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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, novembro 01, 2012
A SAGA DO REI DO BAIÃO
Dramaticidade, sensibilidade, humor... poderíamos alinhar 'n' referências elogiosas (e discorrer longamente sobre cada uma delas) acerca do filme - que vimos na terça à noite em sala lotada do Teresina Shopping.
Mas limito-me a dizer o seguinte: não me recordo de haver presenciado uma exibição em cujo final o público, de pé, tomado pela emoção, aplaude.
Pois isso aconteceu.
Viva Luiz!
Cuba resiste, mas precisa de ajuda
Por Denise Queiroz
A mídia nativa
deu destaque, com horas de cobertura eletrônica e muitas páginas nos
impressos ao Furacão Sandy, quando este chegou ao "primeiro mundo"
americano, então já rebaixado pelos cientistas à categoria de ciclone.
Pouco se soube de antes, quando ainda era furacão e o fenômeno atingiu a
América Central, embora os danos lá tenham sido humanamente mais
arrasadores do que as imagens - exibidas à exaustão - sobre sua chegada a
Nova Iorque.
Os estragos em Cuba preocupam inclusive a ONU, conforme se vê neste link, reproduzido pelo Correio do Brasil a partir da BBC. No Cuba Debate, há notícia de que "En los últimos días Cuba ha recibido mensajes solidarios y ofertas de ayuda desde Nicaragua, China, Uganda, Colombia, Panamá, Alemania y Francia, entre otras naciones. (link) Asimismo, Venezuela anunció la creación de un puente aéreo y marítimo de solidaridad con Cuba y Haití, ante los estragos del huracán, cuyos fuertes vientos, lluvias y penetraciones del mar causaron daños de grandes magnitudes." De efetivo, além dos esforços governamentais, a ajuda que chega da Venezuela.
Toda solidariedade ao povo americano, que incontestavelmente teve a vida afetada, mas é mais que óbvio que o dano causado naquele país, mesmo com alguma dificuldade, será reparado. O que não se pode dizer de Cuba - que por causa do embargo sobrevive no limite - e dos outros países da América Central.
Mais uma vez fica evidente que a cobertura midiática preconiza os danos financeiros em detrimento do humano. Mas como diz o presidente Raúl Castro, Cuba resiste!
*Tecedora
GRILAGEM DE TERRA E DA MÍDIA SE ESPELHAM E SÃO O ESPELHO DA DESIGUALDADE NO BRASIL
*educaçãopoliticaReforma agrária no ar
Eduardo Sales de Lima da Redação
Para Silvio Mieli, jornalista e professor da faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), a concentração de poder nos meios de comunicação é um espelho da concentração fundiária. “Os primeiros grilaram terras públicas ou compraram terras de grileiros. Os últimos se apossaram do espectro eletromagnético por favorecimentos políticos e pelo poder econômico, ou ambos os casos.”
A opinião do jornalista soma-se às recentes manifestações pela democratização na comunicação no Brasil, como a que ocorreu no dia 15 de outubro, em frente ao hotel Renassaince, onde estava ocorrendo um encontro da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa). Na ocasião, representantes do Coletivo Intervozes e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), entre outras organizações, levantaram cartazes denunciando abusos praticados por emissoras de rádio e televisão, jornais e revistas.
Aliás, uma das conclusões do recente estudo do pesquisador Tiago Cubas, do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera/Unesp), “São Paulo Agrário: representações da disputa territorial entre camponeses e ruralistas de 1988 a 2009”, vai justamente nessa direção. A de que a mídia corporativa totaliza a visão das relações capitalistas no campo; daí estereotipa e não aceita sujeitos e modos de produção alternativos.
Na entrevista a seguir, Silvio Mieli analisa a atual conjuntura de luta pela democratização da comunicação no Brasil.
Brasil de Fato- Há tempos existe a violência física cometida pelo poder público ou privado sobre os sem-terras, por meio de policiais e seguranças. A cobertura mídia tradicional aborda tais ocorrências de forma tendenciosa. Por que a violência contra o pobre é tão naturalizada e até ignorada pela mídia corporativa até hoje?
Silvio Mieli - Em primeiro lugar é preciso lembrar que a mídia é ultraconservadora. O conservador acha natural que 1 bilhão de pessoas passem fome no mundo. Também passa a ser natural — e típico dos conservadores — que se use de violência contra aqueles que querem sair dessa situação. Como diz o filósofo Giorgio Agamben, a mídia gosta de pessoas indignadas, porém passivas. Os grandes jornais não terão nenhum prurido em mostrar crianças famintas num lixão qualquer da vida, mas reprovarão veementemente qualquer ação direta para corrigir essa injustiça. Ora, o mesmo modelo de concentração fundiária se espelhou para os meios de comunicação no Brasil. Os primeiros grilaram terras públicas ou compraram terras de grileiros. Os últimos se apossaram do espectro eletromagnético por favorecimentos políticos e pelo poder econômico, ou ambos os casos. É por essas e outras que o sistema é capaz de tudo quando se trata de discutir a propriedade da terra ou de um meio de comunicação. Não por acaso o slogan da democratização dos meios de comunicação nos anos 1980 era: Reforma Agrária no Ar. Na terra como na mídia estamos lidando com os mesmos problemas: a questão da propriedade, o seu uso social e quais modelos de desenvolvimento devem ser colocados em prática.
Em termos práticos, que tipo de relação existe entre os jornais locais (e os nacionais) e o agronegócio para tratar os camponeses pobres sempre de forma criminosa?
Todas as famílias que monopolizam os meios de comunicação no Brasil são (direta ou indiretamente) grandes proprietários de terra. A família Saad (grupo Bandeirantes), que recentemente também entrou no ramo da mídia impressa, é de grandes pecuaristas, Octávio Frias (pai) era um dos maiores granjeiros do país.Portanto, além do servilismo ao poder, existem interesses diretos no setor. Muitos políticos, mesmo os que se acham muito poderosos, viraram office-boys das grandes corporações. Quanto aos grandes veículos de comunicação, transformaram-se em promoters de eventos dessas grandes empresas.
Após a chamada “redemocratização” (pós-ditadura), qual tem sido o peso das mídias (locais e nacionais) no processo de naturalização da violência aos pobres e sem-terras e no entrave à reforma agrária?
Costumo dizer que a mídia não é o 4o. poder, mas o 5o elemento. Temos a água, terra, fogo, ar e… os meios de comunicação. Vivemos imersos neles. Daí a importância da qualidade do que se produz nesse meio. Mas no nosso caso brasileiro, será que podemos falar realmente de “redemocratizacão” se, dentre tantos problemas herdados da ditadura, o acesso aos meios é tão limitado ? Eis uma outra dimensão da vida nacional que vive num estado de exceção permanente. A ditadura configurou um modelo comunicacional que, mesmo findo o regime militar, continua de pé. É só pesquisar o papel da mídia corporativa nos últimos grandes embates relativos às questões ambientais e agrárias para verificar como se comportam (Raposa Serra do Sol, MP 458, Código Florestal, Belo Monte…). (Texto integral)
quarta-feira, outubro 31, 2012
Collor diz estar comprovado que procuradores vazaram dados sigilosos para 'Veja'
Em discurso nesta terça-feira (30), o senador Fernando Collor (PTB-AL)
voltou a acusar jornalista da revista ‘Veja’ de terem ligações
estreitas com a quadrilha comandada por Carlinhos Cachoeira. O senador
também disse que já está comprovado que membros do Ministério Público
Federal (MPF) vazaram informações sigilosas dos inquéritos das operações
Vegas e Monte Carlo para a publicação, que classificou como “folhetim
semanal”.
- Não há mais dúvidas de que são verdadeiras as informações sobre
vazamento de inquéritos que corriam em segredo de justiça – afirmou
Collor.
Segundo Collor, o jornalista Policarpo Junior, “o grão vizir da chumbetagem da revista Veja”,
é um empregado de Carlinhos Cachoeira. Juntos com outros funcionários
da revista, disse Collor, Policarpo fornecia à quadrilha de Cachoeira
“toda espécie de serviços e informações” e recebia parte dos lucros da
organização.
- Esse fato, inclusive, é fartamente demonstrado nos diálogos das
inúmeras interceptações telefônicas em que Policarpo Junior aparece como
um dos interlocutores - lembrou.
Para o senador, será “fora de propósito” se os profissionais da revista
envolvidos com a quadrilha não forem convocados para depor na CPI do
Cachoeira. Ele disse apoiar a prorrogação dos trabalhos da CPI mista
para ampliar as investigações.
No Agência Senado
PF prende suspeitos de criarem igreja para 'lavar' R$ 400 milhões
Isenção fiscal concedida às igrejas ajudou no golpe da lavagem |
As autoridades policiais e fiscais estão mantendo sob sigilo os nomes dos suspeitos e da igreja. Os suspeitos ostentam sinais de riqueza. Um deles é colecionador de carros antigos.
A polícia começou a investigar as irregularidades quando foi informada de que uma pequena igreja estava fazendo grande movimentação financeira. Estima-se que as fraudes causaram prejuízo de R$ 150 milhões por ano à União e ao Estado de São Paulo.
Nota da PF informou que os suspeitos criaram uma igreja por se tratar de uma instituição que desfruta de imunidade tributária, “o que diminuiria as probabilidades de fiscalização, na visão dos integrantes do grupo”.
Os suspeitos mantinham empresas de fachada para enviar dinheiro ilegalmente ao Exterior. Eles também montaram um esquema para, com ajuda de servidores públicos, obter vantagens de empresas devedoras do fisco estadual.
Se condenados, os suspeitos poderão ficar na cadeia até 28 anos pelos crimes contra o sistema financeiro, subtração de processos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação e quadrilha, falsidade ideológica e sonegação fiscal.
Com informação do UOL, entre outras fontes.
Bastam R$ 418 para criar uma igreja e ficar livre de impostos.
novembro de 2009
PF aponta indícios de lavagem na compra da TV Record.
junho de 2012
Isenções fiscais da Igreja.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz2AujEZyiO
Paulopes
A Globo está com medo
Certo faz a RBS que todo ano desova
um ventríloquo para ocupar algum cargo político e, através dele, fazer
às vezes de porta-voz do grupo mafiomidiático sulista.
Já se foram Antônio Britto, Yeda Crusius,
Afonso Motta, Ana Amélia Lemos, e, ensaiando, Lasier Martins. Sem contar
os amestrados contratados para defender os interesses da empresa. Não
podemos esquecer a retribuição aos homens do prof. Cardoso que, quando
este foi apeado do poder, trouxe para a folha de pagamento dos Sirotisky
Pedro Parente e Pérsio Arida.
A lei de médios serve para impedir a propriedade cruzada.
Por exemplo, a RBS. Tem rádio, jornal, tv,
tv a cabo, internet, imobiliária, shopping, empresa de eventos, e
lavanderia nas Ilhas Cayman.
O jornal publica, de manhã o rádio
repercute, ao meio dia a tv cita os antecedentes e solta mais uma
vírgula. Todos pertencentes ao mesmo grupo.
Pior, os velhos grupos de mídia não costumam citar uns aos outros.
Jamais se vê fotos dos a$$oCIAdos doInstituto Millenium nos veículos concorrentes.
Há sempre uma cortina de silêncio encobrindo a safadeza e textos laudatórios para engrandecer as parcerias.
Em comum, os grupos mafiomidiáticos
brasileiros têm com os argentinos a participação auspiciosa nas
ditaduras recentes em ambos os países.
O Grupo Clarin e os Grupos Brasileiros tiveram participação
vantajosa, tanto em preparem o caminho como para ajudarem a justificar o
injustificável. Não é mero acaso que a Folha de São Paulotenha batizado a ditadura de ditabranda.
Com efeito, para ela, que emprestou carros
para conduzirem clandestinamente os presos políticos para serem
torturados, mortes e desovados em valas comuns, foi muito branda.
Mais branda ainda foi a justiça que até agora não permitiu o julgamento dos crimes da ditadura.
JN acaba de exibir editorial contra a "repressão disfarçada de democracia" que estaria ocorrendo na Argentina, onde foi implantada a "Ley de Medios", e que poderia se alastrar, segundo a Globo, como uma epidemia pelo continente; nesta terça-feira, tanto Rui Falcão como José Dirceu defenderam que a democratização dos meios de comunicação entre na agenda do governo federal
247 – Medo.
Esta é a palavra que expressa o sentimento das Organizações Globo a respeito de uma eventual discussão sobre a democratização dos meios de comunicação no País. Na noite desta terça-feira, o Jornal Nacional, ancorado por William Bonner, exibiu ampla reportagem sobre a "repressão disfarçada de democracia", que estaria ocorrendo na Argentina.
Lá, o governo de Cristina Kirchner conseguiu aprovar uma "Ley de Medios", que democratiza os meios de comunicação no País, ao limitar o número máximo de concessões que pode ser detido por grupo econômico. No próximo dia 7 de dezembro, o grupo Clarín, o maior da Argentina, e equivalente à Globo no seu território, terá de se desfazer de parte de suas concessões.
Apresentada por Dellis Ortiz, a reportagem da Globo informa que essa "epidemia", que já teria contaminado Venezuela e Equador, pode se "alastrar pelo continente". Em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Reino Unido, há limites ao número máximo de concessões.
A reportagem da Globo também abordou um seminário no Uruguai onde se debateu a proteção da "imprensa livre na era da internet". Na lógica defendida pelos grandes grupos de comunicação brasileiros, a internet deve ser controlada e não deve haver qualquer limite para a ação dos conglomerados de mídia.
Ao mesmo tempo em que a Argentina implanta sua lei, no Brasil, Rui Falcão e José Dirceu, do PT, têm defendido que o governo encampe o debate sobre a democratização dos meios de comunicação. Segundo a Globo, na Argentina, o governo Kirchner "pressiona até a suprema corte".
Bom, no Brasil, quem coloca pressão sobre o Supremo Tribunal é a própria Globo. Basta lembrar dos 18 minutos do Jornal Nacional sobre o mensalão às vésperas do segundo turno.
do blog Ficha Corrida
*cutucandodeleve
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