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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Cresce a tensão contra o Irã 




 

Editorial do sítio Vermelho:

A crescente tensão que opõe, de um lado, Estados Unidos e União Europeia (França e Reino Unido, particularmente) e o Irã, demonstra, mais uma vez, que a real ameaça à paz mundial tem endereço certo e conhecido: Washington, Londres e Paris.

As tais potências ocidentais, em sua decadência, teimam em reafirmar um domínio internacional que se esvai quando a crise econômica aprofunda o enfraquecimento das velhas nações imperialistas. E insistem em tentar acuar o Irã, acusado de manter um programa nuclear para construir uma bomba atômica.



Esta acusação é o biombo que esconde as reais intenções geopolíticas envolvidas. A agressão contra o Iraque, que devastou o país, abriu espaço para o inesperado (para os governantes do imperialismo) crescimento do Irã como potência regional, ameaçando a correlação de forças na região onde Israel tem praticado contra árabes e palestinos todas as barbaridades sabidas, sem encontrar pela frente um adversário à altura em armamento e capacidade militar.

A ascensão iraniana, desde a revolução de 1979 e a guerra contra o Iraque, fomentada pelos EUA (1980-1988) para enfraquecer o governo de Teerã, é a novidade na região com a qual os imperialistas não contavam. E trabalham, desde então, para eliminá-la.

Mas o Irã contemporâneo, nascido da revolução dirigida pelo aiatolá Khomeini, é um país controverso mas unido, com forte orgulho nacional e dono de uma capacidade militar crescente, como demonstrou nos exercícios navais do final do ano, onde exibiu perante o imperialismo uma musculatura bélica considerável. Dono de uma marinha moderna e eletronicamente sofisticada, mostrou uma capacidade de autodefesa notável, com mísseis que podem atingir desde os porta-aviões norte-americanos que desfilam ameaçadoramente no Golfo Pérsico até as bases dos EUA na região e mesmo uma capital sensível, deste ponto de vista, como Tel Aviv.

Essa capacidade militar dá suporte à advertência feita pelo ministro da Defesa iraniano, o general Ahmad Vahidi, para que os navios de guerra dos EUA deixem de circular pelo Golfo. "Sempre afirmamos que a presença de forças não regionais no Golfo Pérsico era nociva e só poderia criar distúrbios. Portanto, pedimos que não estejam presentes nesta via marítima", disse o general, numa declaração que a mídia conservadora interpreta como um desafio às “potências ocidentais”. Não se trata de uma bravata ofensiva, mas a manifestação preocupada de um chefe militar cioso da defesa de seu país ameaçado pela presença militar estrangeira em suas fronteiras.

Além dos aspectos militares, o quadro se agrava neste início de ano depois que o governo do presidente Barack Obama aprovou leis para endurecer as sanções econômicas contra o Irã, e a França prepara-se para fazer o mesmo. Adotam o caminho de aprovar leis nacionais que pretendem impor sanções unilaterais a um país soberano porque Rússia e China se opõem à aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de mais sanções econômicas contra o Irã, defendendo o caminho mais sensato oferecido pela diplomacia.

Obama e seu parceiro francês, Nicolas Sarkozy, têm motivos que não confessam para endurecer a linguagem contra Teerã – vão enfrentar eleições este ano e imaginam que, rosnando contra nações que não acatam as ordens dos chefes do imperialismo, vão conseguir fatias maiores do eleitorado conservador. São acompanhados, e aplaudidos, pela direita que governa Israel, que deseja tirar de seu caminho um poder militar que pode contrabalançar o poderio do exército israelense na região.

A ameaça de guerra é real e concreta, e já se traduz num aumento do preço do petróleo que pode se transformar numa escalada se a tensão continuar. Afinal, se o Irã fechar mesmo o Estreito de Ormuz, que é um verdadeiro oleoduto dado o volume de petróleo que circula por ali – calcula-se que é da ordem de 40% do consumo mundial – o preço do petróleo pode explodir, contribuindo para aprofundar ainda mais a crise que corrói a economia dos países ricos.

O Irã demonstrou, com a manobra militar do final do ano, que tem força militar suficiente para fazer isso, embora seu governo negue essa intenção. É preciso ver, na sequência dos acontecimentos, se as tais “potências ocidentais” terão a irresponsabilidade de pagar para ver. O pavio está aceso para uma explosão de consequências que mesmo os mais ousados analistas militares não conseguem prever. A ameaça à paz mundial tem endereço certo e conhecido, esta é a conclusão; e ele fica nas capitais do imperialismo, e não na vizinhança dos desertos do Oriente Médio.
*Miro

Amaury Ribeiro entrevistado pelo jornalista Eduardo Costa



 Agora foi a vez da Rádio Itatiaia de grande audiência, uma emissora de Minas Gerais, ser mais uma a furar o bloqueio midiático à obra. A rádio mineira veiculou hoje uma entrevista de Amaury concedida ao jornalista Eduardo Costa.
*observadoressociais

A arte dos livres pensadores

"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana".
(Carl Jung)

Sorria, você está sendo curado

É de estarrecer a nota  da Agência Estado, dizendo – é literal – que a prefeitura e o Governo de S. Paulo estão buscando usar “dor e sofrimento” como estratégia de combate ao uso de crack.
Seria, em resumo, ir enxotando os usuários e traficantes dos pontos onde se fixam, para forçar os primeiros a buscarem ajuda e os segundos a desistirem do negócio.
Diz o o coordenador anti-drogas da Governo do Estado, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, conhecido como Dr. Laco (sem cedilha, por favor):
- A falta da droga e a dificuldade de fixação vão fazer com que as pessoas busquem o tratamento. Como é que você consegue levar o usuário a se tratar? Não é pela razão, é pelo sofrimento. Quem busca ajuda não suporta mais aquela situação. Dor e o sofrimento fazem a pessoa pedir ajuda.
E a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antonio, promete até março – até março – que haverá 1.200 vagas para tratamento de dependentes.
O resultado deste genual terapêutica está retratado no portal R7: expulsos da Cracolândia original, proximo à Praça Julio Prestes, na capital paulista, viciados já montaram outra na Zona Sul Paulista e se espalham em pequenos núcleos próximos á região da Luz.
Ora, ninguém pode ser contra ações repressivas que impeçam a formação de “bairros do crack”, nem desconsiderar o direito dos cidadão que moram e trabalham nestas áreas. Nem compreender que, em alguns casos, tenha de ser contida com mais que um “por favor” a agressividade de pessoas fortemente drogadas e nas condições deploráveis que o crack produz.
Mas um profissional e um chefe de um serviço de saúde pública dizer que causar “dor e sofrimento” seja uma ação terapêutica, pelo amor de Deus! Seria voltar aos primórdios da ciência médica, ou dar razão aos inquisidores da Idade Média que pensavam ser a masmorra e a tortura instrumentos de conversão à fé.
Mas aqueles pobres sujeitos, degradados e abandonados, merecem, não é?Certamente o Dr. Laco (sem cedilha, por favor), acompanha a polícia às festas chiques dos Jardins para provocar “dor e sofrimento” para fazer os consumidores de drogas “pedirem ajuda” para se tratar, segundo o mesmo critério terapêutico.
*Tijolaço

quarta-feira, janeiro 04, 2012

Deleite Gonzaguinha

China rechaza sanciones "unilaterales" de EE.UU. contra Irán











El Gobierno chino manifestó este miércoles su rechazo a las sanciones que Estados Unidos ejecutó contra Irán a través de una ley que limita las transacciones financieras. El país asiático consideró que tales medidas son "unilaterales".
"China se opone a que prevalezca una ley nacional sobre las transacciones internacionales e imponga sanciones unilaterales a otros países", declaró el portavoz de la diplomacia china Hong Lei
La ley se Defensa que fue ratificada por el presidente de EE.UU., Barack Obama, el fin de semana  refuerza las sanciones contra el sector financiero iraní para obligar a ese país a abandonar su programa nuclear pacífico.
El instrumento incluye un aumento de las sanciones contra el banco central de Irán, al que EE.UU. califica de instrumento fundamental para el lavado de dinero.
Estas medidas imponen sanciones también a todos aquellas personas o entidades que hagan negocios con el banco central iraní.
De acuerdo con la ley, las penalizaciones no entrarían en vigencia sino hasta dentro de seis meses, o hasta el momento en el que Obama decida anular las sanciones.

“El Tesoro [ministerio de Economía] considera a la totalidad del sector bancario iraní, incluido el Banco Central de Irán, como un instrumento de financiación del terrorismo y de la proliferación [nuclear], y una vía de lavado de dinero en el sistema financiero global”, dice el texto de la norma.
De acuerdo con la prensa internacional, la intención del Senado estadounidense con esa medida es dificultar la venta de petróleo por parte de Irán, un recurso que supone el 80 por ciento de la riqueza nacional de ese país.


teleSUR-Efe-ElPaís/ PR
 

Discurso raro do Che

O pré-sal em um mundo sem petróleo e as Forças Armadas


por Mauro Santayana
Há décadas que a exaustão dos mananciais de petróleo vem sendo anunciada. O assunto foi dos mais discutidos pelo Clube de Roma, que pretendia deter o desenvolvimento econômico do mundo, com  o congelamento do progresso e o crescimento zero. Os argumentos eram poderosos: como os recursos do planeta são finitos, infinito não pode ser o seu consumo, e o modelo de vida deve ser mudado. Ocorre que os países ricos – que promoveram o encontro e soaram o alarme – pretendiam congelar o tempo: os que se encontravam à frente, à frente continuariam, enquanto os outros, não podendo desenvolver-se, pelo acordo pretendido, regrediriam. A reação dos países em desenvolvimento, com o apoio então da URSS, tornou o projeto inviável.
A partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, a preocupação com o meio ambiente passou a ser, sobretudo, dos países em desenvolvimento, que apontaram as razões reais da crise: a civilização do desperdício imposta ao mundo pelos países ricos. A partir de então, os países centrais aceleraram o seu esforço a fim de controlar as fontes de matéria prima, sobretudo do petróleo, no mundo inteiro, com o emprego da diplomacia e da guerra. Essa ofensiva foi possível mediante  a aliança entre Reagan, Thatcher e o Vaticano, com a cumplicidade de Gobartchev, contra o sistema socialista – que apoiava os esforços do Terceiro Mundo.
Uma das artimanhas do poder imperial é a desinformação. Com relação à energia – além do petróleo, o urânio e terras raras – essa desinformação é patente: tenta esconder o entendimento entre os países ricos para o controle direto das atuais jazidas, que se exaurem rapidamente. Não se preocupam com a poluição do mundo, nem com o chamado efeito estufa: seu cuidado é o de manter a posição hegemônica. Nessa atitude, os Estados Unidos, os países europeus e os chineses continuam a proclamar a  intenção de encontrar saídas para proteger o ambiente da vida, enquanto continuam em seu processo poluidor, não só em seus territórios nacionais, mas no mundo inteiro – conforme a atuação de suas empresas na África, na Ásia e na América Latina.
As grandes empresas petrolíferas – que mantêm  influência poderosa nos governos dos países centrais, de forma direta, ou mediante o Clube de Bilderberg – escondem as previsões assustadoras de que as reservas petrolíferas do mundo chegarão ao seu pico nos próximos três anos, e se iniciará o processo de exaustão, calculado em 5% ao ano – nos termos atuais de consumo. Se essa previsão  se confirmar, em 20 anos as atuais reservas estarão esgotadas, se o consumo não aumentar, o que reduziria o prazo previsto.
Um dos sinais das dificuldades a vir é o  malogro do grande campo de Kachagan, nas águas sob a jurisdição do Casaquistão, no Mar Cáspio. A província petrolífera de Kachagan era uma das maiores promessas de grande produção. As reservas são calculadas entre 9 e 16 bilhões de barris. O início da produção estava previsto para daqui a dois anos – em 2014. Dificuldades técnicas e dificuldades econômicas se alternam. É preciso trabalhar em condições extremas, com a temperatura variando de 35 graus abaixo de zero, no inverno, a 40 graus acima de zero, no verão. As condições são de tal maneira duras que os trabalhadores da região protestaram, em dezembro, de forma vigorosa contra as condições de trabalho impostas pelas empresas Total, da França; Shell, da Holanda e do Reino Unido; Exxon, dos Estados Unidos, e Eni, da Itália. Foram reprimidos à bala pelo governo do Casaquistão, com pelo menos dez mortos. Houve deliberado silêncio sobre o incidente.
Com toda a pujança do campo de Kachagan, suas reservas totais dariam apenas para o consumo mundial, nos níveis atuais, de três meses (na previsão mais baixa, de 9 bilhões de barris) a menos de seis meses (na hipótese de 16 bilhões). O Cáspio era a grande miragem dos Estados Unidos e seus aliados europeus, e a verdadeira razão da guerra movida contra o Afeganistão, assim como a verdadeira razão da guerra contra o Iraque sempre foi o petróleo. Embora haja ainda a possibilidade de outras jazidas, de menor expressão, de petróleo e gás na região, a grande expectativa, a de Kachagan se frustra. Diante dos obstáculos, os investidores se afastam do projeto, e as empresas envolvidas começam a planejar a retirada, mas se encontram presas ao contrato com o governo do Casaquistão, e esse contrato termina em 2041 – com a transferência para o país das instalações da grande ilha artificial montada pelas contratantes.
O petróleo continua sendo a mais importante das matérias primas, enquanto a ciência não lhe encontrar sucedâneos. A advertência de que a contagem para a sua exaustão já se inicia deve ser meditada em nosso país. Estamos eufóricos com as perspectivas das jazidas encontradas sob a camada de sal no litoral atlântico. Há hoje uma disputa entre estados e municípios para o dispêndio de parcela dos resultados dessa exploração, por via dos royalties. Isso se houver realmente royalties, uma vez que, se não prevalecer a emenda Pedro Simon, os royalties a serem pagos pelas empresas exploradoras serão a elas devolvidos em óleo.
Temos também que usar desses recursos, se eles corresponderem ao que esperamos, para financiar pesquisas nacionais em busca de fontes alternativas de energia e, com a mesma preocupação, do fortalecimento de nossos exércitos. No que se refere às Forças Armadas, é urgente restabelecer a indústria nacional de armamentos, abandonada pelo derrotismo interessado dos neoliberais brasileiros. Essa atitude capitulacionista quase nos custou a entrega total da Petrobrás às sete irmãs bastardas, que são as principais petroleiras do mundo. O balanço objetivo do que foi o governo Fernando Henrique poderá ser realizado com a CPI das Privatizações, a ser constituída em breve.
O mundo que temos à frente não nos promete a paz – a menos que sejamos capazes de agir decisivamente contra o sistema atual, dominado por meia dúzia de meliantes, que controlam os governantes, a maioria deles  pessoas medíocres e subornadas pelos grandes bancos, que também controlam as grandes corporações multinacionais.  As  manifestações de massa do ano que passou podem ter sido apenas fogo de palha. Falta organizar politicamente o inconformismo, em cada um dos países do mundo, a fim de assegurar aos seres humanos os direitos que lhes são naturais, e que se resumem em viver, enquanto vida houver,  sem medo e sem ódio.

*esquerdopata

A Arma mais poderosa... a TV

1  A estratégia da distracção






imagen: creacion de Laurent Courau

 
O elemento primordial do controlo social, é a estratégia da distracção e que  consiste, em desviar a atenção do público, dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação continua de distracções e de informações insignificantes.
A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir o publico de se interessar por conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economía, da psicologia, da neurobiología e da cibernética.
"Manter a atenção do publico distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importancia real. Manter o publico ocupado, ocupado, ocupado, sem  tempo para pensar; de volta à quinta com os outros animais." (cita del texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas")

 
Criar problemas, depois oferecer soluções  

Este método é também denominado "problema-reacção-solução". Cria-se primeiro um problema, uma "situação" prevista para suscitar uma certa reacção do público, a fim de que este seja o decisor de medidas que se desejam fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança ou policiais em detrimento da liberdade. Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário, o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3  A estratégia da degradação
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, é suficiente aplicar progressivamente, em "dégradé", numa duração de 10 anos. É dessa maneira que as condições sócio-económicas radicalmente novas têm sido impostas durante os anos 1980 a 1990. Desemprego massivo, precariedade, flexibilidade, relocalização, salários que já não asseguram uma vida decente , tantas mudanças teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas bruscamente.

4  A estratégia do diferido
Uma outra maneira de fazer aceitar uma decisão impopular, é apresenta-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrificio futuro que un sacrificio imediato. Primeiro porque o esforço não é feito  imediatamente. Em segundo lugar, porque o público, as pessoas, têm sempre tendência a esperar ingénuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e  que o sacrificio imposto  poderá ser evitado. Enfim, isto  dá  mais tempo ao público para se acostumar à  ideia da mudança e aceitar com resignação, quando chegar o momento.
Exemplo recente: a mudança para o euro  e a perda de soberania monetária e económica foram  aceites pelos países Europeus en 1994-1995 para uma aplicacção em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do ALCA (o FTAA) que os Estados Unidos impuseram em 2001 aos países de todo o continente americano (Centro e América do Sul) apesar das suas reticências, concedendo uma aplicação e vigência diferida para  2005.

5  Dirigir-se ao público como a crianças pequenas
A maioria dos spots de publicidade dirigida ao grande público utiliza um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantil, muitas vezes próximo do débil, como se o espectador fosse uma criança ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta  enganar o espectador ou ouvinte, mais se tende a adoptar um tom infantilizante.
Porquê?
Se se dirigem a uma pessoa, como se ela tivesse a idade de doze anos,  então, por força da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, uma resposta ou reacção também desprovida de sentido critico como uma pessoa de 12 anos."  (cf. "Armas silenciosas para guerras tranquilas")


6  Utilizar o aspecto emocional mais  do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para fazer "curto circuito" à  análise racional, e ao  sentido critico dos individuos. Ainda, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou inserir ideias, desejos, medos ou temores, pulsões, ou induzir. comportamentos...
7  Manter o público na ignorância e na estupidez
Fazer as coisas de forma que o público seja incapaz de compreender as tecnologías e os métodos utilizados, para seu controlo e  sua escravidão.
"A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre ou mediocre possivel, de forma a que a brecha da ignorância, que isola as classes inferiores das classes sociais superiores, seja real e permaneça incomprensível para as classes sociais inferiores."
(cf. "Armas silenciosas para guerras tranquilas")

8  Levar o público a conformar-se com a mediocridade
Levar o  publico a achar "cool" (porreiro) o feito de ser estúpido, vulgar e inculto...

9  Substituir a revolta pela culpabilidade

Levar o indivíduo a crer que só ele é responsável pelo seu infortúnio, a causa do fracasso da sua inteligência, das suas habilidades, ou dos seus esforços. Então, ao invés de se rebelar contra o sistema económico e político, o indivíduo auto-desvalorizado e culpado, cria uma depressão na qual um dos efeitos é a inibição da acção. E sem acção, não há Revolução.

10  Conhecer os indivíduos melhor do que eles próprios se conhecem
No decurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e aqueles que possuem e utilizam as elites dirigentes. Graças à biología, à  neurobiología e à  psicología aplicada, o "sistema" proporcionou um conhecimento avançado do ser humano  físicamente e psicológicamente. O  sistema conseguiu conhecer melhor o individuo comum do que ele próprio se conhece a si mesmo. Isto significa que na maioría dos casos, o sistema possui um maior controlo e um maior poder sobre os individuos, do que os individuos sobre si mesmo.


fonte: Skynet

Arma mais poderosa de todos os tempos, breve história

Não há que temer a bomba atómica, perante esta arma não é necessária. O Mundo foi conquistado. O humano transformou-se numa massa de zombies.


*guerrasilenciosa