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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, outubro 20, 2012
Farsa de Stonehenge
Stonehenge: Testemunhos de uma fraude
E se lhe dissessem que Stonehenge é uma fraude?
Seria difícil de acreditar, como é evidente!
Pois é... encontrei este belo documento que transcrevo integralmente,
sendo do autor todo o mérito da recolha efectuada, vejam sobretudo as
fotos em baixo, penso serem esclarecedoras, confiram em //http://www.midiailluminati.com/
e como é habitual partilho com todos vós, não deixem de visitar o
blogue clicando no link, lá irão encontrar muito material interessante.
Boas leituras e não acreditem em tudo que vos dizem... vejam o que lhes
reservo.
Publicado em 13 de Outubro de 2012 e diz assim:
Stonehenge é uma fraude
Segundo a Wikipedia, o nome Stonehenge vem das palavras do o inglês arcaico “stone” = pedra, e “hencg” = eixo.O lugar é talvez o mais famoso do Reino Unido e trata-se de um alinhamento megalítico da Idade do Bronze, localizado na planície de Salisbury, próximo a Amesbury, no condado de Wiltshire, no Sul da Inglaterra.
Stonehenge constituí-se no mais visitado e conhecido círculo de pedras britânico,
e até hoje é incerta a origem da sua construção, bem como da sua
função, mas acredita-se que era usado para estudos astronómicos,
mágicos ou religiosos.
A estrutura
é composta por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco
metros de altura e a pesar quase cinquenta toneladas, onde se
identificam três distintos períodos construtivos:
O chamado Período I (c. 3100 a.C.), quando o monumento não
passava de uma simples vala circular com 97,54 metros de diâmetro,
dispondo de uma única entrada. Internamente erguia-se um banco de
pedras e um santuário de madeira. Cinquenta e seis furos externos ao seu
perímetro continham restos humanos cremados. O círculo estava alinhado
com o pôr do Sol do último dia do Inverno, e com as fases da Lua.
Durante o chamado Período II (c. 2150 a.C.) deu-se a realocação do santuário de madeira, a construção de dois círculos de pedras azuis (coloridas com um matiz azulado),
o alargamento da entrada, a construção de uma avenida de entrada
marcada por valas paralelas alinhadas com o Sol nascente do primeiro
dia do Verão, e a construção do círculo externo, com 35 pedras que
pesavam toneladas. As altas pedras azuis, que pesam quatro toneladas,
foram transportadas das montanhas de Gales a cerca de 24 quilômetros ao Norte.
No chamado Período III (c. 2075 a.C.), as pedras azuis foram
derrubadas e as pedras de grandes dimensões (megálitos) – ainda no local
– foram erguidas. Estas pedras, medindo em média 5,49 metros de altura e pesando cerca de 25 toneladas cada, foram transportadas do Norte por 19 quilómetros. Entre 1500 a.C. e 1100 a.C., aproximadamente
sessenta das pedras azuis foram restauradas e erguidas em um círculo
interno, com outras dezanove, colocadas em forma ferradura, também
dentro do círculo. Estima-se que essas três fases da construção requereram mais de trinta milhões de horas de trabalho.
Recolhendo os dados a respeito do movimento de corpos celestiais, as observações de Stonehenge foram
usadas para indicar os dias apropriados no ciclo ritual anual. Nesta
consideração, é importante mencionar que a estrutura não foi usada
somente para determinar o ciclo agrícola, uma vez que nesta região o Solstício de Verão ocorre
bem após o começo da estação de crescimento; e o Solstício de Inverno
bem depois que a colheita é terminada. Desta forma, as teorias actuais a
respeito da finalidade de Stonehenge sugerem
seu uso simultâneo para observações astronómicas e a funções
religiosas, sendo improvável que estivesse sendo utilizado após 1100 A.C..
A respeito da sua forma e funções arquitectónicas, os estudiosos sugeriram que Stonehenge
– especialmente os seus círculos mais antigos – pretendia ser a réplica
de um santuário de pedra, sendo que os de madeira eram mais comuns em
épocas Neolíticas.
Claro, como não poderia deixar de ser, o mistério ao redor de Stonehenge
produziu uma série de interessantes – e algumas bem delirantes –
teorias sobre suas funções e seu poder. Uma das minhas teorias
delirantes preferidas é de que “As pedras só podem ter sido trazidas e montadas por Aliens”.
Eu consigo imaginar um alien atravessando a imensidão do cosmos apenas
para pegar umas pedras e arrumar direitinho sobre um gramado. E a
teoria maluca de que ali está um portal dimensional? Mas há outras
também muito legais, como a que diz que stonehenge
é um antigo local de sepultamento/templo da lua/terreno de
alienígenas, marcadores galáticos formados pelos antigos dinamarqueses/
por povos gigantes/ou deuses provenientes de uma raça alienígena
inteligente.
Há até quem creia que a construção de stonehenge envolveu pesquisas de ondas sonoras. Segundo Steve Waller, pesquisador de ondas sonoras:
Minha teoria é que os antigos bretões, quando ouviam duas flautas em um
campo, estavam experimentando padrões de interferência de ondas sonoras,
onde em determinados locais, conforme se anda em torno do par de
músicos, você ouviria barulhos altos ou zonas silenciosas.Sabe-se hoje
que as pedras maiores vieram aproximadamente de um local a apenas 32
quilómetros de distância, mas os tipos de pedras que compõem o círculo
interno – que teriam sido colocadas cerca de 5.000 anos atrás – não são encontradas em centenas de quilómetros.
Adeptos da teoria das ondas sonoras também sugerem que a estrutura megalítica também era uma área para raves. Sim, você leu certo. Eu disseRAVES primitivas.Pesquisadores sugerem que rolava Raves em Stonehange Claro, nem todas as teorias são viajantes. Há quem aposte suas fichas em astronomia e em rituais religiosos.
“No livro From Stonehenge to Modern Cosmology (“De Stonehenge à Cosmologia Moderna”, inédito no Brasil), o astrónomo inglês Fred Hoyle, um dos maiores especialistas do século XX em teorias sobre a origem do universo, defendeu a tese de que o monumento foi erguido como uma espécie de computador capaz de prever eclipses e outros fenómenos celestiais, concluindo que “o conhecimento astronómico desse povo deve ter nascido de muitos séculos de observação”. Outros especialistas enxergam as ruínas como vestígios de um grande templo religioso – e é bem provável que as duas teorias sejam complementares”.fonte
Como podemos ver, Stonehange é um prato cheio para quem deseja
construir uma teoria "escalafobética" sobre pedras enormes e pesadas
empilhadas por homens do neolítico, de 3000 a.C. que não conheciam nem
sequer a metalurgia. Mas por mais estranhas que algumas suposições soem,
todas elas compartilham de um ponto em comum: A formação é
antiquíssimo.
Mas acredite ou não, existem pessoas que defendem uma teoria ainda mais bizarra que todas estas juntas: Stonehenge
seria uma fraude deliberada, fabricada intencionalmente, no século XX!
A razão dessa fraude é (tal qual os blocos actuais) discutível, abrindo
margem para diversas suposições loucas. Há quem veja nela uma obra dos
Illuminati, há quem veja nela uma piada britânica de alguém muito rico e poderoso. Há quem veja nela um cuidados plano orquestrado por governos para manipular a opinião das pessoas…
É difícil dar ouvidos a estas suposições estranhas quando todos os
cientistas nos dizem que as pedras são antiguidades… Mas como dizem
nesses fóruns underground: Você pode garantir? Você estava lá quando fizeram?
Bem eu não estava e realmente, pensando por este lado, será que devemos
ser céticos com relação a construção da estrutura megalítica?
Recentemente, num site russo eu achei diversas (um montão mesmo) fotos que sugerem a construção de stonehange em um período entre 1954 e 1958.
Esse material supostamente teria vazado por parentes de uma
testemunha, que sabia de toda a verdade. Segundo o autor diz, a área
foi cercada, e estabeleceu-se um perímetro de contenção de vários
quilómetros, para que as pessoas não vissem a montagem da estrutura. Ele
diz que embora todo mundo tenha a impressão de que as pedras sempre
estiveram lá, elas foram cuidadosamente montadas, usando guindastes e
equipamentos modernos, marcações precisas e até tratamento do solo. A
cada nova etapa, estranhas celebrações e rituais foram levadas a cabo
no lugar (inclusive algumas delas podem ser vistas nas fotos) Parece
loucura, mas veja só essas fotos que foram condensadas num vídeo por um amigo, para abreviar o post interminável:
O autor ainda oferece alguns “fatos pouco conhecidos”:
- Pela primeira vez, realizou-se naquela área exercícios militares
- Desde 1898 até o período da Segunda Guerra Mundial o Ministério da Defesa gradualmente comprou grandes extensões de terra na área
- O Ministério da Defesa tem 390 quilómetros quadrados (!) Nos arredores do Stonehenge, alguns dos quais estão permanentemente fechados e para outros o acesso é muito limitado.
- No passado, nos arredores de Stonehenge foram realizadas obras para um ramal ferroviário e de um aeroporto, ambos foram depois removidos (há outras fontes que sugerem que o aeroporto militar é muito mais próximo, a uma distância de um quilómetro de Stonehenge)
- Em 1943, a aldeia de Imber (15 quilômetros de Stonehenge) e a aldeia Hinton Par foram despejados. Até hoje a aldeia Imber está sob o controle dos militares
- 2 km ao norte de Stonehenge está localizada a escola da Artilharia Real, que executa operações de tiro 340 dias do ano
- 9 km ao sul-leste, está o aeródromo militar. Nele fica situado o laboratório de Defesa da Ciência e Tecnologia, cujo trabalho é secreto.
- 17 quilómetros a oeste de Stonehenge fica uma base militar de combate aéreo de onde decolam helicópteros “Apache”
- Na área de Stonehenge não é permitida a actividade agrícola por causa do perigo de fracasso. Ninguém plantava lá por séculos, já que estranhamente o terreno era muito infértil. Devido a isso, os prados verdes ao redor de Stonehenge adquiriram valor científico, porque eles representam o último grama natural de terra pura na Inglaterra, e possivelmente – na Europa.
- A área ao redor de Stonehenge está há mais de 100 anos – fechada. O território é protegido pelos militares, aviões tripulados e helicópteros bélicos, com disparos diários de artilharia - Os moradores foram expulsos durante a Segunda Guerra Mundial, sob o pretexto dos exercícios; as vilas estão sob o controle dos militares, e a situação persiste até hoje. - actividades agrícolas sobre uma área de planície ampla, onde o Stonehenge está são proibidas, existiam no território uma infra-estrutura que permitia a construção em grande escala (incluindo os aeroportos ramal ferroviário), que já foram demolidos como a justificativa de que são “desnecessários”
- Talvez um local mais adequado para a construção de Stonehenge seria difícil de encontrar …
Pessoalmente, eu não sei em que acreditar. Não acho possível que tantos cientistas, geólogos, arqueólogos estejam combinados de enganar as pessoas com relação a Stonehenge.
Deveria haver uma explicação para estas fotos. Uma suposição para elas
seria algum tipo de restauração, levada à cabo pelo governo (o que explicaria a contenção da área, arame farpado, e a falta de populares nas fotos) para preservar a estrutura.
Sabe-se que no século XX, surgiu uma batalha para preservar o que restou de Stonehenge, mas até isso criou polémica – como algumas pedras tombadas foram reerguidas e estabilizadas, a interferência acabou produzindo acusações de que as actuais formações seriam falsas. fonte
Embora os restauradores garantam que todo seu trabalho respeitou a
posição original das pedras, a questão que fica é se não estamos todos
fazendo papel de bobos pensando que aquilo lá é uma obra dos antigos
quando na verdade é apenas um cenário montado em pleno século XX. Mas a pergunta que não quer calar é: Se for mesmo uma fraude, por que razão isso teria sido feito?
Fonte: Penso, logo existo
- Live Journal
- Mundo Gump
- *Guerrasilenciosa
O PT deve mostrar aos paulistanos que a eleição de Haddad trará a inserção da cidade de São Paulo no esforço desenvolvimentista do governo federal. Porque o PSDB prefere a desgraça dos paulistanos e de resto dos paulistas do que cooperar com o partido dos trabalhadores e ver o Estado progredir
O levante da ralé paulistana
http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/ |
O cinturão-vermelho de São Paulo é um fenômeno geopolítico incômodo para certa elite de uma cidade que abriga os maiores contrastes sociais do país, pois representa o reduto eleitoral do partido preferido pela população mais pobre, a população da periferia.
Homofobia: Efeito Malafaia: Tucanos ameaçam de morte travesti que se elegeu vereadora pelo partido tucano, PSDB
E o transexual não apenas pertence aos quadros do partido, como se elegeu vereador em Piracicaba (SP); presidente do PSDB em Piracicaba (SP), o deputado federal Mendes Thame promete expulsar responsável pelas ameaças
E o transexual não apenas pertence aos quadros do partido, como se elegeu vereador em Piracicaba (SP); presidente do PSDB em Piracicaba (SP), o deputado federal Mendes Thame promete expulsar responsável pelas ameaças
247 - A
intolerância que acomete parte do meio político brasileiro durante as
eleições ameaça causar sua primeira vítima fatal neste ano. Eleita em
Piracicaba (SP), a vereadora Madalena (PSDB), cujo nome de batismo é
Luiz Antônio Leite, suspeita que um dos suplentes do partido estaria
comandando ameaças de morte contra ela. O motivo das ameaças seria o
preconceito por Madalena ser travesti. A presidência do PSDB informou
que, caso a suspeita se comprove, o responsável será expulso do partido.
Além de
telefonemas ameaçadores, a vereadora eleita foi abordada na rua onde
mora por um motoqueiro. Madalena registrou dois boletins de ocorrência
em função das ameaças de que se ela assumir o cargo em 1º de janeiro
será assassinada. Como consequência, a Polícia Civil pediu o
rastreamento das ligações à casa da política.
Um homem
que trabalhou como cabo eleitoral durante as eleições procurou a
vereadora eleita nesta semana para dizer que um dos candidatos do PSDB
havia dito à equipe que a mataria caso o vencesse. "Essa pessoa me
chamou de 'preto safado' e quebrou alguns cavaletes com a minha foto e
disse que se eu ganhasse me mataria", relatou Madalena.
Expulsão
Presidente
do PSDB em Piracicaba, o deputado federal Antônio Carlos de Mendes
Thame disse que pediu providências à Secretaria Estadual de Segurança
Pública. "Pedi que a polícia investigue a fundo, afinal houve uma ameaça
de morte a um vereador eleito pelo meu partido", disse.
Segundo
Mendes Thame, se o autor das ameaças for mesmo membro do PSDB, ele será
expulso. "Se houver algum envolvido dentro do partido, essa pessoa será
expulsa. Não haverá contemporização com ninguém", disse.
*MariadaPenhaNeles
Precisamos regulamentar imprensa no Brasil, diz Lula
Via Patria Latina
O
ex-presidente Lula visita a presidente argentina, Cristina Kirchner, no
Palácio do Governo, em Buenos Aires, nesta quarta-feira (17)
Juani Roncoroni/Estadão
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na Argentina, onde cumpre
intensa agenda política: almoçou com a presidenta Cristina Kirchner, na
quarta (17), e participa, nesta quinta (18), de um congresso
empresarial. Em entrevista ao jornal La Nación, ecoando o amplo debate a
respeito da entrada em vigor da Lei dos Meios naquele país, Lula foi
taxativo ao avaliar a situação do Brasil: “aqui precisamos instalar uma
discussão política sobre um novo marco regulatório da comunicação”
Lula
também falou sobre o menor crescimento econômico do Brasil neste ano e
destacou a necessidade de uma reformulação no FMI e nos organismos
internacionais como a ONU. Com relação ao polêmico julgamento do
“mensalão” e a possibilidade de ele também ser julgado, é categórico:
“eu já fui julgado. A eleição de Dilma foi um julgamento extraordinário.
Um presidente com oito anos de mandato sair com 87% de aprovação é um
tremendo julgamento”.
Relações internacionais
O
fato de querermos fazer uma reforma nas instituições multilaterais não
depende da crise. A crise apenas agravou este debate. O Brasil, há pelo
menos 15 anos luta para que a ONU seja reformada, e que tenha uma
representação do mundo geográfico correspondente a 2012 e ao século 21 e
não que represente o mundo de 1948. Não há explicação para que apenas
cinco países tenham o controle dos assuntos mais importantes do mundo,
sem que haja um representante da América Latina, da África, sem um país
de 1 bilhão de habitantes como a Índia ou mesmo a Alemanha. Queremos que
a ONU e o Conselho de Segurança sejam representativos da realidade de
hoje, e não do passado.
O FMI também tem que ser
reformado para que possa funcionar como um banco que possa ajudar os
países em crise e não como um banco para fazer pressão nas economias dos
países pobres. Na crise atual dos Estados Unidos e Europa, o FMI não
sabe o que fazer. Ninguém sequer quer escutar o FMI! É como se não
servisse para nada! Dá a impressão de que foi criado para Argentina,
Brasil, Bolívia ou México e não para a Alemanha nem Grécia. É por isso
que nós queremos fazer um debate.
Irã
Vejamos
o caso do Irã. Todos os dias vejo notícias que dizem que o Irã quer
construir uma bomba atômica. Eu não acredito nisso. Eu desejo para o Irã
o mesmo que desejo para o Brasil: utilizar a energia nuclear para fins
pacíficos. E com esta ideia eu fui ao Irã. Os membros do Conselho de
Segurança nunca tinham conversado com [Mahmoud] Ahmadinejad. A política
foi terceirizada, colocam assessores para conversar e os presidentes
nunca conversam. E quando eu disse que ia conversar com Ahmadinejad para
que ele se comprometesse a aceitar as regras que eram impostas pela
AIEA, disseram que era ingênuo. Fomos ao Irã, estivemos dois dias juntos
com a Turquia, e conseguimos que o Irã se comprometesse com o que os
norte-americanos e a União Europeia queriam. Para a minha surpresa,
quando Ahmadinejad aceitou e nós apresentamos um documento assinado, o
que aconteceu? Sancionaram o Irã. Por que? Porque não era aceitável que
um país do terceiro mundo tivesse conseguido o que eles não conseguiram.
Chávez
É
necessário analisar a Venezuela não em comparação com o Brasil ou
Argentina, nem com a Europa. Tem que analisar a Venezuela de Chávez em
comparação com a Venezuela antes de Chávez. E melhorou muito a
Venezuela. O povo pobre ganhou dignidade. A América do Sul ganhou muito
com o Chávez. Porque antes até os vasos sanitários eram importados dos
Estados Unidos. Hoje importa de outros países: Brasil, Argentina…
Venezuela começou a olhar a América Latina e por isso defendi a entrada
da Venezuela no Mercosul. Pela importância estratégica da Venezuela, é
uma das maiores reservas de petróleo do mundo e de gás, tem um potencial
energético extraordinário. Nós precisamos, enquanto Unasul, discutir
como nos tornar sócios dessa riqueza que temos. Por isso penso que
Chávez foi importante para a Venezuela. (…) Com a minha chegada ao
poder, a de Kirchner, de Chávez, de Evo Morales, foi que as pessoas
começaram a perceber que gostamos de nossos países, que começamos a ver
nossos países a partir de nossa própria realidade. Isso mudou. Quando
cheguei ao governo, a relação comercial entre Brasil e Argentina era de
US$ 7 bilhões. No ano passado, foi US$ 40 bilhões.
Meios de comunicação
Eu
penso que poucos líderes políticos do mundo foram e são tão criticados
pela imprensa como eu. No entanto, não reclamo. Eu nunca tive a imprensa
a meu favor, e não é por isso que deixei de ser presidente com a maior
aprovação de meu país. Me parece que devemos acreditar na sabedoria dos
leitores, dos ouvintes de rádio e dos telespectadores. Eles saberão
julgar os valores do comportamento de um político, e também do
comportamento da imprensa.
Acredito que no
Brasil precisamos instalar uma discussão política sobre um novo marco
regulatório da comunicação. A última regulação é de 1962, não há nenhuma
explicação para que no século 21 tenhamos a mesma regulação que em
1962, quando não havia telefones celulares, nem internet. A evolução que
teve nas telecomunicações não está regulada. Essa briga existe na
Argentina, na Venezuela, no México, onde Ricardo Salinas e Slim estão em
guerra todo santo dia. E no Brasil preparamos uma conferência nacional –
na qual participaram partidos, meios de comunicação, telefonia – e
elaboramos uma proposta de regulação, que precisa ser discutida com a
sociedade. Não há modelo definitivo, não há o modelo de O Globo, da
Folha, de Lula ou de Dilma, isso não existe. Então vamos começar uma
discussão com a sociedade para saber o que é o mais importante para que
os meios de comunicação sejam cada vez mais retransmissores de
conhecimento, de informação, cada vez mais livres e sem ingerência do
governo.
Mercosul
Penso
que o que fizemos na América do Sul já é muito. O problema é que éramos
países com uma cultura colonizada, com uma mente colonizada. Fomos
doutrinados para que nos víssemos como adversários, como inimigos e os
amigos estavam no Norte. Quando na verdade, não tem que ter inimigos nem
no Norte, nem aqui, temos que construir o que for bom para Argentina e
Brasil. Lembro que há muito tempo realizamos reuniões onde muitos países
diziam que o Mercosul já não interessava, que o Mercosul tinha acabado,
e que havia que implementar a Alca. Hoje, nem o governo norte-americano
fala da Alca. Sequer eles.
Mensalão
Não
me manifesto sobre esse processo, primeiro porque naquela época eu era
presidente da República e creio que um ex-presidente não pode opinar
sobre a Suprema Corte. Principalmente quando o processo está em
desenvolvimento. Vamos esperar que termine o processo e então com
certeza poderei emitir minha opinião.
Eu já fui
julgado. A eleição de Dilma foi um julgamento extraordinário. Um
presidente com oito anos de mandato sair com 87% de aprovação é um
tremendo julgamento e não me preocupo com nada. Cada poder: Executivo,
Legislativo ou Judiciário, tem suas próprias responsabilidades e cada um
deve cumprir com a mesma.
Economia
Sejamos
sinceros. Há uma desaceleração econômica promovida pelo próprio
governo. Obviamente há problemas com a crise econômica, mas acontece que
em 2010 nós crescemos muito, o consumo era exageradamente alto e era
necessário diminuir um pouco esse ímpeto da economia. Essa redução do
governo também foi afetada pela crise internacional. Houve uma
diminuição das exportações. As exportações da Argentina caíram quase
20%, houve uma diminuição importante, e no nível mundial a diminuição
foi somente 6%. Era necessário controlar a inflação. As informações que
tenho da Presidência e do ministro da Fazenda é que a inflação está
controlada e para o próximo ano, Brasil voltará a crescer mais ou menos
4,5%.
Volta à presidência
Um
político não pode nunca descartar [esta hipótese]. O problema é que
cada vez que fazem esta pergunta... se eu digo que não o descarto, a
imprensa diz: “Lula admite que será candidato”. Se eu digo o contrário,
dizem “Lula nunca mais será presidente”. Eu sou um político, e creio que
já cumpri minha parte. Toda a minha vida tive vontade de provar que era
capaz de fazer o que eu reivindicava, e creio que conseguimos fazer
muito mais. Hoje, o principal legado que deixamos para a sociedade
brasileira, além dos 40 milhões de brasileiros que ascenderam à classe
média, além do aumento do salário mínimo, dos 17 milhões de empregos
formais criados, o principal legado é a relação entre o Estado e a
sociedade. Realizamos 73 conferências nacionais. As principais políticas
de meu governo foram decididas em plenários, onde havia debates no
âmbito municipal, estadual e nacional. Eram políticas de todas as áreas,
tudo foi discutido. Queria provar a mim mesmo que um governante nunca,
em hipótese alguma, deve ter medo de conversar com a sociedade. Não
podemos ver em cada pessoa que nos cerca na rua um inimigo. Porque
muitas vezes temos que nos perguntar por que é inimigo agora se votou em
mim.
Integração
Sonho
com a integração da América Latina. A integração não é um discurso,
deve transformar-se em um ato cotidiano de cada cidadão e de cada
governante. E ainda nos resta muito por fazer.
Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva
*GilsonSampaio
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