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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 24, 2013

A classe trabalhadora brasileira foi a grande penalizada com o golpe civil-militar de 1964. Dessa vez será pior.

Greve da Cobrasma, Osasco, 1968, assim a ditadura tratava a classe trabalhadora

          A ofensiva da burguesia contra a classe trabalhadora brasileira foi o mote do século XX e prossegue no século atual. Por inúmeras vezes a elite dirigente do país recorreu a soluções de força para fazer valer seus interesses de classe, foi assim em 1935, 1937, 1945, 1954, 1961, 1964, 1968... Desde a democratização, em 1985,  o controle dos rumos do país, exercido pela burguesia (industrial, rural, financeira) tem se dado de forma discreta e dissimulada. Por trinta anos o controle ideológico das massas manteve o Brasil “sob controle”, apesar de todas as contradições verificadas em nossa sociedade. Esse controle começou apresentar limites após a vitória de Lula em 2002.

          A inclusão, pelo consumo, de milhões de brasileiros, foi acompanhada por uma revolução nos meios de comunicação promovida pela internet. A burguesia perdeu o monopólio da informação, seus esquemas de manipulação, via mídia corporativa, começaram a ser denunciados por todo um batalhão de ativistas digitais. A contestação virtual se desenvolveu acompanhada por uma serie de mobilizações concretas, em escala crescente. Todo o poderio de informação da mídia de massas não foi suficiente para eleger seus candidatos nas eleições de 2006, 2010 e 2012. O modelo político-econômico distributivo inaugurado por Lula em 2002, fez com que os incluídos pelo consumo passassem cada vez mais a exigir cidadania. Nesse ponto as coisas começaram a ficar preocupantes para as elites dirigentes do país.

          Se retornarmos cinquenta anos no tempo (1963-64), notaremos muitas semelhanças com a conjuntura atual. Uma classe trabalhadora muito organizada e atuante (muito mais que a de hoje, diga-se de passagem), movimentos políticos eclodindo no campo (atualmente, fenômeno semelhante de observa nos meios urbanos). Um movimento estudantil em ascensão (muito mais coeso que o atual), capaz de obter vitórias e interferir no jogo político. Em contrapartida, via-se uma classe média assustada com o protagonismo dos mais pobres, um sistema de mídia trabalhando full time para desestabilizar a República. Um cenário de desestabilização em âmbito internacional, em boa parte promovido pela interferência direta dos EUA, sócio majoritário e guia das elites neocoloniais latino-americanas (ontem e hoje), pronto a apoiar qualquer medida antidemocrática.

          O filme passado, todos sabemos como terminou, com um país aterrorizado por um Estado repressor e autoritário, governado por uma elite excludente e sádica. Um novo bloco de poder que não mediu esforços para aniquilar todos os seus opositores. Um regime que instituiu um modelo de segurança pública baseado na mais brutal repressão, um modelo que sobreviveu a ditadura e se perpetuou no sistema jurídico-policial brasileiro. Acompanhado de uma lei de imprensa completamente voltada aos monopólios aliados do regime autoritário, que também sobreviveram a ditadura e permaneceram como fiscais da burguesia.

          Muito se fala (com justiça) sobre a ofensiva do regime civil-militar contra os movimentos sociais, brutal e eficiente, mas gostaria de lembrar também outro tipo de violência promovida pela ditadura, a violência econômico-institucional.  Todas as conquistas obtidas pelos trabalhadores, a partir de 1930 (ou mesmo antes), foram atacadas pelos novos donatários do poder. Uma série de medidas de austeridade econômica foram postas em prática, penalizando sobretudo os mais pobres.  Entre 1964 e 1968, o salário mínimo caiu em mais de 50%, no primeiro ano após golpe, mais de quinhentas empresas faliram em São Paulo, o desemprego e a miséria aumentaram, com todos os seus efeitos nocivos subsequentes, como fome, violência, desorganização social. Por outro lado, uma pequena parcela de brasileiros passou a lucrar como nunca, ampliando o fosso social que sempre dividiu o país. Iremos expor abaixo alguns trechos da dissertação “O Grupo de Esquerda de Osasco”, que comentam justamente os efeitos desastrosos dos planos econômicos da ditadura civil-militar para a classe trabalhadora brasileira.

          “ O novo bloco histórico que se apossou do Estado brasileiro em 1964 assumiu a incumbência de superar a grave crise econômica que vitimava o país desde inícios da década. Décio Saes define essa transição autoritária como uma “contra-reforma destinada a criar as condições institucionais indispensáveis à aceleração da acumulação do capital própria a uma etapa monopolista de desenvolvimento capitalista”[1]. Com esse objetivo, foi criado o Ministério do Planejamento e Coordenação Econômica, sob a direção inicial de Roberto Campos, ex-embaixador em Washington, técnico com estreitos vínculos junto ao grande capital internacional, entenda-se o estadunidense. Para o Ministério da Economia foi indicado Octávio Gouvêa de Bulhões, economista que passara pela Escola de Chicago, egresso dos núcleos decisórios do complexo IPES-IBAD. Para a superação da crise foi desenvolvido o PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), sob as ordens do General do Humberto de Alencar Castelo Branco. O Programa pôs em prática “uma política de recessão calculada, cujo sentido é o de preparar as bases institucionais para um processo de concentração de capital que vinha se dando caoticamente. Não se muda o padrão de acumulação, sustentado na expansão do Departamento III (...)”[2].

          O plano estipulou como suas principais metas o combate a inflação, a redução do déficit público, e a retomada do crescimento econômico, sempre em bases monetaristas. A “politica de recessão calculada” penalizou especialmente a classe trabalhadora, pois uma das medidas adotadas pelo PAEG foi um severo controle salarial, logo apelidado de “arrocho”. Foi posto em prática um drástico corte nos gastos públicos, algo que também penalizou especialmente os setores populares; restringiu-se consideravelmente o crédito, gerando falências em série, houve aumento sobre as tarifas públicas, e elevação da taxa de juros. A rigor, a política da dupla Campos-Bulhões foi altamente recessiva, jogou os trabalhadores no sub-consumo, facilitou o processo de concentração de renda, privilegiando os grupos ligados ao capital externo, condenando os setores industriais pequenos e médios a bancarrota, ou a absorção por empresas com maior capacidade de resistência a crise, com destaque para as multinacionais.

          O ponto central do PAEG foi sem dúvida seu programa de controle salarial. Tais ajustes não seriam possíveis dentro do panorama pré-1964, em meio a um sistema que cada vez mais ampliava o protagonismo da classe trabalhadora. Os expurgos iniciais desorganizaram os movimentos sociais, e abriram terreno para as medidas recessivas dos governos militares. Mas não bastava apenas impor a política do arrocho, era necessário regulamentar a ofensiva patronal, dentro de um regime que buscou, durante toda a sua existência, dar respaldo legal a suas medidas de exceção, mesmo em seus períodos mais duros.”  (p. 193-195)

(Tabela IV)
 Evolução do salário mínimo (1959-1970)

Ano
Salário mínimo real
Índice de salário real
Janeiro de 1959
1.735,29
100
Janeiro de 1960
1.204,03
69
Janeiro de 1961
1.475,00
85
Janeiro de 1962
1.406,38
81
Janeiro de 1963
1.304,35
75
Janeiro de 1964
724,14
42
Janeiro de 1965
840,00
48
Janeiro de 1966
849,42
49
Janeiro de 1967
744,02
43
Janeiro de 1968
737,88
43
Janeiro de 1969
732,62
42
Janeiro de 1970
724,91
42
         
           Fonte: DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Divulgação nº 1/76, p. 10, 19 de abril de 1976. Apud: MOREIRA ALVES, Matia Helena. Op. Cit. p. 140. Dados parciais.  

          A tabela acima descreve em números o que os trabalhadores do período chamaram de arrocho salarial. Notem que em 1967 o valor do salário mínimo equivalia a 43% de seu valor em 1959; no ano seguinte, a situação não se alterou, mas o rendimento nominal dos vencimentos foi ainda menor. Uma comparação entre o custo de vida e o salário médio da categoria dos metalúrgicos, indica que houve perda de 20% do poder aquisitivo na remuneração desse setor no ano de 1965; 25% em 1966, 26% em 1967, e 27% em 1968. Esta tendência vinha desde a década anterior, mas depois de 1964 se intensificou[3]. Sabe-se que a média de inflação durante toda a década de sessenta esteve na casa dos 40%, embora o governo tenha maquiado essas cifras. O poder de compra dos salários não acompanhava o ritmo da inflação, pauperizando amplos segmentos da classe trabalhadora, especialmente os setores menos qualificados[4].

           A política recessiva inaugurada com o PAEG tinha como principal sustentáculo a repressão as classes populares e o controle sobre os sindicatos. O saldo dessa política foi o aumento do desemprego, da carestia de vida, da miséria absoluta; acentuação do êxodo rural, trazendo consigo inchaço urbano e crescimento da violência. Estamos nos referindo ao ciclo 1964-1968, sendo que o auge da recessão do período se verificou no biênio 67/68, antecedendo o breve “milagre econômico”. (p. 207-208)

Sobre o FGTS,

           “O ponto alto da ofensiva econômica contra os assalariados foi sem dúvida a Lei 5.107, criada em 13 de setembro de 1966, posta em prática um ano depois, instrumento legal que institui o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Antes da nova Lei, empregados demitidos sem justa causa tinham direito a uma indenização, que equivalia a um mês de salário para cada ano trabalhado na empresa. Havia também a obrigatoriedade do cumprimento de um mês de aviso prévio antes da dispensa. Empregados com dez anos de casa tinham direito a estabilidade. Esse sistema garantia a segurança dos assalariados no que concerne a rotatividade nos postos de trabalho, e mantinha os salários em patamares relativamente satisfatórios.

           Após a lei 5.107, os empregadores foram desobrigados a pagar indenizações aos funcionários dispensados, e foi abolida a estabilidade. As dispensas em massa tornaram-se corriqueiras, e os custos eram debitados dos salários dos empregados. Pelas novas regras, 8% dos rendimentos mensais dos assalariados passaram a ser depositados no Fundo de Garantia, valor a ser resgatado após dispensa imotivada. Notem que os contratadores não arcavam mais com os custos das demissões, agora financiados pelos próprios dispensados. O FGTS garantiu uma elevada taxa de turn over, e possibilitou uma defasagem crescente nos índices salariais. O novo sistema atendia sobretudo as exigências das empresas multinacionais, desejosas em ampliar sua taxa de exploração da mais-valia e aumentar sua produção. O novo Fundo também contribuiu “para a acumulação de capital, ao funcionar como fonte de crédito para investimento por parte dos empregadores”[5]. A se somar a esse conjunto de fatores, uma Justiça do Trabalho inclinada a ceder as pressões do patronato, as expensas de uma classe trabalhadora super-explorada. (p. 195-196)   

Insatisfação da sociedade e escalada autoritária,

         "Ainda que a inflação tivesse baixado, em relação ao ano anterior, de 87,8% para 55,4%, a política recessiva posta em prática por Roberto Campos e Octávio Gouvêa de Bulhões jogou o país numa séria recessão. Nesse mesmo ano, o setor industrial apresentou uma taxa de crescimento negativa (-4,7%), o salário dos trabalhadores permaneceu congelado, e uma onda de falências penalizou pequenas e médias empresas. Uma sondagem de opinião pública, realizada na Guanabara, deu conta de que 63% dos inquiridos desaprovavam as políticas econômicas do governo[6]. Tal insatisfação seria expressa nas eleições de outubro do ano em questão, que deram vitória a Negrão de Lima na Guanabara, candidato que era alvo da antipatia dos militares linha dura. O mesmo se verificou em Minas Gerais, com a vitória de Israel Pinheiro.

         A resposta de Castelo Branco, pressionado pela linha dura, foi a decretação do AI-2 – fim dos partidos políticos (...) "(p. 86)


Super-exploração,

          “(…) a notável disciplina imperante permitiu a muitas empresas elevar ao máximo a intensidade do trabalho. Face a um rápido aumento da procura, o trabalho em horas extraordinárias generalizou-se de tal modo que já se considera que a jornada de oito horas, consagrada em lei,  foi na prática abolida na maioria das indústrias. (…) Em 1971, para uma população ativa de 7,6 milhões de pessoas, foram registrados 1,4 milhão de acidentes; em 1972, para 8 milhões de trabalhadores, 1,5 milhão de acidentes; em 1973, para uma população ativa um pouco superior a do ano anterior, foi registrado 1,6 milhão. Em números relativos, algo próximo da assombrosa taxa de 20% de ocorrências, um dos mais altos índices do mundo”. Revista Opinião, Nº 83, junho de 1974. Apud: SINGER, Paul. Op. Cit. p. 80-82.  (p. 295)

          Como visto acima, a grande vítima da ditadura civil-militar da ditadura (1964-1985) foi a classe trabalhadora, que pagou diariamente com seu sangue pelos privilégios despudorados das elites golpistas. Essa gente manteve as principais engrenagens do poder nacional em suas mãos. Há cinquenta anos, a mais tênue perspectiva de perda de seus privilégios levou tal grupo a tomar o poder pela força e voltar todas as estruturas do Estado contra o povo. Essa mesma elite não pensará duas vezes para cometer o mesmo crime. O que mostramos acima é uma pequena parte de todos os ataques da burguesia contra os trabalhadores, há muito mais a se denunciar.

          Este texto tem caráter de alerta, não de previsão ou prognóstico, até por que não está a minha altura tal empreitada. Apesar das semelhanças, a conjuntura de 2013 difere em muito da de 1964, a começar pelo fato de não nos encontrarmos em recessão econômica, num panorama internacional de crise. Contudo, certos setores de nossa sociedade estão prontos a encarar uma nova aventura golpista, de consequências imprevisíveis. É preciso barrar essas forças, como dito acima, a conjuntura agora é outra, se eles derem um golpe, os efeitos serão exponencialmente mais nefastos que os de 1964. Vamos ampliar esse debate.

   

[1]                 SAES, Décio. Op. Cit. p. 147
[2]                                                                                                                                                               OLIVEIRA, Francisco de. Op. Cit. p. 92. O Departamento I (indústria de base) seguiu sendo abastecido por empresas multinacionais, após a recuperação do ciclo recessivo, no “período que vai de 1968/71, a indústria de material de transporte (na qual predomina a automobilística) cresceu 19,1% ao ano, a de material elétrico (na qual se inclui a de aparelhos eletrodomésticos e a de eletrono-domésticos) cresceu 13,9% ao ano, ao passo que a indústria têxtil (de consumo predominante entre as classes populares) cresceu apenas 7,7% ao ano, e a de produtos alimentares (idem) 7,5% ano e a de vestuário e calçado s(idem)  6,8% ao ano”. ANTUNES, Ricardo. Op. Cit. p. 107-108 
[3]                 LOPES, Carmem Lúcia Evangelho. Op. Cit. p. 23
[4]                 “Na verdade, o “arrocho” não se fez sentir, igualitária e simultaneamente, sobre todos os níveis salariais, mas seletivamente, atingindo de modo muito mais grave os assalariados menos qualificados cujo nível de ganhos dependia, em maior grau, do poder de barganha da classe em conjunto.” SINGER, Paul. A Crise do “Milagre”. Interpretação crítica da economia brasileira. 7ª Edição. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1985. p. 57-58
[5]                 Idem p. 118-121
[6]               MOREIRA ALVES, Maria Helena. Estado e Oposição no Brasil (1964-1984). Bauru-SP: Edusc, 2005. p. 98.




Militante de extrema direita se diz arrependido e denuncia esquema de manipulação das passeatas - denúncia é investigada

Da Redação

Conexão Jornalismo acaba de receber o que seria o relato de um "integralista arrependido" que, diante da sucessão de violência de ativismo golpista deflagrado pelas manifestações, na qual seu grupo e outros mais estariam infiltrados, teria decidido denunciar e se afastar. Identificado como "Marcio Hiroshi", o homem de 43 anos divulga também fotografias de encontros dos Integralistas e fala sobre os planos para afastar partidos de esquerda dos movimentos e provocar o caos. Diz ainda que policiais ajudariam o grupo e que alguns seguidores receberiam dinheiro para difundir as idéias no Facebook. 

Conexão Jornalismo encaminhou as denúncias para as autoridades do Estado a fim de que possam ser apuradas e dadas a ela o caminho necessário para seu esclarecimento. O papel de informar e zelar pela boa política e a plena democracia é uma preocupação constante de Conexão Jornalismo. 

Conexão Jornalismo encaminhou também para a Polícia Militar do Rio de Janeiro o link com as denúncias contra os ditos "Integralistas" por conta da referência a um suposto envolvimento de policiais militares do Serviço Reservado no movimento que é ilegal. 

Uma cópia do material foi encaminhada, entre outros, para o gabinete do deputado Estadual Marcelo Freixo (Psol). Leia na íntegra a carta.

ESTOU DENUNCIANDO!
URGENTE - LEIAM TODOS - O BRASIL CORRE RISCO!
Meu nome é Márcio Hiroshi. Sou membro do Movimento Integralista há 5 anos.

Sempre acreditei no Integralismo como forma de mudar o país. Mas o que venho narrar aqui me fez refletir e romper com o Movimento.

Desde que as manifestações começaram temos nos reunido todos os domingos para traçar rumos de ação de nosso movimento. A ação é pautada em TUMULTUAR, EXPULSAR OS PARTIDOS DE ESQUERDA E ACABAR COM AS PASSEATAS PROMOVENDO A DESORDEM. Por que isso? Para acabar com as mobilizações dirigidas pela esquerda.

Neste último domingo, as posições definidas pelo grupo me fizeram sair e denunciar o que está havendo. Como prova da veracidade dos fatos estou divulgando fotos e nomes de meus comandantes
1 - Os integralistas estão desde os primeiros dias nas passeatas.
2 - A linha de atuação do grupo é TUDO PELO BRASIL, retirar as bandeiras dos partidos de esquerda e prevalecer a do Brasil.
3 - Nas manifestações gritar SEM PARTIDO e expulsar os partidos de esquerda.
4 - Há um núcleo político e um núcleo de ação.
5 - O núcleo político inicia a agitação e o núcleo de ação intervêm batendo nos militantes.
6 - Há o movimento fortemente organizado em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, BH e outras cidades.
7 - O objetivo é acabar com as passeatas, sempre tumultuando.
8 - Nas reuniões somos ajudados por pessoas do serviço reservado da PM e por dirigentes do PSDB, DEM e outros deputados e vereadores (depois direi nomes e fotos). Estes partidos nos financiam.
9 - Em São Paulo os carecas de SP e Carecas do ABC são pagos para nos ajudar a bater e a gerar grande desordem. Eles são do núcleo de ação. De início eu participei ativamente do núcleo de agitação. Estava em São Paulo (onde moro) e todos íamos sempre para outras cidades, pois as datas não eram conflitantes.

O que me fez sair do grupo? As ações previstas agora estavam sendo muito violentas, onde teve gente que que quebraram o braço, machucaram bastante. Meu chefe de agitação é Marcelo Coradassi Eiras. Ele aparece nas fotos à direita, onde estamos em Anauê. Em breve irei revelar mais nomes e endereços de todos.

Estou publicando as fotos de nossa reunião ocorrida sábado e domingo em SP e Rio. No domingo, na parte da manhã fomos bater fotos no Viaduto do Chá. Nas fotos estão apenas o núcleo de agitação. O núcleo de ação está atrás de quem tira a foto, pois não queríamos que os carecas aparecessem.
Nas passeatas o núcleo de ação está sempre com a máscara do mascarado do filme V, o anonymous. Nosso grupo tem influência em diversas páginas do Facebook, incluindo esse, onde revelarei todas em breve.

Também falarei de nosso financiamento e de quem recebe dinheiro, pessoas, páginas do Facebook, etc.
Em breve mais informações, pois quero que todos divulguem ao máximo o que está ocorrendo. Neste momento sou jurado de morte e não sei o que fazer para me proteger. Tenho 43 anos e fiz a minha parte do que considerei errado.
Tudo pelo Brasil!
*Ajusticeiradeesquerda

Repensar as Lutas Sociais à Esquerda


Por Guilherme Wagner

De uma análise conjuntural imediata a esquerda peca em dois aspectos: a falta do trabalho de base provinda da grande parte das estruturas estarem ligadas ainda as arcaicas formas de luta de classe e a fragilidade das estruturas de esquerda existentes. A revolta popular brasileira é tudo menos de supremacia popular: os domínios da classe média branca são evidentes.

Partindo desses pressupostos podemos definir certas análises importantes quanto aos resultados efetivos nos âmbitos políticos e econômicos. Se de um lado a revolta tomou face de mobilização à esquerda pautando questões que defendem os interesses proletários e das minorias, o insucesso do Estado de reprimir essas lutas sociais promoveu o acionamento de planejamento reserva por parte da burguesia nacional, a convocação das massas médias e despolitizadas desse país. Se em um primeiro momento os fatos que levaram a crer em um possível golpe colocaram os movimentos de esquerda em estado de alerta, agora podemos de forma mais acalmada definir estes como uma defesa da burguesia nacional e um ataque de caráter eleitoral ao governo federal conciliatório de classes.[1] No entanto os ataques ao pensamento de esquerda são fatídicos e merecem cuidado especial, assim como a sua defesa refletem os erros e os passos futuros que a esquerda deve tomar.

Após a revolta popular de massas, que não significa necessariamente um episódio positivo, onde se observou os ataques a esquerda incentivados por setores mais à direita utilizando-se da classe média branca como massa de manobra, a defesa da esquerda vem se organizando em volta de uma convocação das periferias, reduto das lutas sociais pela causa proletária e minorias a nível nacional. É nesse momento que se corrobora as fragilidades das organizações de esquerda “ortodoxas”, os partidos de esquerda não mais são visíveis como a maior força motriz de luta social, tanto que seus militantes não foram suficientes para os defender. Mas se engana quem analisa os mesmos como um fato isolado a partidos, pois os semblantes de ataque foram a toda uma ideologia de esquerda. Eis então que surgem as organização não partidárias de esquerda, ligadas diretamente a periferia. Isto é, a defesa da esquerda como um todo foi promovida por grupos de base que não se ligam de forma organizada aos partidos, grupos que promovem suas atividades de forma coordenada e mais horizontal. A conclusão principal é que a esquerda não é forte nos partidos, como fora no século passado, mas nas organizações de caráter de base ligadas às lutas regionais das periferias e centralizadas de alguma forma federalizada. A defesa ao direito de levar bandeiras partidárias não está sendo efetuada por seus militantes, mas em grande parte, por anarquistas e militantes sociais sem partido definido. Isto é, está claro que as estruturas partidárias não são mais eficientes dentro do contexto de expansão capitalista que vivemos. O partido revolucionário que foi um instrumento de luta do século passado já foi “recuperado”[2] pelo sistema de democracia burguesa.

Colocado às claras essas organizações de esquerda apartidárias nas periferias, é fatídico que o seu sucesso se dá pelo trabalho de base comunitário efetuado pelas mesmas. Se no século passado os sindicatos e os partidos eram os instrumentos de luta não apenas dos proletários, mas de todas as comunidades marginalizadas, hoje a realidade é totalmente diferente, e cobra da esquerda a capacidade dialética de ligar os ensinamentos do passado as questões postas nesse presente e repensar a sua organização de luta social.

Se ilude nesse contexto quem continua a enaltecer formas de lutas sociais passadas, evidentemente que as estruturas do século passado ainda são formas efetivas de resistência proletária ao capital, no entanto não mais promovem o acúmulo político para a continuidade da consciência de classe revolucionária. É preciso deixar claro e separar o que é um instrumento de resistência e o que é um trabalho revolucionário. Estes que devem ser concomitantes são encontrados no momento atual, e possivelmente durante um bom período, nas organizações de luta social de base e regionais, sendo que para seu caráter internacionalista e federalista é questão de acúmulo político.


Logo, o trabalho de base não se enfraqueceu necessariamente porque se escamoteou, mas sim porque as estruturas de esquerda estão arcaicas e precisam ser repensadas. Assim, se torna clara uma discussão aprofundada dessas estruturas aos olhos dos grandes teóricos marxistas e anarquistas que não propuseram organizações fechadas, mas sim acumularam um debate de vanguarda sobre a classe proletária e que poderá promover essa efetivação de lutas sociais mais à esquerda.
*Centrodosocialismo

ECOS DO PRONUNCIAMENTO (II)


A grande imprensa tinha ciência de que a quase totalidade dos manifestantes, equivocadamente, julgava que os estádios para a Copa 2014 haviam sido reformados com dinheiro público, desfalcando o orçamento da União de recursos para educação, saúde, segurança etc.

Sabia, e não teve a mínima preocupação em esclarecer. Foram dias seguidos de silêncio quanto ao assunto, até o momento do pronunciamento.

Em seu discurso, Dilma Rousseff enfatizou: não foram utilizados recursos do orçamento público na reforma dos estádios.

Agora, a Folha de S.Paulo, inconformada, escarafuncha tudo o que é de obra e documento para ver se localiza algo que desqualifique a afirmação presidencial.

Ah, mas houve empréstimos do BNDES para os consórcios, a juros subsidiados! Não cola; as linhas de crédito do banco estatal referido estão abertas a todos, e a presunção é de que os consórcios se enquadraram nas condições previamente traçadas. Ademais, Dilma não disse que os empréstimos firmados previam juros não subsidiados, disse que os recursos utilizados na reforma dos estádios não foram sacados do orçamento da União.

Não fosse o esclarecimento da presidência, ainda hoje estaria o Brasil acreditando em uma ficção tratada com especial carinho pela grande imprensa.

Dilma propõe Constituinte exclusiva para reforma política

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar o seu valor : Dilma chama plebiscito popular para reforma política





Dilma propõe Constituinte exclusiva para reforma política

Agência Brasil

Brasília  - Na abertura da reunião com governadores e prefeitos, a presidenta Dilma Rousseff disse que vai propor a convocação de um plebiscito que autorize uma Constituinte para fazer a reforma política.

"O Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está", disse a presidenta.

Dilma Rousseff propôs ainda uma nova legislação que considere a "corrupção dolosa (quando há intenção) como crime hediondo", com penas mais severas.  

A presidenta pediu ainda agilização na implantação da Lei de Acesso à Informação.

A presidenta defendeu ainda pacto de responsabilidade fiscal, com o objetivo de manter a estabilidade da economia e o controle da inflação.
Edição: Carolina Pimentel
Perdeu, Berlusconi é condenado a 7 anos de prisão e não poderá  exercer qualquer cargo público pelo resto da vida

Silvio Berlusconi não vai mais poder exercer qualquer cargo público pelo resto da vida. Foi o que determinou o Tribunal de Milão nesta segunda-feira. O órgão condenou o ex-primeiro-ministro da Itália a sete anos de cadeia por envolvimento no escândalo sexual conhecido como Rubygate.
*Mariadapenhaneles

IMPOSTO SOBRE GRANDE FORTUNA DE APENAS 997 PESSOAS PODERIA COLOCAR R$10 BILHÕES NA SAÚDE

Contando Dinheiro
Contando Dinheiro (Photo credit: Jeff Belmonte)

O Projeto de Lei Complementar 48/11, de autoria do deputado Dr. Aluizio (PV-RJ), que trata da Contribuição Social das Grandes Fortunas, tem como relatora Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que pretende vinculá-lo à saúde. O imposto poderia gerar cerca de R$ 15 bilhões e atingiria apenas 40 mil brasileiros com patrimônio acima de R$ 4 milhões. Apenas 997 contribuintes, que são os mais ricos do país, poderiam contribuir com R$ 10 bilhões por ano.

O imposto sobre as fortunas está previsto no inciso VII do artigo 153 da Constituição de 1988, nunca regulamentado. As alíquotas teriam variação de 0,40% a 2,1%. (Ver texto integral)

*educaçãopolitica

Carta Aberta do MPL mostra como desatar o nó dos transportes

 

Movimento Passe Livre Carta Aberta.
Do Jornal GGN
Do Jornal GGN - A Carta Aberta do Movimento do Passe Livre significa um avanço maiúsculo em direção à busca de soluções para os problemas urbanos.
Nele, defendem a cobram da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre combustível para beneficiar o transporte urbano. Significa desatar o nó urbano, com o carro financiando o ônibus.
A proposta vai ao encontro das teses defendidas pelos prefeitos, mostrando a necessidade de ter fontes de financiamento. E significa um amadurecimento do movimento na busca de soluções.
Carta aberta do MPL-SP à presidenta
24 JUNHO 2013 NENHUM COMENTÁRIO
À Presidenta Dilma Rousseff,
Ficamos surpresos com o convite para esta reunião. Imaginamos que também esteja surpresa com o que vem acontecendo no país nas últimas semanas. Esse gesto de diálogo que parte do governo federal destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão. Parece que as revoltas que se espalham pelas cidades do Brasil desde o dia seis de junho tem quebrado velhas catracas e aberto novos caminhos.
O Movimento Passe Livre, desde o começo, foi parte desse processo. Somos um movimento social autônomo, horizontal e apartidário, que jamais pretendeu representar o conjunto de manifestantes que tomou as ruas do país. Nossa palavra é mais uma dentre aquelas gritadas nas ruas, erguidas em cartazes, pixadas nos muros. Em São Paulo, convocamos as manifestações com uma reivindicação clara e concreta: revogar o aumento. Se antes isso parecia impossível, provamos que não era e avançamos na luta por aquela que é e sempre foi a nossa bandeira, um transporte verdadeiramente público. É nesse sentido que viemos até Brasília.
O transporte só pode ser público de verdade se for acessível a todas e todos, ou seja, entendido como um direito universal. A injustiça da tarifa fica mais evidente a cada aumento, a cada vez que mais gente deixa de ter dinheiro para pagar a passagem. Questionar os aumentos é questionar a própria lógica da política tarifária, que submete o transporte ao lucro dos empresários, e não às necessidades da população. Pagar pela circulação na cidade significa tratar a mobilidade não como direito, mas como mercadoria. Isso coloca todos os outros direitos em xeque: ir até a escola, até o hospital, até o parque passa a ter um preço que nem todos podem pagar. O transporte fica limitado ao ir e vir do trabalho, fechando as portas da cidade para seus moradores. É para abri-las que defendemos a tarifa zero.
Nesse sentido gostaríamos de conhecer o posicionamento da presidenta sobre a tarifa zero no transporte público e sobre a PEC 90/11, que inclui o transporte no rol dos direitos sociais do artigo 6o da Constituição Federal. É por entender que o transporte deveria ser tratado como um direito social, amplo e irrestrito, que acreditamos ser necessário ir além de qualquer política limitada a um determinado segmento da sociedade, como os estudantes, no caso do passe livre estudantil. Defendemos o passe livre para todas e todos!
Embora priorizar o transporte coletivo esteja no discurso de todos os governos, na prática o Brasil investe onze vezes mais no transporte individual, por meio de obras viárias e políticas de crédito para o consumo de carros (IPEA, 2011). O dinheiro público deve ser investido em transporte público! Gostaríamos de saber por que a presidenta vetou o inciso V do 16º artigo da Política Nacional de Mobilidade Urbana (lei nº 12.587/12) que responsabilizava a União por dar apoio financeiro aos municípios que adotassem políticas de priorização do transporte público. Como deixa claro seu artigo 9º, esta lei prioriza um modelo de gestão privada baseado na tarifa, adotando o ponto de vista das empresas e não o dos usuários. O governo federal precisa tomar a frente no processo de construção de um transporte público de verdade. A municipalização da CIDE, e sua destinação integral e exclusiva ao transporte público, representaria um passo nesse caminho em direção à tarifa zero.
A desoneração de impostos, medida historicamente defendida pelas empresas de transporte, vai no sentido oposto. Abrir mão de tributos significa perder o poder sobre o dinheiro público, liberando verbas às cegas para as máfias dos transportes, sem qualquer transparência e controle. Para atender as demandas populares pelo transporte, é necessário construir instrumentos que coloquem no centro da decisão quem realmente deve ter suas necessidades atendidas: os usuários e trabalhadores do sistema.
Essa reunião com a presidenta foi arrancada pela força das ruas, que avançou sobre bombas, balas e prisões. Os movimentos sociais no Brasil sempre sofreram com a repressão e a criminalização. Até agora, 2013 não foi diferente: no Mato Grosso do Sul, vem ocorrendo um massacre de indígenas e a Força Nacional assassinou, no mês passado, uma liderança Terena durante uma reintegração de posse; no Distrito Federal, cinco militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram presos há poucas semanas em meio às mobilizações contra os impactos da Copa do Mundo da FIFA. A resposta da polícia aos protestos iniciados em junho não destoa do conjunto: bombas de gás foram jogadas dentro de hospitais e faculdades; manifestantes foram perseguidos e espancados pela Polícia Militar; outros foram baleados; centenas de pessoas foram presas arbitrariamente; algumas estão sendo acusadas de formação de quadrilha e incitação ao crime; um homem perdeu a visão; uma garota foi violentada sexualmente por policiais; uma mulher morreu asfixiada pelo gás lacrimogêneo. A verdadeira violência que assistimos neste junho veio do Estado – em todas as suas esferas.
A desmilitarização da polícia, defendida até pela ONU, e uma política nacional de regulamentação do armamento menos letal, proibido em diversos países e condenado por organismos internacionais, são urgentes. Ao oferecer a Força Nacional de Segurança para conter as manifestações, o Ministro da Justiça mostrou que o governo federal insiste em tratar os movimentos sociais como assunto de polícia. As notícias sobre o monitoramento de militantes feito pela Polícia Federal e pela ABIN vão na mesma direção: criminalização da luta popular.
Esperamos que essa reunião marque uma mudança de postura do governo federal que se estenda às outras lutas sociais: aos povos indígenas, que, a exemplo dos Kaiowá-Guarani e dos Munduruku, tem sofrido diversos ataques por parte de latifundiários e do poder público; às comunidades atingidas por remoções; aos sem-teto; aos sem-terra e às mães que tiveram os filhos assassinados pela polícia nas periferias. Que a mesma postura se estenda também a todas as cidades que lutam contra o aumento de tarifas e por outro modelo de transporte: São José dos Campos, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, entre muitas outras.
Mais do que sentar à mesa e conversar, o que importa é atender às demandas claras que já estão colocadas pelos movimentos sociais de todo o país. Contra todos os aumentos do transporte público, contra a tarifa, continuaremos nas ruas! Tarifa zero já!
Toda força aos que lutam por uma vida sem catracas!
Movimento Passe Livre São Paulo
*Nassif