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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, julho 07, 2012
Entendendo o sionismo...
Nesta palestra para a Conferência sobre a Palestina, em Stuttgart, o
brilhante professor e humanista israelense Ilan Pappe faz uma magnífica
exposição do significado do sionismo: suas características inerentemente
colonialistas e racistas.
Ilan Pappe também revela como é enganosa a ideia propalada por certos círculos da "esquerda" europeia de que entre os sionistas israelenses há forças democráticas de esquerda que estariam interessadas em chegar a uma solução justa com os palestinos. Ilan Pappe deixa patente que não há diferenças significativas no comportamento colonialista e racista tanto da direita como da "esquerda" sionistas. Ambas correntes compartilham igualmente o objetivo e o desejo de livrar-se da presença do povo palestino nativo. A única grande diferença está em que a "esquerda" sabe manipular as palavras muito mais habilmente que seus pares direitistas. Daí que, para os que lutam realmente para o fim do colonialismo naquela região, esta "esquerda" seja até mais perigosa do que a direita aberta e declarada, uma vez que, com seu palavreado ardiloso, ela consegue neutralizar boa parte da intelectualidade europeia, que parece contentar-se tão somente com palavras de efeito, independentemente da realidade sobre o terreno.
Para Ilan Pappe, a luta contra o colonialismo e o racismo na Palestina exige que o combate seja feito primeira e abertamente contra a ideologia que o impulsa, sustenta e ampara, ou seja, contra o sionismo. Sem a derrota ideológica do sionismo não há perspectivas de paz e justiça na Palestina.
Ilan Pappe também revela como é enganosa a ideia propalada por certos círculos da "esquerda" europeia de que entre os sionistas israelenses há forças democráticas de esquerda que estariam interessadas em chegar a uma solução justa com os palestinos. Ilan Pappe deixa patente que não há diferenças significativas no comportamento colonialista e racista tanto da direita como da "esquerda" sionistas. Ambas correntes compartilham igualmente o objetivo e o desejo de livrar-se da presença do povo palestino nativo. A única grande diferença está em que a "esquerda" sabe manipular as palavras muito mais habilmente que seus pares direitistas. Daí que, para os que lutam realmente para o fim do colonialismo naquela região, esta "esquerda" seja até mais perigosa do que a direita aberta e declarada, uma vez que, com seu palavreado ardiloso, ela consegue neutralizar boa parte da intelectualidade europeia, que parece contentar-se tão somente com palavras de efeito, independentemente da realidade sobre o terreno.
Para Ilan Pappe, a luta contra o colonialismo e o racismo na Palestina exige que o combate seja feito primeira e abertamente contra a ideologia que o impulsa, sustenta e ampara, ou seja, contra o sionismo. Sem a derrota ideológica do sionismo não há perspectivas de paz e justiça na Palestina.
Fonte: josespa1
*Turquinho
MP avisa Câmara de Apucarana que lei do pai-nosso é inconstitucional
O promotor André Luis Bortolini, do Ministério Público do Paraná,
expediu nesta sexta-feira (6) uma orientação aos vereadores de Apucarana
para que o projeto de lei 102/2012, que institui o pai-nosso nas
escolas públicas e privadas antes da primeira aula, não seja aprovado
porque fere a Constituição.
Apucarana fica a 369 km de Curitiba e tem cerca de 120 mil habitantes, entre os quais 58 mil estudantes.
De autoria do vereador evangélico José Airton Araújo (PR), o Deco do Cachorro Quente, o projeto de lei já foi aprovado em primeira discussão pelos 11 vereadores da Câmara.
Diante da pressão de moradores e da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), a Câmara adiou a votação em segunda discussão para uma nova análise do projeto de lei. A votação está marcada para a próxima semana.
Bortolini, em seu comunicado aos vereadores, lembrou que a laicidade do Estado brasileiro garante a liberdade de crença e culto e é por isso mesmo que o poder público tem de se manter independente em relação às religiões.
Ressaltou que, além disso, a escola é um espaço de manifestação da pluralidade de pensamento, não cabendo, portanto, a imposição de um credo religioso.
O promotor alertou que, se os vereadores insistirem em aprovar o projeto de lei, o Ministério Público providenciará o ajuizamento de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade).
Professora de Apucarana afirma que lei do pai-nosso é bullying.
julho de 2012
Religião no Estado laico.
Apucarana fica a 369 km de Curitiba e tem cerca de 120 mil habitantes, entre os quais 58 mil estudantes.
De autoria do vereador evangélico José Airton Araújo (PR), o Deco do Cachorro Quente, o projeto de lei já foi aprovado em primeira discussão pelos 11 vereadores da Câmara.
Diante da pressão de moradores e da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), a Câmara adiou a votação em segunda discussão para uma nova análise do projeto de lei. A votação está marcada para a próxima semana.
Bortolini, em seu comunicado aos vereadores, lembrou que a laicidade do Estado brasileiro garante a liberdade de crença e culto e é por isso mesmo que o poder público tem de se manter independente em relação às religiões.
Ressaltou que, além disso, a escola é um espaço de manifestação da pluralidade de pensamento, não cabendo, portanto, a imposição de um credo religioso.
O promotor alertou que, se os vereadores insistirem em aprovar o projeto de lei, o Ministério Público providenciará o ajuizamento de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade).
Com informação do MP-PR.
julho de 2012
Religião no Estado laico.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1zxQcegdq
Paulopes
Golpe no Paraguai revela nova face da Operação Condor, diz ativista
Em entrevista à Carta Maior, o mais importante ativista dos
direitos humanos paraguaio, Martin Almada, disse que o golpe que
destituiu Fernando Lugo da presidência revela a atualidade da Operação
Condor, a maior ação articulada de terrorismo de estado já imposta ao
povo latino-americano. Para Almada, essa nova Condor é muito mais
abrangente do que a iniciada em 1964, no Brasil: é mais suave, global e
revestida de uma capa pseudodemocrática, por meio da cooptação dos
parlamentos.
Brasília - Em entrevista exclusiva à Carta Maior, o mais importante
ativista dos direitos humanos paraguaio, Martin Almada, disse que o
recente golpe que destituiu Fernando Lugo da presidência do seu país
revela a atualidade da Operação Condor, considerada a maior ação
articulada de terrorismo de estado já imposta ao povo latino-americano.
Prêmio Nobel da Paz alternativo, foi Almada quem descobriu, no Paraguai,
na década de 90, o chamado “arquivo do terror”, que contém os
principais registros conhecidos da Operação Condor, a articulação dos
aparelhos repressivos do Brasil, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai
que, a partir da década de 1960, sob a coordenação dos Estados Unidos,
garantiram o extermínio das forças resistentes à implantação de um
modelo econômico favorável aos interesses das oligarquias locais e das
multinacionais que elas representam.
O ativista está em Brasília justamente para participar, nesta quinta
(5), de um seminário sobre a Operação, promovido pela Comissão
Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Câmara.
Confira a entrevista:
- Como se deu a articulação do golpe que destitui Fernando Lugo da presidência do Paraguai?
Foi uma trama muito bem montada pela direita paraguaia. E quando digo
direita paraguaia, me refiro à oligarquia Vicuna, aos grandes
fazendeiros, me refiro aos donos da terra, os plantadores de soja
transgênica, me refiro às multinacionais, como a Cargil e a Monsanto, e
também aos partidos tradicionais ligados a essas oligarquias. É um caso
muito particular de golpe.
- Mas é possível compará-lo, por exemplo, com o golpe que ocorreu em Honduras?
Ao contrário do que muitos dizem, não se pode comparar. Foram golpes
completamente diferentes. Em Honduras, o exército norte-americano
interviu, junto com as tropas hondurenhas. A embaixada americana teve
uma atuação clara. O presidente caiu em sua cama. No Paraguai, tudo foi
articulado via parlamento, que é a instituição mais corrupta do país. No
fundo, é claro, sem aparecer, também estava a embaixada americana. Mas
sua participação se deu através das organizações não governamentais
(ONGs) e dos órgãos de inteligência. Normalmente, um golpe de estado,
como ocorreu em Honduras, se dá com tiroteio, bomba, pólvora, morte. No
Paraguai, não houve tiroteio, não houve pólvora. O que rolou foi muito
dinheiro, muitos dólares.
- E como se comportou a imprensa paraguaia?
Os meios de comunicação estavam todos a serviço do golpe. É por isso que
digo que foi um golpe perfeito: quando o presidente golpista assumiu,
se cantou o hino nacional com uma orquestra. E uma orquestra de câmara.
Foi um golpe planificado com muita antecipação.
- E onde estava o povo, os movimentos organizados que não saíram às ruas?
O presidente Lugo cometeu muitos erros. Primeiro, quando ocorreu a morte
de sete policiais e onze camponeses, eu penso, como defensor dos
direitos humanos, que tanto a polícia quanto os camponeses eram
inocentes. Aquele conflito foi uma trama. Os policiais usavam colete à
prova de balas, mas os tiros ultrapassaram estes coletes. E nós sabemos
que as armas usadas pelos camponeses são muito artesanais. Não teriam
essa capacidade. O que nós imaginamos é que haviam infiltrados com armas
muito potentes. E Lugo, após o conflito, fez uma declaração péssima:
condenou os camponeses e prestou condolências aos familiares dos
policiais. Isso caiu muito mal. Segundo, Lugo firmou uma lei repressiva,
uma lei de tolerância zero. Outro erro de Lugo foi firmar acordo com a
Colômbia para assessorar a polícia paraguaia.
- Para tentar se manter no poder, ele fez concessões à direita que o desgastaram com as classes populares. É isso?
Exatamente. Então, no momento do golpe, o povo não saiu às ruas. Na
verdade, foram dois motivos. Primeiro, a frustração, a indignação e o
desencanto com Lugo. Segundo, no Paraguai, as pessoas com mais de 40
anos têm muito medo. Porque nós não vivemos 20 anos de ditadura. Nós
vivemos 60. Então, só os jovens saíram às ruas. Aliás sempre, no
Paraguai, as manifestações de ruas são protagonizadas por jovens, que
tem uma coragem admirável.
- Como o senhor avalia a posição dos demais países do Mercosul e da Unasul de condenarem o golpe?
Este golpe foi um golpe ao Mercosul, um golpe à Unasul, porque Lugo
tinha boas relações com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com o
presidente da Bolívia, Evo Morales... e isso desagradava. Lugo, com
todos os seus defeitos, melhorou a saúde do povo, melhorou a educação,
deu alimentação nas escolas, comida, merenda. Nem tudo estava mal. Mas
ao invés de premiar Lugo, o castigaram. É por isso que acreditamos que
foi um golpe à unidade regional. Uma conspiração contra a unidade da
região, contra a pátria grande com que sonhou Martin Bolívar para todos
os latinoamericanos. Isso atenta contra todos. Pode ocorrer, amanhã,
aqui, na Argentina... na Bolívia tentam um golpe de estado, no Equador
também.
- Então, como na Operação Condor, é uma ameaça a toda a América Latina?
O golpe no Paraguai é a Condor se revelando. É prova que a Condor está
se revelando com outro método. Uma Condor mais moderna, mais suave e
mais parlamentar.
- E como o campo progressista pode reagir?
Esta reunião aqui no parlamento brasileiro para tratar da Operação
Condor, por exemplo, é de extrema importância. Porque já é possível
identificar três fases desta Operação. A primeira, que começou aqui no
Brasil, em 1964, com a queda do presidente João Goulart, era uma Condor
bilateral: Brasil-Argentina, Brasil-Paraguai, Brasil-Uruguai. A segunda,
em 1975, já era uma Condor multilateral, com um acordo ratificado entre
as ditaduras dos cinco países. Agora, a Condor é global. Depois dos
eventos de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, se revelou que
havia centros clandestinos de tortura americanos até na Europa.
Portanto, há uma Condor global. E nós temos que entender o que é a
Operação Condor, como ela funciona, quem a dirige... porque quem dirige a
Condor é também quem dirige a Organização das Nações Unidas, o
Pentágono, a máfia das drogas...
Najla Passos *Carta Maior
Chávez diz que paraguaios pediram suborno para aceitar Venezuela no Mercosul
Tensão entre Caracas e Assunção atinge escala máxima; paraguaios negam barganha financeira para aceitar venezuelanos
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta
quinta-feira que senadores paraguaios pediram subornos para aprovar a
adesão venezuelana ao Mercosul, acusação que foi rejeitada por
parlamentares e que exacerbou a atual disputa diplomática entre Caracas e
Assunção.
A Venezuela retirou seu embaixador do Paraguai e suspendeu o envio de
petróleo ao país depois que o Senado, num rápido processo político,
destituiu em junho o presidente socialista Fernando Lugo, o que Chávez
qualificou como "golpe de Estado".
O novo governo paraguaio, por sua vez, retirou na quarta-feira seu
embaixador em Caracas e acusou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro,
de ter pedido em reunião com militares em Assunção que as Forças Armadas
paraguaias impedissem a destituição de Lugo.
A entrada da Venezuela no Mercosul já havia sido aprovada pelos
Congressos da Argentina, Brasil e Uruguai, mas estava sendo
inviabilizada devido à resistência do Parlamento paraguaio.
Depois do impeachment de Lugo, o Mercosul suspendeu o Paraguai dos seus
quadros, e assim a Venezuela pôde finalmente se tornar membro pleno do
bloco.
Em discurso à Assembleia Nacional venezuelana por ocasião do Dia da
Independência, Chávez disse que "um grupo desses senadores do Paraguai,
desses que deram o golpe, estava pedindo dinheiro, ou seja, pediam
dinheiro a nós para permitir entrar no Mercosul".
"Eu disse a Nicolás (Maduro): Nicolás, mande-os passear. São umas
verdadeiras máfias. Pedindo dinheiro, pedindo dinheiro. Também há
testemunhas brasileiras disso, também há testemunhas argentinas disso",
acrescentou Chávez, sem entrar em detalhes nem citar nomes.
Parlamentares paraguaios reagiram negando a versão de Chávez.
"Parece-me sumamente grave o que denuncia o presidente Chávez, e me
parece que deveria apresentar provas", disse o senador paraguaio Hugo
Estigarribia, do Partido Colorado.
"Esperemos que não seja uma acusação para desviar a atenção das supostas
atuações de Maduro no Paraguai", acrescentou o senador, que apoiou a
destituição e era contra a adesão venezuelana ao Mercosul.
Reportagem de Deisy Buitrago, em Caracas; e de Daniela Desantis, em AssunçãoNo Reuters
AS AGÊNCIAS REGULADORAS, O 4-MI, E O FAZ DE CONTA NO BRASIL
A
notícia de que o Brasil é o país que consome o mais alto teor de
4-metilimidazole, ou 4-MI, que entra na composição do corante caramelo
utilizado na fabricação de Coca-Cola, entre todos os mercados da
empresa, mostra como, além de representarem uma excrescência no corpo
republicano, as agências de regulação criadas nos anos 1990, no Governo
Fernando Henrique, não servem, na prática, para regular coisa alguma. O
corante foi considerado cancerígeno pelas autoridades sanitárias dos
Estados Unidos, e por isso é limitadíssimo o seu emprego no mercado
americano.
A existência da ANATEL – graças
também à legislação aprovada na época das privatizações – não impede que
o Brasil pague uma das tarifas mais altas do mundo, segundo organismos
internacionais, em banda larga e telefonia celular.
As
multinacionais estrangeiras que dividiram entre si os despojos da
Telebras, quase nada investem em infraestrutura. Quem mora em bairros
periféricos – geograficamente periféricos, não nos referimos à renda –
simplesmente não tem acesso a banda larga de qualidade, porque as
empresas de telefonia não querem instalar cabos. Estão “cobrindo” e mal a
demanda, com modems portáteis de telefonia móvel 3G, e, quando chegar a
4G, muitíssimo mais cara, aí é que não vão mesmo estender a sua rede
física de cabos. Os objetivos de universalização são uma piada. Milhares
de municípios sequer contam com acesso à internet. Os orelhões, a
maioria dos quais, pelo estado em que se encontram, não recebem
manutenção regular, parecem estar sendo deliberadamente destruídos para
obrigar todos os cidadãos, mesmo os mais pobres, a optar pelo celular. E
os lucros, que se contam em bilhões de euros, são enviados todos os
anos para o exterior, enquanto o BNDES empresta dinheiro a operadoras
estrangeiras para a “expansão” de infraestrutura.
O
ex-diretor geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, defendeu de novo, há
poucos dias, a obrigatoriedade das empresas concessionárias de ferrovias
cuidarem da manutenção dos trechos que não estão utilizando e que
apodrecem em vários pontos do país. Uma providência óbvia, que deveria
estar sendo tomada há anos, até mesmo porque estava prevista nos
contratos de concessão, mas cujo cumprimento, mais de uma década depois
das privatizações, a ANTT não teve força de fazer executar.
Agora,
se a ANVISA, mais uma vez, se mexer, no caso da Coca-Cola, não será por
iniciativa própria, mas por causa da FDA - Food and Drug
Administration, norte-americana. Organismo com sede em Washington que
fabricantes de remédios brasileiros dizem ter se transformado em uma
espécie de oráculo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Dificilmente um medicamento tem sua comercialização liberada no Brasil,
se não for aprovado primeiro nos Estados Unidos. Paradoxalmente, no
entanto, dezenas de substâncias venenosas - além do 4-MI que toma parte
da fórmula da Coca-Cola brasileira - como agrotóxicos há muito proibidos
na Europa e nos Estados Unidos, continuam a ser usados livremente no
Brasil. E é preciso registrar que a FDA, ao contrário de quem faz o seu
trabalho no Brasil, não é agência reguladora. É uma repartição do poder
executivo, subordinada diretamente ao Departamento (Ministério) da Saúde
dos Estados Unidos.
Leia também
*GilsonSampaio
Denúncia gravíssima: Não temos laboratórios para verificar toxicidade dos agrotóxicos, diz Anvisa
Você já comeu Metamidofós? Nãããão? Você não sabe o que está perdendo.
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