Mercosul suspende Paraguai de reunião e pode aprovar adesão da Venezuela
Do Viomundo -
iG – Com Reuters e EFE
Mercosul suspende Paraguai da próxima cúpula do bloco
via MVM News
Em
comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram decisão
de retirar país de encontro em Mendoza após impeachment relâmpago de
Fernando Lugo
O Mercosul decidiu neste domingo suspender a
participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco, que será realizada
na próxima sexta-feira na Argentina e na qual serão discutidas que
medidas tomar em relação ao país após o impeachment de Fernando Lugo.
Em
comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram sua
decisão de “suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do
direito a participar da 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e
Cúpula de Presidentes do Mercosul”.
O bloco sul-americano, do
qual o Paraguai é sócio fundador, também vetou a participação do
Paraguai das reuniões preparatórias para a cúpula do Mercosul, que
serão realizadas na cidade argentina de Mendoza.
A medida foi
adotada, segundo argumenta a declaração, em consideração ao Protocolo
de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, assinado em 24 de
julho de 1998, e que determina “a plena vigência das instituições
democráticas” como “condição essencial para o desenvolvimento do
processo de integração”.
No comunicado, Argentina, Brasil e
Uruguai e os países associados Chile, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador
e Colômbia expressaram a mais “enérgica condenação à ruptura da ordem
democrático ocorrida na República do Paraguai, por não ter sido
respeitado o devido processo” no julgamento político de Lugo,
destituído na sexta-feira passada.
A declaração afirma ainda que
os chefes de Estado considerarão na próxima sexta-feira, em Mendoza,
novas “medidas a serem adotadas”.
“O Brasil deve procurar tomar
todas as decisões futuras em relação à situação política no Paraguai da
forma mais multilateral possível, no âmbito do Mercosul e da Unasul. A
suspensão está confirmada e espera-se que até dezembro, quando o
Brasil sediará uma cúpula do Mercosul, o assunto já esteja
equacionado”, disse a assessoria do Ministério das Relações Exteriores
brasileiro.
Na sexta-feira o Congresso paraguaio aprovou o
impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo, e deu posse a
seu vice, o liberal Federico Franco. O processo relâmpago recebeu
inúmeras críticas e alguns vizinhos regionais retiraram seus
embaixadores do país para consultas.
Neste domingo, Lugo pediu
que a democracia retorne ao seu país e anunciou que irá apoiar todas as
manifestações pacíficas para que a abalada ordem institucional seja
restabelecida. O ex-chefe de Estado anunciou que irá para Mendoza, na
cúpula regional, para explicar a situação no Paraguai.
Unasul
Neste
domingo, uma fonte do alto escalão do governo brasileiro disse à
agência Reuters que o Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da União
de Nações Sul-Americanas (Unasul) após o impeachment de Lugo.
Segundo
essa fonte, que falou sob condição de anonimato, o governo brasileiro
tem mantido contato com autoridades de outros países da região e
acredita-se que existe um consenso para a suspensão do Paraguai na
semana que vem, para quando está marcada uma reunião de cúpula do
Mercosul em Mendoza, na Argentina.
“O ponto é transformar esse novo governo (paraguaio) em um pária”, disse a fonte à Reuters.
Segundo
a fonte do governo brasileiro, o embaixador do país em Assunção,
chamado de volta para consultas, não deve retornar ao Paraguai. Essa
autoridade disse ainda que o Brasil não pretende romper completamente
suas relações com o Paraguai por conta de interesses brasileiros no
país, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
A fonte
disse ainda que o governo brasileiro não manterá contatos com Franco e
manterá sua tradição de atuar no caso por meio de organismos
multilaterais. Essa estratégia, segundo a autoridade, tem o objetivo
abrir um precedente que deixe claro a gravidade das consequências de
fatos como o ocorrido no Paraguai.
Especificamente, a meta é
garantir que nada parecido aconteça em outros paises, como Bolívia e
Peru. “Essa é uma reação institucional que mostrará aos outros as
consequências negativas de uma medida agressiva como essa”, completou a
fonte.
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Com suspensão do Paraguai, Mercosul pode aprovar adesão da Venezuela
Aprovação no Senado paraguaio, que depôs o presidente Fernando Lugo, era o último entrave à entrada dos venezuelanos no bloco
Com
a suspensão do Paraguai na Cúpula do Mercosul, que será realizada a
partir desta quarta-feira (27/06), na Argentina, os países do bloco
consideram a possibilidade de aprovar a inclusão da Venezuela como
membro permanente, segundo fontes diplomáticas consultadas pelo Opera
Mundi.
A suspensão do novo governo paraguaio na 43ª Reunião do
Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul foi
anunciada neste domingo (24/06) em um comunicado conjunto dos governos
da Argentina, Brasil e Uruguai. A decisão foi tomada em repúdio à
deposição do presidente Fernando Lugo, na última sexta-feira (22/06),
que viola a cláusula democrática do bloco regional.
As intenções
de inclusão da Venezuela para o fortalecimento econômico do bloco
tiveram início em 2005, quando o país solicitou a adesão como sócio
pleno. Na última cúpula, realizada em dezembro do ano passado, em
Montevidéu, a proposta foi discutida, mas encontrou resistência do
parlamento paraguaio. Segundo as regras do bloco, a medida necessita
apoio dos poderes Executivo e Legislativo dos países sócios.
Atualmente,
a Venezuela tem um status de Estado em processo de adesão ao
Mercosul, enquanto outros países, como Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e
Equador, são membros associados.
*blogdosaraiva