Veja faz fumaça também para defender agiotagem dos bancos
A revista começa fazendo cortina de fumaça dizendo "a estratégia dos
bancos públicos é louvável" (também se entrasse de sola dizendo-se
contra, desagradaria seus próprios leitores de classe média), para em
seguida repetir a mesma ladainha do lobby pela agiotagem dos banqueiros
privados, que foram ao Palácio do Planalto dizer que, para baixar os
juros, precisam mamar nas tetas do governo.
A revista comete ato falho e confessa o lobby neste trecho onde toma as dores da FEBRABAN (Federação de bancos):
Ao criticar as demandas feitas pela Federação dos bancos (Febraban)
para reduzir os juros, Guido Mantega afirmou que as instituições
privadas querem jogar a responsabilidade do spread “nas costas do
governo” e que elas “têm margem para reduzir taxas”. A declaração evidencia uma avaliação tacanha do problema. Os bancos inegavelmente possuem – como ocorre na maioria dos países, aliás – elevada rentabilidade, mas o alto custo final do dinheiro no Brasil está longe de se resumir a essa questão. Boa parte da explicação está nas deficiências da própria economia e sua solução depende sim do Planalto.
Só que pouco antes, a revista caiu em contradição ao dizer:
A ação do BB e da CEF, seguida pelo privado HSBC... [o HSBC também cortou juros para pessoas física]
Ora, se um banco privado estrangeiro, que atua em centenas de países,
acompanhou o corte de juros, é a confirmação cristalina de que o
ministro está certo, e havia margem de sobra para cortar, e aquela
conversa de "deficiências da própria economia" não passa de lobby
da Veja e da FEBRABAN.
Não sei como que o leitor da revista, de classe média, usuário de
serviços bancários, não se dá conta que a revista o está chamando de
otário, com essa argumentação tacanha.
Em outro trecho a revista faz proselitismo para desestimular clientes
mudarem de banco, escondendo do leitor a existência da portabilidade de
financiamentos regulamentada pelo Banco Central, e da "transferência
automática de salário" para quem tem conta-pagamento:
Até então, seguras da “dor de cabeça” que é trocar de banco,
as supostas concorrentes não moviam grande esforço para assediar
clientes umas das outras — e tampouco sacrificavam suas margens.
Bradesco patrocina a Veja, e Itau é grande anunciante
O banco privado Bradesco patrocina o acervo digital da revista Veja, além de fazer grandes anúncios nas páginas impressas:
O Banco privado Itaú também é grande anunciante da Veja, em páginas duplas:
O Bradesco ainda patrocina na TV o "Jornal Nacional" e o Itaú o "Jornal da Globo".
Como se vê, há fortes indícios de uma ação política entre os bancos e a
mídia pela manutenção dos privilégios e do projeto de poder demotucano.
É por isso que é importante pessoas progressistas engajadas em romper
com os 500 anos de atrasos e golpismo contra a prosperidade do povo e da
nação, devem tomar a decisão POLÍTICA de mudar suas contas dos bancos
privados para os bancos públicos. Porque se continuarem sendo clientes
destes bancos privados, além de enfraquecerem o controle público sobre o
sistema financeiro nacional, acabam por ajudar a financiar estas
revistas e telejornais golpistas.
ZéAugusto
*Amigos do Presidente Lula
Mantega: temos o maior spread do mundo e isso não se justifica
Nesta sexta-feira (13), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, elevou o
tom e fez duras críticas à postura dos bancos privados na concessão de
crédito e no custo do dinheiro. E avisou que não atenderá às propostas
feitas pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) na terça-feira
(10).
Para Mantega, o país possui todas as condições para que os bancos brasileiros deixem de ser "os campeões do spread".
Segundo ele, "se eles [os bancos privados] não tivessem lucratividade, a
gente poderia dizer: vamos mexer nos tributos, reduzir a cunha fiscal,
mexer no compulsório. Mas eles têm margem para aumentar o crédito neste
momento, e é necessário que isso seja feito sem mexer em nada".
Situação fiscal
O ministro afirmou que os bancos privados não estão liberando crédito e
estão cobrando juros muito elevados, mesmo considerando a atual situação
do Brasil.
"A economia brasileira está bastante sólida, estamos com inflação baixa,
em torno de 4,5%, estamos com uma situação fiscal ótima, estamos com
superávit, diminuindo a dívida pública, os consumidores estão com
vontade de consumir, com mais salários, porém está havendo uma retenção
de crédito por parte dos bancos", acrescentou.
Mantega lembrou que as taxas de captação do dinheiro pelos bancos
privados são de 9,75% ao ano, mas emprestam para o consumidor a taxas de
até 80% ao ano, dependendo das linhas de crédito.
"Essa situação não se justifica. A economia brasileira tem condições
jurídicas sólidas. A economia brasileira tem o maior spread do mundo e
isso não se justifica", criticou.
O ministro ressaltou que, no passado, até havia alguma insegurança
jurídica, por causa de leis que não garantiam a devolução do recurso,
mas o Brasil avançou muito nesta área.
"Temos nova Lei de Falências, alienação fiduciária que garante a
retomada dos bens e até o cadastro positivo já foi aprovado. Os bancos
diziam que iriam reduzir o spread quando nós aprovássemos o cadastro
positivo. Ele está regulamentado e valendo", argumentou. Procurada, a
Febraban não comentou o caso.
Diálogo com a Febraban
Após reunião com o presidente da Febraban, Murilo Portugal, na
terça-feira (10), Guido Mantega deixou claro seu incômodo com a posição
da federação.
"O Murilo Portugal esteve aqui outro dia e, em vez de trazer soluções
anunciando aumento de crédito, veio para fazer cobranças. Se os bancos
estão tão lucrativos, eles têm margem sim para reduzir as taxas e
aumentar o volume de crédito", comentou o ministro, em claro sinal de
contrariedade.
Bancos públicos
O ministro ressaltou o papel dos bancos públicos neste processo e
disseque os bancos públicos federais terão autonomia para avaliar as
condições de mercado para decidir se farão novas reduções nos juros
cobrados nos empréstimos
“Os bancos públicos são autônomos para fazer isso e, portanto, estarão
reduzindo as taxas. Mas as taxas já foram reduzidas bastante. Houve taxa
que caiu para um terço. Eles que têm que se definir em relação a isso”,
disse. Nos últimos dias, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal
anunciaram redução dos juros de linhas de crédito.
O ministro destacou ainda que os bancos públicos registram um menor
índice de inadimplência e têm rentabilidade tão alta quanto as
instituições privadas. “Eles não poderiam agir se expondo a riscos. Tem
que agir dentro da prudência e dentro das garantias necessárias. Os
bancos [públicos] terão mais lucro porque irão emprestar mais”, avaliou.
*comtextolivre