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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 15, 2012

Europa derrete

SEGUNDA-FEIRA NEGRA NA EUROPA:

Europa  vive o dia mais grave da crise desde 2008. Derrota eleitoral de Merkel na importante região fabril da Renânia, o impasse grego e o esfarelamento financeiro da Espanha aterrorizam investidores.

A 2ª feira foi marcado por quedas nas bolsas em todo o mundo, fuga de títulos do euro e de papéis de bancos da UE. A economia não tem mais nada a dizer: a crise pede uma solução política para a qual os partidos estão despreparados. Daí as manifestações mórbidas que afloram como erupções fascistas e massacres ortodoxos.

Na Espanha o governo conservador impõe ao país um arrocho mais duro e intenso  que o implantado por Thatcher na Inglaterra, nos anos 80. Inutilmente: para financiar o Tesouro espanhol os fundos especulativos exigiam nesta 2ª feira  juros cinco pontos acima dos papéis alemães.

Paul Krugman, um moderado, avisa em sua coluna no NYT:  saída da Grécia da zona do euro é iminente e desencadeará uma fuga de capitais, obrigando Espanha e Itália a adotarem um 'corralito'  para conter  a corrida bancária.

A instabilidade se estende à França, onde Hollande assume nesta 3ª feira em meio a uma onda de demissões que desafia e constrange a plataforma centrista.

*esquerdopata

Entrevista com o torturador de Dilma



*esquerdopata

Torturador cachaceiro diz que jornalista induziu-o a dizer que Dilma teria pego em armas

O tenete-coronel torturador e cachaceiro, Maurício Lopes Lima em seu apartamento no Guarujá
O Globo / Michel Filho 
Jornaleiro: Ela pegou em armas?

Torturador cachaceiro LIMA: Não. Chegou aqui um jornalista, me tentou de todas as maneiras dizer que a Dilma tinha pego em armas. Mas eu digo: como é que eu vou dizer se eu tenho certeza que ela não pegou.

Leia a entrevista inteira AQUI


PiG, tremei ! Barão de Itararé cai na farra !

Festa de aniversário do Barão de Itararé em São Paulo
Fonte: Conversa Afiada: Na próxima sexta-feira (18), o Centro de Estudos Barão de Itararé fará uma merecida festa para comemorar os seus dois anos de aniversário. O jantar comemorativo será realizado no restaurante Villa Távola, no boêmio bairro do Bixiga. Como o Barão vive no vermelho, a festa custa R$ 80, com direito a comida e bebida à vontade e ao show de chorinho do grupo do jornalista Luis Nassif (de qualidade ainda por provar-se ! – PHA).
Fundado em 14 de maio de 2010, o Centro de Estudos Barão de Itararé reúne jornalistas, blogueiros, acadêmicos, ativistas da luta pela democratização da comunicação e lutadores dos movimentos sociais. Entre seus objetivos, decidiu participar da luta unitária pela democratização da comunicação, fortalecer as mídias alternativas e investir na formação de novos comunicadores.
No essencial, o Barão cumpriu os seus objetivos. A entidade priorizou a mobilização da blogosfera, ajudando a organizar três encontros nacionais e um mundial dos famosos “blogueiros sujos”; integra a executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC); participa do comando da campanha “Banda Larga é um direito seu”; está engajada na campanha contra a privataria da TV Cultura; e tem agendados vários cursos, ciclos de debates e seminários.

Robôs incontroláveis. O Tio Rei pira!


*Brasilmobilizado

Prestem bem atenção, não vou responder nada na CPMI, vou ser solto pelo STJ, tenho a "Veja" nas minhas mãos e toda a imprensa brasileira está comigo. O que interessa é o "mensalão". E tem mais, se continuarem a me perturbar prendo todo o Congresso Nacional. Percebam que os parlamentares, com raríssimas exceções, estão pisando em ovos e a imprensa brasileira está diminuindo o noticiário sobre a minha pessoa impoluta. Cuidado, senão prendo o Brasil inteiro!




Cachoeira não vai ser ouvido, o STJ vai libertá-lo e ele, como Reinaldo Azevedo, vai ganhar a medalha do Pacificador, do Exército Brasileiro. É triste!

OPERAÇÃO MONTE CARLO »
Supremo adia depoimento de Cachoeira Ministro Celso de Mello concedeu liminar em favor do bicheiro porque a defesa ainda não teve acesso ao inquérito. Em seu lugar, integrantes da CPI pretendem ouvir hoje procuradores da República. STJ decide nesta terça-feira se o contraventor continuará preso

» João Valadares
» Gabriel Mascarenhas



 (José Varella/CB/D.A Press - 16/2/05)

O depoimento do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o mais aguardado da CPI até o momento e marcado para hoje à tarde, foi adiado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro do STF Celso de Mello deferiu o pedido de liminar de habeas corpus em favor do contraventor por entender que a defesa não teve acesso aos autos. O mérito da questão ainda não foi julgado. Não existe uma nova data para Cachoeira comparecer à comissão. O relator, deputado federal Odair Cunha (PT-MG), declarou que a CPI vai tentar ouvir hoje à tarde os procuradores da República que atuam no caso, Daniel de Resende Salgado e Lea Batista de Oliveira. Inicialmente, os dois seriam ouvidos na quinta-feira. Hoje à tarde, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decide se o bicheiro continuará preso.

Os depoimentos dos procuradores, no entanto, podem não ocorrer. “Os procuradores poderão permanecer calados durante a sessão. Eles querem depor, mas depois do dia 31 deste mês, data da audiência de instrução do caso, quando encerrará a participação deles no inquérito. Se comparecerem antes, a tendência é que não falem nada”, afirmou um interlocutor dos procuradores. O silêncio de Daniel e Lea seria para evitar que a defesa dos acusados no inquérito argumente que os procuradores devem ser considerados impedidos por terem prestado depoimento à CPI, na qualidade de testemunhas.

No Congresso, parte dos parlamentares defende o adiamento do depoimento dos procuradores. “Eles sabem exatamente o que devem ou não fazer. Têm o direito de não responder a nenhuma pergunta, mas podem decidir prestar os esclarecimentos. Não cabe a mim dizer o que devem fazer. Mas eu acho que farão uma grande bobagem se optarem por responder as perguntas antes do dia 31. Se isso ocorrer, qualquer advogado de defesa pode argumentar que eles estão impedidos”, explicou o senador Pedro Taques (PDT-MT).

No despacho que adiou o depoimento de Cachoeira, o ministro Celso de Mello afirma que o bicheiro tem direito de ter pleno acesso às informações por ser uma garantia constitucional. “Uma investigação parlamentar, por mais graves que sejam os fatos pesquisados pela CPI, não pode desviar-se dos limites traçados pela Constituição nem transgredir as garantias, que, decorrentes do sistema normativo, foram atribuídas à generalidade das pessoas, físicas e jurídicas”, fundamentou.

Requerimentos
Já o relator da CPI, Odair Cunha, criticou a decisão do STF. “Lamentamos a decisão. Nós respeitamos, mas discordamos. Cabe buscarmos alternativas que viabilizem a continuidade da investigação. Toda a nossa ação foi no sentido de garantir que os advogados tivessem acesso aos autos. Isso ocorreu. Não existem documentos novos na CPI. Nós garantimos o acesso.”

Cunha informou que, caso não seja possível o depoimento dos procuradores da República, os integrantes da comissão devem aproveitar a sessão para votar requerimentos importantes. Um dos temas prioritários é a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Os parlamentares devem aprovar, na reunião, a quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal do senador goiano Demóstenes Torres (sem partido).

Pela manhã, os delegados Matheus Mella Rodrigues e Raul Alexandre Marques de Souza, responsáveis pelas operações Monte Carlo e Vegas, respectivamente, vão prestar depoimento no Conselho de Ética do Senado. De acordo com o presidente do colegiado, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), os dois estarão acompanhados pelo diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Oslaim Santana. A sessão poderá ser sigilosa, fechada à imprensa, caso os delegados peçam ou algum integrante do colegiado apresente um requerimento nesse sentido.

 (Bruno Peres/CB/D.A Press - 9/5/12)

"Lamentamos a decisão. Nós respeitamos, mas discordamos. Cabe buscarmos alternativas que viabilizem a continuidade da investigação"
Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira

31 de maio
Data da audiência de instrução do processo judicial da Operação Monte Carlo contra Cachoeira, na Justiça Federal

Collor volta a atacar revista corrupta "Veja" e cobra comparecimento à CPI, do editor italiano, Roberto Civita, antes que ele fuja do país.


DE BRASÍLIA
Integrante da CPI do Cachoeira, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) fez ontem no plenário do Senado ataques à revista "Veja" e ao empresário Roberto Civita, editor do Grupo Abril.
Ao citar o jornalista Policarpo Júnior, chefe da sucursal de "Veja" em Brasília, o senador disse que a publicação utilizou-se do empresário Carlinhos Cachoeira "para obter informações e lhe prestar favores de toda ordem".
Nas escutas legais da Operação Monte Carlo da PF, há diversas citações ao jornalista. Conversas diretas de Policarpo com o grupo de Cachoeira são duas. Segundo o delegado que conduziu a investigação, não há indícios de ligações que ultrapassem o contato entre jornalista e fonte.
Num ataque direto a Policarpo, o senador afirmou que "quando uma pessoa adere ao intento criminoso de outrem, torna-se coautor do crime."
E prosseguiu: "Desafio o chefe maior desse grupelho, o senhor Roberto Civita, a comparecer também à CPMI para falar da co-habitação que, a seu mando, a revista de sua propriedade e alguns de seus jornalistas mantem com o crime organizado."
Procurada, a Editora Abril disse que não iria comentar.
Apesar das críticas, Collor disse ser um "defensor da liberdade de imprensa".
Hoje senador, ele deixou a Presidência da República em 1992 devido a acusações de corrupção que surgiram na imprensa e que foram apuradas por uma CPI.

Vale a pena pagar para ver TV?

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

Houve tempo em que identificávamos os canais de TV pelos números. “O programa passou no 4 ou no 7? Ou será que foi no 2”. Não era assim? Os canais iam do 2 ao 13 que, com os intervalos entre um e outro, somavam sete nas grandes cidades. Ninguém, àquela altura, poderia imaginar que existiriam um dia canais 127 ou 519. Ainda por cima pagos.

Torturadores encontrados e escrachados


*Miro

A bandidagem quer nos controlar?

 

A polícia e Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte andam atrás de explicações para uma determinada reunião realizada na cobertura de um apartamento em Natal, cujo proprietário é senador da república.

Segundo um vídeo gravado com o depoimento de um dos participantes dessa reunião, tal senador teria recebido um milhão de reais de dinheiro obtido ilegalmente para sua última campanha eleitoral. De quem?

Até aí parece não haver muita novidade sobre o jeitinho de se fazer política no Brasil, isto é, você apoia a minha campanha e depois eu favoreço sua empresa em determinadas licitações. O pior é que tal prática faz parte das nossas campanhas eleitorais há anos e anos e permeia quase todos os partidos do nosso espectro político partidário.

O que chama a atenção é que os envolvidos na tal reunião em Natal tratavam, entre outros negócios, sobre a instalação naquela cidade do sistema Controlar, essa taxa inventada em São Paulo nos últimos anos, onde os veículos automotivos têm que passar por uma inspeção para ver se estão ou não contribuindo para o aumento do nível de poluição ambiental.

Um dos participantes da reunião da cobertura teria vindo a São Paulo com um bom numerário para conseguir a desistência da empresa privada paulista que administra essa fiscalização em nome da prefeitura da cidade, ou seja, viajou com o propósito de fazer um bom negócio para outro grupo, provavelmente ligado ao tal senador da república. Encontro, diga-se de passagem, com o próprio prefeito de São Paulo.

Cabe lembrar, a propósito, que o número de carros de outras cidades e estados que passam pela cidade de São Paulo em um mês ou mesmo um ano é tão grande ou maior quanto os que são obrigados ao tal selinho da Controlar. E qual a razão de ser dessa demoníaca invenção que – ao que consta – ainda não apresentou relatórios e nem os resultados concretos da sua criação, se é que existem? Em outras palavras: algum esperto descobriu mais uma taxa para cobrar do contribuinte paulistano e ganhar muito dinheiro e assim ficamos todos com a consciência ecológica aliviada e os malandros com o bolso cheio.

Cercado pela pseudo seriedade com que se fabricam algumas leis e portarias no Brasil, protegido mais uma vez pela imprensa corporativa e venal, a inspeção de veículos do Controlar é, na prática, mais uma dessas maracutaias bem montadas para tirar dinheiro do incauto contribuinte paulistano. E, pelo visto, a ser exportada para os contribuintes em Natal no Rio Grande do Norte e explorada por alguma empresa que comprou sua participação no negócio afastando a empresa paulistana com um bom numerário trazido na mala de um ‘lobista’.

Na reunião da cobertura do apartamento potiguar, um senador ficou de receber quatro cheques de 250 mil reais para sua última campanha eleitoral. Dinheiro para lá, dinheiro para cá. Do sul para o norte do norte para o sul. Leis e portaria que acabaram por permitir, por exemplo, que em 2012, com o pagamento de uma taxa de R$44,50, o Controlar paulistano fature ao redor de 135 milhões de reais ou mais... Nada mal gastar alguns desses milhões com deputados, senadores, prefeitos, juízes e aumentar o negócio pelo Brasil, não?

Quando se assiste a alguns telejornais no horário nobre; quando se lê os principais jornais do país ou algumas revistas semanais que fazem informação de mão única, há uma pergunta que não quer calar: a bandidagem, com o apoio da mídia, quer nos controlar?



Izaías Almada, dramaturgo e escritor, colunista do NR. Lancou seu novo romance, Sucursal do Inferno, editora Prumo.

* A coluna Revoltas Cotidianas, de Fernando Evangelista, voltará na próxima terça-feira. 
*Notaderodapé