal de prestação de serviços básicos do setor de manejo de resíduos sólidos. Para um período de três anos, espera-se o aumento de 50% na adesão de catadores às organizações de base comunitária voltadas para reciclagem e o aumento de 50% do volume de materiais reciclados.

O Programa prevê ainda a melhoria da saúde e da segurança dos catadores, o aumento da produtividade e renda, a formalização das atividades e acesso a direitos e serviços governamentais e a criação de alternativas com treinamento e colocação profissional.
Recentemente o tema ganhou destaque mundial com o documentário “Lixo Extraordinário”, que retrata o trabalho dos catadores de material reciclável no aterro de Duque de Caxias. O longa-metragem, coprodução do Brasil e Reino Unido, é um dos indicados ao Oscar 2011.
*planalto

Lungaretti derrota Casoy na Justiça por causa dos garis




Na foto, os garis em questão

O Conversa Afiada reproduz e-mail de Celso Lungaretti:

A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY CONTRA MIM: ABSOLVIÇÃO


Celso Lungaretti (*)


“Julgo improcedente a presente ação penal, para absolver Celso Lungaretti dos delitos dos artigos 139 e 140 do Código Penal, que lhe foram imputados, o que faço com fundamento no artigo 386, III do Código de Processo Penal.”


Foi esta a decisão do juiz de Direito José Zoéga Coelho no processo nº 050.10.043276-0, que o jornalista Boris Casoy moveu contra mim no Juizado Especial Criminal da Barra Funda (SP), acusando-me de difamação e/ou injúria.


A minha defesa foi assumida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, ficando a cargo do coordenador do Depto. Jurídico, dr. Jefferson Martins de Oliveira, que atuou com raro brilhantismo.


Para quem quiser conhecer os detalhes do caso, recomendo a leitura do artigo que escrevi ao ser intimado, Casoy me move ação criminal por artigo sobre o episódio dos garis.


Eis os trechos principais da sentença:


“A leitura do texto integral (…) não deixa dúvidas quanto ao propósito de dirigir à pessoa do querelante séria crítica. Isso, por si, não basta para configurar crime contra a honra.


Nesse pondo o Direito se defronta com questão de suma dificuldade, qual seja a de traçar, em critérios tão claros e objetivos quanto possível, a linha divisória entre dois direitos constitucionalmente tutelados: o direito à livre manifestação de pensamento (e à liberdade de informação), de um lado, e, de outro, os direitos fundamentais da pessoa, dentre os quais se inclui o direito à proteção da honra.


Cumpre reconhecer que o querelante, porque pessoa pública e homem de imprensa de grande renomada, é passível de maior exposição à crítica jornalística.


Por outras palavras, como homem de imprensa que fala ao grande pública, as convicções pessoais do querelante (estas que transparecem em seus atos, mesmo que pretéritos) tornam-se de interesse para a sociedade, sabido que a relação entre jornalista e seu público é fundada numa certa confiança quanto à qualidade da informação noticiada.


Sendo, assim, justificável que a crítica possa envolver fatos sobre a vida do querelante e que em princípio possam atingir sua pessoa e, via de consequência, também sua honra.


Em suma, como toda pessoa pública, sobretudo que desempenhe atividade de interesse público (…), também o querelante, por sua profissão de jornalista, está justificadamente exposto à crítica, sem que o exercício desta possa mitigado em defesa da honra.


Pelo exposto, entendo que a crítica, mesmo que envolvendo fatos em princípio aptos a afrontar a honra daquela pessoa assim criticada, não basta para evidenciar aqueles crimes de que trata a queixa.


Para além da questão atinente aos limites entre a liberdade de informação (e de crítica, mesmo que voltada à vida íntima de pessoas que desempenhem atividades de interesse público) e o direito à proteção da honra, há ainda a considerar a questão sob outro aspecto, este de aspecto já estritamente jurídico penal.


Os crimes contra a honra exigem dolo específico, ou seja, intenção deliberada e precípua de atingir a honra do ofendido. No caso ora em julgamento, verifica-se que a raiz de todas as expressões alegadamente infamantes está ina imputação do fato do querelante ter pertencido a determinada organização, denominada “CCC”.


Quanto a este ponto, a leitura do texto publicado na internet pelo ora querelado demonstra que, a tal respeito, ele menciona como fonte de uma tal informação notícia anteriormente publica em revista de grande circulação (na época em que dita informação ali se ventilou).


Menciona ainda informação dada por terceiro, não identificado, mas que teria sido contemporâneo do querelante nos bancos acadêmicos e que coincidiria com a participação do querelante na mencionada organização.


Menciona, finalmente, relato de pessoa identificada, agora reafirmando a participação do querelante na agremiação, o que inclusive teria causado embaraços para o querelante em clube da colônia hebraica (e o querelante faria parte da colônia), isto pelo uso da cruz suástica como símbolo pelo referido “CCC”.


Ora, se o querelado relata os fatos como tendo sido referidos por terceiros, um dos quais inclusive nominalmente identifica, como ainda refere estar reproduzindo notícia anteriormente divulgada em veículo de comunicação àquele tempo bastante conhecido, creio que nisso não se pode ver propósito deliberado de infamar, mas sim de meramente narrar fato, fato este cuja divulgação no texto veiculado na internet — e que ora é objeto da presente queixa — se deu em regular exercício do direito de crítica e liberdade de manifestação do pensamento.


No mais, os adjetivos — carregados, por certo — empregados no texto e atribuídos à pessoa do querelante guardam relação direta com os fatos ali também relatados. Não haveria sentido punir, a título de injúria, aquilo que decorre de fatos cuja divulgação, no entanto — e a meu ver — não poderia caracterizar o crime, mais grave, de difamação.


Assim, não houve dolo específico de atentar contra a hora do agente. E quando a honra foi por vezes atingida, assim ocorreu no exercício do direito à crítica. Sem dolo específico, não se pode então falar em crime contra a honra.”


(*) jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

PARAÍSOS FISCAIS, OS PROSTÍBULOS DO CAPITALISMO


Por Emir Sader
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Nesses territórios se praticam todos os tipos de atividade econômica que seriam ilegais em outros países, captando e limpando somas milionárias de negócios como o comércio de armamentos, do narcotráfico e de outras atividades similares.
Os paraísos fiscais, que devem somar um total entre 60 e 90 no mundo, são micro-territórios ou Estados com legislações fiscais frouxas ou mesmo inexistentes. Uma das suas características comuns é a prática do recebimento ilimitado e anônimo de capitais. São países que comercializam sua soberania oferecendo um regime legislativo e fiscal favorável aos detentores de capitais, qualquer que seja sua origem. Seu funcionamento é simples: vários bancos recebem dinheiro do mundo inteiro e de qualquer pessoa que, com custos bancários baixos, comparados com as médias praticadas por outros bancos em outros lugares.
Eles têm um papel central no universo das finanças negras, isto é, dos capitais originados de atividades ilícitas e criminosas. Máfias e políticos corruptos são frequentadores assíduos desses territórios. Segundo o FMI, a limpeza de dinheiro representa entre 2 e 5% foi PIB mundial e a metade dos fluxos de capitais internacionais transita ou reside nesses Estados, entre 600 bilhões e 1 trilhão e 500 bilhões de dólares sujos circulam por aí.
O numero de paraísos fiscais explodiu com a desregulamentação financeira promovida pelo neoliberalismo. As inovações tecnológicas e a constante invenção de novos produtos financeiros que escapam a qualquer regulamentação aceleraram esse fenômeno.
Tráfico de armas, empresas de mercenários, droga, prostituição, corrupção, assaltos, sequestros, contrabando, etc., são as fontes que alimentam esses Estados e a mecanismo de limpeza de dinheiro.
Um ministro da economia da Suíça – dos maiores e mais conhecidos paraísos – declarou em uma visita a Paris, defendendo o segredo bancário, chave para esses fenômenos: “Para nós, este reflete uma concepção filosófica da relação entre o Estado e o indivíduo.” E acrescentou que as contas secretas representam 11% do valor agregado bruto criado na Suíça.
Em um país como Liechtenstein, a taxa máxima de imposto sobre a renda é de 18% e o sobre a fortuna inferior a 0,1%. Ele se especializa em abrigar sociedades holdings e as transferências financeiras ou depósitos bancários.
Uma sociedade sem segredo bancário, em que todos soubessem o que cada um ganha – poderia ser chamado de paraíso. Mas é o contrário, porque se trata de paraísos para os capitais ilegais, originários do narcotráfico, do comercio de armamento, da corrupção.
Existem, são conhecidos, quase ninguém tem coragem de defendê-los, mas eles sobrevivem e se expandem, porque são como os prostíbulos – ilegais, mas indispensáveis para a sobrevivência de instituições falidas, que tem nesses espaços os complementos indispensáveis à sua existência.
*históriavermelha