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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, novembro 01, 2012
Acusada de corrupção, prefeita de Natal é afastada pela Justiça
Micarla de Sousa (PV) teria envolvimento em esquema de desvio de verbas no sistema de saúde da capital potiguar. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A.Press |
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) afastou nesta
quarta-feira 31 a prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), de suas
funções devido à suspeita de seu envolvimento com um esquema de
corrupção no sistema de saúde da capital potiguar. O pedido, realizado
pelo Ministério Público estadual em 18 de outubro, foi deferido pelo
desembargador Amaury de Moura.
Segundo a assessoria de imprensa do TJRN, o vice-prefeito, Paulinho
Freire (PP), deve assumir em caráter imediato. Micarla e o presidente da
Câmara já foram oficiados sobre a decisão, que corre sob segredo de
Justiça. A mandatária, que tem sua administração reprovada por 92% dos
habitantes de Natal, tem que deixar o cargo ainda nesta quarta. A
decisão é em caráter liminar e cabe recurso.
O pedido de afastamento foi realizado pelo Procurador-Geral de Justiça
do Estado, Manoel Onofre Neto, com base em descobertas das Operação
Assepsia, deflagrada em 27 de junho deste ano. A ação desarticulou um
esquema que promoveu contratos da capital com organizações sociais para
a administração da UPA Pajuçara e dos Ambulatórios Médicos
Especializados (AMES), por meio de fraudes nos processos de
qualificação e seleção das entidades.
De acordo com o MP, os contratos respectivos foram anulados pela
Justiça e ficou apurado que as organizações contratadas apresentaram
despesas fictícias nas prestações de contas da Secretaria Municipal de
Saúde com intuito de desviar verbas.
Em 11 de outubro, o MP protocolou no TJRN requerimento de afastamento
da prefeita devido “os fortes indícios de envolvimento” da pevista “nos
fatos referentes à denominada Operação Assepsia”. “A análise da
documentação apreendida durante a referida operação e outros elementos
colhidos na investigação que tramita sob sigilo no Tribunal de Justiça
revelaram fortes indícios do envolvimento da Chefe do Executivo
Municipal no esquema fraudulento instalado no âmbito da Secretaria
Municipal de Saúde e em outros órgãos da Administração Municipal”, disse
o MP à época.
*comtextolivre
Missão gaúcha a Cuba tem “overbooking” de empresários
Via RS Urgente
Marco Aurélio Weissheimer.
A
bandeira de Cuba já não assusta ninguém no Rio Grande do Sul. Pelo
menos não aqueles setores responsáveis pelo desenvolvimento do Estado,
pela geração de emprego e renda. Uma missão político-empresarial
articulada pelo governo gaúcho desembarca nesta quinta-feira (1º) em
Havana, com uma extensa agenda de acordos de cooperação e negócios.
“Houve overbooking de empresários querendo viajar a Cuba”, brincou
Marcelo de Carvalho Lopes, diretor-presidente do Badesul Desenvolvimento
– Agência de Fomento RS, ao comentar, durante entrevista coletiva no
palácio Piratini, o grande interesse, por parte do empresariado gaúcho,
em participar da missão a Cuba. Dos 56 integrantes da comitiva, 35 são
empresários de diferentes setores da economia do Estado, principalmente
dos de máquinas e implementos agrícolas e alimentação.
“A
visão que orienta nossa política de desenvolvimento econômico e social
está baseada numa conexão entre o local, o regional e o global”, disse o
governador do Estado, Tarso Genro, ao falar sobre o objetivo da missão.
“Cito um exemplo concreto disso. Neste momento, nós temos algumas
dificuldades importantes para acelerar nossas exportações de máquinas
agrícolas para a Argentina. De outra parte, o governo cubano inicia uma
distribuição de 100 mil pequenas propriedades, dentro de um plano de
desenvolvimento da agricultura familiar cubana que não tem o maquinário e
os insumos necessários para responder a essa nova necessidade da
economia. Então, temos trabalhado, desde o início do nosso governo um
conjunto de relações que tem atraído investimentos para o Rio Grande do
Sul”.
O governo gaúcho identificou, nas relações
comerciais do Estado com Cuba, uma oportunidade de ampliação do
comércio exterior do Rio Grande do Sul. As exportações gaúchas para a
ilha caribenha representam hoje 38,6% do total das exportações
brasileiras para aquele país. Os principais produtos dessa pauta de
exportações são derivados de soja, arroz, móveis e construções
pré-fabricadas. Cuba ocupa hoje a 23ª posição no ranking de destinos dos
produtos gaúchos, segundo dados do Badesul, relativos ao período entre
janeiro e setembro de 2012. Com o objetivo de ampliar esses números, o
Badesul colocou à disposição das empresas do Rio Grande do Sul uma linha
de financiamento de R$ 40 milhões. Os beneficiários da linha Pró
Exportación Cuba serão as empresas que tem em Cuba um de seus mercados
externos e que, preferencialmente, já tem uma tradição de exportação
para aquele país.
Liderada pelo governador Tarso
Genro, a missão formada por secretários de Estado, empresários e
representantes de instituições de ensino e pesquisa participará, de 2 a 5
de novembro, de uma série de encontros com autoridades do governo
cubano. O objetivo é consolidar acordos de cooperação técnica nas áreas
de medicamentos, biofertilizantes, agricultura familiar, economia
solidária e cultura. Um dos temas centrais da agenda é a produção de
máquinas agrícolas. O Programa Mais Alimentos, coordenado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário, tem uma linha de crédito de US$
200 milhões para financiar esse setor. As negociações entre Cuba e o Rio
Grande do Sul envolvem a produção de tratores em território cubano, por
meio de uma associação entre empresas gaúchas e companhias locais.
Outra
possibilidade é abrir novos mercados para cooperativas gaúchas de
suínos, frango e leite. Para tanto, o Estado pode aproveitar a criação
de uma linha de crédito de US$ 350 milhões, por meio do Programa de
Financiamento às Exportações (Proex) para fortalecer a venda de produtos
dessas cooperativas. Espumantes produzidos no Rio Grande do Sul também
devem ser incluídos na pauta de negociações. A comitiva gaúcha contará,
ainda, com representantes de setores de fármacos, calçados e cutelaria.
Essa
missão dará continuidade as tratativas iniciadas em março deste ano,
quando ocorreu a primeira viagem oficial do governo gaúcho a Cuba. O
setor empresarial participa da missão com representantes das seguintes
empresas e cooperativas: Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Stara,
Agritech Lavrare, Fitarelli, Vence Tudo, Di Solle, Marcopolo,
Martinazzo, Perfilline, além da Odebrecth, Dimed Panvel e cooperativas
de agricultores familiares. Também compõem a comitiva entidades
representativas, como Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos
Agrícolas no RS (Simers), Federação do Comércio do RS (Fecomércio),
Federação das Indústrias do RS (Fiergs) e Instituto Brasileiro do Vinho
(Ibravin).
Cultura e Economia Solidária
Nem
tudo serão negócios na missão do governo gaúcho a Cuba. O secretário
adjunto da Cultura, Jéferson Assumção, participa da comitiva com a
missão de ampliar as parcerias institucionais na área cultural. Entre os
temas que serão discutidos na missão estão a retomada da participação
cubana no Festival de Cinema de Gramado, a publicação de edição bilíngue
com autores gaúchos e cubanos e a criação de programas de formação
cinematográfica a partir da experiência da Escola Internacional de
Cinema e Televisão San Antonio de los Baños (EICTV). No sábado, o
governador Tarso Genro visitará a EICTV, considerada uma das principais
escolas de cinema do mundo.
A Secretaria da
Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa, por sua vez,
apresentará os projetos desenvolvidos no Estado, como o Programa Gaúcho
de Microcrédito, a Cadeia Solidária Binacional do PET e Reciclagem de
Resíduos Sólidos. O governo gaúcho também vai mostrar a experiência da
Cadeia Solidária Binacional do PET às autoridades cubanas. O projeto
integra a cadeia produtiva no setor de reciclagem da garrafa PET no RS. A
ideia é desenvolver um projeto de intercâmbio entre o RS e Cuba – por
meio da Secretaria de Economia Solidária Empresa (Sesampe) e um grupo de
empresas de recuperação de matérias primas do país caribenho.
Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini
*Gilsonsampaio
A SAGA DO REI DO BAIÃO
Dramaticidade, sensibilidade, humor... poderíamos alinhar 'n' referências elogiosas (e discorrer longamente sobre cada uma delas) acerca do filme - que vimos na terça à noite em sala lotada do Teresina Shopping.
Mas limito-me a dizer o seguinte: não me recordo de haver presenciado uma exibição em cujo final o público, de pé, tomado pela emoção, aplaude.
Pois isso aconteceu.
Viva Luiz!
Cuba resiste, mas precisa de ajuda
Por Denise Queiroz
A mídia nativa
deu destaque, com horas de cobertura eletrônica e muitas páginas nos
impressos ao Furacão Sandy, quando este chegou ao "primeiro mundo"
americano, então já rebaixado pelos cientistas à categoria de ciclone.
Pouco se soube de antes, quando ainda era furacão e o fenômeno atingiu a
América Central, embora os danos lá tenham sido humanamente mais
arrasadores do que as imagens - exibidas à exaustão - sobre sua chegada a
Nova Iorque.
Os estragos em Cuba preocupam inclusive a ONU, conforme se vê neste link, reproduzido pelo Correio do Brasil a partir da BBC. No Cuba Debate, há notícia de que "En los últimos días Cuba ha recibido mensajes solidarios y ofertas de ayuda desde Nicaragua, China, Uganda, Colombia, Panamá, Alemania y Francia, entre otras naciones. (link) Asimismo, Venezuela anunció la creación de un puente aéreo y marítimo de solidaridad con Cuba y Haití, ante los estragos del huracán, cuyos fuertes vientos, lluvias y penetraciones del mar causaron daños de grandes magnitudes." De efetivo, além dos esforços governamentais, a ajuda que chega da Venezuela.
Toda solidariedade ao povo americano, que incontestavelmente teve a vida afetada, mas é mais que óbvio que o dano causado naquele país, mesmo com alguma dificuldade, será reparado. O que não se pode dizer de Cuba - que por causa do embargo sobrevive no limite - e dos outros países da América Central.
Mais uma vez fica evidente que a cobertura midiática preconiza os danos financeiros em detrimento do humano. Mas como diz o presidente Raúl Castro, Cuba resiste!
*Tecedora
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