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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 22, 2012

Índia, Brasil e Africa do Sul pedem criação de Estado palestino



O grupo Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), em comunicado oficial, elogiou o empenho do Egito, da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU) na mediação do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, anunciado na quarta-feira (21).


No texto, o grupo reitera a necessidade de se criar o Estado independente da Palestina como solução para o fim da crise, assim como o respeito a Israel. Também condena o “uso desproporcional e excessivo” da força, sem mencionar nações nem grupos.
O comunicado, divulgado na noite de quarta, horas depois do anúncio do cessar-fogo, tem seis parágrafos e 25 linhas. No texto, o Ibas apela para o fim imediato da violência na região, recomenda que o Conselho de Segurança da ONU retome o debate sobre o tema e pede o fim do bloqueio à Faixa de Gaza.

A área de Gaza está cercada pelas Forças Armadas de Israel, mantendo apenas a saída na fronteira com o Egito.

O Ibas, no comunicado, ressalta também o apoio em favor da reivindicação das autoridades da Palestina de ser reconhecida com o status de Estado observador nas Nações Unidas. Atualmente, a representação palestina na ONU se limita a um embaixador que fala em nome de um movimento, que é a Organização pela Libertação da Palestina (OLP).


O status de Estado observador abriria espaço para a discussão sobre a criação de um Estado independente, como querem os palestinos. Porém, ambas as discussões sofrem críticas por parte dos Estados Unidos e de Israel. Diplomatas que acompanham o assunto dizem que o debate divide os europeus, divididos entre os contrários e os favoráveis à concessão do status à Palestina e a criação de um Estado autônomo.


Por oito dias, Israel promoveu ataques diários sob pretexto de retaliar disparos de foguetes por parte de grupos palestinos. O saldo de mortes é de 167 pessoas – 162 palestinos e cinco israelenses.


A maior parte das vítimas é formada por civis, inclusive crianças e mulheres. O cessar-fogo só foi possível devido à mediação dos governos do Egito, dos Estados Unidos, da Liga Árabe (que reúne 22 nações) e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.


O comunicado do Ibas, no quarto parágrafo, elogia o empenho do Egito, da Liga Árabe e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mas não menciona os Estados Unidos. No texto, o grupo ressalta que confia “somente na diplomacia e no diálogo” como caminhos em busca para a solução da crise entre palestinos e israelenses.


A solução, diz o comunicado, está na “criação de dois Estados” referindo-se ao de Israel e ao da Palestina.
*vermelho.org.br

Charge e foto do Dia








Medalhas

"Quando você está no serviço militar, por qualquer período de tempo, você tende a acumular uma grande pilha dessas medalhas." Steffan Ziegler


Piece of cake - Qual deles é Idi Amin Barbosa?
*entrementes

Lula recebe na Índia o Prêmio Indira Gandhi pela Paz


Lula recebe o prêmio Indira Gandhi das mãos do presidente indiano Pranab Mukherjee. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O primeiro-ministro Singh disse que, sob a liderança de Lula, “o Brasil se tornou uma país mais forte e respeitado internacionalmente”, e mesmo fora da presidência “segue sendo uma das personalidades mais respeitadas no mundo”. “O presidente Lula tem uma clara visão global. Ele é consciente da interdependência entre os países, e de que a responsabilidade de um líder não termina na fronteira do seu país.” O primeiro-ministro, que ofereceu um almoço para Lula após a cerimônia, disse que, para ele, foi um privilégio trabalhar com Lula nas reuniões internacionais e que o considera um amigo. “Seu trabalho com a América Latina e a África ainda tocará muitas vidas nos próximos anos”.

O presidente Mukherjee, ao entregar o prêmio, declarou que Lula é um “honorável campeão do mundo em desenvolvimento”.  E desejou saúde e boa sorte em suas novas iniciativas.

Segundo Sonia Gandhi, Lula defendeu a agenda do crescimento inclusivo “talvez como nenhum outro líder de seu tempo”. E continuou: “seu trabalho é uma inspiração não apenas para os brasileiros, mas para pessoas ao redor de todo o mundo. Nós estamos honrados com sua presença”.

Lula havia sido convidado para receber o prêmio há um ano, no dia 22 de novembro de 2011, mas a viagem foi cancelada depois que descobriu um câncer em sua garganta, menos de um mês antes de partir para a Índia. Este ano, o governo indiano retomou o convite e manteve a mesma data, 22 de novembro.

O prêmio Indira Gandhi Pela Paz, Desarmamento e Desenvolvimento é concedido anualmente a pessoas ou organizações, "em reconhecimento a esforços criativos no sentido de: promover a paz internacional e o desarmamento, igualdade racial, e boa vontade e harmonia entre as nações; assegurar a cooperação econômica e promover uma nova ordem econômica mundial; acelerar um avanço abrangente das nações em desenvolvimento; assegurar que as descobertas da ciência e do conhecimento moderno sejam usadas para o bem maior da raça humana; e ampliar o alcance da liberdade e enriquecer o espírito humano". Desde sua criação, em 1986, o prêmio já foi concedido a 25 pessoas e instituições. Entre os laureados estão Mikhail Gorbatchev, Vaclav Havel, a Unicef, os Médicos Sem Fronteiras, a Fundação Bill & Melinda Gates e Jimmy Carter, entre outros.

O troféu concedido a Lula é um pedaço quadrado de hematita bandada com jaspe, uma das variedades mais duras de rochas encontradas na Índia e com idade estimada em dois milhões de anos. Inserido na rocha, e adornado com prata, está um retrato de Indira Gandhi, com seu nome inscrito em alfabeto devanágari. O troféu é acomodado em uma caixa de jacarandá revestida de prata.

Da assessoria do ex  Presidente Lula na índia
*osamigosdopresidentelula


Para o ministro Joaquim Barbosa, pergunta tem cor

 

 



Para o ministro Joaquim Barbosa, que nesta quinta-feira assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal, pergunta da imprensa tem cor!
"O senhor está irritado?"
É pergunta de branco!
"Ministro, o julgamento correu tranquilamente?"
De novo pergunta de branco.
O que seria, para usar o termo do próprio Joaquim, uma pergunta de "brother" ?
Certamente perguntas que não constranjam, insípidas, inodoras, e, agora sabemos, pela jurisprudência do racismo avesso de Joaquim, perguntas incolores!
Hoje, Joaquim censurou um repórter negro que o questionou sobre a primeira sessão do Supremo comandada por eler, o relator do processo do mensalão.
A pergunta estava lastreada no histórico de Joaquim de brigas e disputas na Corte.
Assim, em plena Corte Suprema, diante de inúmeros gravadores, o novo presidente do STF atribuiu determinados comportamentos-questionamentos à cor da pele...
Diante de um grupo de jornalistas, valeu-se do recurso do off (o repasse de informação mediante o compromisso de não se identificar a fonte) para se proteger do que diria em seguida.
O jornalista Luiz Fara Monteiro, da TV Record, negro como Joaquim, perguntou ao ministro se ele estava “mais tranquilo, mais sereno” na sessão desta tarde.
Ouviu de bate-pronto:
- Nesses dez anos, o ministro Joaquim botou para quebrar aí, quebrou as cadeiras? Gente, vamos parar de estereótipo, tá?
Dirigindo-se ao repórter, perguntou:
- Logo você, meu brother! Ou você se acha parecido com a nossa Ana Flor [repórter da agência Reuters que é loira]? A cor da minha pele é igual à sua. Não siga a linha de estereótipos porque isso é muito ruim. Eles [os demais jornalistas] foram educados e comandados para levar adiante esses estereótipos. Mas você, meu amigo?
O repórter não arriscou outra pergunta. Ninguém protestou. Pelo contrário.
Os jornalistas que rotineiramente cobrem as atividades do STF parecem acostumados com a rispidez de Joaquim.
Ouça aqui a conversa de Joaquim Barbosa com os jornalistas.

Assista ao vídeo da mensagem de Lewandowski à blogosfera

 


Às 14:00 de 22 de novembro de 2012 o signatário desta página foi recebido no gabinete do ministro do STF doutor Ricardo Lewandowski, quando lhe entregou o manifesto de milhares de leitores desta página e da blogosfera em geral no sentido de desagravá-lo dos ataques que tem sofrido na imprensa.
Estava toda a família todo ministro, filhos, esposa, noras e amigos. Fiquei sabendo que o doutor Lewandowski e seus filhos são leitores do Blog da Cidadania há anos, desde 2007, quando fundei o Movimento dos Sem Mídia.
Assista, abaixo, à mensagem que o doutor Lewandowski gravou e que é dirigida a você que o apoiou, bem como a toda a Blogosfera que não lhe faltou em um momento que sua família relatou que foi muito difícil.


Do Blog da Cidadania.

A Genoíno: quer dizer que o senhor é corrupto … 

 

Do Conversa Afiada - Publicado em 22/11/2012 
 

 


José Genoíno mora na mesma casa que comprou há 28 anos, pelo BNH. É a única propriedade que tem.

José Genoíno mora na mesma casa que comprou há 28 anos, pelo BNH.

É a única propriedade que tem.

E, portanto, não tem como pagar a multa aplicada pelo Supremo Tribunal Federal: R$ 468 mil.

Genoíno foi condenado a 6 anos e 11 meses por crime de “formação de quadrilha” e “corrupção ativa”, sem prova.

Não foi corrupto nem fez parte de quadrilha, ao assinar dois cheques, “atos jurídicos perfeitos”, que assinou quando presidente do PT.

Foi apanhado no “domínio do fato”, que o Supremo tropicalizou como se fosse o turbante da Carmen Miranda.

Logo depois do veredito, ele recebeu  um repórter da revista alemã Der Spiegel.

Ao fim da entrevista, e depois de observar a modéstia das instalações domésticas, comentou:

Quer dizer, então, que o senhor é corrupto …

Paulo Henrique Amorim

PROCURADOR GERAL ESTÁ PERDIDO - ROBERTO GURGEL PENSA QUE ESTÁ ACIMA DA LEI

 

Na vida pública, ninguém é só pedra, e ninguém está acima do bem e do mal. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, está, portanto, tão obrigado a qualquer outra autoridade, de qualquer poder da República, a prestar esclarecimentos e dar satisfação, em última análise, aos cidadãos. 

Dá um péssimo exemplo o Procurador, quando não se submete a uma decisão de CPMI. Não há que se falar em retaliação, há que se falar em esclarecer fatos bastante nebulosos no que diz respeito a sua conduta, naquilo em que provavelmente será pedido que seja investigado. Ele que se explique, quando e onde isso lhe for pedido.

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Gurgel classifica de "retaliação" pedido de relator da CPI para investigá-lo.

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerou hoje (22) que o pedido de investigação contra ele feito pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado federal Odair Cunha (PT-MG), é uma forma de retaliação por sua atuação no julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão.

Delegado-geral da Polícia Civil de SP, Marcos Lima:“A gente nunca teve chacina nos Jardins aqui em SP. Por que será?" 

Delegado-geral critica ações da PM na periferia


Carta Capital


O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, criou uma saia-justa nesta quinta-feira 22 ao afirmar, durante a posse de Fernando Grella Vieira na Secretaria de Segurança do estado, que moradores da região metropolitana tiveram suas fichas criminais acessadas pelo sistema interno da corporação antes de serem assassinados. Segundo o delegado, as mortes estão acontecendo na periferia porque a sociedade acha que “matar pobre é matar o marginal de amanhã”.
Polícia Militar realiza abordagens em bairros na zona norte de SP durante a Operação Saturação. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A fala de Carneiro Lima acontece após meses de atritos entre a Polícia Civil e a cúpula da Segurança Pública de São Paulo. Durante a gestão de Antonio Ferreira Pinto, que caiu na quarta-feira 21 diante da alta no número de assassinatos ocorrida no estado em 2012, a corporação foi deixada de lado e as investigações sobre o crime organizado passaram a ser concentradas pela Polícia Militar, sobretudo a Rota. A mudança aconteceu depois que policiais civis foram investigados por envolvimento e extorsão a integrantes do Primeiro Comando da Capital.
Desde então o delegado-geral da Polícia Civil se tornou uma das vozes mais críticas dos planos de segurança do governo Alckmin. Ele verbalizou as queixas mais uma vez ao dizer que as mortes de civis no período têm relação com os assassinatos de 95 policiais desde janeiro – a maioria cometida em sequencia desde setembro.
Para Carneiro Lima, ela legitima a ação dos criminosos responsáveis pela onda de violência na Grande São Paulo. De acordo com reportagem publicada pelo site da Folha de S.Paulo, o delegado diz ver “indícios” de ações de extermínio em São Paulo, mas a polícia ainda não foi capaz de identifica-los.
“A gente nunca teve chacina nos Jardins aqui em São Paulo. Por que será? Por que é tão fácil matar pobre na periferia? Por que ainda existe uma grande parcela da sociedade que acha que matar pobre na sociedade é matar o marginal de amanhã. Isso é uma visão preconceituosa da própria sociedade que encara que essa ação de matar é uma ação legítima. Não é legítima.”
Para Carneiro, é difícil solucionar os crimes em São Paulo porque eles possuem uma lógica diferente de outros lugares do mundo. “Em São Paulo existe um diferencial. Quem tem interesse em matar um único alvo no boteco, muitas vezes mata mais dois ou três inocentes. Daí a dificuldade da polícia chegar à autoria”, afirmou.
Muito trabalho. O novo secretário, por sua vez, declarou durante a cerimônia de posse que buscará novas formas de atuação policial para combater o crime em São Paulo. “O tempo agora é de trabalho, de muito trabalho”, declarou.
Ainda segundo a Folha de S.Paulo, Grella recebeu a incumbência de botar uma “focinheira” na PM para evitar abusos.
O novo secretário foi procurador-geral do Ministério Público por quatro anos. Com perfil de conciliador, ele foi nomeado em 2008 pelo então governador José Serra e reconduzido ao cargo em 2010.
*Mariadapenhaneles