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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 24, 2011

 Amorim: só nossa elite não vê a força do Brasil


 

Artigo imperdível do ex-chanceler Celso Amorim na Carta Capital:
A obsessão e o complexo de vira-lata
Até os jornais brasileiros tiveram de noticiar. Uma força-tarefa criada pelo Conselho de Relações Exteriores, organização estreitamente ligada ao establishment político/intelectual/empresarial dos Estados Unidos, acaba de publicar um relatório exclusivamente dedicado ao Brasil, -pontuado de elogios e manifestações de respeito e consideração. Fizeram parte da força-tarefa um ex-ministro da Energia, um ex-subsecretário de Estado e personalidades destacadas do mundo acadêmico e empresarial, além de integrantes de think tanks, homens e mulheres de alto conceito, muitos dos quais estiveram em governos norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos. O texto do relatório abarca cerca de 80 páginas, se descontarmos as notas biográficas dos integrantes da comissão, o índice, agradecimentos etc. Nelas são analisados vários aspectos da economia, da evolução sociopolítica e do relacionamento externo do Brasil, com natural ênfase nas relações com os EUA. Vou ater-me aqui apenas àqueles aspectos que dizem respeito fundamentalmente ao nosso relacionamento internacional.
Logo na introdução, ao justificar a escolha do Brasil como foco do considerável esforço de pesquisa e reflexão colocado no empreendimento, os autores assinalam: “O Brasil é e será uma força integral na evolução de um mundo multipolar”. E segue, no resumo das conclusões, que vêm detalhadas nos capítulos subsequentes: “A Força Tarefa (em maiúscula no original) recomenda que os responsáveis pelas políticas (policy makers) dos Estados Unidos reconheçam a posição do Brasil como um ator global”. Em virtude da ascensão do Brasil, os autores consideram que é preciso que os EUA alterem sua visão da região como um todo e busquem uma relação conosco que seja “mais ampla e mais madura”. Em recomendação dirigida aos dois países, pregam que a cooperação e “as inevitáveis discordâncias sejam tratadas com respeito e tolerância”. Chegam mesmo a dizer, para provável espanto dos nossos “especialistas” – aqueles que são geralmente convocados pela grande mídia para “explicar” os fracassos da política externa brasileira dos últimos anos – que os EUA deverão ajustar-se (sic) a um Brasil mais afirmativo e independente.
Todos esses raciocínios e constatações desembocam em duas recomendações práticas. Por um lado, o relatório sugere que tanto no Departamento de Estado quanto no poderoso Conselho de Segurança Nacional se proceda a reformas institucionais que deem mais foco ao Brasil, distinguindo-o do contexto regional. Por outro (que surpresa para os céticos de plantão!), a força-tarefa “recomenda que a administração Obama endosse plenamente o Brasil como um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É curioso notar que mesmo aqueles que expressaram uma opinião discordante e defenderam o apoio morno que Obama estendeu ao Brasil durante sua recente visita sentiram necessidade de justificar essa posição de uma forma peculiar. Talvez de modo não totalmente sincero, mas de qualquer forma significativo (a hipocrisia, segundo a lição de La Rochefoucault, é a homenagem que o vício paga à virtude), alegam que seria necessária uma preparação prévia ao anúncio de apoio tanto junto a países da região quanto junto ao Congresso. Esse argumento foi, aliás, demolido por David Rothkopf na versão eletrônica da revista Foreign Policy um dia depois da divulgação do relatório. E o empenho em não parecerem meros espíritos de porco leva essas vozes discordantes a afirmar que “a ausência de uma preparação prévia adequada pode prejudicar o êxito do apoio norte-americano ao pleito do Brasil de um posto permanente (no Conselho de Segurança)”.
Seguem-se, ao longo do texto, comentários detalhados sobre a atuação do Brasil em foros multilaterais, da OMC à Conferência do Clima, passando pela criação da Unasul, com referências bem embasadas sobre o Ibas, o BRICS, iniciativas em relação à África e aos países árabes. Mesmo em relação ao Oriente Médio, questão em que a força dos lobbies se faz sentir mesmo no mais independente dos think tanks, as reservas quanto à atuação do Brasil são apresentadas do ponto de vista de um suposto interesse em evitar diluir nossas credenciais para negociar outros itens da agenda internacional. Também nesse caso houve uma “opinião discordante”, que defendeu maior proatividade do Brasil na conturbada região.
Em resumo, mesmo assinalando algumas diferenças que o relatório recomenda sejam tratadas com respeito e tolerância, que abismo entre a visão dos insuspeitos membros da comissão do conselho norte-americanos- e aquela defendida por parte da nossa elite, que insiste em ver o Brasil como um país pequeno (ou, no máximo, para usar o conceito empregado por alguns especialistas, “médio”), que não deve se atrever a contrariar a superpotência remanescente ou se meter em assuntos que não são de sua alçada ou estão além da sua capacidade. Como se a Paz mundial não fosse do nosso interesse ou nada pudéssemos fazer para ajudar a mantê-la ou obtê-la.
*tijolaço

sábado, julho 23, 2011

Livro escrito por rabinos afirma que matar não judeus não é crime, mesmo sendo crianças

Um livro que está fazendo sucesso em Israel diz que assassinar um não judeu não é crime.
O nome do livro é A Torah dos Reis.
Seus autores são dois rabinos, Yitzhak Shapira e Yosef Elitzur.
E o mais grave é que o tal livro teve apoio de dois dos principais rabinos de Israel: Dov Lior e Yacob Yousef.
Além de afirmar que matar não judeu não é crime,  a obra( se assim podemos denominá-la) ensina  que matar crianças não judaicas também não é crime.
Mas atenção!
De acordo com o livro, as crianças só deverão ser assassinadas se houver suspeitas de que  elas poderão se tornar terroristas quando crescerem.
Ao ler tamanha estupidez no murdochiano site da BBC  AQUI, minha primeira reação foi dizer que os rabinos autores do livro são anencefálicos e os rabinos que os apoiaram são psicopatas.
Infelizmente não são uma coisa nem outra.
Nem anencefálicas e nem psicopatas.
São seres normais e o mais grave é que contam com o apoio de grande parcela da sociedade israelense.
Pobre humanidade...
*GilsonSampaio

91 MORTOS EM OSLO:
AS DIMENSÕES CATASTRÓFICAS DO MASSACRE E O IMPÉRIO DO PRECONCEITO 


A primeira reação da chamada grande imprensa diante dos atentados de dimensões catastróficas ocorridos em Oslo, em que morreram cerca de 90  pessoas, foi relacionar sua autoria a grupos terroristas islâmicos. O 'New Yok Times' chegou a divulgar um texto atribuído a um desses grupos,  que confirmava a autoria dos massacres. A informação foi rapidamente replicada em todo o mundo, sem qualquer investigação empírica, como algo dotado de uma lógica  autoexplicativa. Era falso. Tudo isso aconteceu antes que o próprio governo noruegues fornecesse uma pista para elucidar as motivações dos atentados. Quando se pronunciou, foi para advertir  que as maiores suspeitas recaíam sobre um noruegues branco, alto, louro, de olhos claros,  islamofóbico associado a grupos  de extrema direita  em Oslo, onde acontece a festa anual de entrega do Prêmio Nobel da Paz. O enredo não fazia sentido. Na pauta esfericamente blindada da narrativa dominante  quase não há espaço para interações entre extrema direita política e violência terrorista. É bom ir se acostumando. O estreitamento do horizonte social produzido por interesses financeiros que levaram o mundo a uma espiral ascendente de incerteza, desemprego e volatilidade gera impulsos mórbidos que a extrema direita historicamente instrumentalizou. Vide as duas guerras mundiais do século 20. Uma precipitação da mídia em circunstancias como essa envolve o risco, nada desprezível, de desencadear represálias violentas contra comunidades etnicas e religiosas em diferentes pontos do planeta. É inevitável lembrar que a manipulação do medo e do ódio nos EUA, através de mídias como a Fox News, de Rupert  Murdoch, após o repulsivo atentado de 11 de Setembro, pavimentou o caminho de uma guerra desordenada em busca de 'armas de destruição em massa', de resto nunca encontradas. Sobretudo em situações extremas, a pluralidade da informação de alcance isonômico mostra-se uma salvaguarda indispensável da democracia contra a manipulação do medo e da dor pelo império do preconceito e da intolerancia.
(Carta Maior; Sábado, 23/07/ 2011)

E se o monstro fosse árabe?

O homem que invadiu um acampamento da Juventude Trabalhista da Noruega e matou pelo menos 91 pessoas está preso. É norueguês e um tipo perfeitamente nórdico: louro, alto, de olhos claros.
A BBC diz que ele tem , segundo a polícia, “opiniões políticas voltadas para a direita, anti-islâmicas”.
Pelo fato de ter comprado seis toneladas de fertilizantes, a partir dos quais se pode produzir explosivos, ele também é suspeito do atentado contra os escritórios do governo norueguês, também do Partido Trabalhista.
Se fosse um árabe, a esta altura muitos estariam clamando por retaliações.
Mas não é.
Será que são preciso situações monstruosas como esta para que a gente pare de raciocinar com racismo e preconceito religioso?
Quem não se lembra que, aqui, buscou-se relacionar o atirador de Realengo com o islamismo? E agora, quando precipitadamente atribuíram a explosão a uma organização árabe.
É este tipo de intolerância que alimenta os delírios racistas  que alimenta personalidades doentias capaz de tais loucuras.
*tijolaço

Encontro com Milton Santos ou: O Mundo Global visto do lado de cá (2006)

(Brasil, 2006, 89 min - Direção: Silvio Tendler)
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Documentário brilhante
feito a partir de uma entrevista  com Milton Santos, um dos maiores pensadores mundiais, poucos meses antes de sua morte. Mostra os bastidores e consequências da Globalização no Brasil, na América Latina e no Mundo.
Debate-se os movimentos sociais, na luta contra o liberalismo, que venceram o poder da corrupção.
Propõe novas maneiras inspiradoras de se combater a informação deturpada da mídia, mostrando atitudes que tiveram êxito.
Participações de grandes pensadores como José Saramago e Eduardo Galeano.
Se você é um idealista, recomendamos esse filme!
(Sinopse original do docverdade)




















*GilsonSampaio




A importância da organização da militância petista na internet

Coordenador do Movimento dos Ativistas Virtuais do PT-SP, o internauta Adolfo Pinheiro Fernandez alerta que o partido deve ficar atento, e se organizar junto aos militantes que usam a internet como local de debate. Fernandez alerta ainda que os partidos da oposição contratariam internautas, que espalham e-mails difamatórios, como os que foram corriqueiros nas eleições passadas. Ainda segundo ele, o PT tem uma militância enorme nas redes sociais, que precisa estar organizada para os debates. Outro alerta é em referência à democracia na rede. O ativista diz que é preciso ficar atento para eventuais leis que não permitam a democracia e a popularidade na rede mundial de computadores.Confira abaixo a entrevista completa.Ativista alerta sobre a importância da organização da militância petista na internet by ptbrasil

*comtextolivre

Deleite

sexta-feira, julho 22, 2011

A maquiagem do Estadão

Impressionante como o Estadão cuidou de suavizar o título original do artigo: "Reconhecendo a mudança tectônica nas relação Brasil - EUA" ("Acknowledging the tectonic shift in U.S.- Brazil relations").
A "mudança tectônica" virou uma "nova relação" na versão do Estadão.
E logo no início do artigo, o autor escreve: "Mas há quase uma década atrás, na esteira das reformas da administração Cardoso" ("But almost a decade ago, in the wake of the reforms of the Cardoso administration"). Como foi traduzido pelo Estadão? "Nos anos 90, porém, na esteira das reformas de Fernando Henrique Cardoso".
Calma lá! Os "anos 90" não foram "há quase uma década atrás". Considerando que estamos em 2011, "quase uma década atrás" seria, no máximo, 2002.
Este é apenas um exemplo, sutil, de como a nossa imprensa distorce a realidade - sendo que "a realidade", pode ser facilmente comprovada no texto original, aqui.


A nova relação EUA-Brasil 
Estadão
Eugênio Issamu
Washington precisa se livrar de preconceitos e reconhecer que o maior país da América Latina já é uma potência global
16 de julho de 2011 - David Rothkopf, Foreign Policy - O Estado de S.Paulo
Durante anos, uma piada muito repetida dizia que o Brasil era o país do futuro - e sempre seria. Nos anos 90, porém, na esteira das reformas de Fernando Henrique Cardoso e, depois, graças aos notáveis mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e à aplicação do povo brasileiro, a piada foi superada pelos fatos. Como investidores, CEOs, jornalistas e as potências mundiais já reconheceram, o futuro chegou para o Brasil.
Embora líderes americanos, como os presidentes George W. Bush e Barack Obama tenham reconhecido a mudança, muita gente na comunidade política dos EUA continua cética e resistente. Sim, o Brasil estava em ascensão, diziam, mas sempre encontravam um modo de qualificar suas opiniões, de estabelecer uma condição após a outra que o Brasil teria de preencher para ser visto como "uma potência de primeira classe".
Enquanto especialistas na Ásia aceitavam a ascensão da China e da Índia e, rapidamente, começaram a refazer a política com base nas relações cambiantes de poder, os analistas de América Latina se aferraram ao passado, às velhas formulações e preconceitos. Aos olhos dessas peças de museu vivas da pequena comunidade de assuntos latino-americanos em Washington, o Brasil poderia ser o país do futuro - poderia até mesmo ser o país do presente -, mas nós deveríamos nos aferrar às políticas do passado até que tenhamos novas informações.
Agora, o Council on Foreign Relations (CFR) divulgou um novo relatório sobre as relações EUA-Brasil que avança bastante para romper com o passado e recomenda que os EUA adotem uma nova posição política com Brasília. O ponto central do relatório é que o Brasil precisa ser visto em separado da política latino-americana e como uma das potências globais mais importantes da atualidade.
O relatório Global Brazil and U. S.-Brazil Relations é o resultado de mais de um ano de trabalho de uma força-tarefa liderada pelo ex-secretário de Energia dos EUA Samuel Bondman, pelo ex-presidente do Banco Mundial James Wolfensohn e chefiada por Julia Sweig, diretora de estudos sobre a América Latina do CFR. Eu fiz parte do grupo e as discussões foram um microcosmo fascinante de todos os debates, entusiasmos e frustrações que marcaram as conversas sobre as relações EUA-Brasil nos últimos anos.
Embora não seja nada de mais considerar como um player global um país que é o quinto mais populoso do mundo, que tem a quinta maior área e taxas de crescimento que farão dele a quinta maior economia do planeta, não é fácil desfazer hábitos históricos e velhos arcabouços políticos. É isso, porém, que esse relatório faz ao enumerar as maneiras pelas quais o Brasil terá um papel central em questões que vão do comércio ao clima, da energia à modelagem de uma política econômica global.
No entanto, apesar de toda sua abrangência e extensão, o ponto do relatório que receberá maior atenção é a recomendação de que o governo Obama "endosse plenamente" a aspiração do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Embora esse passo, que vai além do apoio oferecido por Obama em sua recente visita ao Brasil, possa ser visto como simbólico, visto que a reforma do Conselho de Segurança, provavelmente, demorará anos, ele provavelmente teria repercussões profundas no Brasil.
Segundo o relatório, "um endosso formal dos EUA ao Brasil faria muito para superar uma desconfiança persistente do governo brasileiro de que o comprometimento de Washington com uma relação madura, entre iguais, é, em grande parte, retórica".
Não é pouca coisa. O tratamento dado pelos EUA aos brasileiros - mesmo durante o governo Obama, que parece sinceramente comprometido com o aprofundamento das relações - refletiu teimosamente as velhas noções sobre qual deveria ser o papel internacional do Brasil. Isso ficou evidente nas reações à iniciativa brasileira e turca para costurar um acordo sobre o programa nuclear do Irã.
Como o Brasil se afastou do script dos EUA e agiu de maneira independente - apesar de ter recebido um endosso explícito da Casa Branca para seguir em frente com seu plano - os EUA ficaram frustrados e ofendidos com a ação brasileira.
Como os EUA sempre acharam que o Brasil deve ocupar um papel secundário em assuntos externos, porém, Washington não tratou essa diferença de pontos de vista da mesma forma que trata as enormes diferenças com outros países do Brics, como China, Rússia ou Índia.
Em vez disso, os EUA tentaram penalizar os brasileiros por sua independência, mais especialmente ao não dar um pleno apoio às aspirações do Brasil ao Conselho de Segurança do tipo que já ofereceram à Índia. Isso apesar de Washington ter tido muitas discordâncias políticas iguais ou piores com Nova Délhi, incluindo uma sobre o programa nuclear indiano.
Esse tipo de discurso duplo, um para potências emergentes da Ásia e outro para a potência emergente das Américas, é a fonte do ceticismo do Brasil até agora sobre a sinceridade com que os americanos estão saudando sua ascensão.
Outra razão da resistência em apoiar o reconhecimento da legítima demanda do Brasil de ser reconhecido como uma potência global provém da velha política americana para a América Latina, que argumenta que os EUA precisam ir devagar com o Brasil para não ofender outras potências regionais aspirantes, como México e Chile.
Entretanto, não há motivos para que esses países recebam um status semelhante ao do Brasil, além de seu saudável orgulho nacional. Alguém acha que houve um grande debate entre líderes da Ásia sobre como a Indonésia (mais populosa do que o México) ou a Austrália (que tem uma economia maior do que a do México) se sentiriam sobre o apoio americano à Índia? Certamente que não. As potências na Ásia já são vistas automaticamente por especialistas políticos americanos como players globais mais sofisticados do que a maioria dos países da América Latina.
Esse relatório, cujos signatários incluem o ex-subsecretário de Estado, Nick Burns, o ex-assessor para a política latino-americana de Bill Clinton, Nelson Cunningham, a ex-embaixadora americana no Brasil, Donna Hrinak, e o ex-presidente do Conselho de Inteligência Nacional, Robert Hutchings, representa a mais recente constatação de como os EUA deveriam rever o papel das potências emergentes. Como tal, o relatório é um grande passo adiante e foi um privilégio estar associado à iniciativa.
Tradução de Celso Paciornik, analista do Carnegie Endowment for International Peace
By: Foo
*comtextolivre

Deleite

LULA no Recife orquestra cidadã é exemplo

É muito mais barato investir num programa como esse para evitar que o jovem se torne um marginal do que trabalhar para ressocializar quando ele já entrou no mundo do crime"
O ex-presidente Lula citou o trabalho desenvolvido pela Orquestra Criança Cidadã como exemplo de ressocialização para o país. "É muito mais barato investir num programa como esse para evitar que o jovem se torne um marginal do que trabalhar para ressocializar quando ele já entrou no mundo do crime", disse.
Lula disse que leva o exemplo dos meninos do Coque para as conferências internacionais que participa. "Se alguém passou por tudo que passei e consegui ser presidente, então qualquer pessoa pode ser o quiser. Basta um pouco de amor e carinho. Vocês não nasceram para ser marginais e nem precisam viver no Coque a vida inteira", disse o ex-presidente com incentivo aos meninos.
O ex-presidente prometeu continuar levantando a bandeira da orquestra. "Eu não sou mais presidente, mas sou amigo do governador, do prefeito, dos senadores e da presidente Dilma. Podem contar comigo, pois a minha disposição é mesma", disse.
"Vou falar para a Dilma que, quando ela vier ao Recife, que assista a uma apresentação da Orquestra Criança Cidadã. Como mãe e como avó, sei que ela vai abraçar essa e outras orquestras pelo País", acrescentou.








*comtextolivre