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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 17, 2013

Pró-Yoani, Veja quer embaixador cubano fora

Fonte: BRASIL 247
Reportagem deste fim de semana denuncia suposta conspiração cubana, com apoio do governo brasileiro, para manchar a imagem da polêmica blogueira Yoani Sanchéz, que vem ao País; Reinaldo Azevedo fala em "escândalo, baixaria, ilegalidade" e que pede autoridades brasileiras (Álvaro Dias, Roberto Freire, Aloysio Nunes, Roberto Gurgel...) se movimentem para que o diplomata Carlos Zamora Rodríguez seja expulso do País; Leandro Fortes, de Carta Capital, vê a blogueira como "farsante" e "dissidente de luxo"




247 - A blogueira cubana Yoani Sanchéz, que chega ao Brasil neste domingo, já protagoniza um ridículo embate ideológico entre seus defensores e detratores. Em reportagem especial publicada neste fim de semana, a revista Veja denuncia um suposto eixo PT-Havana, que teria sido montado para destruir a reputação da polêmica dissidente cubana. Yoani, que produz textos sobre a realidade cubana em seu blog Generación Y, será transformada em visitante ilustre apenas por que este é o desejo de veículos de comunicação alinhados com a Sociedade Interamericana de Imprensa, a SIP, que a nomeou como vice-presidente da comissão de liberdade de expressão na Ilha.


No editorial de Veja desta semana, o diretor Eurípedes Alcântara não se envergonha em falar do Brasil como um país que segue o comando dos irmãos Fidel e Raúl Castro. Diz Eurípedes que, até antes do episódio agora descoberto pela revista, o Brasil "não podia ser descrito como um país-satélite de Havana". O caso em questão trata de uma suposta reunião promovida pela embaixada de Cuba em Brasília. Nela, o embaixador Carlos Zamora Rodriguez teria distribuído dossiês sobre Yoani, em que ela é acusada de tomar cerveja e de comprar bananas – e que, portanto, teria se rendido ao capitalismo. Diante de representantes de movimentos sociais, o embaixador teria também revelado uma estratégia para seguir os passos da cubana no Brasil, numa típica ação de espionagem internacional.

Como, desta reunião, teria também participado o funcionário do Planalto Ricardo Poppi, subordinado ao ministro Gilberto Carvalho, estaria aí a prova do eixo PT-Havana. Um eixo, segundo Veja, comprovado desde que a revista denunciou dólares de Cuba na campanha presidencial de Lula em 2002 – algo que, por sinal, jamais se provou.

Liderando a indignação de Veja com a subordinação do governo brasileiro aos interesses da Havana, o blogueiro Reinaldo Azevedo pede, nesta manhã, a expulsão do embaixador cubano e cobra explicações de Gilberto Carvalho. "Com a palavra, a presidente da República. Com a palavra, o Ministério da Justiça. Com a palavra, o Senado Federal. Com a palavra, a Polícia Federal. Com a palavra, a Abin. Com a palavra, o Ministério Público Federal. Com a palavra, os líderes das oposições", diz Azevedo, em seu post intitulado "Escândalo, baixaria, ilegalidade" (leia mais aqui sobre o seu mimimi).

Como sempre ocorre, é bastante previsível saber quem usará a palavra: Álvaro Dias (PSDB-PR), Roberto Freire, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e, talvez, Roberto Gurgel.

Do outro lado, o jornalista Leandro Fortes, de Carta Capital, também escreve sobre Yoani Sánchez, a quem define como uma dissidente de luxo. Leia abaixo:

Yoani Sánchez vive, hipoteticamente, em uma terrível ditadura comunista onde fazer oposição ao governo é proibido. Mas, ao contrário do que ocorria com os dissidentes soviéticos, por exemplo, ela não vive presa em um gulag submetida a trabalhos forçados, mas em casa, em frente ao um computador, postando em um blog particular.

Além disso, Yoani Sánchez, ao contrário dos verdadeiros dissidentes cubanos, aqueles que enfrentavam tubarões para fugir da ilha e aportar nas areias de Miami para viver o sonho americano, nunca precisou passar por esse perrengue.

Quando quis, a brava dissidente cubana foi morar na Suíça, mas percebeu que entre chocolates finos e paisagens lúdicas logo seria esquecida por seus financiadores e por seu público ávido por heróis anticomunistas: a comunidade cubano-americana da Flórida, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e, claro, o nosso glamouroso Instituto Millenium, da qual ela é uma das “especialistas”.

Assim, por motivos extremamente patrióticos, Yoani Sánchez voltou a Cuba para continuar sendo maltratada, torturada e perseguida pelo famigerado regime dos irmãos Fidel e Raul Castro.

Mais ou menos como Morena, da novela Salve Jorge, ao voltar para a Turquia certa de que, em momentos cruciais da vida, o Ibope é mais importante que a própria segurança.

Agora, Yoani Sánchez está chateadíssima com a reforma migratória baixada pela ditadura cubana, em janeiro, que acabou com a necessidade de se pedir permissão ao governo para sair do país. Será o fim da vitimização permanente da blogueira-prisioneira e de seus lamentos virtuais ecoados, por essas bandas, pelo que há de mais reacionário na mídia e na sociedade ocidental.

Será, também, o fim da bolsa-dissidente que a SIP paga a Yoani Sánchez para ela não ser obrigada a enfrentar as filas para compra de produtos básicos em Cuba, resultado direto de meio século do criminoso bloqueio econômico liderado pelos Estados Unidos. Tema, aliás, sobre o qual a blogueira não costuma se debruçar.

Yoani Sánchez, quem diria, terá, a partir de agora, que enfrentar a dura realidade de países capitalistas como o Brasil, onde milhões de pessoas gostariam de viajar a Cuba (inclusive este blogueiro Chebola)para conhecer as delícias, a cultura e a história desta ilha singular.

Mas não têm dinheiro para isso.





Como se matam os poetas




A justiça chilena determinou a exumação dos restos mortais do cidadão chileno Neftaly Ricardo Reyes, o poeta Pablo Neruda. Suspeita-se que Neruda tenha sido envenenado pelos esbirros de Pinochet, dias depois da morte de Allende, no golpe de 11 de setembro de 1973 – há quase 40 anos. Neruda, que se preparava para asilar-se no México - em uma concessão dos golpistas, sob pressão internacional - foi internado em uma clínica, com uma crise prostática. Ali, segundo denúncia de seu motorista, recebeu a falsa medicação que o matou.

 Os poetas – e poucos que redigem poemas conseguem ser realmente poetas – pertencem a outra espécie de seres humanos. Encontram-se na vanguarda das emoções e dos sentimentos. Isso leva a maioria deles a desfazer-se dos escolhos das circunstâncias e exilar-se em geografia e tempo alheios, mas sem perder a bússola da realidade, sem perder sua paisagem e sem perder o seu povo.
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*observadoressociais

REGULAÇÃO DA MÍDIA FORA DOS PLANOS


Do  Observatório do Direito à Comunicação

Se depender do governo Dilma, o ano de 2013 será como os anteriores para a regulação da radiodifusão brasileira. Ou seja, passará em branco. Vejam o porquê do pessimismo. Em sua terceira Mensagem ao Congresso Nacional - em que o(a) chefe da República faz um balanço acerca das ações implementadas pela gestão no ano anterior e prevê outras para o ano que se inicia - o Governo Federal deixou de lado o setor de radiodifusão (rádio e TV) no que tange à possibilidade de um novo marco regulatório.

Na Mensagem ao Congresso, é notória a indiferença do Governo frente à necessidade de um novo aparato normativo que reorganize o modelo de comunicações vigente. Esse comportamento aparece tanto na prestação de contas sobre a área no ano de 2012 quanto às perspectivas para o novo ano. Ou melhor, o documento praticamente não faz qualquer projeção para o setor de rádio e TV aberta em 2013, ficando restrito a alterações pontuais.

No item sobre Radiodifusão, a Mensagem começa destacando algumas mudanças de âmbito meramente administrativo, que, segundo o Executivo, resultaram em mais celeridade aos processos de concessão e autorização de outorgas, bem como a redução do número de processos pendentes: "A redução do estoque de processos de radiodifusão é um dos objetivos do Governo. Nesse sentido, foram desenvolvidas melhorias de gestão, como a realização de mapeamento de processos, projeto de desenvolvimento de sistema para automação dos processos de radiodifusão e da parceria firmada com a Anatel para análise de processos técnicos de engenharia referentes à fase de pós-outorga dos serviços de radiodifusão e seus ancilares e auxiliares".

O documento enviado ao Congresso no início do mês de fevereiro ainda sublinha aquela que pode ter sido uma das mais importantes realizações no intuito de fortalecer a comunicação pública e comunitária no país: a criação do Canal da Cidadania, por meio da Portaria nº 489, de dezembro de 2012. Segundo a Mensagem, o objetivo desse Canal - que vai operar com multiprogramação, em sinal digital, e terá reserva de duas faixas a serem exploradas por associações comunitárias - é "estimular a diversidade, a pluralidade e a competição entre meios e agentes da área das comunicações.

Feitas as devidas ressalvas em relação a determinados pontos da Portaria, este, talvez, pode ter sido o maior feito da gestão Dilma, desde quando tomou posse, no sentido de iniciar um processo efetivo de democratização do sistema público de comunicação social e diminuir, assim, a gigantesca assimetria existente entre os sistemas comercial, estatal e público. Mas vale lembrar que o Canal da Cidadania já estava previsto no decreto nº 5.820, de 2006, que estabelece as diretrizes da TV Digital.

+*http://midiacaricata.blogspot.com.br/
Estupro é considerado crime hediondo 


*mariadapenhaneles

A Morte de Martin Luther King e JFK e as implicações para o Mundo (video).



O Presidente americano Eisenhower, já havia alertado em cadeia nacional da existência de um grupo de pessoas que estariam ameaçando a democracia através de seu poder econômico e político, sobrepujando os governos.

Esse grupo, a partir da morte de Luther King e JFK, se estabeleceu de forma violenta e hoje, além de controlarem várias indústrias bélicas, bancos, canais de TV, farmacêuticas e alimentos, controlam também vários países onde cada dia mais os direitos sociais diminuem e a concentração de riqueza aumenta. (docverdade)
 

Maconha deveria ser grátis, diz presidente do Supremo do Uruguai


Terra

Para Jorge Ruibal Pino, medida poderia alavancar o registro de dependentes; Uruguai debate o polêmico projeto de legalização da droga

Governo uruguaio tem em andamento um plano para legalizar a compra e venda de maconha para combater o narcotráfico Foto: AFP
Governo uruguaio tem em andamento um plano para legalizar a compra e venda de maconha para combater o narcotráfico
Foto: AFP

O Uruguai deveria oferecer "maconha grátis" no âmbito do projeto de lei que visa a regulamentar a produção e a venda de canabis, desde que se implemente um registro de usuários, afirmou o presidente da Suprema Corte de Justiça (SCJ), Jorge Ruibal Pino, esta quarta-feira, em declarações à mídia local.
"Na minha opinião teriam que dar a maconha de graça", afirmou o representante da máxima instância judicial do país à rádio local Universal de Montevidéu. Para Ruibal Pino, "a ideia de legalizar a maconha", impulsionada pelo presidente uruguaio, José Mujica, "não é ruim, mas devem ser feitos esclarecimentos" como um registro de consumidores, pois é "essencial que o dependente se registre".
Mais tarde, em declarações ao portal de notícias Subrayado, Ruibal esclareceu que sua ideia é uma "especulação pessoal", mas se perguntou se oferecer maconha gratuita "não será o pontapé inicial para que os dependentes venham se registrar".
O polêmico projeto - defendido por Mujica em junho de 2012, que pretende fazer o Estado assumir o controle, a produção e a venda da droga - está sendo discutido em uma comissão parlamentar e a esquerda governista espera que seja aprovado no decorrer deste ano. Atualmente, o consumo de maconha não é criminalizado no Uruguai e cabe aos juízes determinar quanto uma pessoa pode portar para consumo próprio para não ser punida criminalmente.
Segundo dados recentes da Junta Nacional de Drogas, o Uruguai tem 20.000 consumidores diários de maconha, 75.000 mensais e cerca de 120.000 anuais.
*Cappacete

Ribamar Bessa – Por um mundo com menos Cid e mais Mujica

O cantar do Cid

Por Ribamar Bessa(*)
cid chargeO que o Cid Gomes, governador do Ceará, tem em comum com o Cid Campeador, herói da literatura espanhola?
Cid é acusado de roubo. Fica com fama de ladrão. Seus bens são bloqueados e sequestrados. Ele é desterrado. Para recuperar a riqueza e a honra, o nosso herói pega em armas, participa de campanha militar, derrota os mouros que ocupavam a Península Ibérica, puxa o saco do rei para quem manda um montão de presentes caros e, desta forma, é anistiado. Consegue reaver seus bens e, mesmo sendo fidalgo de nível inferior, casa suas filhas – Elvira e Sol – com príncipes, um do Reino de Navarra e o outro de Aragón.
Esse é o Cid Campeador, cujas façanhas heroicas são narradas em um poema épico de quase quatro mil versos, escrito há mais de 800 anos. Trata-se de uma joia da literatura espanhola – o Cantar de Mio Cid – uma canção de gesta, recitada na época medieval com acompanhamento musical por jograis e menestréis, para uma audiência variada formada por pessoas de vários níveis sociais, desde os nobres na corte, até camponeses e artesãos analfabetos nas feiras e mercados. Esse é o Cid Espanhol. Mas no Ceará não tem disso não.
mio cid
No Ceará, o Cid é outro. O Cantar de Mio Cid cearense, que poderia muito bem ser recitado como literatura de cordel nas feiras de Sobral, na realidade é o cantar de Ivete Zangalo, contratada pelo governador Cid Gomes (PSB) por R$ 650 mil para um único show de inauguração de um hospital em Sobral, terra de Cid. Quem paga, é claro, não é o dito cujo, mas o contribuinte. Agora, o Ministério Público Federal entrou na Justiça na última quinta-feira contra o governador pedindo a devolução da grana, que pague o cachê da Ivete Zangalo com dinheiro dele.
- Não tem sentido o governador gastar recursos públicos com festas para inaugurar hospitais, enquanto se faz urgente o atendimento de cidadãos em fila de espera por cirurgias – afirmou em nota o procurador Oscar Costa Filho, que lembrou a existência no Ceará de 349 pacientes em espera só por cirurgias ortopédicas. Ele diz, com razão, que houve violação do princípio da moralidade administrativa e desvio de finalidade na contratação do show. A ação propõe que Cid seja proibido de usar recursos públicos da saúde para realizar eventos festivos.
Quando o procurador de Contas do Ceará, Gleydson Alexandre estranhou o pagamento, Cid de Sobral, numa atitude desrespeitosa com as instituições democráticas, afirmou que o procurador era “um garoto que quer aparecer e fica criando caso”, e disse que continuará gastando o dinheiro com shows, “doa a quem doer”. Não é uma ameaça vazia para quem, em agosto de 2012 pagou com dinheiro público R$3,1 milhões pelo show do tenor espanhol Plácido Domingo na inauguração de um centro de convenções no Ceará.
cid gomes
Cid Gomes ainda por cima é insolente e não hesita em apelar para o cinismo como fez há cinco anos, quando viajou, em pleno carnaval com a primeira-dama, a sogra, o secretário, um assessor, com suas respectivas esposas, num jatinho fretado pelo governo do Ceará por R$ 388 mil reais. Os jornais deram uma boa cobertura da viagem e houve uma acusação de mau uso do dinheiro público, sobretudo porque o roteiro incluiu hospedagens em hotéis de luxo, cuja valor da diária chega até R$ 35 mil.
Na época, Ciro alegou que o espaço no avião ocupado pela sogra não acrescentava nenhum gasto e que ela pagou sua própria hospedagem. Quanto a ele, justificou: “Viajei para a Europa no intervalo do Carnaval, mas ao contrário do que isso possa insinuar, viajei a trabalho”. Foi participar de eventos ligados ao turismo e à fruticultura.
O Cid de Sobral age como um coronel de grotão. O show de Ivete Zangalo, na realidade, é puro marketing eleitoreiro. Quantas vidas poderiam ser salvas com R$ 650 mil? Aplicar num evento como esse recursos públicos que deviam ser canalizados para a saúde é, efetivamente, um crime. A quem interessa esse crime? Quem vai se beneficiar eleitoralmente com ele?
Pepe 1 Mujica
É mais fácil o Rio Acaraú correr em sentido contrário, em direção à Serra das Matas e desaguar lá em Monsenhor Tabosa, do que o Cid Gomes de Sobral entender José Pepe Mujica, presidente do Uruguai, um pais cujo território é um pouco maior do que o Ceará.
Pepe Mujica, o presidente mais pobre do mundo, tem um salário mensal de 12.500 dólares, mas vive apenas com 1.250 dólares, porque doa 90% de seu salário para ONGs que trabalham com habitação para a população pobre: “Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com menos”. Com 77 anos, o presidente da República continua usando um velho fusquinha, avaliado em 1.000 dólares. A mulher dele, Lucía Topolansky, que é senadora, também doa parte de seus rendimentos.
Meu Deus do céu, como o mundo seria melhor se houvesse menos Cid e mais Mujica! Se o cantar de um fosse substituído pelo cantar do outro!
*José Ribamar Bessa Freire é antropólogo. Colabora com o “Quem tem medo da democracia?”, onde tem a coluna “Taqui Pra Ti
*quemtemmedodademocracia