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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 25, 2012

Deleite - Clara Nunes CANTO DAS TRÊS RAÇAS - CLARA NUNES






Mundo se solidariza com a Revolução Bolivariana

O alerta de Eduardo Galeano: Há plano para jogar no lixo dois séculos de conquista

do Pragmatismo Político
Este é um mundo violento e mentiroso, mas não podemos perder a esperança e o entusiasmo pela mudança”, diz Eduardo Galeano.
eduardo galeano escritor
Eduardo Galeano: Galeano: "O mundo é violento, mas não podemos perder a esperança". Foto: Arquivo
O escritor uruguaio, historiador literato de seu continente, através de obras como “As Veias Abertas da América Latina” e da trilogia “Memória do Fogo”, falou nesta entrevista sobre os últimos acontecimentos na América Latina e a crise econômica mundial.
De sua mesa de sempre no central Café Brasileiro, deixando atrás da janela o frio do inverno austral, insiste que “a grandeza do homem está nas pequenas coisas, que são feitas cotidianamente, dia a dia, por anônimos sem saber que as fazem”.
Ele alterna as respostas com episódios de seu último livro, “Os Filhos dos Dias”, em que agrupa 366 histórias verdadeiras, uma para cada dia do ano, que contêm mais verdade do que falar sobre inidcadores de risco. Confira abaixo a entrevista para a rede BBC
A crise europeia está sendo tratada pelos líderes políticos a partir de um discurso de sacrifício da população.
Eduardo Galeano: É igual ao discurso dos oficiais quando eles mandam os recrutas para morrer, com menos cheiro de pólvora mas não menos violento.
Este é um plano sistemático em nível mundial para jogar no lixo dois séculos de conquistas dos trabalhadores, para que a humanidade retroceda em nome da recuperação nacional. Este é um mundo organizado e especializado no extermínio do próximo.
E então condenam a violência dos pobres, dos mortos de fome; a outra se aplaude, merece condecorações.
A “austeridade” está sendo apresentada como única saída?
Galeano: Para quem? Se os banqueiros que causaram esse desastre foram e continuam sendo os principais ladrões de banco e são recompensados ​​com milhões de euros que lhe são pagos como compensação…
É um mundo muito mentiroso e muito violento. A austeridade é um antigo discurso na América Latina. Assistimos a uma peça de teatro que foi estreada aqui e já a conhecemos.
Sabemos tudo: as fórmulas, as receitas mágicas, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial…
Você considera que o empobrecimento da população é mais violento?
Galeano: Se a luta contra o terrorismo fosse verdadeira e não uma desculpa para outros fins, teríamos que cobrir o mundo com cartazes que dissessem: “procuram-se os seqüestradores de países, os exterminadores de salários, os assassinos de emprego, os traficantes do medo “, que são os mais perigosos, porque te condenam à paralisia.
Este é um mundo que te domestica para que desconfies do próximo, para que seja uma ameaça e nunca uma promessa. É alguém que vai te fazer dano e, para isso, é preciso defender-se. Assim se justifica a indústria militar, nome poético da indústria criminosa. Esse é um exemplo claríssimo de violência.
Passando à política latino-americana, o México continua nas ruas protestando contra os resultados oficiais das eleições…
Galeano: A diferença de votos não foi tão grande e pode ser difícil provar que houve fraude. No entanto, há uma outra fraude mais profunda, mais fina e que é mais nociva à democracia: a que cometem os políticos que prometem tudo ao contrário do que depois fazem no poder. Assim eles estão agindo contra a fé na democracia das novas gerações.
Quanto à destituição de Fernando Lugo no Paraguai, pode-se falar de golpe de estado se ela foi baseada nas leis do país?
Galeano: Está claro que no Paraguai foi suave e amplamente um golpe de Estado. Eles golpearam o governo do padre progressista não pelo que tenha feito, mas pelo que poderia fazer.
Não tinha feito grande coisa, mas, como propunha uma reforma agrária – em um país que tem o grau de concentração de poder da terra mais alto na América Latina e em consequência a desigualdade mais injusta – teve algumas atitudes de dignidade nacional contra algumas empresas internacionais toda-poderosas como a Monsanto e proibiu a entrada de algumas sementes transgênicas…
Foi um golpe de Estado preventivo, apenas no caso de, não pelo que és mas pelo que podes chegar a fazer.
Lhe surpreende que continuem ocorrendo essas situações?
Galeano: O mundo hoje é muito surpreendente. A maioria dos países europeus que pareciam estar vacinados contra golpes de Estado são agora governos governados pelas mãos de tecnocratas designados a dedo por Goldman & Sachs e outras grandes empresas financeiras que não foram votadas por ninguém.
Até mesmo a linguagem reflete isso: os países, que se supõe que são soberanos e independentes, têm que fazer bem seus deveres, como se fossem crianças com tendência à má conduta, e os professores são os tecnocratas que vêm para puxar suas orelhas.
Fonte: BBC
*GilsonSampaio

Olimpíadas 2012 - Filas, bagunça, desinformação, congestionamentos monstruosos, preços inadmissíveis, ameaças de greve e protestos, superfaturamento e ilegalidades múltiplas, brutalidade policial, grosseria de funcionários. Nada mobiliza o senso crítico do jornalismo brasileiro



Filas, bagunça, desinformação, congestionamentos monstruosos, preços inadmissíveis, ameaças de greve e protestos, superfaturamento e ilegalidades múltiplas, brutalidade policial, grosseria de funcionários. Nada mobiliza o senso crítico do jornalismo brasileiro, incapaz de cobrir os Jogos Olímpicos britânicos sob os mesmos rigores que reserva aos eventos brasileiros.
Intempéries que no Rio de Janeiro (ou numa capital administrada por petistas) seriam chamadas de “apagão”, “caos”, “colapso” e outros substantivos marcantes de uso oportuno, na ilha viraram percalços menores, compreensíveis, talvez mesmo causados pelas hordas incivilizadas que teimam em poluir terras tão soberbas com seu terceiro-mundismo feio.
Agora descobrimos que até a prerrogativa muito básica e individual de escolher as próprias vestes será violada pela patrulha a serviço dos conglomerados financeiros que monopolizam a festa. Estão proibidas mensagens políticas, nacionais e comerciais que desagradem os patrocinadores dos Jogos. As empresas decidem que roupas os espectadores usarão. Não pode vestir camiseta com a foto do Che Guevara. Mas e a do palhaço Bozo, pode? A da rainha chupando sorvete?
Os bravos comentaristas tupiniquins, embasbacados com toda aquela (falsa) assepsia construída a porrete, acham pouco e bom. Seu comportamento apenas em parte é fruto do fascínio típico dos turistas festivos – bastante fiel, aliás, ao provincianismo que caracteriza a análise esportiva das capitais. A fantasia da superioridade gringa, aliada à do nosso fracasso inexorável, segue também motivações menos lisonjeiras: trata-se de uma espécie de vingança despeitada contra a realização dos Jogos e da Copa no Brasil, vitórias políticas de Lula (e do país) que a imprensa oposicionista jamais engoliu.
Entre o ufanismo tolo e a autodepreciação jeca, talvez sobre algum espaço para a simples fruição do espetáculo.
*GuilhermeScalzzi

Charge do Dia


Mães de Maio vão pedir para a presidenta Dilma  intervenção do governo federal na atual crise de segurança pública em SP


Integrantes do movimento Mães de Maio vão a Brasília entregar carta a Dilma Rousseff pedindo acompanhamento da crise de segurança pública em São Paulo



Integrantes do movimento Mães de Maio, formado por familiares de vítimas da violência policial em São Paulo, vão a Brasília hoje (25) entregar uma carta para a presidenta Dilma Rousseff pedindo intervenção do governo federal na atual crise de segurança pública no estado de São Paulo. Na carta é pedido que o assunto tenha acompanhamento da Presidência, do Ministério da Justiça, da Secretaria de Direitos Humanos e de outros órgãos da esfera federal. De acordo com o movimento, a onda de violência policial já vitimou cerca de 200 pessoas nos últimos dois meses, sobretudo jovens pobres e negros, e o poder público estadual não tem demonstrado capacidade de lidar com a situação.
Outras reivindicações na carta são o controle social do Ministério Público, a criação de uma comissão que apure os crimes cometidos por agentes do Estado e a apresentação dos resultados da Comissão Especial Crimes de Maio de 2006, criada pelo ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos Paulo Vannuchi no último ano do governo Lula. Este caso, no qual 493 pessoas foram mortas por grupos de extermínio, foi uma reação aos ataques realizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e completou seis anos no último dia 12 de maio, ainda sem solução.
Além disso é pedido acompanhamento rigoroso pelo Conselho Nacional de Justiça e pela Defensoria Pública da União dos processos relacionados aos crimes de Maio de 2006, abril de 2010, e aos assassinatos de músicos na Baixada Santista.
“Queremos também um encaminhamento efetivo no sentido de abolir definitivamente os registros de 'Resistência Seguida de Morte', 'Auto de Resistência' e afins em todo país – essa verdadeira 'licença para matar', inconstitucional, usada a torto e a direito por policiais assassinos em todo país", diz a carta que será entregue a Dilma.  O documento pede ainda a abolição do artigo 329 do Código Penal, a chamada "resistência", que para o movimento abre uma brecha jurídica para promover execuções.
Os 15 pontos que compõem a carta foram definidos em articulação entre as Mães de Maio e a Rede Nacional de Familiares de Vítimas do Estado em todo Brasil, da qual fazem parte diversos coletivos que lutam por justiça contra crimes do estado. As Mães pretendem realizar ato para entregar a carta à Presidência da República durante o Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, que será realizado entre 25 e 29 de julho, no Complexo Cultural da República, em Brasília.
*MariadaPenhaneles 

Tempo não é dinheiro

"Temos que entender que tempo não é dinheiro. Essa é uma brutalidade que o capitalismo faz como se o capitalismo fosse o senhor do tempo. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida".

- Do aniversariante do dia, professor Antonio Cândido de Mello e Souza, 94 anos.

Professor Antonio Candido, 94 anos hoje

Na foto, ele e sua mulher, Gilda, que já partiu."A velhice é muito triste", comentou comigo uma vez, em sua casa de viúvo. O que eu poderia dizer? Longa vida ao professor, que tem me salvado, e a tantos, por saber que ele existe, e por ouvir as coisas que fala, como esta, que não canso de compartilhar, sobre a alegada falência da utopia: " Mas o que importa não é que os alvos ideais sejam ou não atingíveis concretamente na sua sonhada integridade. O essencial é que nos disponhamos a agir como se pudéssemos alcançá-los, porque isso pode impedir ou ao menos atenuar o afloramento do que há de pior em nós e em nossa sociedade. E é o que favorece a introdução, mesmo parcial, mesmo insatisfatória, de medidas humanizadoras em meio a recuos e malogros. Do contrário, poderíamos cair nas concepções negativistas, segundo as quais a existência é uma agitação aleatória em meio a trevas sem alvorada."
Foto Bob Wolfenson

terça-feira, julho 24, 2012

Deleite percepção rápida


Yosemite HD from Project Yosemite on Vimeo.


Presidente nacional do PT acusa PSDB de tentar 'censurar' blogs


Presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou a representação apresentada pelo PSDB como uma tentativa de censurar blogs independentes. Foto: Marina Novaes/Terra
Presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou a representação apresentada pelo PSDB como uma tentativa de "censurar" blogs independentesFoto: Marina Novaes/Terra
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou como um ato de "censura" a representação apresentada pelo PSDB na Procuradoria Geral Eleitoral (PGE), em que os tucanos solicitam a investigação de patrocínios de empresas públicas a sites e blogs que teriam conteúdos favoráveis ao governo federal e ao PT e ofensivos aos partidos de oposição.

Em um vídeo publicado no site oficial do partido, Rui Falcão declarou "solidariedade" aos jornalistas Luis Nassif e Paulo Henrique Amorim, que são alvos da representação apresentada pelo PSDB.
"O PSDB, agora, ingressou na Procuradoria Geral Eleitoral pretendendo cercear o trabalho desses jornalistas", afirmou o presidente do PT, que finalizou dizendo que deixava sua solidariedade aos jornalistas contra o ato de "censura" do PSDB.
Blogs
A representação, apresentada na segunda-feira, deseja apurar as fontes públicas de financiamento e receita dos blogs de Nassif e Amorim. Além da investigação das empresas, na representação, o PSDB ainda pretende "apurar o desvio, ainda que indireto, de recursos públicos para a propaganda eleitoral de candidatos apoiados pelo Partido dos Trabalhadores", e também "instaurar investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade."
A medida ocorre menos de uma semana após o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo José Serra classificar a ação de blogs ligados ao PT de "nazista". "Basta olhar o jogo sujo na internet. Uma verdadeira tropa de assalto. Hoje os nazistas estão na internet", disse o tucano em um encontro com vereadores de seu partido na sexta-feira.