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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 15, 2012

Tecnologia a serviço da repressão: novas armas contra manifestantes
Leia em nosso site: Tecnologia a serviço da repressão: novas armas contra manifestantes
Tecnologia a serviço da repressão: novas armas contra manifestantesA polícia inglesa, em processo de privatização, anuncia para breve a utilização de novos meios de repressão de manifestações com direito a armas que disparam irritantes químicos.
De acordo com o Centro de Ciência e Tecnologia Aplicadas do Ministério do Interior (CAST), citado pelo jornal The Guardian, as armas que estão na derradeira fase de desenvolvimento irão disparar, em vez de balas de borracha e plástico, projéteis com produtos químicos que afetam a pele dos seres humanos “irritando-a”.
Documentos citados pelo jornal revelam que em consequência da instabilidade social que se vive no país, responsáveis do Ministério do Interior tem realizado “brain stormings” para encontrar novos meios de agredir manifestantes. Trata-se, segundo a mesma fonte, de descobrir “uma tecnologia de nova geração de controle de motins”. A nova arma já tem sigla: Dip – Discriminating Irritant Projectile (Projétil para irritação discriminatória). A designação significa que as perturbações provocadas no organismo humano serão suficientemente profundas e duradouras para serem úteis na caça aos “participantes em distúrbios”. As armas deverão ter um alcance médio de 65 metros.
O CAST fez já a apresentação dos novos projetos à polícia do território ocupado da Irlanda do Norte revelando que resultaram das ideias de técnicos do Ministério do Interior, mas também das empresas privadas produtoras da tecnologia que agora será utilizada.
Os serviços policiais que apresentaram os projetos pediram discrição aos participantes por se tratar de matéria “comercialmente sensível”. Os “brain stormings”, dos quais foram excluídas “ideias estúpidas”, dizem, orientaram-se, segundo os promotores, por criar armas “menos letais”. Entre as discutidas estiveram igualmente os “contra-laser”, as “bombas de som” e emissores de raios térmicos.
Fonte: BE Internacional
*Averdade

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