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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 24, 2011

Os Palestinos são os novos judeus


Os palestinos são os novos judeus

Os palestinos sangraram por 63 anos o preço pago pelo erro fatal da oposição de seus líderes ao plano de partição de 1947; os israelenses não devem agora lamentar por outros 63 anos e pagar um alto preço por sua teimosia e oposição resistente ao plano de partição de 2011. Olhem para eles e olhem para nós. Eles são o que nós fomos um dia. O artigo é de Gideon Levy.

Olhe para os palestinos e olhe para nós. Olhe para os seus líderes e lembre dos nossos. Não, é claro, dos que temos hoje, mas dos que um dia tivemos, aqueles que estabeleceram um estado para nós. Os palestinos são os novos judeus e seus líderes são impressionantemente parecidos aos ex-líderes sionistas.

O David Ben-Gurion deles não está mais com eles – Yasser Arafat morreu em circunstâncias misteriosas – mas olhe para Mahmoud Abbas: não é ele Levi Eshkol? Saeb Erekat – não é Abba Eban? Salam Fayyad – não é ele Pinhas Sapir ou Eliezer Kaplan? A mesma moderação, a mesma personalidade discreta, o mesmo pragmatismo, a mesma sabedoria política e até, em certo grau, o mesmo senso de humor. Para alcançar o que é alcançável, desistir dos grandes sonhos – no plano de partição e também na solução dos dois estados.

Na época, foram os líderes sionistas pragmáticos que concederam e transigiram, hoje, são os líderes pragmáticos da Autoridade Palestina. Na época eles insistiam em ter tudo, agora é nossa vez. Ambos foram fustigados por uma oposição interna extremista, ultranacionalista e intransigente.

O grupo palestino que está agora na ONU deveria nos lembrar do grupo de sionistas que estiveram na mesma instituição, 64 anos antes. Sim, eles têm diferenças. E ainda assim sua similaridade é cativante: hoje eles são os fracos versus os fortes, Davi versus Golias, seu Qassam não pode não nos lembrar de nosso Davidka [Davizinho].

Eles são hoje aqueles cuja causa é justa aos olhos do mundo. O mesmo mundo que entendeu, em novembro de 1947, que os judeus (e os palestinos) mereciam um estado, entende em setembro de 2011 que os palestinos finalmente merecem um estado. Então, depois do trauma do Holocausto, agora, depois do trauma da ocupação, sem fazer comparações.

Nos próximos dias o povo estará grudado nos seus rádios, contando os votos: Rússia, sim; Estados Unidos, não; Argentina – abstenção. Isso não nos lembra de tempos esquecidos? As Nações Unidas cresceram desde então, mas a proporção será similar: uma maioria absoluta a favor. A diferença: as grandes potências apoiaram a partição na época, a grande potência hoje se opõe ao estado palestino. Mas a validade moral permanece a mesma, não há mais quem no mundo seriamente afirme que eles não merecem o que nós merecemos, sem ser racista, ou chauvinista ou um oportunista cínico.

É impressionante como os israelenses não estão dispostos a reconhecerem as similaridades. É impressionante como estão sendo usados e como estão cegos, por conta de uma campanha de lavagem cerebral e das táticas do medo, por meio das quais o reconhecimento dos direitos dos palestinos são apresentados como uma ameaça e um perigo existencial, e nada mais.

Por que é que não há israelenses o suficiente que veem a oportunidade e a esperança para Israel neste passo diplomático? Sim, para Israel também. E por que é que não há israelenses o suficiente que veem nitidamente o fato claro de que o coração de quase o mundo inteiro está com os palestinos, e que não estão tocando uma sirene ensurdecedora e atrasada em homenagem a eles?

Israel no seu nascimento foi considerado um modelo de sociedade, muitíssimo distante do que o é a Palestina, no seu. Israel legou valores para o mundo socialista e feminista, o kibutz e o moshav, a absorção de imigrantes e a igualdade da mulher – um farol de igualdade e justiça social. Os palestinos estão hoje numa posição inferior: sua sociedade é mais corrupta e menos igualitária que a nossa era, nem eles estabeleceram um estado por si mesmos, com instituições sólidas como as que tínhamos.

Mas a situação aqui se tornou irreconhecível. A Israel de 2011 não é mais considerada um modelo de sociedade em nenhum aspecto. Com um certo número de políticos israelenses corruptos na prisão, ou a caminho, com um capitalismo bastante selvagem e uma ocupação bastante brutal, a história do grande sucesso nacional e social do século 20 é hoje considerada a história de uma oportunidade perdida no século 21. O caminho da reparação dessa oportunidade fatal perdida deve ser agora o do novo plano de partição.

Os palestinos sangraram por 63 anos o preço pago pelo erro fatal da oposição de seus líderes ao plano de partição de 1947; os israelenses não devem agora lamentar por outros 63 anos e pagar um alto preço por sua teimosia e oposição resistente ao plano de partição de 2011. Olhem para eles e olhem para nós. Eles são o que nós fomos um dia.

Tradução: Katarina Peixoto
*Brasilmobilizado

#Forum10: A primeira festa-debate com shows, cerveja e transmissão ao vivo

A #Forum10, festa que celebrará os 10 anos da Revista Fórum e que acontece neste sábado na Casa do Fora do Eixo em São Paulo (rua Scuvero, 282, Cambuci), está com a programação de debates praticamente fechada. Serão nove mesas e um momento que estamos chamando de Arena Livre. A programação será transmitida ao vivo pela internet (este blog, por exemplo, vai estar lincado) a partir das 10h do sábado. Algo mais ou menos na linha do que foi o 48h no primeiro e no segundo turno da última eleição presidencial, mas agora com uma grade organizada.
Dispenso-me de comentários a respeito da qualidade dos debatedores. Só preciso agradecer a cada um deles que se dispôs a participar do evento na mais absoluta camaradagem. O que mostra que a rede colaborativa que estamos construindo é capaz de ações muito ousadas. E bonitas.
Mas não pense que o evento será só com debates. É festa. E não vai faltar festa.

Jornalista Merval Pereira toma posse na Academia Brasileira de Letras e deixa feliz o Machado de Assis branco da Caixa Econômica , mas o real e mestiço se revira em seu túmulo e pede que retirem seu nome dessa instituição. Esse Merval está na mesma Academia do homem que escreveu "Dom Casmurro". Capitolina - a Capitu chora , envergonhada pela traição dos "imortais"

JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O jornalista fluminense Merval Pereira, 61, tomou posse da cadeira 31 da ABL (Academia Brasileira de Letras) nesta sexta (23), ocupando o lugar do escritor gaúcho Moacyr Scliar, morto em fevereiro.
"Minha função como acadêmico é a mesma de como jornalista: produzir conhecimento e difundi-lo para o bem do nosso país e da nossa cultura", disse ele na cerimônia de posse, no centro do Rio.
No discurso, ele comemorou o fato de o jornalismo se fazer presente na Academia, ao lembrar que vários de seus antecessores no assento também trabalharam na imprensa --entre eles, o próprio patrono da vaga, o poeta fluminense Pedro Luís (1839-1884).
Pereira também fez uma defesa da liberdade de imprensa e criticou qualquer tentativa de controle da mídia.
Além de acadêmicos --inclusive o senador José Sarney (PMDB-AP)--, participaram da cerimônia os ministros do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia e Carlos Ayres Britto. O ex-ministro do STF Eros Grau, eleito na semana passada para a Academia Paulista de Letras, também compareceu.
Merval Pereira foi eleito no último dia 2 de junho. Na ocasião, derrotou, por 25 votos a 13, o escritor baiano Antônio Torres. Houve uma abstenção.
O novo acadêmico escreveu dois livros. O primeiro, "A Segunda Guerra, Sucessão de Geisel", de 1979, reúne reportagens que fez para o "Jornal de Brasília" com o editor André Gustavo Stumpf. O último, "O Lulismo no Poder", publicado em 2010, é uma compilação de artigos que escreveu sobre os dois governos Lula.
Ele é colunista político do jornal "O Globo" e comentarista da Globo News e da rádio CBN.

Pedro Carrilho/Folhapress
O senador José Sarney entrega espada para o jornalista Merval Pereira, que tomou posse da cadeira 31 da ABL
O senador José Sarney entrega espada para o jornalista Merval Pereira, que tomou posse da cadeira 31 da ABL

"Mensalão" de SP e silêncio da mídia

Do blog Os amigos do presidente Lula:

O deputado estadual paulista Roque Barbiere (PTB), conhecido como Roquinho, concedeu entrevista ao programa "Questão de Opinião", no site do Jornal "Folha da Região" de Araçatuba, e soltou a seguinte bomba:

Vixe Maria, mas não dizem que nordestino é burro?!

Brasileiro é o 3º melhor do mundo na Olimpíada de Informática

O primeiro brasileiro a ganhar uma medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Informática foi premiado na tarde desta quinta-feira, em São Paulo. O estudante paraibano Felipe Abella Cavalcante Mendonça de Souza, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), recebeu um Ipad depois de ter ficado na terceira colocação geral da competição internacional, que ocorreu em julho, na Tailândia, e teve mais de 300 participantes. A medalha de ouro foi dada aos três primeiros colocados.

Leia mais no Nassif

Se a Globo não viu, não existiu


A gracinha do Bibi


O Bibizinho disse ontem na ONU que o pobre Estado de Israel tem sido constantemente atacado pelos brutamontes dos palestinos, que contra os indefesos judeus lançam pedras, verdadeiros torpedos mortíferos.

Deu dó.

Fui às lágrimas.

E vocês observaram as paradas de efeito que o Bibi dava ao final de quase todos os parágrafos que lia?

Geil! (Tesão)

Ai, ai, aquele olhar!

Que dramaticidade! *Brasilmostraatuacara

Palestina, uma vergonha para o mundo

Minha geração cresceu admirando a luta dos palestinos por sua terra. A de meus filhos, idem. Não pode haver um de nós que, baseado nos princípios de justiça, possam desejar que mais uma geração tenha de ver um povo ser pátria, como foi, antes, o próprio povo judeu.
A fala do líder da Autoridade Palestina, Mahamoud Abbas, hoje, na Assembléia da ONU, foi um momento do qual devemos nos envergonhar. Não porque é justo, correto e civilizado. Mas porque é tardio e, ainda assim, rechaçado.
66 anos após a fundação das Nações Unidas, 64 anos após a comunidade dos países ter criado, com terra palestina, o Estado de Israel, nem mesmo o Estado Palestino, estabelecido ali, pôde começar a existir.
De novo como os judeus, eles passaram a andar de terra em terra, apartados, colocados em guetos, discriminados. Onde se refugiavam, eram alvo de ataque, como ocorreu na Jordânia e, depois, no Líbano.
Lembro-me, com toda a nitidez, de uma cena impressionante, eu jamais me sairá da memória, quando dois palestinos, com uma pequeníssima metralhadora montada na traseira de uma camionete dos anos 50, corriam como numa daquelas antigas comédias dos anos 30, pelas ruas destruídas de Beirute, tentando, obviamente em vão, atingir os jatos F-5 americanos da Força Aérea que bombardeavam impiedosamente a cidade de um dos lados da chamada “Linha Verde”, que a separava entre cristãos e muçulmanos.
Os israelenses, agora, eram Golias, não mais  David.
Inútil argumentar que há terroristas entre os palestinos. Havia-os também entre os judeus dos anos 40, ansiosos por terem seu país, sua terra, seu Heretz Israel.
Entre eles, Menahen Beguin, que fez parte da organização Irgun, que matou soldados britânicos e explodiu o Hotel Rei David, onde funcionavam serviços britânicos e moravam as famílias dee seus funcionários. Morreram 91 pessoas: ingleses, árabes e judeus, em 1.946. Menahem Beguin tornou-se, três décadas depois, primeiro-ministro de Israel.
Israel tem razão ao afirmar que não se fará a paz com o simples reconhecimento do Estado Palestino. Não, não se fará.  O reconhecimento pleno da palestina é, porém, o primeiro e indispensável passo para qualquer possibilidade de acordo duradouro, porque nivela os palestinos á condição de um  povo que precisa de soluções para ter um território e, assim, ter um país.
Sem a figura de Yasser Arafat, o homem que simbolizou a longa luta palestina, tudo é mais difícil. Não há outra liderança simbólica como ele, é verdade, capaz de unir os palestinos. Igualmente, a prolongada política de tolerância internacional com a ocupação de terras palestinas criou centenas de milhares de problemas, um em cada família israelense que ocupa o chão palestino e seus melhores – e parcos – recursos de terra agricultável, com fontes de água.
Não importa o tamanho das dificuldades, porém, para tornar pequenos os deveres com os palestinos que o mundo tem. Se saudamos e até autorizamos ações militares para que árabes tenham direito a terem livremente seus governos, não reconhecemos o dever da humanidade de interferir para que os palestinos tenham um país?
A atitude de negar o Estado palestino não é uma vergonha apenas para Israel e para os EUA. É uma vergonha para a humanidade, como foi a perseguição dos judeus pelo nazismo.
E se não queremos  que nosos filhos e netos vejam isso, muitíssimo menos queremos ver geração após geração de crianças palestinas aprendendo a jogar pedras ou crescer manejando armas como faria qualquer povo por sua pátria.
*Tijolaço

Jatene: Saúde precisa de dinheiro, mas PiG (*) não deixa dar


Saiu na Carta Maior:


SUS exige verba mas mídia vende tributação insuportável, diz Jatene


Em novo livro, diretor do Incor e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, diz que tecnologia impôs grandes mudanças à medicina em 40 anos. Frente a custos maiores e novo perfil epidemiológico do país, Sistema Único de Saúde precisa dobrar recursos. ‘Esse é o grande problema’, diz Jatene em entrevista exclusiva. ‘Mídia faz população acreditar que carga tributária é insuportável.’

André Barrocal


BRASÍLIA – O diretor geral do Instituto do Coração (Incor) e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, lançou nos últimos dias, em dobradinha com o atual ministro, Alexandre Padilha, o livro “40 anos de medicina. O que mudou”. São 200 páginas abrangendo a experiência de metade de uma vida que Jatene, aos 82 anos, sintetiza apontando a tecnologia como principal elemento transformador.


O avanço tecnológico levou à descoberta de novos tratamentos, permitiu diagnósticos melhores, praticamente erradicou doenças. Mas também afetou a relação entre paciente e médico, que se tornou mais impessoal. E encareceu custos na medicina, exigindo cada vez mais investimentos de um Estado que assumiu o compromisso constitucional de dar saúde gratuita para toda a população.


O problema dos custos é de difícil solução, na opinião de Jatene, porque o debate sobre o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se um tabu duro de quebrar.


“Quem controla a mídia faz a população acreditar que a carga tributária é insuportável”, disse o médico à Carta Maior. “Mas, se você tirar a Previdência Social do orçamento, e a Previdência é um dinheiro dos aposentados que o governo apenas administra, vai ver que a nossa carga tributária está abaixo de 30%. É pouco para um país como o Brasil.”


O leitor confere a seguir os principais trechos da breve entrevista exclusiva, concedida por telefone na última segunda-feira (19), antes de os deputados derrubarem a criação de um novo imposto para custear a saúde pública no Brasil.


Como o senhor resumiria o livro: o que mudou na medicina em 40 anos?


Jatene: O que mudou é realmente a tecnologia. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro. O diagnóstico à distância, por meio de exames, afastou o médico dos pacientes, a conversa ficou abreviada.


Mas a tecnologia também dever ter ajudado, não?


Jatene: Ajudou muito, criou vacinas contra poliomelite, sarampo. Hoje, são doenças que não existem mais. E também criou técnicas menos invasivas.


O perfil epidemiológico do brasileiro mudou muito também? Isso tem impacto nos custos da saúde, que ficam maiores?


Jatene: Claro, esse é o grande problema.


E O SUS, que está fazendo 21 anos, está preparado para essa nova situação?


Jatene: É preciso que as pessoas entendam aritmética: é preciso ter recursos. Eu estimo que o orçamento do SUS precise dobrar, mas não há nenhuma possibilidade de dobrar.


Então o senhor é a favor de um novo tributo?


Jatene: Quando estive no governo, eu defendi a CPMF. Mas não estou mais. Apontar as fontes de financiamento não é responsabilidade minha, mas do governo e do Congresso.


Com essa sua experiência de médico e gestor, o que o senhor diria que conta mais para melhorar a saúde no Brasil: gestão ou financiamento?


Jatene: As duas coisas ao mesmo tempo são importantes. Já avançamos muito na gestão, os grandes hospitais de São Paulo, por exemplo, buscam gestores públicos. Mas faltam recursos.






(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
*PHA

Charge do Dia

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Discurso na ONU do Presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad 

ONU - Discurso de Mahmoud Ahmadinejad
ONU Imperialistas se retiram


Caros colegas e amigos,
É claramente evidente que, apesar de todas as realizações históricas, incluindo a criação das Nações Unidas, que foi produto das lutas e esforças incansáveis de indivíduos livres de espírito e na busca de Justiça, bem como da cooperação internacional, as sociedades humanas estão ainda longe de cumprir seus nobres desejos e aspirações;
A maioria das Nações do mundo estão descontentes com as atuais circunstâncias internacionais;
            E apesar do anseio e aspiração geral para promover a paz, progresso e fraternidade, guerras, assassinato em massa, pobreza generalizada e crises sócio-econômicas e políticas continuam a infringir os direitos e a soberania das Nações, deixando para trás um dano irreparável em todo o mundo;
Aproximadamente, três bilhões de pessoas do mundo vivem com menos de 2,5 dólares por dia e mais um bilhão de pessoas ainda vive sem ter sequer uma refeição suficiente por dia;
Quarenta por cento das populações mais pobres do mundo compartilha apenas cinco por cento do rendimento global, enquanto vinte por cento das pessoas mais ricas compartilhar setenta e cinco por cento da renda global, total.
Mais de vinte mil crianças  inocentes e carentes morrem diariamente no mundo por causa da pobreza.
Oitenta por cento dos recursos financeiros nos Estados Unidos é controlado por dez por cento de sua população, enquanto apenas vinte por cento destes recursos pertencem a noventa por cento da população.
Quais são as causas e as razões por trás dessas desigualdades? Qual é solução para tal injustiça?
Aqueles que dominam centros da gestão global, com o distanciamento entre moralidade, espiritualidade e com a vida social, colocam a culpa na aspiração dos seguidores das religiões e a busca do caminho dos profetas divinos ou na fraqueza das Nações e no mal desempenho de uma série de grupos ou indivíduos. Eles alegam que apenas suas opiniões, abordagens ou prescrições podem salvar a humanidade e a economia mundial.
Caros colegas e amigos
Acho que a raiz dos problemas deve ser procurada na ordem internacional vigente, ou a maneira como o mundo é governado.
Gostaria de chamar a atenção para as seguintes perguntas:
ü Quem escravizou dezenas de milhões de pessoas na África, nas suas casa  e noutras regiões do mundo durante o período negro da escravidão, tornando-os uma vítima de sua ganância materialista?
ü Quem instituiu o colonialismo por mais de quatro séculos sobre este mundo, ocupando terras e saqueando maciçamente recursos de outras nações, destruindo talentos, línguas, culturas e identidades das Nações?
ü Quem desencadeou a primeira e segunda guerras mundiais, que deixaram  cerca de setenta milhões de mortos e centenas de milhões de feridos ou desabrigados. Quem criou as guerras na península coreana e no Vietnã?
ü Quem instituiu, através de enganos e hipocrisia, os sionistas e incendiou mais de sessenta anos de guerra, causando desabrigo, assassinato e massacre do povo palestino e  em países da região?
ü Quem impôs e apoiou durante decádas as ditaduras militares e regimes totalitários às nações asiáticas, Africanas e latino-americanas?
ü Quem usou bomba atômica contra o povo indefeso e hoje armazena milhares de ogivas em seus arsenais?
ü A economia de qual país depende de travar guerras e vender armas?
ü Quem provocou e incentivou Saddam Hussein a invadir e impor uma guerra de oito anos ao Irã, e quem o equipou e ajudou  a utilizar  armas químicas contra nossas cidades e nosso povo.
ü Quem usou o misterioso incidente de 11 de setembro como um pretexto para atacar o Afeganistão e o Iraque - matando, ferindo e desalojando milhões em dois países-com o objetivo final de trazer a sua dominação ao Oriente Médio e seus recursos de petróleo?
ü Quem aboliu o sistema de Bretton Woods imprimiu trilhões de dólares sem o respaldo das reservas de ouro ou moeda equivalente?
Um movimento que desencadeou a inflação em todo o mundo e foi destinado a predar os ganhos econômicos de outras nações.
ü A quem pretence gastos militares que excedem anualmente centenas bilhão de dólares, a mais do que os orçamentos militares de todos os países do mundo?
ü Quais são os governos mais endividados do mundo?
ü Quem são os dirigentes dos principais estabelecimentos de formulação de políticas da economia mundial?
ü Quem são responsáveis pela recessão econômica mundial e estão impondo suas consequências na América, Europa e o mundo em geral?
ü Quem são  os governos sempre prontos para soltar milhares de bombas em outros países, mas refletindo  e hesitando em enviar um pouco de ajuda alimentar para as pessoas atingidas pela fome na Somália e em outros lugares?
ü Quem são os que dominam o Conselho de segurança que supostamente é responsável por garantir a segurança internacional?
Existem dezenas de outras questões similares e claro, as respostas são claras.
A maioria das Nações e governos do mundo não tiveram nenhum papel na criação da atual crise global e de fato eles próprios foram vítimas de tais políticas.
É tão lúcida  que os mesmos mestres de escravos e potências colonialistas que instigaram uma vez as duas guerras mundiais causaram misérias generalizadas e desordem com efeitos profundos em todo o mundo desde então.
Caros colegas e amigos,
Estes poderes arrogantes realmente têm a competência e a capacidade de executar ou governar o mundo, ou se pode aceitar que eles sejam chamados como o único defensores da liberdade, democracia e direitos humanos, enquanto eles militarmente atacam e ocupam outros países?
Pode a flor da democracia  florecer de mísseis da OTAN, bombas ou, das armas?
Senhoras e Senhores Deputados;
Se alguns países europeus ainda usam o Holocausto, depois de seis décadas, como desculpa para recompensar os sionistas, como eles devem compensar e pagar indenizações às Nações africanas pelas épocas  coloniais e de escravidão ?
Se, de fato, foram compensados os danos e perdas do período da escravidão e do colonialismo, o que aconteceria com os poderosos bastidores nos Estados Unidos e na Europa? Será que permanecem eventuais lacunas entre o norte e o Sul?
Se apenas metade das despesas militares dos Estados Unidos e seus aliados na OTAN é destinada para ajudar e resolver os problemas econômicos nos seus próprios países,  será que não resolvem qualquer sintoma da crise econômica?
O que aconteceria, se a mesma quantidade fosse  alocada para as nações pobres?
Qual é a justificativa para a presença de centenas de bases militares e de inteligência em diferentes partes do mundo, incluindo 268 bases na Alemanha, 124 no Japão, 87 na Coréia do Sul, 83 na Itália, 45 no Reino Unido e 21 em Portugal? Isso significa algo diferente de ocupação militar?
As bombas implantadas nas referidas bases não minam a segurança das outras nações?
Senhoras e Senhores Deputados
A questão principal é a busca para a causa de tais atitudes?
A principal razão deve ser procurada em atitude e comportamentos dos gestores e os grupos dominantes.Um conjunto de pessoas em contradição com o instinto humano e que também não têm nenhuma fé em Deus e no caminho dos profetas divinos, substituiram sua luxúria e materialismo com valores celestiais.
Para eles, só o poder e a riqueza prevalecem e cada tentativa deve pôr em foco essas metas sinistras.
Nações oprimidas não têm esperança de restaurar ou preservar os seus direitos legítimos contra esses poderes.
Estes poderes buscam seu progresso, prosperidade e dignidade através da pobreza, da humilhação e da aniquilação dos outros.
Consideram-se superior aos outros, gozam de privilégios especiais, ou concessões. Eles não têm nenhum respeito pelos outros e facilmente violam os direitos de todas as Nações e governos.
Eles proclamam-se como os guardiões incontestáveis de todos os governos e nações através da intimidação, recorrem à ameaça e à força e ao abuso dos mecanismos internacionais. Eles simplesmente desrespeitam e violam direitos  e regulamentos internacionais.
Insistem em impor seu estilo de vida e crenças aos outros.
Oficialmente apoiam o racismo.
Eles enfraquecem países através de uma intervenção militar, destruindo sua infra-estrutura, para saquear seus recursos, tornando-os ainda mais dependentes.
Eles semeiam as sementes do ódio e da hostilidade entre as Nações e povos, para impedi-los de cumprir suas metas de desenvolvimento e progresso.
Todas as culturas, identidades, vidas, valores, as mulheres, os jovens, famílias,bem como a riqueza das Nações são sacrificados por suas tendências hegemônicas e por sua inclinação a escravizar e explorar  os outros.
A hipocrisia e a mentira são permitidos para proteger seus interesses e objetivos imperialistas. Promoção do uso de droga, chacina de inocentes também são permitidos em busca de tais objetivos diabólicos. Apesar da presença da OTAN no Afeganistão, tem havido um aumento dramático na produção de drogas ilícitas nesse país.
Eles não toleram nenhuma pergunta ou crítica, e em vez de apresentar uma razão para suas violações, sempre colocaram-se na posição de requerente.
Usando sua rede de mídia imperialista que está sob a influência do colonialismo, ameaçam quem questiona o Holocausto e o 11 de setembro com sanções e ação militar.
No ano passado, quando tratei da necessidade de formar uma comissão de verdade para  apuração de fatos  e realização de uma investigação completa sobre os elementos ocultos envolvidos no incidente de 11 de setembro nos Estados Unidos que é também apoiada por todos os governos independentes e pela maioria das nações, o meu país e eu pessoalmente fomos ameaçados pelo governo dos Estados Unidos.
Ai invés de atribuir uma equipe para averiguação, eles mataram o principal autor e jogaram seu corpo para o mar.
Não teria sido razoável, levá-lo à justiça e tentar abertamente identificar o autor principal do incidente e os elementos que forneciam o espaço seguro para que as aeronaves invasoras atacassem as torres gêmeas?
Por que não terá  sido permitido trazê-lo para julgamento, com  intuito de ajudar a reconhecer quem lançou estes grupos terroristas, guerras e outras misérias trazidos à região?
Existe qualquer informação classificada que deve ser mantida em segredo?
Eles vêem o sionismo como uma noção sagrada ou ideologia e qualquer questão relativa à sua própria Fundação e História é condenada por eles como um pecado imperdoável. No entanto eles endossam e permitem sacrilégios e insultos contra crenças das outras religiões divinas.
Caros colegas e amigos,
A verdadeira liberdade, justiça, dignidade, bem estar e duração de segurança são  direitos de todas as Nações.
Estes valores também não podem ser alcançados pela confiança no atual sistema ineficiente de governança mundial, nem através da intervenção das arrogantes potências mundiais e das  armas das forças da OTAN.
Esses valores só poderiam ser obtidos sob a independência e o reconhecimento do direito dos outros e através da cooperação e harmonia.
Existe alguma maneira de abordar os problemas e desafios que afetam o mundo, usando os mecanismos internacionais vigentes ou ferramentas para ajudar a humanidade a alcançar a aspiração de longa data de paz, segurança e igualdade?
Todos aqueles que tentaram introduzir reformas, salvaguardando as normas tendências existentes falharam. Os esforços valiosos, o movimento não-alinhado e grupo 77 e 15 assim como por alguns indivíduos proeminentes, apesar de ter impacto , não conseguiram trazer mudanças fundamentais.
Governança e gestão do mundo implicam reformas fundamentais
Mas o que é que deve ser feito agora?
Caros colegas e amigos,
Esforços devem ser feitos com uma firme determinação e através da cooperação coletiva para mapear um novo plano, de princípios e  com fundamento em valores humanos universais como o monoteísmo, justiça, liberdade, amor e a busca pela felicidade.
A idéia da criação das Nações Unidas continua a ser uma grande e histórica conquista da humanidade. Sua importância deve ser apreciada e suas capacidades devem ser utilizadas na medida do possível para alcançar  nossos nobres objetivos.
Não devemos deixar a ONU que é o reflexo da vontade coletiva e compartilhada aspiração da Comunidade das Nações, desviar-se da sua trajetória principal e jogá-la nas mãos das potências mundiais.
O terreno propício deve ser preparado para garantir participação coletiva e o envolvimento das Nações em um esforço para promover  paz e segurança duradouras.
A gestão partilhada e coletiva do mundo devem ser alcançadas no seu verdadeiro sentido e com base nos princípios subjacentes consagrados no direito internacional; e a justiça deve servir como o critério e a base para todas as decisões internacionais ou ações.
Todos nós devemos reconhecer o fato de que não há nenhuma outra maneira além da gestão partilhada e coletiva do mundo a fim de acabar com as desordens , tirania e as discriminações presentes em todo o mundo.
Isto é, de fato, a única maneira de alcançar prosperidade e bem-estar da sociedade humana, que é uma verdade estabelecida e viva.
Reconhecer a verdade acima não é suficiente , devemos acreditar e não poupar nenhum esforço para sua realização.
Caros colegas e amigos,
Gestão partilhada e coletiva do mundo é o direito legítimo de todas as Nações e nós como seus representantes, temos a obrigação de defender os nossos direitos. Embora alguns poderes tentem continuamente frustrar todos os esforços internacionais, destinados a promover a cooperação coletiva, devemos, no entanto, reforçar nossa crença na realização do objetivo de estabelecer uma cooperação partilhada e coletiva para o mundo.
As Nações Unidas foi criada para tornar possível a participação efetiva de todas as nações nos processos de tomada de decisões internacionais.
Todos nós sabemos que esse objetivo ainda não foi cumprido por causa da falta de Justiça nas estruturas de gestão atual e nos mecanismos das Nações Unidas.
A composição do Conselho de segurança é injusta e desigual. Portanto, alterações e a reestruturação das Nações Unidas são consideradas como demandas básicas das Nações que devem ser abordadas pela Assembléia Geral.
Durante a sessão do ano passado, eu enfatizei a importância desta questão e pedi a designação esta década como a década da gestão Global Compartilhada e Coletiva.
Eu gostaria agora de reiterar a minha proposta e estou certo de que, através da cooperação internacional e esforços de líderes e governos mundiais empenhados e por insistência na Justiça e através do apoio de todas as outras nações, pode-se acelerar a construção de um futuro comum.
Este movimento está certamente no caminho legítimo de criação com a garantia de um futuro promissor para a humanidade.
Um futuro que será construído quando a humanidade iniciar a tendência de entrar no caminho dos profetas divinos e justos  sob a liderança de Imam al-Mahdi, o Último Salvador da humanidade e  herdeiro de todos os mensageiros divinos, e a geração pura do nosso grande profeta.
Criação de uma sociedade ideal e Suprema com a chegada de um ser humano perfeito que seja um verdadeiro  e sincero amante de todos os seres humanos, é a promessa garantida de Allah.
Ele virá com Jesus Cristo para levar os amantes da liberdade e justiça para erradicar a tirania e a discriminação e promover o conhecimento, a paz, a justiça, a liberdade e o amor em todo o mundo. Ele apresentará a cada indivíduo todas as belezas do mundo e todas as coisas boas que trazem a felicidade para a humanidade.
Hoje as nações têm sido despertadas e com o aumento da sensibilização do público, eles já não sucumbem à opressões e discriminações.
O mundo agora assiste mais do que nunca, o despertar generalizado nas terras islâmicas, na Ásia, Europa e América. Estes movimentos expandem todos os dias seu espectro e influência para prosseguir na realização da Justiça, liberdade e na criação de um  amanhã melhor.
Nossa grande nação está pronta para juntar as mãos com outras nações e marchar sobre este belo caminho em harmonia e em consonância com as aspirações comuns da humanidade.
Saúdo o amor, liberdade, justiça, conhecimento e o futuro brilhante que aguarda a humanidade.