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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 01, 2012

Cuba resiste, mas precisa de ajuda

Por Denise Queiroz 
                                                                  

A mídia nativa deu destaque, com horas de cobertura eletrônica e muitas páginas nos impressos ao Furacão Sandy, quando este chegou ao "primeiro mundo" americano, então já rebaixado pelos cientistas à categoria de ciclone. Pouco se soube de antes, quando ainda era furacão e o fenômeno atingiu a América Central, embora os danos lá tenham sido humanamente mais arrasadores do que as imagens - exibidas à exaustão - sobre sua chegada a Nova Iorque. 

Os estragos em Cuba preocupam inclusive a ONU, conforme se vê neste link, reproduzido pelo Correio do Brasil a partir da BBC. No Cuba Debate, há notícia de que "En los últimos días Cuba ha recibido mensajes solidarios y ofertas de ayuda desde Nicaragua, China, Uganda, Colombia, Panamá, Alemania y Francia, entre otras naciones. (link) Asimismo, Venezuela anunció la creación de un puente aéreo y marítimo de solidaridad con Cuba y Haití, ante los estragos del huracán, cuyos fuertes vientos, lluvias y penetraciones del mar causaron daños de grandes magnitudes." De efetivo, além dos esforços governamentais, a ajuda que chega da Venezuela.

Toda solidariedade ao povo americano, que incontestavelmente teve a vida afetada, mas é mais que óbvio que o dano causado naquele país, mesmo com alguma dificuldade, será reparado. O que não se pode dizer de Cuba - que por causa do embargo sobrevive no limite - e dos outros países da América Central.

Mais uma vez fica evidente que a cobertura midiática preconiza os danos financeiros em detrimento do humano. Mas como diz o presidente Raúl Castro, Cuba resiste! 
 
*Tecedora
 
 

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