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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, junho 09, 2012
Julgamento do mensalão é a vingança da direita contra José Dirceu, o arquiteto chefe da chegada de Lula e do PT à presidência da República
Não será julgado o mensalão, mas José Dirceu
do Blog da Cidadania
A definição da data inicial do julgamento do mensalão pelo Supremo
Tribunal Federal teve um gostinho de vitória para as famílias Marinho,
Civita, Frias e Mesquita, bem como para o PSDB e o DEM. A aliança entre
esses impérios de comunicação e partidos políticos tateia, há quase uma
década, em busca de um feitiço que lhes permita recuperar o poder
perdido.
De 2002 para cá, ainda que tenha conservado o poder de interferir na
agenda pública, a direita midiática perdeu o poder sobre a definição de
políticas públicas e de utilização de verbas. Com isso, apesar da
manutenção da influência, na prática o que partidos e órgãos de imprensa
perderam foi, simplesmente, dinheiro.
Em termos eleitorais, o julgamento do mensalão é uma benção para essa
força política decadente. É possível sonhar com uma devastação eleitoral
e de imagem não só do PT, mas, sobretudo, de Luiz Inácio Lula da Silva,
que, nos últimos dez anos, converteu-se no carrasco das forças
conservadoras ao, não se limitando a vencer eleições, gerar vitórias
eleitorais de seus correligionários.
Contudo, por mais que a marcação da data do julgamento do mensalão
revele suscetibilidade do STF às pressões midiáticas, existe uma
possibilidade imensa de a vitória de hoje se transformar em derrota
amanhã. Isso porque o julgamento inteiro do mensalão depende da
condenação inequívoca de um só dos seus 38 acusados: José Dirceu.
Se os outros 37 réus forem condenados e Dirceu for absolvido, mídia,
PSDB e DEM terão sido derrotados. E o que é pior: ressurgirá no cenário
político aquele que deveria ser hoje o presidente da República se não
tivesse tido os seus direitos políticos cassados.
Por alguma razão que ainda não ficou muito clara, a direita considera
Dirceu muito “pior” do que Lula para si. Guerrilheiro de décadas atrás,
treinado em combates físicos em Cuba, era e continua sendo considerado o
grande artífice da remodelação ideológica que levou o PT ao poder.
Um José Dirceu reabilitado politicamente aos 66 anos significaria,
também, possibilidade concreta de ele assumir algum importante cargo
público no governo Dilma Rousseff ou, por exemplo, eleger-se senador por
São Paulo em 2014, voltando a influir decisivamente na política.
Não se engane, leitor: poder para Dirceu significaria, sem sombra de
dúvida, uma ameaça às famílias midiáticas. Conforme o ex-ministro de
Lula declarou mais de uma vez, a grande agenda do Brasil nos próximos
anos será a diluição da concentração de poder em mãos de meia dúzia de
famílias controladoras de impérios de comunicação. Essa declaração
jamais será esquecida.
Dirceu, hoje, é tratado como culpado pela mídia e pelos adversários
políticos declarados. Não se encontrará um só texto jornalístico da
grande imprensa em que se conceda a ele a realidade, ou seja, de que
continua inocente até que seu processo tenha transitado em julgado. O
que seus inimigos políticos fariam da vida se ele fosse absolvido?
Podem condenar os outros 37 réus, portanto. Se Dirceu for absolvido, o
que Globo, Folha, Estadão e Veja disseram antes será alvo de
desmoralização e a sensação de vitória do PT e de Lula será inevitável.
Caso contrário, o maior partido e o maior líder político brasileiros
dividirão a derrota com os condenados e os prejuízos político-eleitorais
entre si.
A boa notícia para Lula, para o PT e para o próprio Dirceu é a de que, à
luz do melhor direito, inexiste uma só prova contra esse político
controverso. Mesmo se for culpado – o que ninguém pode confirmar ou
negar –, se houver um julgamento justo ele terá que ser absolvido.
Se isso não ocorrer, José Dirceu terá sofrido condenação política por um
tribunal que deveria se pautar estritamente por critérios técnicos.
Eis, portanto, o dilema em que se debaterá o Brasil em pleno processo
eleitoral. A condenação de Dirceu seria um verdadeiro estupro do Estado
de Direito que transformaria o Brasil em uma ditadura midiática em que
inimigos de meia dúzia de famílias podem ser linchados. Já sua
absolvição contra todas as pressões, consolidará a democracia no Brasil.
Não é pouco o que está em jogo neste ano.
Postado por
Paulo Jonas de Lima Piva
*Opensadordaaldeia
O cacique Serra pela ótica de um estudioso
Às vezes uma réstia de luz penetra
nas cavernas
escuras da mídia para iluminar algumas verdades que são aparentes apenas
àqueles que se
dedicam à tarefa cotidiana de coligir e confrontar informações na
imprensa, passando ao largo das análises carrancudas dos articulistas
oficiais da
grande imprensa e de seus avatares no telejornalismo.
Desse raro atributo de esclarecimento está revestido o
artigo assinado pelo cientista político Claudio Gonçalves Couto (transcrito
abaixo) da FGV, na edição do jornal Valor Econômico que circulou no feriado de
Corpus Christi. O texto fala de uma questão de mérito, o que diferenciaria a
influência política do puro caciquismo na prática de lideranças políticas?
Pra desvendá-la confronta dois episódios recentes da cena
política nacional: a iniciativa do ex-presidente Lula da Silva de apoiar para
candidato a prefeito da maior cidade do País o nome de alguém jejuno em
disputas eleitorais, seu ex-ministro Fernando Haddad, em detrimento do nome
consagrado da senadora Marta Suplicy; e a decisão do ex-governador José
Serra de apresentar seu nome à mesma
disputa eleitoral.
Para surpresa
daqueles que se acostumaram às versões de matiz conservador predominantes na
imprensa e na mídia, as quais associam os atos de Lula ao personalismo
autoritário de um líder sindical e os gestos de Serra à capacidade estratégica
de um exímio acadêmico, o autor do artigo mostra a diferença entre os dois
políticos atribuindo ao ex-presidente o perfil de líder renovador e ao
ex-governador o de cacique que violenta a vontade de seu partido e sufoca-lhe a
capacidade de renovação.
Os argumentos alinhavados pelo professor valem por certo bem
mais que as precedentes ponderações, que bem poderiam ser omitidas.
Sobre caciques e partidos
Por Cláudio Gonçalves Couto
A birra de Marta Suplicy, ausentando-se do ato de
lançamento da candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, enseja
uma boa oportunidade para discutir o papel das lideranças individuais nos
partidos políticos. Ela serve para mostrar que o caciquismo é um fenômeno mais
complexo do que sugerem análises apressadas sobre a influência de certas
lideranças na definição dos rumos das organizações partidárias. Quanto a isto,
um aspecto ganha relevo: enquanto alguns líderes criam sucessores, atuando na
produção ou reforço de novas lideranças (crucial para a sobrevivência
organizacional), outros embotam essa criação, contribuindo para a esclerose
organizacional.
O problema é distinguir entre caciquismo - um tipo
de liderança que subjuga a organização à vontade pessoal inquestionável do
líder - e influência. Uma liderança influente no partido logra convencer os
correligionários, sem contudo impor-lhes decisões inquestionáveis. Assim, se a
persuasão é requisito para a obtenção de anuência, não há caciquismo. Trata-se
de diferença de grau, que ultrapassados certos limiares se converte em
distinção de natureza.
Há situações nas quais se migra, ao longo do tempo,
de um estado para outro. Assim, caciques podem converter-se apenas em
lideranças influentes, seja por que se debilitam ou ajustam a conduta, seja
porque um reforço organizacional do partido lhes reduz o espaço para o
arbítrio. Inversamente, líderes influentes podem, em certas conjunturas,
tornar-se caciques; algo mais provável em organizações partidárias frouxas ou
enfraquecidas - o que não é a mesma coisa.
Caciques
são os que se colocam acima do partido
Para existir, o cacique necessita do apoio de um
subconjunto organizacional dentro do partido: sua entourage, uma facção
majoritária ou posições-chave na burocracia. Assim, enquanto o partido como um
todo é fraco organizacionalmente, esse subgrupo é relativamente forte, impondo
a vontade de seu líder. Contudo, há uma condição principal, decisiva distinguir
o caciquismo da influência: o cacique subordina os interesses da organização
aos seus próprios; é o projeto pessoal do cacique que sempre prevalece sobre o
do partido - e mesmo sobre o de sua claque.
Há quem veja no patrocínio de Lula à candidatura de
Fernando Haddad evidência de caciquismo, demonstrando que o PT nada mais seria
do que um partido sem vontade própria, a reboque do grande líder. Será mesmo?
Isto não se coaduna com características notórias do partido: organização forte,
disputa intensa entre facções, espaço para contestação seguido de alinhamento a
decisões tomadas pelo conjunto. Na realidade, Lula é muitíssimo influente, mas
não um cacique no sentido próprio do termo. E isto não só por méritos próprios
dele, mas pelas características do partido que construiu - que restringe o
caciquismo.
No caso paulistano, antes mesmo de Marta desistir
da candidatura, já enfrentava - além de Fernando Haddad - a oposição interna de
antigos aliados, agora pré-candidatos, os deputados Jilmar Tatto e Carlos
Zarattini. Candidata duas vezes derrotada à prefeitura, a senadora já não
desfrutava da condição de escolha óbvia da agremiação - como foi em 2008. A
imposição de seu nome - a despeito de outras postulações, de um clamor interno
por renovação e da grande rejeição aferida pelas pesquisas ¬- é que seria
caciquismo. Em tal contexto, o apoio de Lula à renovação operou mais como
contrapeso à tentativa de caciquismo em nível local do que se mostrou ele
próprio uma imposição inconteste.
Compare-se com a autoimposição de José Serra no
PSDB, contra Aécio Neves. Verificou-se no ninho tucano uma estratégia de
sufocamento da disputa interna pela interminável postergação do embate, até que
o ex-governador mineiro jogou a toalha, considerando que não teria tempo hábil
para se viabilizar. A solução pelo alto, dessa ardilosa vitória pelo cansaço,
repetiu-se agora na escolha da candidatura tucana à prefeitura paulistana. Após
meses alegando que não se candidataria, o que ensejou uma animada disputa entre
quatro pré-candidatos (sugerindo renovação partidária) o ex-governador mudou de
ideia, inscreveu-se na prévia após o prazo regulamentar, provocou a desistência
de dois postulantes e prevaleceu. Serra obteve na prévia apenas pouco mais de
50% dos votos, num embate contra postulantes muito menos expressivos - tanto no
que concerne à envergadura política quanto à história. Isto mostra o tamanho do
desagrado que sua soberba causou na base tucana.
Fosse o PSDB dotado de maior densidade organizacional,
os dois episódios da imposição serrista deflagrariam uma crise interna - como a
que deve se produzir no PT de Recife neste ano. O caráter elitizado da
agremiação e a baixa intensidade da vida partidária (sobretudo se comparada à
do PT) permitem que as manobras dos caciques e seus embates permaneçam
basicamente como um problema deles mesmos. A renovação, neste caso, ocorre
apenas nas franjas da disputa política (como nas eleições de deputado estadual
e vereador), pelo ocaso das lideranças ou por algum acidente; raramente por uma
estratégia bem definida. Em São Paulo, a oportunidade da renovação foi perdida;
o risco da esclerose cresceu.
É nisto que as atuações de Lula e Serra se
distinguem como influência, no primeiro caso, e caciquismo, no segundo.
Enquanto o ex-presidente interveio no processo de modo a promover uma renovação
de lideranças e atuando segundo a lógica da organização partidária, o
ex-governador apenas fez prevalecer seu projeto pessoal de poder, às expensas
do partido, que tornou seu refém. Isto permanece, a despeito de quem venha
ganhar ou perder as eleições de outubro.
Algo que confunde a percepção de papéis tão distintos são os estilos muito diversos de um e de outro. Enquanto Lula é um líder carismático e de estilo esfuziante, Serra é um líder gerencial e de estilo soturno. Intuitivamente, o senso comum identifica o primeiro com o improviso e o personalismo, e o segundo com a racionalidade e a institucionalidade. Uma análise mais cuidadosa revela exatamente o oposto.
Inflação despenca. Cadê os urubólogos?
Por Altamiro Borges
Quando o Banco Central iniciou a trajetória de queda nas
taxas básicas de juros, Mirian Leitão, Carlos Alberto Sardenberg e outros “especialistas”
em economia alertaram que a inflação iria explodir. O tom apocalíptico recrudesceu
ainda mais quando o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal decidiram
cortar drasticamente os seus juros. A mídia rentista anteviu o fim do mundo.
*Miro
Olhos e corações voltados à Grécia
Por Maurício Caleiro, no blog Cinema & Outras Artes:
À medida que as eleições gregas entram em sua reta final, os olhos do
mundo se voltam ao berço da democracia para acompanhar o que promete ser
um dos mais emocionantes pleitos dos últimos tempos - e dos poucos a
incluir a possibilidade concreta de eleger uma força política cuja
plataforma inclui o rompimento com o programa de austeridade ditado pela
Troika.
*Miro
Cachoeira da podridão: os ratos começam a se soltar
Por: Eliseu
Os
ratos que haviam sido levados de roldão na cachoeira de podridão e
corrupção que envolve diretamente o senador Demóstenes Torres, ex-DEMo,
comandada pelo criminoso-contraventor-bicheiro-“empresário” Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, começam a sair da lama que estavam
presos.
Primeiro foi o ex-sargento da
Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, braço direito do
criminoso Carlinhos Cachoeira a “convencer” a justiça a soltá-lo.
Afinal, num país em que os bandidos dão as cartas e o cidadão de bem é
que fica preso, nada fez para permanecer na prisão.
Agora
outro ladrão-empresário, ou empresário ladrão, o ex-diretor da Delta
Construções Cláudio Abreu é solto sob o argumento que “não se fazem
presentes os pressupostos da prisão cautelar, sendo o requerente
merecedor do benefício de responder ao processo em liberdade uma vez que
é primário e possui endereço fixo”. Deixem o passaporte em seu poder e verão como é fixo o endereço dele.
A
Delta financiava campanhas eleitorais em troca de obras com licitações
de “carta marcada”. “O rastreamento do dinheiro injetado pela Delta
Construções em empresas de fachada, segundo a Polícia Federal, e ligadas
ao esquema do contraventor Carlos Cachoeira, revela que a empreiteira
carioca montou um "deltaduto" para irrigar campanhas eleitorais”.
Empresas que receberam recursos da Alberto e Pantoja Construções Ltda.,
cuja única fonte de renda identificada pela Polícia Federal era a Delta
Construções, abasteceram cofres de campanhas em Goiás, área de
influência da organização criminosa de Cachoeira. Nada de errado no
“país das maravilhas”.
Por enquanto, por mais
inacreditável que possa parecer, o criminoso-mor, o Carlinhos Cachoeira
continua preso. Demóstenes Torres, que talvez seja o pior da quadrilha,
pois usava de cargo público de grande influência para auxiliar na
prática de crimes, sequer deu com os costados na cadeia.
*OCarcará
A CONEXÃO GOIANA
Gilmar Mendes |
Os meses a vir pedem aos homens públicos
responsáveis, de todos os partidos, a combinação da firmeza com a
paciência, a fim de conduzir a campanha e o pleito municipal deste ano.
A
oposição, instigada pelo julgamento do processo conhecido como mensalão,
se encontra açulada por alguns de seus líderes menos sensatos.
O
presidente Lula, acossado pelos inimigos e em convalescença de um
tratamento penoso, não se tem contido diante dos ataques que recebe e
fez algumas declarações apressadas, como ocorreu em recente programa de
televisão.
Na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os negócios de
Carlos Cachoeira, parlamentares perdem a compostura, e usam de linguagem
chula e repulsiva, provocados pelo soberbo silêncio dos depoentes,
entre eles o Senador Demóstenes Torres.
Os diálogos ásperos são normais nas casas parlamentares,
desde que elas existem. Os registros do Senado Romano mostram como os
debates já se valiam, naquele tempo, da ironia e do insulto – que
deviam soar mais ferinos no latim republicano.
A Câmara dos Comuns, a partir do confronto com os Stuarts, na primeira metade do século 17, reproduzia a linguagem vulgar dos pubs e das margens do Tamisa. No século seguinte, principalmente durante o reinado de George III, os insultos faziam parte habitual dos debates na Câmara dos plebeus.
Entre os lordes, é claro, a coisa era outra: estavam todos de acordo contra o povo.
A Câmara dos Comuns, a partir do confronto com os Stuarts, na primeira metade do século 17, reproduzia a linguagem vulgar dos pubs e das margens do Tamisa. No século seguinte, principalmente durante o reinado de George III, os insultos faziam parte habitual dos debates na Câmara dos plebeus.
Entre os lordes, é claro, a coisa era outra: estavam todos de acordo contra o povo.
Em uma comissão parlamentar de inquérito, os ânimos são mais acesos. Mas conviria, tendo em vista a conjuntura política e econômica mundial, que os membros do comitê investigatório se contivessem em sua linguagem, na mesma medida em que se empenhassem, seriamente, na busca da verdade.
O momento pede a coesão nacional, mas ela não pode ser construída na tolerância com o crime.
Estamos diante de uma oportunidade singular, a de separar o que é público do que é privado na sociedade brasileira.
Ainda que não consigamos tudo, alguma coisa que se consiga irá contribuir para a evolução positiva da democracia republicana em nosso país.
O Sr. Gilmar Mendes continua arrostando a paciência nacional. A ligeireza com que acusa e com que retifica suas versões demonstra que o Ministro não está segurando as rédeas do raciocínio – e, em seu caso, não existe a atenuante de um agressivo tratamento de saúde.
Ainda agora ele mesmo revela que interferiu na autonomia do poder executivo, ao solicitar do Ministro da Fazenda que proíba a Caixa Econômica de anunciar em blogs independentes na internet. Como tive a oportunidade de escrever, em minha coluna no JB – reproduzida pelos blogs que ele quer silenciar – o ministro Gilmar Mendes não é uma instituição, não é o STF.
E sua visita ao Ministro da Fazenda, com esse objetivo, é, sim, intromissão em outro poder e pode ser vista como intimidação. Todos os grandes veículos de comunicação do país recebem anúncios – e em valor e volume muito maiores do que a totalidade dos blogs – e exercem forte oposição ao governo. Tanto é assim que a presidente da Associação Nacional dos Jornais, Judith Brito, disse que a imprensa – os jornais que ela representa – desempenha o papel de um partido de oposição que, em seu juízo, não existe no Brasil.
Gilmar Mendes está demonstrando dificuldade em entender a realidade, em aceitar o jogo democrático que exige, como fundamento maior, a liberdade de expressão, que se concretiza na pluralidade da informação e de opinião. É claro que essa dificuldade, se não for logo vencida, dará suspeição às decisões que ele tomar como juiz do STF.
Fonte: Mauro Santayana/ Carta Maior
TEMPOS SOMBRIOS
Henning Albert Boilesen
(1916-1971) foi um empresário nascido na Dinamarca que se naturalizou
brasileiro.
Presidente da Ultragas e anticomunista ferrenho, ele foi um
dos que mais incentivou o financiamento da repressão por empresários durante a ditadura militar.
Essa "ação entre amigos" foi fundamental para a montagem da Oban
(Operação Bandeirante), origem dos DOI-Codis, o núcleo duro do aparelho
repressivo da ditadura.
A Oban transformou a tortura artesanal do Estado Novo em método "científico", como fizeram a Gestapo e os franceses durante a Guerra da Argélia.
Delegado Sérgio Paranhos Fleury - o sanguinário policial da Gestapo brasileira |
A Oban transformou a tortura artesanal do Estado Novo em método "científico", como fizeram a Gestapo e os franceses durante a Guerra da Argélia.
Mas Boilensen
não apenas foi o pivô do financiamento da Oban; ele se comprazia em
assistir pessoalmente, no DOPS ou no quartel da rua Tutóia, às sessões
de tortura contra prisioneiros políticos. Em abril de 1971,
Boilensen foi justiçado em São Paulo por um comando guerrilheiro da ALN e
do MRT. A memória desse cápítulo tenebroso da História do Brasil foi resgatada com um filme imperdível, Cidadão Boilensen, de Chaim Litewski (trailer:http://www.youtube.com/watch?v=9TrocKiappo)
Postado por Cláudio Camargo
*MilitânciaViva
O futuro é do ateísmo
Ateísmo derrotará a religião por volta de 2038
Os países com o melhor padrão de vida estão-se tornando ateus. Essa mudança oferece um vislumbre do futuro do mundo.Nem tudo o que ‘acontece’ na Europa é mau…
do Diario Ateísta
Separação da Igreja e do Estado é aprovada na Noruega…
Esta
decisão, com incidência constitucional, foi objecto de um ‘grande
consenso’ político no Parlamento (161 votos a favor e 3 contra). link
.
Recorde-se que esta mudança não é de somenos importância. O rei da Noruega foi até aqui ‘a autoridade suprema da Igreja da Noruega‘, como se sabe, pertencente à igreja protestante.
.
Impressionante
é o modo tranquilo e civilizado como – nesse País – se resolvem
importantes questões constitucionais, como é o caso da laicidade do
Estado.
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