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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, agosto 16, 2012
Máquina chinesa transforma papeis usados em lápis
Um
grupo de designers chineses desenvolveu um equipamento altamente útil
para a reciclagem em escritórios. O produto parece uma impressora. No
entanto, invés de cuspir papel, ela produz lápis a partir de papel
usado.
A
invenção foi apelidada de P&P e trata-se de um processador de
resíduos para escritórios. A novidade é capaz de resolver de uma só vez,
ao menos dois problemas comuns: o descarte de papéis e a necessidade
dos lápis. Essa é a chave para uma proposta realmente efetiva de design:
ser bonito e altamente funcional.
De
acordo com os fabricantes, o uso da máquina é bem simples, basta
alimentá-la com uma folha de papel pela entrada superior, que ela se
encarregará de envolver o grafite, despejando um lápis pronto para o
uso. Assim, é necessário abastecer o equipamento com três
“ingredientes”: grafite, papel e cola.
A
“impressora” pode funcionar automática ou manualmente e a cobertura,
feita em plástico transparente, permite que o usuário acompanhe todas as
etapas do processo. Os lápis já saem apontados, no entanto a P&P
também possui um apontador, instalado na lateral.
Apesar
de ter enorme potencial, a máquina ainda não está disponível
comercialmente e os designers ainda não têm previsão para que ele chegue
às lojas. Com informações do Inhabitat.
*revistarecilcarja
A mídia e a criminalização da política
http://www.cartoonmovement.com |
Política para a mídia brasileira em geral é sinônimo de escândalo. Para grande parte da população resume-se a eleições.
Pessoas menos informadas costumam referir-se ao ano eleitoral como o "ano da política", fechando dessa forma o círculo da incultura cívica do país, do qual não escapa um ensino alheio ao tema.
Nação de base escravocrata, às camadas subalternas brasileiras sempre foi negado o direito de efetiva participação no jogo político.
Como concessão permite-se o exercício do voto, dentro de regras restritivas, feitas sob modelo para perpetuação das elites tradicionais no poder.
O descompasso entre presidentes da República eleitos a partir de programas de governo reformistas, com apelo popular, e composições parlamentares no Congresso conservadoras e patrimonialistas têm sido uma constante da política brasileira desde a metade do século passado.
O suicídio de Vargas e o golpe de Estado sacramentado pelo senador Auro de Moura Andrade em 1964 ao declarar vaga a presidência da República legalmente ocupada pelo presidente João Goulart são símbolos da ambiguidade política brasileira, na qual enquadra-se até a renúncia tresloucada de Jânio Quadros. Cabem aí também as chantagens exercidas por grupos parlamentares contra os governos Lula e Dilma, obrigando-os a dolorosas composições partidárias.
Diferentemente da eleição majoritária, onde os candidatos a chefe do executivo falam às grandes massas e são obrigados a mostrar seus projetos nacionais, deputados e senadores apóiam-se no voto paroquial, no compadrio, no tráfico de influência, herdeiros que são do velho coronelismo eleitoral.
E no Congresso, sem compromisso ideológico com o eleitor, defendem os interesses dos financiadores de suas campanhas, quase sempre poderosos grupos econômicos do campo e da cidade, ao lado das igrejas e até de entidades esportivas.
São candidaturas cujo sucesso só ocorre pela falta de um crivo crítico, proporcionado por debates constantes que apenas a mídia tem condições de oferecer em larga escala. No entanto, jornais, revistas, o rádio e a televisão não estão interessados em mudanças. Por pertencerem, no geral, aos herdeiros dos escravocratas (reais ou ideológicos), a existência de um eleitorado esclarecido e consciente apresenta-se como um perigo para os seus interesses.
Por isso, usam de todos os meios para manter a maioria da população distante da política, criminalizado-a sempre que possível.
As raízes da tensão histórica existente entre o executivo e o legislativo brasileiros não fazem parte da pauta da mídia nacional.
Como também não fazem parte as várias propostas existentes no Congresso voltadas para uma necessária e urgente reforma política.
Entre elas, por exemplo, a que acaba com o peso desigual dos votos de cidadãos de diferentes Estados, as que propõem a adoção do voto distrital misto, o financiamento público de campanha ou até o fim do Senado, cujo debate e votação são sempre bloqueados pelos grupos conservadores dominantes.
O dever social da mídia seria o de ampliar esse debate, levando-o à toda sociedade e tornando seus membros participantes regulares da vida política nacional. Mas ela não presta esse serviço.
Prefere destacar apenas os desvios éticos de parlamentares e os "bate-bocas" nas CPIs. São temas que caem como uma luva nas linhas editoriais dos grandes veículos, movidas por escândalos e tragédias espetaculares, sempre tratadas como "fait-divers", sem causas ou consequências, apenas como show.
O resultado é a criação de um imaginário popular que nivela por baixo toda a atuação política institucionalizada. Seus atores são desacreditados, mesmo aqueles com compromissos sérios, voltados para interesses sociais efetivos.
A definição de uso corrente de que "são todos iguais" reflete essa imagem parcial e deformada da política, criada pela mídia.
No caso específico da televisão, por onde se informa a maioria absoluta da população, a situação é ainda mais grave.
O Brasil é a única grande democracia do mundo onde não existem debates políticos regulares nas redes nacionais abertas.
Só aparecem, por força de lei, às vésperas dos pleitos, reforçando ainda mais a ideia popular de que política resume-se a eleições.
Ao exercerem no cotidiano a criminalização da política, os meios de comunicação, em sua maioria, brincam com o fogo, traçando o caminho mais curto em direção ao golpismo.
Pessoas menos informadas costumam referir-se ao ano eleitoral como o "ano da política", fechando dessa forma o círculo da incultura cívica do país, do qual não escapa um ensino alheio ao tema.
Nação de base escravocrata, às camadas subalternas brasileiras sempre foi negado o direito de efetiva participação no jogo político.
Como concessão permite-se o exercício do voto, dentro de regras restritivas, feitas sob modelo para perpetuação das elites tradicionais no poder.
O descompasso entre presidentes da República eleitos a partir de programas de governo reformistas, com apelo popular, e composições parlamentares no Congresso conservadoras e patrimonialistas têm sido uma constante da política brasileira desde a metade do século passado.
O suicídio de Vargas e o golpe de Estado sacramentado pelo senador Auro de Moura Andrade em 1964 ao declarar vaga a presidência da República legalmente ocupada pelo presidente João Goulart são símbolos da ambiguidade política brasileira, na qual enquadra-se até a renúncia tresloucada de Jânio Quadros. Cabem aí também as chantagens exercidas por grupos parlamentares contra os governos Lula e Dilma, obrigando-os a dolorosas composições partidárias.
Diferentemente da eleição majoritária, onde os candidatos a chefe do executivo falam às grandes massas e são obrigados a mostrar seus projetos nacionais, deputados e senadores apóiam-se no voto paroquial, no compadrio, no tráfico de influência, herdeiros que são do velho coronelismo eleitoral.
E no Congresso, sem compromisso ideológico com o eleitor, defendem os interesses dos financiadores de suas campanhas, quase sempre poderosos grupos econômicos do campo e da cidade, ao lado das igrejas e até de entidades esportivas.
São candidaturas cujo sucesso só ocorre pela falta de um crivo crítico, proporcionado por debates constantes que apenas a mídia tem condições de oferecer em larga escala. No entanto, jornais, revistas, o rádio e a televisão não estão interessados em mudanças. Por pertencerem, no geral, aos herdeiros dos escravocratas (reais ou ideológicos), a existência de um eleitorado esclarecido e consciente apresenta-se como um perigo para os seus interesses.
Por isso, usam de todos os meios para manter a maioria da população distante da política, criminalizado-a sempre que possível.
As raízes da tensão histórica existente entre o executivo e o legislativo brasileiros não fazem parte da pauta da mídia nacional.
Como também não fazem parte as várias propostas existentes no Congresso voltadas para uma necessária e urgente reforma política.
Entre elas, por exemplo, a que acaba com o peso desigual dos votos de cidadãos de diferentes Estados, as que propõem a adoção do voto distrital misto, o financiamento público de campanha ou até o fim do Senado, cujo debate e votação são sempre bloqueados pelos grupos conservadores dominantes.
O dever social da mídia seria o de ampliar esse debate, levando-o à toda sociedade e tornando seus membros participantes regulares da vida política nacional. Mas ela não presta esse serviço.
Prefere destacar apenas os desvios éticos de parlamentares e os "bate-bocas" nas CPIs. São temas que caem como uma luva nas linhas editoriais dos grandes veículos, movidas por escândalos e tragédias espetaculares, sempre tratadas como "fait-divers", sem causas ou consequências, apenas como show.
O resultado é a criação de um imaginário popular que nivela por baixo toda a atuação política institucionalizada. Seus atores são desacreditados, mesmo aqueles com compromissos sérios, voltados para interesses sociais efetivos.
A definição de uso corrente de que "são todos iguais" reflete essa imagem parcial e deformada da política, criada pela mídia.
No caso específico da televisão, por onde se informa a maioria absoluta da população, a situação é ainda mais grave.
O Brasil é a única grande democracia do mundo onde não existem debates políticos regulares nas redes nacionais abertas.
Só aparecem, por força de lei, às vésperas dos pleitos, reforçando ainda mais a ideia popular de que política resume-se a eleições.
Ao exercerem no cotidiano a criminalização da política, os meios de comunicação, em sua maioria, brincam com o fogo, traçando o caminho mais curto em direção ao golpismo.
*turquinho
Em uma escala de zero até dez…
Me mandaram anonimamente por e-mail. É uma tradução de uma tirinha que apareceu no reddit, site que tem uma comunidade ateísta de mais de um milhão de usuários.
*DiárioAteista
Plano de Governo da candidata a prefeita: Maconha para todos
Durante a sabatina realizada pela Uol,
Soninha voltou a defender a legalização da maconha e a venda da droga
em bares.. "Acredito que para o bem da sociedade tem que legalizar a
maconha", avaliou. A solução seria vender maconha como se faz com
cerveja, exemplificou a candidata, para trazer o comércio para o "mundo
da legalidade".Em 2001, Soninha admitiu em entrevista à revista Época
que era usuária de maconha.Soninha Francine ainda defendeu a
implementação do pedágio urbano na cidade de São Paulo, com um custo
diário de R$ 3 –mesmo valor da tarifa de ônibus.
*osamigosdopresidentelula
O cerco do Ocidente à indústria brasileira de Defesa
A cada ano, devido à Amazônia e ao Pré-sal, entre outras razões, cresce a
importância de a Nação aumentar – como acontece na Europa com complexos
industriais militares como a EADS, a Navantia e a Finmecannica - a
participação direta do Estado na indústria brasileira de defesa, e o
grau de conteúdo nacional nas encomendas que estão sendo contratadas
junto a empresas estrangeiras.
Não se pode admitir - como ocorre com a projetada fabricação de 2.000
blindados ligeiros Guarani no município mineiro de Sete Lagoas, pela
IVECO - que apenas 60% das peças utilizadas sejam fabricadas no Brasil.
Em caso de conflito, ou mera ameaça de confronto, entre o Brasil e
qualquer país da OTAN (Europa e Estados Unidos) a produção desses
tanques seria descontinuada, e não teríamos como substituir o material
perdido em combate. É de se recordar o exemplo da Argentina, que ficou
literalmente a ver navios – nesse, caso, britânicos – na guerra das
Malvinas.
Por outro lado, há um verdadeiro cerco dos países geopoliticamente
identificados como ocidentais à indústria bélica brasileira. Todas as
empresas que desenvolveram tecnologia militar nos últimos anos tiveram o
seu controle adquirido por grupos internacionais recentemente.
Com isso, essas multinacionais se apossaram do conhecimento desenvolvido
por técnicos e engenheiros brasileiros, e agora podem decidir a seu
bel-prazer, seguindo a orientação estratégica dos governos de seus
países de origem, até que limite essas empresas que antes pertenciam a
empresários nacionais poderão chegar, no desenvolvimento de novas
tecnologias bélicas.
A Aeroeletrônica, empresa brasileira que há mais de duas décadas se
dedica ao projeto, desenvolvimento, fabricação, manutenção e suporte
logístico de produtos eletrônicos para veículos aéreos, marítimos e
terrestres, e que forneceu sistemas de aviônica para o Tucano 27 e o
Super Tucano, da Embraer, e para o caça ítalo-brasileiro AMX, foi
adquirida, em 2001, pela ELBIT, empresa israelense criada, em 1967, sob o
estímulo do Ministério da Defesa de Israel.
A ARES Aeroespacial e Defesa, que estava desenvolvendo a REMAX - estação
de arma estabilizada servo-controlada, para metralhadoras, destinada a
equipar os blindados Guarani dos quais falamos - e outros produtos, como
colimadores, indicadores visuais de rampa de aproximação, sistemas
óticos de pontaria para tiro indireto de morteiros, sistemas de
lançamento de torpedos, e foguetes de chaff, para defesa de navios -
também teve o seu controle adquirido pela ELBIT, no final de 2010, e foi
rebatizada como AEL Sistemas.
Com isso, o REMAX, desenvolvido inicialmente por técnicos do CTEX, foi
substituído pelo “UT30BR”, e o contrato para o equipamento dos blindados
Guarani com essas torretas automatizadas de armamento, no valor de mais
de 400 milhões de reais, foi repassado para os israelenses.
Apenas três meses depois, em janeiro de 2011, Israel dava mais um passo
na sua estratégia de penetração na indústria bélica brasileira, com a
compra da Periscópio Equipamentos Optrônicos S.A, especializada na área
de defesa e sinalização aeroportuária.
O que causa revolta no observador mais atento, é o fato de que o retorno
do baixo investimento feito por multinacionais estrangeiras para a
compra dessas empresas, da ordem de algumas dezenas de milhões de reais,
é líquido e certo.
O lucro, várias vezes maior do que os investimentos, está assegurado por
encomendas já contratadas, pela Marinha, o Exército e a Força Aérea. Em
muitos casos, nossas forças armadas já desenvolviam sistemas em
parceria com as empresas que estão sendo desnacionalizadas quando elas
ainda estavam sob controle local.
Empurrada pelas aquisições, a estratégia israelense no Brasil está indo
de vento em popa. Em março de 2011, a AEL, controlada pela ELBIT, criou
junto com a EMBRAER uma nova empresa, a HARPIA, para a fabricação de
VANTS, veículos aéreos não tripulados para vigilância e ataque, do tipo
utilizado pelos israelenses nos territórios palestinos e pelos
norte-americanos no Paquistão e no Afeganistão.
Outra empresa israelense, a IAL – Israel Aircraft Industries, fabricante
do míssil Rafael, fornece os aviões-robôs do mesmo tipo para o sistema
de vigilância de fronteiras da Polícia Federal. Esses veículos
telecomandados poderiam estar sendo desenvolvidos no Brasil, onde já
existem empresas incipientes formadas por universitários para atuar
nesse segmento da tecnologia aérea.
Assim, seja na área de blindados, na de aviônica, de optoeletrônica,
como é o caso de periscópios, ou de aviões robóticos não tripulados, os
israelenses – e, por meio deles, também seus aliados norte-americanos -
podem monitorar, confortavelmente, da mesa de diretoria dessas empresas,
cada passo que o Brasil dê nessas áreas.
Radares e helicópteros, e, agora, submarinos, são o campo de caça dos
franceses, que completaram, em setembro de 2011, com o Grupo Thales, a
aquisição, iniciada em 2006, de 100% do controle da brasileira OMNISYS,
empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de radares de
longo alcance, sediada em São José dos Campos.
Em alguns casos a fabricação de armamentos é feita – sem subterfúgios ou
hipocrisia – por empresas diretamente controladas por governos
estrangeiros. Esse é o caso da DNCS, Direction des Constructions
Navales, – que tem 75% de suas ações nas mãos do governo francês. Ela se
“associou” à Odebrecht, para construir, em Itajaí, no Rio de Janeiro,
quatro submarinos da classe Scorpéne, e mais o casco do futuro submarino
nuclear brasileiro – encomendados pela bagatela de 7 bilhões de
dólares.
O mais perto que já cheguei de um submersível foi quando li 20.000
léguas submarinas, de Júlio Verne. Mas, como disse Arquimedes,
referindo-se à alavanca, “dêem-me um ponto de apoio e moverei o céu e a
terra”, se derem a qualquer governo de um país com um mínimo de
planejamento, 7 bilhões de dólares, ele certamente construirá bela
fábrica de submarinos, desde que haja tempo para contratar as pessoas
certas - aqui e no estrangeiro - e adquirir os componentes adequados,
sem precisar dividir o controle desse ativo estratégico com ninguém.
Com uma parcela desse dinheiro, o Brasil poderia montar uma completa
universidade naval, formando centenas de engenheiros especialistas na
construção de belonaves, entre elas, submarinos, por ano, no lugar dos
26 brasileiros que passaram alguns meses na França, em uma escola de
submergíveis, por conta do acordo. Por aí se pode ver que os
especialistas brasileiros formados no âmbito desse contrato milionário -
negociado pelo então Ministro da Defesa Nelson Jobim - cabem todos em
um micro-ônibus. Rezemos para que não aconteça um acidente.
Considerando-se, obviamente, que o Brasil ficou anos sem investir um
centavo em armamentos, e que teve a sua indústria bélica desmantelada
durante a tragédia neoliberal dos anos 1990, devido á ojeriza a qualquer
coisa que se aproximasse de uma política industrial decente,
compreende-se que o governo Lula esteve, nessa área, motivado por boas
intenções.
Ocorre que a pressa não justifica a adoção de certo tipo de acordos, por
parte do Brasil, principalmente quando se sabe que alguns contratos,
como os assinados com os franceses, na área dos submarinos, ou com os
italianos da IVECO, para a fabricação de blindados – com projeto do
Exército Brasileiro - têm uma duração de 20 anos.
A Helibras, única fábrica latino-americana de helicópteros, é
controlada, em mais de 75%, pela Eurocopter francesa, que por sua vez,
pertence em 100% à EADS, com 15% das ações pertencentes ao governo
francês. A EADS é um consórcio europeu, que conta com a participação,
direta e indireta de outros governos, como o alemão e o espanhol.
Como muitos grupos de defesa multinacionais que funcionam no Brasil, a
Helibras tem sido também irrigada com milionários contratos pelas Forças
Armadas. É o caso da encomenda de 50 helicópteros pesados, destinados
ás três forças, apesar do conteúdo nacional desses produtos ser mínimo e
a da maior parte dos lucros seguir todos os anos para a Europa,
infelizmente.
É fácil ver que o avanço dos franceses – assim como o dos outros países
geopoliticamente classificados como “ocidentais” - sobre a indústria de
nacional de armamento é um processo duradouro, organizado e persistente.
No dia 12 de junho de 2012, há menos de dois meses, portanto, a OPTOVAC
Mecânica e Optoeletrônica Ltda, especializada em equipamentos de
optrônica e visão noturna, e parte de um seleto grupo de pequenas e
médias empresas inovadoras, assim classificadas pelo Ministério da
Defesa, foi também comprada – sem qualquer oposição - pela SAGEN
francesa, do grupo SAFRAN, controlado em mais de 30% pelo governo
daquele país.
Os ingleses, naturalmente, também não poderiam ficar de fora do processo
da tomada de controle de nossas empresas de defesa e das encomendas do
governo. A British Aeroespace, ou BAE Systems, acaba de fornecer três
navios de patrulha oceânica para a Marinha, por quase 400 milhões de
reais, em uma compra de “oportunidade”. As naves estavam antes
destinadas a Trinidad-Tobago.No final de 2011, essa empresa também
assinou contrato – depois do necessário nihil obstat do governo
norte-americano – para modernizar um primeiro lote de 150 veículos
blindados sobre lagartas M-113, utilizados em transporte de tropas,
avaliados em 43 milhões de dólares. O valor pode aumentar
proporcionalmente, caso o processo se estenda para toda a frota
brasileira desse tipo de veículos, que chega a 350 blindados.
Na área aeroespacial, a BAE inglesa foi selecionada para fornecer os
sistemas de controle eletrônico de voo do novo jato militar de
transporte KC-390 da EMBRAER, e agora, como informam meios
especializados, busca “parcerias estratégicas”, para participar das
licitações do Sisfron - Sistema Integrado de Fronteiras e do Sisgaaz -
Sistema de Monitoramento da Amazônia Azul, avaliados em 15 bilhões de
dólares.
Poderíamos falar aqui também dos planos e manobras da Finmeccanica,
italiana, ou da Navantia, espanhola, no Brasil, ambas com participação
acionária de seus respectivos governos.
É preferível, no entanto, lembrar a diferença entre o tratamento que
damos aos grupos estrangeiros de defesa – aqui representados, ás vezes,
por pessoal da reserva de nossas forças armadas que já serviu no
exterior - e aquele que recebem as nossas empresas quando tentam
penetrar no mercado de algum país do hemisfério norte.
Nos países ditos capitalistas e de suposto “livre mercado”, a compra de
armamentos, e a propriedade empresas fabricantes de material bélico
costumam ser tratados como assuntos estratégicos e de segurança
nacional.
Na Europa, para comprar um projétil que seja, procura-se, primeiro, uma
empresa local, depois, se a encomenda tiver de ser feita a uma empresa
estrangeira, por uma questão de preço ou de escala, busca-se alguma que
tenha participação acionária de algum grupo do país comprador, ou, em
último caso, uma empresa que pertença a um dos enormes complexos
militares controlados diretamente por governos europeus, como é o caso
da EADS.
Os Estados Unidos são ainda mais curtos – e grossos – nesse aspecto.
Para vender qualquer arma ao governo dos Estados Unidos ou às suas
Forças Armadas, a empresa estrangeira terá que estar instalada nos
Estados Unidos, onde obrigatoriamente deverá produzir a encomenda, e
estar associada minoritariamente a uma empresa diretamente controlada
por capitais norte-americanos.
Devido a essa postura – que deveríamos estar praticando aqui há muito
tempo, se mais não fosse por uma questão de isonomia – a mera hipótese
da entrada de uma empresa brasileira de tecnologia de defesa naquele
mercado, como fornecedora das Forças Armadas norte-americanas, mesmo que
cumprindo rigorosamente todos os requisitos a que nos referimos – acaba
se transformando em uma questão nacional.
Foi o que descobriram os executivos da EMBRAER no ano passado quando,
depois de se associar a uma parceira norte-americana, a Sierra Nevada
Corporation, venceram uma licitação de menos de 400 milhões de dólares,
para o fornecimento de 20 aviões ligeiros Super-Tucano para uso no
Afeganistão e a concorrência foi anulada.
Uma campanha movida em todo o país, com o apoio de congressistas
republicanos. pela Hawker Beechcraft, que tinha tido seu avião
desclassificado por problemas técnicos na licitação, levou a Força Aérea
norte-americana a anular a concorrência que beneficiava a Embraer.
Isso, apesar de que a fabricação do avião seria feita em território
norte-americano e a maior parte das peças das aeronaves serem produzidas
pelos Estados Unidos ou pelos seus parceiros do NAFTA.
Podemos imaginar o que não ocorreria no Brasil – e o escândalo que não
fariam certos veículos de comunicação – caso viesse a ocorrer o mesmo
por aqui, e um contrato de fornecimento de armamento norte-americano
para nossas forças armadas fosse bloqueado no Congresso, devido ao
pedido de uma empresa concorrente de capital 100% nacional.
A estratégia dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, com relação ao Brasil, está cada vez mais clara:
- impedir o desenvolvimento de tecnologia nacional própria, com a compra de qualquer empresa que procurar desenvolvê-la;
- associar-se à empresa que não se puder comprar, oferecendo cooperação
no desenvolvimento da tecnologia, com o intuito aparente de ajudar o
país a queimar etapas, mas, na verdade, para impedir que qualquer avanço
se faça à sua revelia, sem a sua vigilância ou participação.
- impedir que o dinheiro gasto com o reaparelhamento das Forças Armadas
chegue às mãos de empresas sob controle nacional, e que esse dinheiro
não seja investido para avanços de caráter tecnológico que coloquem em
risco a hegemonia de suas empresas no mercado brasileiro e no exterior.
- cooptar, com associações ou contratos de representação e de “lobby”,
pessoal da reserva das forças armadas, principalmente ex-adidos
militares brasileiros no exterior, para vender, como uma coisa
ideologicamente natural, a associação do Brasil com empresas ocidentais
para a produção de armamento, de forma a impedir que a Nação recorra a
outras opções.
- impedir a reunião, coordenada, de pequenas empresas brasileiras de
grande potencial tecnológico, em grandes consórcios industriais
militares de inspiração ou controle público, como os que existem no
Ocidente, como a Lockheed Martin, ou a própria EADS.
- Diminuir, via participação na maioria dos contratos, a realização de
parcerias entre empresas brasileiras de defesa de qualquer porte e
empresas não ocidentais, como as existentes nos países BRICS, e, se não
puder impedir a cooperação entre uma empresa brasileira de defesa e uma
congênere do BRICS, estar presente acionariamente ou como participante
do projeto, do lado brasileiro, para “controlar” essa aproximação.
- estabelecer, coordenadamente, via supervisão dos métodos de produção e
administração e baixos índices de conteúdo nacional, um alto grau de
dependência da indústria nacional de defesa com relação aos seus
“parceiros” e controladores ocidentais, tornando-se capaz de paralisar
as linhas de montagem de seus armamentos em nosso país, em caso de
conflito, ou de potencial conflito, entre o Brasil e esses países.
Ao enfrentar uma situação absurda e desastrosa, com a criminosa
aprovação, no Governo Fernando Henrique Cardoso de emenda constitucional
que transformou, para todos os efeitos, em “brasileira” qualquer
empresa instalada no Brasil - mesmo que controlada por capitais públicos
ou privados estrangeiros – a Presidente Dilma tem tentado fazer o que
pode, na área de defesa, embora não tenha conseguido impedir que o
processo de desnacionalização tenha chegado ao ponto que chegou.
Temos uma legislação perversa, que faz com que o País, do ponto de vista
da defesa do capital nacional, tenha que subir ao ringue com as duas
mãos atadas. Somos obrigados a concorrer com empresas que contam com
descarado apoio – direto e indireto – dos governos de seus países de
origem.
As agências “reguladoras” nacionais, incluindo o CADE, não fazem nenhuma
distinção entre empresas de capital nacional ou estrangeiro, até mesmo
quando grandes grupos autenticamente nacionais tentam se expandir, via
aquisições, no mercado internacional.
E, além disso, o Brasil precisa ainda enfrentar a oposição de seus inimigos internos.
Nesse sentido, a pior herança que nos deixaram os anos 1990, foi toda
uma geração de presumidos formadores de opinião que insistem em ser mais
realistas que o rei, e mais neoliberais do que os executivos de Wall
Street, na defesa do entreguismo e da capitulação da Nação.
E isso em um mundo em que os países que mais intervêm na economia são
justamente os que mais crescem, como é o caso da China, e em que os
países mais poderosos são justamente os mais nacionalistas, como é o
caso da própria China, dos Estados Unidos, da Alemanha e do Japão.
É nesse Brasil absurdo que alguns industriais defendem a elite
paraguaia, que só nos manda armas e drogas e o mais maciço e rasteiro
contrabando. É essa mesma gente que insiste que estreitar a “parceria”
com os Estados Unidos - com quem temos mais de 5 bilhões de dólares de
prejuízo no comércio exterior - enquanto ataca duramente a entrada da
Venezuela - que nos compra quase 5 bilhões de dólares em alimentos e
manufaturados com um superávit brasileiro de mais de 3 bilhões e 200
milhões de dólares - no Mercosul.
E o pior é que ninguém pergunta aos milhares de trabalhadores,
empreendedores, pecuaristas, agricultores e empresários brasileiros que
produziram e venderam esses 7 bilhões de reais aos venezuelanos em 2011 o
que eles pensam sobre o assunto.
Voltando à questão do cerco ocidental à indústria bélica, a entrada do
BNDES no capital da AVIBRAS, no final do governo Lula, ao permitir que
essa empresa honrasse a entrega de importante pedido ao Governo da
Malásia, e a encomenda de um sistema ASTROS 2020 para os fuzileiros
navais, apontam para a direção correta.
A criação da AMAZUL – Amazônia Azul Tecnologias e Defesa, aprovada por
uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados no dia 30 de maio, para
cuidar da produção do propulsor nuclear que irá equipar o futuro
submarino nuclear brasileiro, também foi um passo fundamental para a
independência do Brasil na área de defesa. Isso, embora já se organize a
resistência de conhecidos grupos a fim de sabotar a empresa.
A AMAZUL, uma estatal, que não poderá ser vendida a nenhum grupo
estrangeiro, poderá representar – se houver decisão política nesse
sentido por parte do governo – um divisor de águas na política
brasileira de defesa.
Ela poderá ser – e o Brasil precisa disso - a primeira de grandes
empresas cem por cento nacionais, destinadas à produção de armamento. E
se transformar no embrião de um grande estaleiro estatal, acoplado a uma
importante escola de engenharia naval, para a Marinha, além de
constituir exemplo para a criação de uma empresa desse porte também para
a força terrestre.
Com complexos industriais desse nível, o Brasil estaria pronto para
estabelecer parcerias com as grandes empresas estatais dos países BRICS,
para desenvolver, ainda nas próximas décadas, toda uma nova geração de
armamentos.
A cooperação de empresas brasileiras como a que está em curso entre a
Mectron e a DENEL sul-africana para a construção de um míssil A-Darter
pode quebrar um pouco da antipatia que ainda existe com relação à
cooperação com a Rússia, a Índia e a China, os outros BRICS, no
desenvolvimento de material de defesa.
Não se trata de recusar a tecnologia ocidental, mas sim de impedir que
se tome de assalto o nosso sistema de produção de armamentos. Além
disso, a subordinação do Brasil às empresas norte-americanas, européias e
israelenses nos fechará o mercado de boa parte do mundo – como os
próprios países árabes – que não são simpáticos a Israel ou aos Estados
Unidos. Ou os próprios BRICS, com quem teremos que cooperar, caso não
queiramos colocar os nossos ovos – ou nossas empresas de armamento – em
uma só cesta.
Não podemos correr o risco de ficar desarmados e inermes frente a
eventuais inimigos, por cooperar só com um lado do mundo, e com empresas
que estão todas, política e corporativamente, ligadas entre si, até do
ponto de vista acionário.
O Governo Federal está preparando novas medidas para a área bélica, que
incluem maiores incentivos fiscais e de crédito para empresas que
estejam baixo controle teoricamente brasileiro.
Com a aprovação, em, março, da Lei 12.958, grupos que atuam na área de
infraestrutura e construção civil, como a Odebrecht (já associada à
EADS), OAS, Engevix,Queiroz Galvão, Camargo Correa e Synergy, além da
própria Embraer, terão vantagens tributárias e condições especiais de
crédito para participar de licitações na área de defesa.
O problema é que todos esses grupos estão negociando a participação de
empresas estrangeiras, todas dos Estados Unidos ou da Europa, na
composição dessas novas empresas, em troca de “tecnologia”.
Estamos partindo do pressuposto de que a única maneira de ter acesso a
tecnologia na indústria bélica mundial é se associar a um parceiro mais
forte, e, ainda por cima estrangeiro.
Essa é uma premissa absolutamente falsa, para não usar palavra mais
forte. Com dinheiro e decisão política, qualquer um vai atrás da
tecnologia, pesquisa planos, copia projetos, contrata especialistas,
entre os milhares de engenheiros e cientistas estrangeiros que estão
desempregados por causa da crise na Europa e nos Estados Unidos.
Ou associa-se, em igualdade de condições, com países que desenvolveram
de forma autônoma a sua própria indústria de defesa, como a China e a
Rússia, sem depender de associações desse tipo com os países ocidentais.
No entanto, no lugar de aproveitar a janela de oportunidade aberta pela
crise para nos apropriarmos de pessoal especializado e da tecnologia que
está disponível lá fora sem abrirmos mão de controlar, sozinhos, uma
área que é estratégica para o país, o que estamos fazendo, e com
financiamento público e benefícios fiscais?
Aprofundando a nossa dependência do Ocidente, a longo prazo, e, como já
acontece nas telecomunicações, por exemplo, usando o dinheiro do BNDES
para a expansão e o fortalecimento de em território nacional de empresas
estrangeiras – “associadas” ou não a grupos nacionais – que em última
instância não tem, e nunca terão, o menor compromisso estratégico com o
Brasil.
Como lembra a fábula de Jean de La Fontaine, - ou a “joint venture” do
porco com a galinha para vender ovos com bacon - não existe pacto
possível entre lobos e cordeiros. Em uma associação de uma construtora
brasileira e um grande grupo multinacional de defesa, com eventual
participação estatal, ou “golden share”, do governo de seu país de
origem, não seremos nós os lobos, e eles os cordeiros.
Essas “joint ventures”, se vierem a acontecer, para o fornecimento, sem
garantia de 100% de conteúdo nacional e de 100% de controle brasileiro,
de armamentos que levam décadas para ser desenvolvidos e produzidos,
equivalerão à entrega e capitulação de nossa indústria bélica, agora e
no futuro, à Europa e aos Estados Unidos, e o Governo Dilma Roussef, por
pressão, pressa ou ingenuidade, será responsabilizado perante a
história se prosseguir nesse caminho.
Crédito e condições fiscais especiais devem ser entregues apenas a
empresas que tenham 100% de capital nacional, com claúsulas que
assegurem, se necessário, a intervenção soberana do Governo e impeçam a
sua venda, como já aconteceu no passado e continua acontecendo agora, a
capitais estrangeiros.
Tecnologia compra-se lá fora, quando existe dinheiro, sem ser preciso
entregar uma única ação aos concorrentes. Além disso, a presença de
empresas da Europa e dos Estados Unidos na composição acionária das
futuras “superbélicas” “nacionais” irá impedir que essas empresas possam
comprar tecnologia dos nossos parceiros nos BRICS, como a Rússia, a
China e a Índia, caso não haja interesse de países como a França ou a
Itália em fornecê-la.
É preciso romper o cerco ocidental à indústria brasileira de defesa.
Estamos assinando acordos que equivalem a entregar a alma ao diabo, sem
nenhuma garantia de que não iremos depender de peças ou de decisões
estrangeiras para a fabricação das armas que teriam que nos proteger no
futuro.
Ideb 2011 consagra o Brizolão
"A solução é o Brizolão , minha jovem". |
Saiu no Globo:
Entre as 5 melhores, dois Cieps do Rio
O Rio tem duas escolas entre as cinco melhores do Brasil, nos anos
iniciais do ensino fundamental. As duas são da rede municipal. O Ciep
Glauber Rocha, na Pavuna, ficou em terceiro lugar no país com o Ideb
8,5. A escola atende à crianças das comunidades Quitanda, Pedreira e
Lagartixa. Se hoje o colégio apresenta índices de excelência, nem sempre
foi assim.
A diretora da unidade, Ioliris Paes Alves, está há 17 anos no comando da
escola. Quando ela começou o trabalho, o colégio era alvo de
arrombamentos constantes.
— Já levaram até as panelas da merenda, mas fui atrás e recuperarmos.
Nossas principais bandeiras são trazer os pais para a escola, incentivar
a leitura e fazer reforço escolar — diz, destacando que não houve ações
revolucionárias, mas pequenas ações que fazem a diferença.
Para ela, deve-se dar atenção não só a bons alunos:
— Temos que conhecer as dificuldades de cada criança. Temos que ter um
olhar não só para o que desponta, mas para aquele que precisa de atenção
também.
A professora Edilsa de Souza Mello esteve com os alunos avaliados.
— Eu acreditava muito neles e trabalhamos. Fizemos até um grito de guerra antes da prova. Hoje nossa escola tem vida — lembra.
Em quinto lugar no país ficou o Ciep Pablo Neruda, na Taquara. O colégio
atingiu 8,3. Uma das responsáveis pelo resultado é a professora Maria
Celeste Pinto Mendes. Ela acompanhou as duas turmas avaliadas pelo
Ministério da Educação. Celeste adotou como tática a aplicação de
simulados. Foram treze antes da prova do governo:
Todos queriam gabaritar as provas porque eu dava pequenos brindes. Uma
vez, dezesseis alunos gabaritaram. A gente trabalha e gosta de desafios.
O resultado do Ideb 2011 foi es-pe-ta-cu-lar !Nas duas etapas do Ensino Fundamental – até o 5º ano e até o 9º ano – o Ideb 2011mostra que, na primeira, a média 5 ficou acima da meta (4,6); e, na segunda, a média 4,1 ficou acima da meta (3,9).No ensino médio, a evolução foi mais lenta.Passou de 3,6 em 2009 para 3,7 em 2011, exatamente o alvo da meta.Que bom, não?Significa que o progresso parte de baixo e, inevitavelmente, se reproduzirá nas etapas seguintes, com o aperfeiçoamento da Educação, especialmente a pública, ou seja, a dos pobres.Não é preciso dizer que o PiG transformou esse resultado es-pe-ta-cu-lar numa tragédia, a começar pelo trabalho da editoria “o Brasil é uma m…”, do jornal nacional.A Folha, que exibe um dos mais indigentes padrões de Educação do PiG, diz na manchete: “Novos dados ruins (sic) fazem MEC mudar ensino médio”.(O que a Folha deveria fazer mudar seu jornalismo no Fundamental e no Médio era copiar o New York Times e trocar o Otavinho pelo publisher da BBC.)O Conversa Afiada aproveita a oportunidade para, outra vez, louvar o grande estadista Leonel de Moura Brizola.Ao lado de Darcy Ribeiro e com mão de Oscar Niemeyer, ele criou o Brizolão.A escola plantada nas regiões mais pobres, em tempo integral.Roberto Marinho combateu o Brizolão ferozmente, como fazem seus filhos hoje (eles não têm nome próprio) em relação a qualquer iniciativa que dê ao pobre a chance de subir na vida.O argumento central de Roberto Marinho era que a obra de Brizola ia criar uma geração de desajustados: o garoto passava o dia no bom-bom do Brizolão e, quando voltasse para casa, mergulhava de novo na penúria.Um deslocado, um meliante em potencial – ia a argumentação.(E o Mino ainda diz que a elite de São Paulo é a pior do Brasil. É porque ele não conhece a do Rio.)O candidato de Roberto Marinho à sucessão de Brizola, Wellington Moreira Franco – não foi o Miro Teixeira … – prometeu na campanha preservar os Brizolões.E, no poder, tratou de desmontá-los.Hoje, Wellington faz parte do Panteão da Ética do PMDB, o partido que não deixa o Caneta depor na CPI.Está aí, viva, a Obra de Brizola.Quem definha, deslocada, é a Globo.O Brizolão realizou o sonho da Escola Nova, de Anisio Teixeira.Pouco a pouco, sob a inspiração de Brizola, Darci, Teixeira e Paulo Freire, os governos trabalhistas (Dilma começou Brizolista, não é mesmo, amigo navegante? Nenhum Presidente construir mais escolas do que o Nunca Dantes) começam a educar de baixo para cima e levam o pobre à Universidade.Com as cotas raciais e as cotas para escolas públicas.Para desespero do Roberto Marinho, seus filhos (que não têm nome próprio) e seus merválicos “escrevinhadores”.Em tempo:Observe, amigo navegante, o nome dos Brizolões de Excelência.Glauber Rocha e Pablo Neruda.Fosse em São Paulo se chamariam Di Genio e Paulo Renato.Paulo Henrique Amorim
Toda vez que um justo grita/Um carrasco vem calar/Quem não presta fica vivo/Quem é bom mandam matar
Colônia americana ameaça invadir embaixada do Equador
Toda vez que um justo grita/Um carrasco vem calar/Quem não presta fica vivo/Quem é bom mandam matar
Cecília Meireles – Romanceiro da Inconfidência
Via Esquerda.net
Ameaça britânica de invadir embaixada do Equador provoca crise diplomática
Presidente
da Assembleia Nacional do Equador convoca sessão extraordinária e diz
que ameaça é intolerável. Em carta oficial enviada ao ministério dos
Negócios Estrangeiros equatoriano, governo britânico afirma que tem
bases legais para prender Julian Assange nas instalações da embaixada
equatoriana em Londres e ameaça fazê-lo. Embaixada está cercada pela
polícia desde a madrugada.
Cartazes em defesa de Assange diante da embaixada do Equador em Londres. Foto de acidpolly
A
ameaça apresentada pelo governo do Reino Unido de invadir a embaixada
do Equador em Londres para prender o fundador da Wikileaks, Julian
Assange, é oficial e consta de uma carta entregue ao Ministério dos
Negócios Estrangeiros em Quito. “Recebemos a ameaça expressa e por
escrito”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador,
Ricardo Patiño, numa conferência de imprensa realizada na noite de
quarta-feira, acrescentando considerar esta atitude imprópria de um país
democrático, civilizado e que respeita o Direito.
"Se
as medidas anunciadas na comunicação oficial britânica se
materializarem, serão interpretadas pelo Equador como um ato hostil e
intolerável e também um ataque à nossa soberania, que exigirá uma
resposta com grande força diplomática”, disse Patiño, acrescentando que
uma ação como essa seria um flagrante desrespeito da convenção de Viena
sobre as relações diplomáticas e das regras da lei internacional nos
últimos quatro séculos.
“Seria um precedente
perigoso porque abriria a porta à violação de embaixadas como um espaço
soberano declarado”, afirmou o responsável pela diplomacia equatoriana.
Sob a lei internacional, as instalações diplomáticas são consideradas
território da nação estrangeira.
A decisão do
governo do Equador sobre o pedido de asilo apresentado por Assange ao
refugiar-se na embaixada será conhecida nesta quinta-feira.
Uma intolerável ameaça britânica
Por
seu lado, o presidente da Assembleia Nacional do Equador, Fernando
Codero Cueva, convocou uma sessão extraordinária do parlamento para
tomar posição sobre a comunicação britânica. No portal da Assembleia,
Cueva recorda que “a Constituição da República do seu país condena a
ingerência dos Estados nos assuntos internos de outros Estados e
qualquer forma de intervenção, seja incursão armada, agressão, ocupação
ou bloqueio económico ou militar”. E conclui: “Com base nos princípios
constitucionais, Fernando Cordero Cueva, titular da legislatura,
qualificou este facto como uma intolerável ameaça britânica”.
O portal da Assembleia disponibiliza um resumo (em castelhano) da carta britânica,
onde se afirma, entre outras coisas, que, diante da possibilidade de o
presidente Rafael Correa conceder asilo a Assange, as autoridades
britânicas negarão qualquer salvo-conduto para permitir a saída do
australiano da embaixada. Mas as passagens mais significativas da carta
são as que se referem a uma possível invasão da embaixada:
“•
Devemos reiterar que consideramos o uso contínuo de instalações
diplomáticas desta maneira incompatível com a Convenção de Viena e
insustentável, e que já deixámos claro as sérias implicações para as
nossas relações diplomáticas.
• Devem estar
conscientes de que há uma base legal no Reino Unido – a Lei sobre
Instalações Diplomáticas e Consulares de 1987 (Diplomatic and Consular
Premises Act 1987) – que nos permitiria tomar ações para prender o sr.
Assange mas instalações atuais da embaixada.
•
Sinceramente esperamos não ter de chegar a este ponto, mas se os
senhores não podem resolver o assunto da presença do sr. Assange nas
instalações, estará o caminho aberto para nós.”
“Não somos uma colónia britânica”
O
ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador reafirmou que "a entrada
não autorizada na embaixada do Equador seria uma violação flagrante da
Convenção de Viena". E sublinhou: “Não somos uma colónia britânica.
Esses tempos são passado.”
Julian Assange,
fundador do site Wikileaks pediu asilo à embaixada do Equador em Junho
para evitar a extradição para a Suécia, onde teria de responder como
testemunha a um processo de agressão e violação sexual, de que não foi
ainda acusado formalmente. O australiano de 41 anos, que nega os crimes,
quer evitar a extradição para a Suécia por considerar que esta seria
apenas um pretexto para depois o extraditar para os Estados Unidos.
Em
reação às declarações de Patiño, o governo britânico disse que apenas
"chamou a atenção do Equador sobre as disposições da legislação
britânica, entre elas as garantias sobre os direitos humanos" nos
processos de extradição no país e o "status legal das sedes
diplomáticas".
Num comunicado emitido já nesta quinta-feira,
a Wikileaks condena a ameaça britânica. "Uma ameaça desta natureza é um
ato hostil e extremo, que não é proporcional às circunstâncias, e é um
ataque sem precedentes aos direitos dos cidadãos que procuram asilo por
todo o mundo", afirma a organização.
*GilsonSampaio
Asilo para Assange: Reino Unido ameaça Equador com medida temerária
Chanceler
do Equador diz que recebeu ameaça do Reino Unido sobre caso Assange.
Segundo Ricardo Patiño, Londres teria cogitado invadir a embaixada caso
jornalista receba asilo
Asilo político de Julian Assange (fundador do Wikileaks) no Equador está sob ameaça britânica.
O
ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, disse nesta
quarta-feira (15/08) ter recebido “uma ameaça expressa e por escrito”
por parte do Reino Unido. De acordo com o embaixador, o governo
britânico disse que poderia “invadir nossa embaixada do Equador em
Londres caso não lhes entreguemos Julian Assange”.
A
decisão sobre o futuro de Assange, segundo Patiño, já foi tomada e
deverá ser anunciada nesta quinta-feira (16), por volta das 7 horas de
Quito (9 horas de Brasília).
O jornalista
australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, está na representação
diplomática equatoriana há quase dois meses, onde pediu asilo político
ao presidente Rafael Correa.
Patiño deu a informação durante uma coletiva de imprensa, em Quito. Os principais jornais do país, como o El Diário, de Quito e o El Universo, de Quayaquil, além da Agência Pública de Notícias do Equador já veicularam a informação.
Segundo a rede britânica BBC,
Patiño pediu a convocação de uma reunião de emergância da Unasul (União
dos Estados Sul-Americanos) e a OEA (Organização dos Estados
Americanos).
“Não somos uma colônia britânica.
Os tempos do colonialismo terminaram”, disse o chanceler equatoriano.
“São ameaças impróprias de um país democrático, civiliado e respeituoso
ao direito”.
Juridicamente, uma embaixada é
submetida à jurisdição do país em que ela está instalada. No entanto, a
representação conta com alguns privilégios especiais, acordados na
Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. O país que abriga a
embaixada não pode entrar dentro de suas dependências, incluindo forças
de ordem e policiais, sem permissão expressa.
O caso
Assange,
que lançou o Wikileaks em 2010, é procurado pela Justiça da Suécia para
responder oor um suposto crime sexual. Ele ainda não foi acusado nem
indicado. No Reino Unido, ele travou uma longa batalha jurídica contra
sua extradição para o país escandinavo, que se recusava a interrogá-lo
em solo britânico. No entanto, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu
queele deveria ser extraditado. Há sete semanas, o jornalista buscou
asilo na embaixada do Equador em Londres, em uma jogada classificada
como “tenaz” pela imprensa local.
Assange teme
que, após ser preso na Suécia, os Estados Unidos peçam sua extradição,
onde poderá ser julgado por crimes como espionagem eroubode arquivos
secretos. O Wikileaks obteve acesso e divulgou centenas de milhares de
arquivos diplomáticos norte-americanos, muitos deles confidenciais.
quarta-feira, agosto 15, 2012
Fundamentos científicos da Alquimia Sexual
Praticando-se a alquimia sexual branca, ou Kriya Shakty
dos lemurianos, as glândulas sexuais permanecem sempre ativas e a
juventude eterna pode ser conquistada.
A morte não existe. Existe apenas o envelhecimento das células como consequência do atrofiamento das glândulas sexuais.
O
grande segredo consiste em manter as glândulas sexuais ativas, evitando
sempre a perda de hormônios através do derrame do licor seminal.
Os hormônios depositados nas gônadas se deslocam de vaso em vaso
através dos cordões espermáticos até chegar à próstata, sendo que esta é
considerada um importante laboratório alquímico que prepara os
hormônios para penetrarem na corrente sanguínea.
Com o aumento da temperatura dos órgãos reprodutores durante a
cópula química, esses hormônios entram abundantemente na corrente
sanguínea realizando verdadeiros prodígios. Eles percorrem todo o
sistema glandular estimulando-o intensamente. Ao penetrarem nas
glândulas tireoide, paratireoide, timo, pineal, pituitária, suprarrenais
etc., provocam uma revolução biológica fazendo que esses
microlaboratórios produzam mais hormônios renovando completamente as
células sanguíneas.
Quando se estabelece dentro do organismo um processo de
multiplicação de hormônios, pode-se criar um sistema de imunidade
fisiológica fantástico que protege o corpo contra todo tipo de doenças.
Por outro lado, quando há um desperdício sistemático de sêmen,
provocando uma redução drástica de hormônios no organismo, observa-se
uma perda da capacidade imunológica que abre a porta para as
enfermidades em geral.
O coito ordinário acompanhado de descarga seminal deve ser analisado,
pois ele ocasiona a perda de apreciável quantidade de energia vital bem
como de valiosos constituintes do sangue tais como lecitina,
colesterina, fosfatos etc., que são de grande importância para as
glândulas, tecidos nervosos, células cerebrais, etc.
É preciso dissociar a ejaculação do prazer sexual. Está provado que
tanto o orgasmo masculino quanto o feminino debilitam o sistema nervoso
central e afeta todo o metabolismo, sendo o principal responsável pela
perda da juventude e envelhecimento precoce.
Milhões e milhões de dólares têm sido gastos em todas as partes do
mundo em drogas e tratamentos de rejuvenescimento que somente adiam a
inevitável decadência das células.
Os métodos tântricos de transmutação sexual possibilitam o acúmulo
abundante de hormônios que atuam diretamente na causa do envelhecimento
humano.Há alguma coisa fora da Ordem Universal, quando, para fecundarmos um óvulo desperdiçamos seis milhões de espermatozóides!
É facilmente demonstrável que tanto o homem quanto a mulher demandam com freqüência a união sexual não exclusivamente com fins de procriação, mas por razões afetivas e espirituais. Portanto não seria anormal, neste momento histórico de grandes desequilíbrios demográficos, recomendarmos a união sexual tântrica natural, sem finalidade de propagação da espécie, em favor do Amor e da Harmonia Universal.
A potência criadora é infinita e extraordinária, pois mesmo quando se transmuta a energia sexual, com o aproveitamento total dos espermatozóides, como estes são excessivamente voláteis, sempre é possível que um deles escape provocando a fecundação.
Os antigos textos hindus denominam os filhos nascidos nestas circunstâncias de “Filhos da Sabedoria”. De fato esse espermatozóide é realmente especial por haver sido selecionado entre 6 milhões.
A idéia equivocada de que a união sexual sem a perda do licor seminal seja algo quase impossível ou contrária à natureza, carece de argumentação científica e é contraditada pelos exemplos abundantes de homens e mulheres que a realizam com excelentes resultados práticos.
Gozar do êxtase ininterrupto do intercâmbio magnético sexual é possível quando se adquire vontade e determinação para não se deixar levar pela ilusão do pseudo prazer do orgasmo.
As críticas mais freqüentes à união sexual tântrica geralmente provêm daqueles que a tentaram e, por debilidade, fracassaram. Esse fracasso normalmente ocorre por falta de informações corretas a respeito do processo de transmutação.
Há que se distinguir claramente os dois métodos: no coito ordinário, não há controle da excitação sexual, o que cria muitas vezes situações incontroláveis. Os movimentos são rápidos, violentos e convulsivos. Neste método o propósito básico é a perda de energias como uma forma de escape e distensão. No ato tântrico, os movimentos são lentos porém firmes e fortes. Tem um caráter afetivo mais pronunciado e um ritmo tranquilo que favorece a inibição da ejaculação.
Neste método se produz um alegre intercâmbio de magnetismo que pode ser prolongado sem provocar tensões nem reações violentas, como as contrações orgásticas que sempre culminam em grandes perdas de energias.
Os mais eficazes divulgadores do amor tântrico são aqueles que o praticaram e experimentaram em si mesmos, no seu próprio laboratório alquímico, e constataram os imensos benefícios da renovação das energias e aumento da felicidade e prazer sexual.
Observem como o coito ordinário geralmente tem um final rápido e imprevisto, terminando em cansaço, desgosto e tédio. Esses estados mórbidos do post coitus são a causa de sentimentos de temor, ressentimentos, vergonha e muitas vezes asco e repugnância.
O desengano, a frustração e o desgosto frequentemente ocasionam sentimento de culpa e aversão ao instrumento de prazer. Isso explica a vergonha dos órgãos sexuais.
Na remota Lemúria, enquanto reinavam a pureza e a inocência, enquanto o sexo era uma atividade sagrada, praticado em rituais celebrados dentro dos templos, os homens e as mulheres jamais sentiam vergonha dos seus órgãos sexuais pois eram instrumentos de felicidade, de amor e regozijo.
Com o advento da prática sexual involutiva proliferada pelas entidades tenebrosas luciféricas, eles passaram a ter vergonha de seus órgãos sexuais, pois estes deixaram de ser instrumentos de seu prazer e felicidade. Instintivamente sentiram a necessidade de escondê-los.
Uma grande quantidade de neuroses é ocasionada por esse quadro patológico do post coitum. Na seqüência vem o esfriamento, que provoca mais desengano, ódio, divórcio, psicanálise etc.
O coito ordinário provoca a contração das vesículas seminais produzindo a ejaculação.
O conúbio sexual tântrico ativa as glândulas e deixa em repouso as vesículas seminais. Dessa forma o fluido seminal é conservado.
Contrariando a sexologia moderna, o orgasmo ao invés de ser o ápice, a culminação da união sexual, é sua morte e seu maior desmancha-prazeres. Ele ocasiona uma gama de distúrbios inimagináveis. Afeta o sistema nervoso e predispõe o organismo a toda ordem de enfermidades físicas e psíquicas, devido ao organismo desvitalizado não conseguir resistir por muito tempo aos assédios morbosos.
Evidentemente as pessoas dotadas de forte estrutura física resistem mais. Podem até pensar que não são prejudicadas pela descarga seminal, mas como o tempo é implacável, mais cedo ou mais tarde acabam sucumbindo.
O argumento preferido para criticar a magia sexual é a alegação infundada de que esta prática é nociva à saúde por produzir um acúmulo indesejado de sêmen nas vesículas seminais.
Isso seria verdade se na prática da magia sexual houvesse repressão das energias. Se houvesse exclusivamente retenção do licor seminal.
Há três fenômenos que podem ocorrer numa união sexual:
1. Extravasamento das energias.
2. Repressão das energias.
3. Transmutação das energias.
No extravasamento, as energias se perdem, o sêmen é deliberadamente expulso, com a convicção de que essa função é necessária e “saudável”. Hoje em dia se cultua o orgasmo como sendo a fonte libertadora de todas as repressões.
Quanto à repressão, poderíamos relatar páginas inteiras da história universal que foram escritas, inspiradas em atrocidades, fanatismos religiosos, maquiavelismos políticos, sadismos etc., causados pela repressão sexual. Enclausuramentos desumanos e hipócritas, ascetas convictos equivocados por uma pseudocastidade, falsas asceses, puritanismo vitoriano marcado por terríveis sentimentos de culpa.
Tanto o extravasamento quanto a repressão afastam o homem do seu Deus Interno, da paz eterna que está dentro de si mesmo. As causas de extravasamentos e repressões são encontradas no acidente fatídico da Lemúria, a saída do Éden interno, a queda sexual fatal, o início da vergonha, do medo e da culpabilidade. Não pode haver alquimia profícua e verdadeira nesse quadro mórbido.
O terceiro fenômeno, a transmutação, significa transformação de uma substância grosseira em outra mais sutil, transformação do chumbo em ouro, e pode ser observado amiúde na natureza: as águas que se acumulam nos rios, lagos, mares, evaporam-se e transformam-se em nuvens que depois se transformam novamente em águas.
O ovo chocado pela galinha é outro exemplo interessante de transmutação alquímica. A galinha utilizando o seu potencial térmico transforma as substâncias orgânicas, oriundas do milho e rações, em grandes quantidades de cálcio concentradas na casca do ovo.
Durante o transe sexual tântrico, o fogo sexual do amor cria uma condição térmica especial que atua como catalisador, transmutando o sêmen em vapores seminais. Esse fato impede que haja acúmulo de sêmen nas vesículas seminais, contrariando as suposições dos leigos.
Do ponto de vista fisiológico, científico, convém ressaltar as pesquisas do dr. John Dervey Kellog, complementadas pelo dr. Guthrie, autoridades internacionais.
Essas pesquisas rebatem o ponto de vista pseudo científico de que as emissões voluntárias de sêmen representam uma função necessária, uma medida auxiliar de escape para a acumulação de sêmen nas vesículas seminais.
Suas investigações, confirmadas também por Goizet, indicam a existência de um processo de reabsorção do sêmen pelos vasos linfáticos que se encontram ramificados em grande quantidade nas paredes das vesículas seminais. As vias linfáticas o conduzem ao Receptáculo Chyli, no abdome, onde é reabsorvido, mesclado com os líquidos linfáticos. Após essa absorção ele sobe verticalmente pela via torácica (ducto torácico), penetra na veia subcava esquerda, e entra no sistema circulatório através do coração.
Várias autoridades médicas reconhecem a existência da reabsorção seminal mas, talvez por não terem experimentado em si mesmos, não a proclamam formalmente.
Goizet admite uma reabsorção das energias sexuais e atribui a ela o vigor físico do homem e como a causa de vivificação em homens e mulheres adultos que tenham testículos e ovários ativos. Conclui que a perda do sêmen implica na perda da força. Dessa consideração se deduz que, para se obter um grau mais alto de saúde, há que se armazenar todas as secreções sexuais.
Outra conclusão interessante dessas pesquisas é a relação entre o aumento da reabsorção e a elevação da temperatura dos órgãos sexuais. Quando se quer aumentar consideravelmente a reabsorção do sêmen, deve haver um aumento de temperatura nas vesículas seminais. Esse aumento térmico favorece a condução do sêmen absorvido pelo ducto torácico até o coração e a toda circulação.
A melhor forma de se produzir esse aumento de temperatura é sem dúvida a prática do Maithuna Yoga, cópula química sexual em que o homem e a mulher despertam seus fogos internos e condições térmicas formidáveis para a absorção das energias criadoras.
Está cientificamente comprovado que o envelhecimento da mulher está diretamente ligado à debilitação e ao mau funcionamento dos ovários.
Se houver enriquecimento de hormônios no sangue da mulher, o organismo feminino se renova de maneira surpreendente.
O segredo da conservação e renovação da juventude feminina consiste em preservar esses preciosos hormônios sexuais e isso é possível através da normalização e redução das menstruações.
Durante o período menstrual, a mulher perde uma quantidade considerável de hormônios. Com o decorrer dos anos, essas perdas vão ocasionando uma menor concentração de sangue e os ovários começam a produzir menos hormônios. Essa redução drástica na produção de hormônios está intimamente ligada à menopausa. Podemos concluir que se não houvesse menstruação, não haveria menopausa e consequentemente a mulher não envelheceria, porque os hormônios ao invés de se dispersarem no fluxo menstrual, permaneceriam em circulação dentro do organismo enriquecendo todas as células sangüíneas, conservando sua jovialidade e feminilidade, evitando-se o aparecimento precoce de rugas e outros sinais de envelhecimento.
Uma das funções básicas da menstruação é eliminar mensalmente uma boa quantidade de toxinas indesejáveis do organismo feminino. Por que as mulheres geralmente ficam irritadas e deprimidas nesse período? Simplesmente porque, devido à descarga hormonal, se produz um desequilíbrio no sistema nervoso que afeta o estado físico e psíquico da mulher.
O dr. Frank, famoso ginecologista americano, em seu livro Os Hormônios Sexuais Femininos demonstra que a mulher pode reduzir consideravelmente o volume do fluxo menstrual através da dieta e higiene, e desta maneira conservar os hormônios femininos. Quanto menos descarga menstrual, menor é a perda de hormônios e tanto mais ela preserva sua juventude e beleza.
As investigações do dr. Frank com relação aos hormônios femininos demonstraram que estes hormônios não estão presentes somente no fluxo menstrual, mas também nas membranas mucosas do útero. Isto indica que está presente na descarga da mucosa que acompanha a menstruação. Por isso, quando a mulher sofre de leucorréia há uma debilitação do sistema nervoso e do cérebro. Essas secreções são ricas em lecitina, colesterina. fosfatos (tal como no sêmen masculino) e sua perda faz com que estas substâncias sejam retiradas do sangue e, por último, dos tecidos, dos nervos e do cérebro, que necessitam delas para sua nutrição.
Portanto, além de reduzir o volume do fluxo menstrual, nesses casos é necessário curar-se a leucorreia.
Segundo o dr. Frank, essa enfermidade pode ser curada com a mesma dieta e higiene que são eficazes para diminuir a menstruação. Recomenda uma dieta pobre em proteínas animais e rica em verduras, legumes, cereais etc.
Esse pesquisador descobriu que a quantidade de hormônios sexuais femininos no sangue circulante da mulher varia em cada ciclo menstrual. Apresenta-se um aumento brusco entre o 10º e o 15º dias, contando desde o primeiro dia da menstruação, quando acontece a ovulação. A maior concentração de hormônios ocorre no primeiro dia de menstruação. Com o princípio desta, esses hormônios diminuem bruscamente na circulação, por causa da sua perda (mucosa e sangue).
Os hormônios sexuais femininos se encontram no sangue menstrual numa concentração 4 a 6 vezes maior que no sangue circulante, devido ao acúmulo local desses hormônios na mucosa do útero. Assim fica claro que o fluxo menstrual e as secreções das mucosas contêm uma concentração de hormônios sexuais femininos considerável, e como eles exercem uma importância muito grande nos processos de renovação e preservação da juventude na mulher, é essencial diminuir a perda pela menstruação.
Autor: Cláudio Carone, Tantra.
*NINA
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