Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 25, 2012

Trabalhadores cegos da indústria de SP receberão cães-guias









Trabalhadores cegos da indústria de SP receberão 64 cães-guia

Trabalhadores cegos da indústria de SP receberão 64 cães-guia
Trabalhadores da indústria paulista com deficiência visual podem se candidatar via internet, a partir de hoje, para receber um cão-guia. 


Cão Frontier em treinamento para se tornar um cão-guia

A iniciativa, do Sesi-SP, irá atender 64 dos 1.173 trabalhadores que são cegos. 

Novas inscrições para interessados serão abertas em setembro próximo. 

O treinamento acontece em três etapas, ao custo de R$ 28 mil por animal. 

A primeira fase conta com a ajuda de famílias voluntárias, que educam e socializam ofilhote por oito meses. Em seguida, os futuros guias ficam seis meses em um canil. É ali que aprendem a guiar os deficientes. 

Por último, cão e deficiente visual passam por um período de adaptação mútua, que dura um mês. 

ESPERA 

No Brasil, segundo o Íris (Instituto de Responsabilidade Social e Inclusão), existem pouco mais de 70 cães-guia. Já a fila de espera na instituição, que traz os animais dos Estados Unidos, é de 3.000. 

A psicóloga Maria Rita Souza, 29, é uma das três pessoas que vão buscar seu cão-guia nesta semana. Estava na fila desde 2008. 

"É como esperar um filho. Não sei se é macho ou fêmea, mas vou gostar." 

Hoje, Maria Rita caminha por São Paulo com a ajuda de uma bengala, basicamente fazendo o trajeto entre casa e trabalho. Mas ela conta que muitas vezes desanima de fazer cursos ou passear. O motivo: faltam boas calçadas. 
*NINA

Nenhum comentário:

Postar um comentário