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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
domingo, janeiro 20, 2013
Os brasileiros que viajam para o exterior geralmente se assustam com a diferença nos preços dos automóveis. A maioria acredita que os impostos explicam o alto valor dos veículos no país. Mas os tributos não explicam totalmente por que eles são tão mais caros por aqui. As montadoras estabelecem os valores que acham que os consumidores vão aguentar pagar -- em geral com uma elevada margem de lucro. Como os clientes continuam comprando, o preço mantém-se abusivo
*Pry
Governo do PSDB: Pinheirinho: após 1 ano, ninguém ainda tem casa
Governo do PSDB: Pinheirinho: após 1 ano, ninguém ainda tem casa
Área no interior onde viviam 8 mil pessoas e ocorreu uma das mais
violentas ações de reintegração de posse do País hoje só tem mato,
cercas e vigias
Há um ano, o Pinheirinho - terreno de 1,3 milhão de metros quadrados em São José dos Campos - foi palco de uma das maiores violnecia de reintegração de posse do País. Mais de 2 mil policiais militares retiraram da área 8 mil pessoas que viviam ali desde 2004. Não houve tempo de reação e o "exército" que havia se armado de porretes, caneleiras de PVC e capacetes de moto foi surpreendido pelo Choque. Matéria do O Estado de S.Paulo
Hoje, a área tem apenas mato, cercas e seguranças privados espalhados para evitar uma nova invasão - a calçada do lado de fora virou uma minicracolândia. O terreno foi devolvido à massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas, como ordenou a juíza Márcia Faria Mathey Loureiro.
Há um ano, o Pinheirinho - terreno de 1,3 milhão de metros quadrados em São José dos Campos - foi palco de uma das maiores violnecia de reintegração de posse do País. Mais de 2 mil policiais militares retiraram da área 8 mil pessoas que viviam ali desde 2004. Não houve tempo de reação e o "exército" que havia se armado de porretes, caneleiras de PVC e capacetes de moto foi surpreendido pelo Choque. Matéria do O Estado de S.Paulo
Hoje, a área tem apenas mato, cercas e seguranças privados espalhados para evitar uma nova invasão - a calçada do lado de fora virou uma minicracolândia. O terreno foi devolvido à massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas, como ordenou a juíza Márcia Faria Mathey Loureiro.
O PSDB vai fechar em 2014 ? Não ! Sim ! Vote !
O PSDB caminha
para a extinção
Depois do auto da fé do mensalão montado pelo PiG, com o querosene do Supremo, o PT continua a ser o maior partido do país.
Saiu no Estadão texto de Julia Duailibi e José Roberto de Toledo com a análise de uma pesquisa do IBOPE.
“Apartidários são maioria do país pela primeira vez desde a redemocratização.”
“Pesquisa do Ibope revela que 56% dos brasileiros afirmaram no final de 2012 não possuir preferência por nenhuma legenda política- eram 38% em 1988; … ; todas as siglas perderam, mas o PT ainda lidera com 24%.”
Hoje, segundo a pesquisa feita por encomenda do Estadão, 56% não tem partido; 24% são petistas; 6% são do PMDB; e 5% do PSDB.
O ponto mais alto da preferência pelo PSDB foi no primeiro mandato de FHC, com 10%.
O ponto mais alto da preferência pelo PT foi no fim do segundo governo Lula, com 33%.
“Apartidários são maioria do país pela primeira vez desde a redemocratização.”
“Pesquisa do Ibope revela que 56% dos brasileiros afirmaram no final de 2012 não possuir preferência por nenhuma legenda política- eram 38% em 1988; … ; todas as siglas perderam, mas o PT ainda lidera com 24%.”
Hoje, segundo a pesquisa feita por encomenda do Estadão, 56% não tem partido; 24% são petistas; 6% são do PMDB; e 5% do PSDB.
O ponto mais alto da preferência pelo PSDB foi no primeiro mandato de FHC, com 10%.
O ponto mais alto da preferência pelo PT foi no fim do segundo governo Lula, com 33%.
A pesquisa foi feita no meio do furacão: o fim do ano passado.
Durante um ano inteiro, o PiG (*) e seus ilustres representantes no Supremo montaram o espetáculo do mensalão na TV.E marcaram a hora do julgamento: o Dirceu precisa arder na hora em que os paulistanos forem votar no Cerra.
O ponto culminante do auto de fé, quando o fogo chegou ao topo, foram os 18′ do jornal (sic) nacional do Gilberto Freire com “i” (**).
Ao longo de 2012 – aí incluída a eleição para prefeito, em que o Cerra tratou do Dirceu e do mensalão durante três meses, no horário eleitoral – o papel da Casa Grande foi destruir o PT, desmoralizar a política e, portanto, os partidos.
Desmoralizar o Legislativo, a casa da política.
Desmoralizar o Legislativo, para transformar a politica em monopólio da Falange da Casa Branca, do Supremo e seus Chinco Campos (***), e dos “especialistas” da Urubóloga.
Eles é que detém o Saber, a Razão, o Poder irrecorrível – e o querosene que acende a fogueira.
Surpreende que 44% dos brasileiros ainda acreditem num partido político depois do braseiro de 2012.
E, óbvio, quem mais se queimou foi o PT: alvo do mensalão e líder na tabela.
Porém, o ansioso blog prefere dar destaque a um ponto que a reportagem do Estadão contém num espaço discreto.
(Louve-se o profissionalismo de Julia e do José Roberto, que poupam o leitor daqueles sutis petardos editoriais que as “reportagens” do PiG tentam impor aos desavisados leitores.)
O ansioso blog prefere destacar a iminência do fim do PSDB.
O PSDB tem 5% da preferencia nacional.
E quer dar o Presidente da República …
Um partido que jamais passou de 10% da preferência do país…
E, por obra do Plano Real do Governo Itamar, da compra da reeleição a R$ 200 mil por deputado, e do bote salva-vidas do Bill Clinton, ficou oito anos no poder.
E para lá não voltará jamais.
A menos que entre de contrabando numa chapa que esconda a Privataria.
Não fosse o PiG (*), esses tucanos de São Paulo não passavam de Resende.
E, não fosse o brindeiro Gurgel, o clã Cerra da Privataria estaria no xilindró – ou na Avenue Foch.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros tres), deu-se de antropologo e sociologo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
Vote na nova enquete do ‘Não e Sim com Paulo Henrique Amorim’.
Pesquisa do Estadão revela que o PSDB é um partido em extinção.
Tem robustos 5% da preferência dos entrevistados em todo o país, numa pesquisa do Ibope.
Cabe a pergunta: o PSDB acaba em 2014 com as candidaturas do Cerra, do Aécio e do Luciano Hulk ?
É um tema fascinante: o amigo navegante já viu um partido afundar, assim como aquela plataforma da Petrobrax, a P-36, que a jestão do FHC fez submergir na Bacia de Santos ?
Afundar nas águas profundas da Privataria, como sugere o Bessinha ?
Ou o PSDB sobreviverá, sempre, embalado pelas ideias da Dependência e os princípios Morais do Fernando Henrique ?
Ou pela obsessão do Cerra ?
Tem robustos 5% da preferência dos entrevistados em todo o país, numa pesquisa do Ibope.
Cabe a pergunta: o PSDB acaba em 2014 com as candidaturas do Cerra, do Aécio e do Luciano Hulk ?
É um tema fascinante: o amigo navegante já viu um partido afundar, assim como aquela plataforma da Petrobrax, a P-36, que a jestão do FHC fez submergir na Bacia de Santos ?
Afundar nas águas profundas da Privataria, como sugere o Bessinha ?
Ou o PSDB sobreviverá, sempre, embalado pelas ideias da Dependência e os princípios Morais do Fernando Henrique ?
Ou pela obsessão do Cerra ?
O PSDB acaba em 2014 ?
Líbia antes da invasão (só prá não esquecer)
Líbia - FuturoSociologo - [Fernando Colhado]
Por que os EUA atacaram o Iraque, a Líbia e continuam nestas incursões por terras onde os países são ricos em Petróleo?
A
resposta está na pergunta, é óbvio que o petróleo é o objetivo final.
Mas tem um outro elemento: o presidente do Iraque no anos 2000 defendeu a
exportação do petróleo na moeda Euro, o que de fato ocasionou a
circulação das mais diversas matérias sobre o país ter armas de
destruição em massa, o que não passava de propósito de desestabilizar o
país e impedir que isto ocorresse. Já na Líbia não foi diferente, mas a
exportação seria com base no Ouro, o que é relevante para um ataque,
tendo em vista que o Federal Reserve não possui tal moeda de troca. Isso
deixou-os desesperados, e também aos europeus, levando ao resultado
desastroso que vimos recentemente.
Importante
ressaltar a questão da Líbia, quanto ao respeito aos cidadãos. Sim eu
disse respeito, por se tratar de algo impensável para quem se informa
diariamente na mídia hegemônica, se analisar alguns detalhes que nem
mesmo os ditos socialistas do Ocidente que ascenderam ao poder
conseguiram (ou simplesmente não quiseram ir tão longe) como o
mandatário do país norte-africano, Muammar al-Gaddafi. Digo isto por
algumas razões, dentre elas:
- Financiamento da educação para estudar no exterior;
- Educação e saúde gratuitas e de qualidade ao povo da Líbia;
- Eletricidade gratuita aos cidadãos;
- Retorno de 50% do valor pago na compra de um automóvel;
- Valor do combustível em 0,14 dólares/litro.
- Juros de 0% em empréstimos de bancos estatais, simplesmente por não ter nenhuma ligação com a família Rothchild;
- E um salto de 5% para 83% da alfabetização do país;
Estes
elementos construíram o avanço que teve a Líbia de país mais pobre do
mundo na década de 1950, chegando recentemente a marca de país mais rico
do continente africano. É evidente, como se observa nos exemplos
citados, que o desenvolvimento econômico e social está intrinsecamente
dependente das políticas estabelecidas que elevaram o país a este
patamar.
Os ataques ao país planejados e
executados da OTAN foram devidos ao medo do Ocidente ter perdas
inestimáveis do poderio que os mantém no auge da pirâmide global e em
relação à decisão do mandatário Muammar Kadafi de não comercializar o
petróleo na moeda comum (dólar), o que causou um desespero mútuo nos
países desenvolvidos, principalmente os EUA.
O
desfecho dos ataques ao país deixaram a Líbia destruída. Já não mais se
ouvem em qualquer noticiário informações de ataques existentes entre as
diferentes tribos, que eram controladas por Gaddafi, quem foi morto nos
ataques do imperialismo na região e a qual, logo após sua morte, foi
administrada pelo Conselho Nacional de Transição.
*GilsonSampaio
Embajador venezolano ante la OEA asegura que cada vez es más cierto el regreso de Chávez
Roy Chaderton Matos
Aseguró
que la organización le sirve de caja de resonancia a la izquierda
latinoamericana, se mostró optimista sobre los Diálogos de Paz que se
desarrollan en Cuba y aseguró que cada vez es más cierto el regreso de
Hugo Chávez a Venezuela
El
embajador de Venezuela ante la Organización de Estados Americanos
(OEA), Roy Chaderton Matos, asegura que cada vez es más cierto el
regreso del presidente venezolano, Hugo Chávez.
“Yo
voté por él (Chávez en 1998) y no me arrepiento”, aseguró Chaderton en
la entrevista ofrecida a la periodista Patricia Villegas, en el programa
Cruce de Palabras de teleSUR.
Chaderton Matos
apuntó que no le importan las criticas que le hacen por pertenecer al
proceso revolucionario venezolano, al mismo tiempo, dijo que “hay mucha
gente que ha sido solidaria a pesar de las diferencias políticas”.
El
diplomático explicó que conoció a Hugo Chávez en Londres, cuando él era
el embajador de Venezuela en Reino Unido, en el Gobierno de Rafael
Caldera.
Enfatizó que en ese encuentro Chávez
fue muy cordial. “Allí se entabló un espacio de comunicación, le dimos
apoyo y lo acompañé a diversos encuentros”, apuntó Chaderton.
El
presidente Hugo Chávez se encuentra en Cuba cumpliendo una progresiva
recuperación después de someterse a una intervención quirúrgica el
pasado 11 de diciembre en La Habana (capital), luego de que le fueron
detectadas nuevas células cancerígenas malignas.
El
16 de enero, Chaderton Matos defendió en la OEA a su país y al
presidente Chávez luego de las declaraciones ofrecidas por el embajador
panameño, Guillermo Cochez. Solicitó el cese de la cadena de
intromisiones contra la democracia venezolana
Roy
Chaderton Matos es abogado egresado en la Universidad Central de
Venezuela, y actualmente, además de ser Embajador Venezuela ante OEA, es
candidato del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) para el
Parlamento Latinoamericano.
Texto y Foto/Telesur
*GilsonSampaio
Falta audácia, por exemplo, para exercer a nova legitimidade do Estado indutor num mundo fraturado pela desordem neoliberal.
O que trava o Brasil? A hegemonia e os zumbis da história
Um afoito exército está à espera de ordens nas redações. Enerva-se nas baias.
'É preciso travar Lula!" --antes que ele destrave o país, os investimentos, os empresários... etc.
Adestrado, cevado no cocho neoliberal, quer trotar seus dotes; reclama serviço.
As ventas cospem impaciência.
Ressentem-se do ginete que lhe afrouxe a brida mas conduza a rédea. Sem o quê os coices se espalham a esmo.
Não raro no próprio traseiro.
O recente fiasco da 'emergência elétrica', por exemplo.
Desmoralizado nas páginas da economia e da meteorologia, mostra o estrago dos arranques sem rumo, sem discernimento, nem apuro.
Coisa de mula sem cabeça --e a metáfora traz o desconfortável visgo da pertinência.
O conservadorismo brasileiro detém os meios -- as baias ressoam sofreguidão; faltam-lhe os fins, o discurso claro, convincente; a meta crível, o projeto pertinente que conquiste os corações do país.
O 2014 tucano está sendo programado pelos professores-banqueiros do PSDB. Banqueiros --como seria o novo Brasil dos banqueiros?
Clareza e votos são imiscíveis neste caso e nessa hora.
Melhor não levar as convicções ao campo aberto.
No escrutínio da história, o saldo da desordem neoliberal escancara perdas econômicas e danos sociais inexcedíveis desde 1929.
Um fardo.
A transparência, ao contrário, favorece o governo, autoriza a agenda progressista a avançar o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro.
Mas para isso é preciso debater certas questões de forma clara e democrática.
É incontornável dispor de canais para discutir a densidade das perguntas e pactuar a hierarquia das prioridades.
Não é tema que se esgote na lógica mercadista.
O que é preciso para completar a cidadania de quem saiu da soleira da porta, do lado de fora do país, abriu conta em banco, ingressou no mercado de consumo e quer ir além?
A transparência da crise afrouxa os interditos ao debate e amplia o horizonte à reordenação que ele enseja.
Mas essa vantagem cobra um preço justo para o seu desfrute: não ter medo da história.
O desassombro hoje é um requisito da confiança da sociedade no governo.
Como confiar em quem hesita diante dos próprios trunfos?
'Confiança' é a palavra-ônibus que catalisa a disputa política nos dias que correm.
O conservadorismo embarca seus interesses nesse veículo complacente. E as manchetes ecoam prestimosas..
Por exemplo:
"Baixo investimento reflete rejeição ao intervencionismo estatal, não há confiança no ambiente de negócios" (com R$ 45 bi em isenções fiscais em 2012 e R$ 53 bi previstos em 2013; ademais da ampla desoneração prevista nas folhas de pagamento?);
"O superávit primário foi maquiado" (mas a relação dívida/PIB de 36% não é uma das mais baixas do mundo? E não é fato que pode ser mantida assim com um superávit à metade do perseguido atualmente, de 3% do PIB?);
"O nível dos reservatórios prenuncia um apagão iminente" (chove acima da média no Rio, SP, MG, ES, TO E DF, segundo o Cptec);
"A inflação está sem controle" (preços recuam no atacado e sinalizam tendência futura, diz a FGV);
"O juro terá que subir em algum momento" (é negativo em boa parte do mundo e a taxa real do país, mesmo no seu menor patamar histórico, ainda é das mais altas);
"Os fundos internacionais (NR: os especulativos) batem em retirada do país"(o Brasil recebeu US$ 60 bi em investimentos produtivos em 2012, explica o BC);
"O 'tripé' ficou manco, o câmbio não flutua" (o dólar livre e alto é a festa dos operadores rentistas que fazem arbitragem e a desgraça da indústria local afogada em importações)
"País tende à estagflação, com preços em alta e demanda em queda" (fatos: vendas de automóveis crescem 26,7% na primeira quinzena de janeiro na comparação anual , diz a Fenabrave; Brasil terá a maior expansão de vagas entre as dez maiores economias do mundo em 2013; 71% das empresas pretendem ampliar seu quadro, anuncia a CareerBuilder; vendas de passagens aéreas devem crescer 9,5% no país em 2013, informa a Abear; consumo das famílias cresce há três anos consecutivos, mostra o IBGE; indústria brasileira inverte tendência de queda e cresce 2,5% em novembro de 2012, sinaliza a CNI).
Se essa é a qualidade do combustível conservador, por que, afinal, o investimento patina, abaixo dos 25% do PIB, o mínimo requerido a um crescimento rápido?
Excesso de Estado?
O Estado brasileiro investia 11% do PIB, em média, entre os anos 60 até meados dos anos 70.
Hoje, a União investe 1,5% do PIB.
O aparelho público de precariedade imaginável daquele período regrediu no cepo neoliberal até naquilo que reconhecidamente fazia bem.
Desaprendeu a planejar e a executar grandes obras de infraestrutura, inclusive nas especialidades em que o país já foi referência mundial, caso de hidrelétricas, por exemplo.
Das 28 hidrelétricas em construção hoje, 20 estão com atraso.
Não é um problema específico da esfera federal.
O setor público foi programado para não funcionar em todo o país.
Seu controle (asfixia?) foi sofisticado. Amarras e interditos exacerbados. A eficiência foi deliberadamente exposta a uma corrosão abrangente, material, funcional e ideológica. Favorável aos interesses mercadistas e privatistas. Deletéria ao país.
Autoproclamada eficiente, a gestão tucana em SP, há 18 anos no poder, não consegue, por exemplo, fazer mais que 1,9 km de metrô por ano. São Paulo tem 74,3 kms de rede metroviária-- a menor entre as grandes capitais do mundo; a da Cidade do México tem 210 kms.
Cálculo da BBC: com 402 kms o metrô de Londres cresce em média 2,68 km por ano; mantido esse ritmo --e a 'eficiência' tucana, levaria 172 anos para São Paulo alcançar Londres.
Em frente.
O aparelho público que a ortodoxia abomina, assim como o mercado interno de massa que seus colunistas desdenham, representam, na verdade, as duas grandes turbinas capazes de afrontar o contágio da estagnação mundial no Brasil.
Mas tudo passa --esbarra, por enquanto-- pela conquista da confiança do capital privado, cuja participação é indispensável num novo ciclo de crescimento.
Confiança, bem entendido, significa para o capitalista o seguinte: a certeza de colocar seu dinheiro num projeto com retorno futuro superior ao das aplicações financeira; acrescido de um bônus pela liquidez inferior do investimento em longo prazo.
O governo Dilma tem espetado importantes estacas para reverter a 'preferência mórbida pela liquidez' consagrada nos anos liberais de FHC, Malan, Armínio e Selic de até 42% reais...
Sob coices e advertências das redações, derrubou a Selic de 12,5% para 7,25% entre agosto de 2011 e outubro de 2012.
Desmontou o piso da poupança e tem pressionado a banca a reduzir o spread e a ampliar o crédito usando os bancos públicos como guincho e alavanca.
Concedeu o equivalente a 1% do PIB em incentivos fiscais à produção no ano passado.
Anunciou um pacote adicional de infraestrutura de R$ 133 bilhões, incluindo rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Está fazendo o certo.
Rédea curta nos juros, mantidos em patamares mínimos para não rivalizar com as expectativas de retorno da aplicação produtiva.
Um processo de redistribuição de renda persistente (aumento do salário mínimo, programas sociais, pleno emprego etc) para acelerar o encolhimento dos estoques industriais. Isso realimenta o ciclo de expansão, evita seu esgotamento precore. Gera um ambiente encorajador à ampliaçao de capacidade produtiva.
O que falta, então, para conquistar a confiança do capital privado e as coisas acontecerem?
Falta audácia, por exemplo, para exercer a nova legitimidade do Estado indutor num mundo fraturado pela desordem neoliberal.
Mas, sobretudo, talvez, a questão principal não esteja na palavra confiança. Ou talvez aquilo que o keyenesianismo chama de confiança tenha uma tradução mais completa na palavra hegemonia.
Hegemonia não se conquista apenas com a boa gestão econômica.
A 'obsessão mórbida pela liquidez' naturalmente lê jornais e acompanha a luta política.
A mídia nativa e a forânea, irmanadas nos mesmos ideais, como se pode observar em episódios recentes, a exemplo do polêmico ajuste do superávit de 2012, borrifa densa neblina de incerteza na sociedade: a macroeconomia do governo não tem coerência, não há consistência no tripé, tampouco viabilidade no longo prazo.
A começar pela alavanca do mercado interno de massa, que se desqualifica e se minimiza. Um fenômeno assistencial 'insustentável', cravam os sábios tucanos e seus aprendizes de orelha e holerite.
A confiança, vista desse mirante, não é um saldo cumulativo de incentivos fiscais, mas um campo conflagrado.
Nada que se contabilize de forma pacífica, linear, como parece acreditar o governo na sua gradual rotina de anúncios e medidas.
A confiança é uma das esferas da luta pela hegemonia. Uma queda de braço bruta, e sem volta, estampada e vocalizada em espiral ascendente pelo dispositivo midiático conservador.
É sobretudo nessa frente que o desempenho de Brasília deixa a desejar.
Desde setembro de 2008, certas coisas ficaram ostensivamente disfuncionais no mundo e na macroeconomia dominante.
Vivemos o esgotamento de um ciclo histórico.
A força da ideologia, porém, ainda mantém a vigência de certos anacronismos no mundo dos vivos, confundindo-se com eles.
O noticiário dispensa-lhes tratamento equivalente e respeitoso. Como se a ordem das coisas permanecesse inalterada, depois que o cemitério do desemprego recebeu as carcaças de 50 milhões de vítimas, dificilmente ressuscitáveis, de um serial killer chamado 'mercados autorreguláveis'.
Vulgo, vale tudo neoliberal.
Os artífices e instrumentos da matança persistem no mundo dos vivos como zumbis históricos e nisso reside o seu maior perigo.
Zumbis são mortos que matam.
No caso brasileiro, extraem a força letal do medo que os vivos tem de ocupar seu papel na história.
E, sobretudo, de erguer a partir daí uma nova hegemonia, capaz de irradiar a confiança num novo ciclo de desenvolvimento.
Postado por Saul Leblon às 09:57
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