Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 28, 2012

Nazi-sionistas incendeiam casa de refugiados africanos. Cadê a ajuda humanitária e os direitos humanos e o Tribunal da Haia?

 

Via BBC
Casas de refugiados africanos são alvo de bombas incendiárias em Israel
Guila Flint

Creche incendiada em Israel | Foto: Oren Ziv
Fotógrafo registrou imagens de creche que foi alvo de ataques com bombas incendiárias em Israel
Quatro casas e uma creche de refugiados africanos em Tel Aviv foram alvo de ataques com bombas incendiárias durante a madrugada desta sexta-feira, em ataques que estão sendo atribuídos a um grupo de extrema-direita de Israel.
O ataque coordenado visou casas de africanos do Sudão e da Eritreia atualmente sob status de refugiados em Israel que moram ao sul da cidade de Tel Aviv.
Por volta das 2h de sexta-feira um coquetel molotov foi lançado contra um grupo de refugiados que dormia no quintal de um prédio, três bombas foram atiradas contra casas e a quinta atingiu uma creche frequentada pelos filhos dos africanos.
Não houve feridos porém todos os locais ficaram totalmente destruídos pelo fogo.
O fotógrafo Oren Ziv, que mora ao lado de um dos prédios atacados, disse à BBC Brasil que acordou com o barulho no quintal.
"Vi o sofá, no qual um dos refugiados costuma dormir, pegando fogo e imediatamente peguei minha camera e saí de casa para registrar o que estava acontecendo", relatou Ziv.
"Logo chegaram pessoas contando que outros locais também estavam pegando fogo, inclusive a creche".
Uma das bombas foi lançada contra o quarto de duas refugiadas da Eritreia, que estavam dormindo no momento do ataque.
"Os atacantes quebraram a janela e jogaram o coquetel molotov dentro do quarto, sabendo que havia pessoas dormindo lá, foi uma tentativa de assassinato", acusa Ziv.
As refugiadas da Eritreia conseguiram fugir do quarto a tempo e não ficaram feridas.
Extremismo
Os moradores do bairro atribuem os ataques a um grupo de extrema-direita que é contra a presença dos refugiados africanos na região.
O grupo, denominado "Comitê contra os infiltrados", alega que a presença dos refugiados africanos "afeta o valor dos imóveis no bairro e prejudica a qualidade de vida dos moradores".
"Tenho certeza que esse foi um crime de racismo", afirmou Ziv, "pois todas as bombas foram lançadas ao mesmo tempo e só contra alvos ligados aos refugiados africanos".
O fotógrafo disse que os responsáveis prepararam, de antemão, mais de 15 coqueteis molotov, parte dos quais não explodiu.
Tel Aviv
Milhares de refugiados africanos moram no sul de Tel Aviv, nos bairros mais pobres da cidade.
Vários moradores israelenses na região se revoltam contra a presença dos imigrantes e atribuem a eles a responsabilidade pelas duras condições de moradia.
"Trata-se de um problema social que tem que ser solucionado pela prefeitura, os africanos não têm culpa", diz Ziv, "mas politicos de direita lideram o incitamento contra os refugiados e conseguem o apoio de parte dos moradores".
De acordo com o fotógrafo, os grupos de extrema-direita têm distribuido panfletos nos bairros do sul de Tel Aviv acusando os refugiados africanos de "estuprar as mulheres e roubar os empregos dos israelenses".
A policia de Tel Aviv iniciou uma investigação dos ataques.
*GilsonSampaio

Nenhum comentário:

Postar um comentário