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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 14, 2013

Dívida da Espanha alcança recorde histórico e chega a 92,2% do PIB


El Gobierno de Mariano Rajoy responsabiliza de la situación a su predecesor en la presidencia
El Banco de España informó este viernes los datos en torno a la deuda de las Administraciones Públicas, la cual creció un 17,16 por ciento respecto al mismo período del año anterior con 942 mil 758 millones de euros (un mil 253 mil 490 millones de dólares); el 92,2 por ciento del Producto Interno Bruto (PIB).
Los datos publicados por el Banco de España precisan que el mayor aumento de la deuda se resgitró entre abril y junio del presente año, con un 20,31 por ciento más que el mismo período del 2012.
En torno a las autonomías, la deuda española ha llegado a los 193 mil 296 millones (unos 257 mil 006 millones de dólares) lo que representa un 14,84 por ciento más que en el segundo trimestre de 2012, y también un récord en el nivel de endeudamiento de las regiones.
Según los datos del Banco de España, el ratio de deuda sobre el PIB alcanzó el 18,9 por ciento, superior al de hace un año (que era del 16,2 por ciento) y por encima del trimestre precedente (enero-marzo) cuando estaba en el 18,5 por ciento.
Las regiones con un mayor ratio de deuda sobre el PIB son la Comunidad Valenciana (29,4 por ciento), Castilla-La Mancha (28,9 por ciento) y Cataluña (26,2 por ciento), mientras que el más reducido lo tienen Canarias (11,7 por ciento), Madrid (12,1 por ciento) y Asturias (12,2 por ciento).
La deuda pública española alcanzó en los primeros seis meses de 2013 la previsión oficial del gobierno para todo el año. El Gobierno de Mariano Rajoy responsabiliza de la situación a su predecesor en la presidencia, mientras que la oposición española considera que la alta deuda es consecuencia de la actual política de recortes.
El pasado mes de junio, los datos de deuda de las Administraciones Públicas revelador por el Banco de España registraron un incremento del 19,09 por ciento durante el primer trimestre del 2013, y alcanzó 922 mil 828 millones de euros, equivalente al 88,2 por ciento del Producto Interno Bruto (PIB), lo que también marcó un récord histórico.
No teleSUR

Brasil e Paraguai reativarão relações em encontro bilateral


La presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, recibirá a su par
paraguayo en Brasilia
Los mandatarios de Paraguay, Horacio Cartes, y de Brasil, Dilma Rousseff, tienen previsto reunirse proximamente en Brasilia (capital de Brasil) para retomar oficialmente los acuerdos bilaterales, luego que estas fueran interrumpidas en junio de 2012 tras la destitución del expresidente de Paraguay, Fernando Lugo.
La información fue dada a conocer este viernes por representantes de la Cancillería de Paraguay, quienes detallaron que el mencionado encuentro se llevará a cabo luego que el jefe de Estado de Paraguay finalice su participación en la Asamblea general de las Naciones Unidas, que se efectúa en la ciudad estadounidende de Nueva York (norte).
De igual forma, se conoció que Cartes asistirá a Brasil acompañado de varios ministros del Poder Ejecutivo, "quienes se encargarán de seguir las conversaciones iniciadas el 15 de agosto", cuando la presidenta de Brasil visitó Paraguay para la asunción de Cartes.
El encuentro con Dilma será el cuarto viaje internacional de Cartes como presidente de Paraguay, tras haber participado a finales de agosto de la cumbre de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), en Surinam.
El pasado martes se reunió con la presidenta de Argentina, Cristina Fernández, en Buenos Aires (capital). La mandataria argentina destacó el fuerte "compromiso con el combate de la pobreza" expresado por Cartes. Señaló que su homólogo le dijo que quiere ser "Presidente de un país que no exporte más pobreza".
Paraguay también fue destituído del Mercado Común del Sur (Mercosur) tras el golpe institucional al expresidente Fernando Lugo el año pasado; sin embargo, luego de que Horacio Cartes asumiera el poder de manera democrática este 21 de abril, el organismo regional decidió darle la entrada nuevamente al ente.
El expresidente de Paraguay, Fernando Lugo, perdió la Presidencia el 22 de junio 2012, en un juicio político que se llevó a cabo en tiempo récord en el Congreso de esa nación, y fue sucedido por su vicepresidente, Federico Franco, con mandato hasta el 15 de agosto de 2013.
*comtextolivre

Chomsky: EUA tem 60 anos de torturar Irã


AFP / Virginie Montet
"Durante os últimos 60 anos, não passou um dia em que os EUA não torturou os iranianos", disse o acadêmico e ativista Noam Chomsky, lembrando que Washington ajudou outros países a construir armas nucleares.
De acordo com Chomsky, o cerco EUA O Irã começou com o golpe militar "derrubou o regime parlamentar, em 1953, e instalado o Shah, um ditador brutal", que ele lembra foi descrito pela Anistia Internacional como "um dos piores torturadores e as mais extremas no mundo. "  Quando foi derrubado, em 1979, EUA "Quase imediatamente virou-se para apoiar Saddam Hussein em um ataque contra o Irã, que matou centenas de milhares de iranianos e na qual houve um  extenso uso de armas químicas ", disse o filósofo e ativista, que recorda como, ao mesmo tempo "Saddam atacaram os curdos com armas químicas ataca horrível apoiado pelos EUA".
Saddam atacaram os curdos com armas químicas ataca horrível, apoiado por os EUA
Apoio de Washington a Saddam era tão perceptível durante a administração Reagan ea primeira de Bush, George HW Bush, o primeiro Bush ", logo após a guerra, em 1989, convidou os engenheiros nucleares iraquianos para os EUA para formaram-se na produção de armas nucleares ", o acadêmico disse em entrevista ao "Democracy Now" . desde então, EUA impôs duras sanções sobre o Irã, que continuam até hoje. "Portanto, agora temos um registro de 60 anos de tortura iranianos. Não prestou atenção a ele, mas a certeza de que eles fazem, e com razão." Chomsky também disse que "como foi observado pela inteligência dos EUA. UU., o Irã tem pouca capacidade de implantar a sua força ", e tem um orçamento militar de baixa", mesmo para os padrões regionais. " Embora, no entanto, tem uma estratégia de dissuasão que seria bem argumentado. "é cercado por potências nucleares que são apoiados por os EUA e se recusaram a assinar o TNP. Israel, Índia e Paquistão, cujas armas nuclear foram desenvolvidos com a ajuda dos EUA ", diz o professor do MIT. EUA e Israel ", estão constantemente  ameaçando o Irã com um ataque ", diz Chomsky, reiterando que é uma violação da Carta das Nações Unidas proíbe a ameaça ou o uso da força. Mas os EUA "Auto-imunizadas contra a lei internacional" e seus aliados "herdar esse direito", disse ele.
*GilsonSampaio

Fidel Castro: Recuerdos imborrables


Fidel Castro: Recuerdos imborrables (+ Fotos)

Fidel junto al Primer Ministro vietnamita Pham Van Dong en Septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Fidel junto al Primer Ministro vietnamita Pham Van Dong en Septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Hace apenas tres días nos visitó un alto dirigente del Partido Comunista de Vietnam. Antes de marcharse, me trasmitió el deseo de que yo elaborara algunos recuerdos de mi visita al territorio liberado de Vietnam en su heroica lucha contra las tropas yankis en el sur de su país.
No es realmente mucho el tiempo que dispongo cuando gran parte del mundo se empeña en buscar una respuesta a las noticias de que una guerra, con el empleo de mortíferas armas, está a punto de estallar en un rincón crítico de nuestro globalizado planeta.
Recordar, sin embargo, los antecedentes y los monstruosos crímenes cometidos contra los países con menos desarrollo económico y científico, ayudará a todos los pueblos a luchar por su propia supervivencia.
El 12 de septiembre se cumple el 40 aniversario de la visita de una delegación oficial de Cuba a Vietnam.
En una Reflexión que escribí el 14 de febrero de 2008, publiqué datos sobre el candidato republicano a la Presidencia de Estados Unidos John McCain, humillantemente derrotado en su candidatura por Barack Obama. Este último, al menos, podía hablar en términos parecidos a Martin Luther King, asesinado vilmente por los racistas blancos.
Obama se propuso incluso imitar el viaje en tren del austero Abraham Lincoln, aunque no habría sido nunca capaz de pronunciar el discurso de Gettysburg. Michael Moore le espetó: “Felicidades, presidente Obama, por el Premio Nobel de la Paz; ahora por favor, gáneselo.”
McCain perdió la Presidencia de Estados Unidos, pero se las arregló para volver al Senado, desde donde ejerce enormes presiones sobre el gobierno de ese país.
Ahora está feliz, moviendo sus fuerzas para que Obama descargue el mayor número de certeros cohetes con capacidad de golpear con precisión las fuerzas vivas de las tropas sirias.
Tan mortal es el gas Sarín como las radiaciones atómicas. Nueve países disponen ya de armas nucleares que son mucho más mortíferas que el gas Sarín. Datos publicados desde el 2012 informan que Rusia posee aproximadamente 16 000 ojivas nucleares activas y Estados Unidos alrededor de 8 000.
La necesidad de hacerlas estallar en cuestión de minutos sobre los objetivos adversarios, impone los procedimientos para el uso de las mismas.
Una tercera potencia, China, la más sólida económicamente, dispone ya la capacidad para la Destrucción Mutua Asegurada con Estados Unidos.
Israel, por su parte, supera a Francia y a Gran Bretaña en tecnología nuclear, pero no admite que se pronuncie una palabra sobre los fabulosos fondos que recibe de Estados Unidos y su colaboración con este país en ese terreno. Hace pocos días envió dos misiles para probar la capacidad de respuesta de los destructores norteamericanos en el Mediterráneo que apuntan contra Siria.
¿Cuál es el poder entonces de tan pequeño, como avanzado, grupo de países?
Para extraer la enorme energía derivada de un núcleo de hidrógeno se necesita crear un plasma de gas de más de 200 millones de grados centígrados, el calor necesario para forzar a los átomos de deuterio y tritio a fusionarse y liberar energía, según explica un despacho de la BBC, que suele estar bien informada en la materia. Eso es ya un descubrimiento de la ciencia, pero cuánto será necesario invertir para convertir en realidad tales objetivos.
Nuestra sufrida humanidad espera. No somos “cuatro gatos”; sumamos ya más de siete mil millones de seres humanos, la inmensa mayoría niños, adolescentes y jóvenes.
Volviendo a los recuerdos de mi visita a Vietnam, que motivaron estas líneas, no tuve el privilegio de conocer a Ho Chi Minh, el legendario creador de la República Socialista de Vietnam, el país de los anamitas, el pueblo del que tan elogiosamente habló nuestro Héroe Nacional José Martí en el año 1889 en su revista infantil La Edad de Oro.
El primer día me alojaron en la antigua residencia del Gobernador francés en el territorio de Indochina cuando visité ese hermano país en 1973, al que arribé el 12 de septiembre después del acuerdo entre Estados Unidos y Vietnam. Allí me alojó Pham Van Dong, entonces Primer Ministro. Aquel recio combatiente, al quedarse solo conmigo en el viejo caserón construido por la metrópoli francesa, comenzó a llorar. Excúseme, me dijo, pero pienso en los millones de jóvenes que han muerto en esta lucha. En ese instante percibí en su plena dimensión cuan dura había sido aquella contienda. Se quejaba también de los engaños que había utilizado Estados Unidos con ellos.
Fidel llega a la residencia de Pham Van Dong. 1973 septiembre. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Fidel llega a la residencia de Pham Van Dong. 1973 septiembre. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
En una apretada síntesis utilizaré las palabras exactas de lo que escribí en la mencionada Reflexión del 14 de febrero de 2008 tan pronto tuve la posibilidad de hacerlo:
“Los puentes, sin excepción, a lo largo del trayecto, visibles desde el aire entre Hanoi y el Sur, estaban efectivamente destruidos; las aldeas, arrasadas, y todos los días las granadas de las bombas de racimo lanzadas con ese fin, estallaban en los campos de arroz donde niños, mujeres e incluso ancianos de avanzada edad laboraban produciendo alimentos.
“Un gran número de cráteres se observaban en cada una de las entradas de los puentes. No existían entonces las bombas guiadas por láser, mucho más precisas. Tuve que insistir para hacer aquel recorrido. Los vietnamitas temían que fuese víctima de alguna aventura yanqui si conocían de mi presencia en aquella zona. Pham Van Dong me acompañó todo el tiempo.
“Sobrevolamos la provincia de Nghe-An, donde nació Ho Chi Minh. En esa provincia y la de Ha Tinh murieron de hambre en 1945, el último año de la Segunda Guerra Mundial, dos millones de vietnamitas. Aterrizamos en Dong Hoi. Sobre la provincia donde radica esa ciudad destruida se lanzaron un millón de bombas. Cruzamos en balsa el Nhat Le. Visitamos un puesto de asistencia a los heridos de Quang Tri. Vimos numerosos tanques M 48 capturados. Recorrimos caminos de madera en la que un día fue la Ruta Nacional destrozada por las bombas. Nos reunimos con jóvenes soldados vietnamitas que se llenaron de gloria en la batalla de Quang Tri. Serenos, resueltos, curtidos por el sol y la guerra, un ligero tic reflejo en el párpado del capitán del batallón. No se sabe cómo pudieron resistir tantas bombas. Eran dignos de admiración. Esa misma tarde del 15 de septiembre, regresando por ruta diferente, recogimos tres niños heridos, dos de ellos muy graves; una niña de 14 años estaba en estado de shock con un fragmento de metal en el abdomen. Los niños trabajaban la tierra cuando un azadón hizo contacto casual con la granada. Los médicos cubanos acompañantes de la delegación les dieron atención directa durante horas y les salvaron la vida. He sido testigo, señor McCain, de las proezas de los bombardeos a Viet Nam del Norte, de los cuales usted se enorgullece.
“Por aquellos días de septiembre, Allende había sido derrocado; el Palacio de Gobierno fue atacado y muchos chilenos torturados y asesinados. El golpe fue promovido y organizado desde Washington.”
Fidel visita a los combatientes vietnamitas en el campo de batalla. Septiembre de 1973
Fidel visita a los combatientes vietnamitas en el campo de batalla. Septiembre de 1973
Lino Luben Pérez, periodista de la AIN, consignó en un artículo que publicó el 1 de diciembre de 2010, una frase que pronuncié el dos de enero de 1966 en el acto por el séptimo aniversario de la Revolución: a Vietnam “estamos dispuestos a darle no ya nuestra azúcar, sino nuestra sangre, ¡que vale mucho más que el azúcar!”.
En otra parte del referido artículo, el periodista de la AIN escribió:
“Por años, miles de jóvenes vietnamitas estudiaron en Cuba varias especialidades, incluidos los idiomas español e inglés, mientras otro considerable número de cubanos aprendieron allá su lengua.
“Al puerto de Haiphong, en el norte bombardeado por los yanquis, atracaron barcos cubanos cargados de azúcar y cientos de técnicos laboraron durante la guerra en ese territorio como constructores.
“Otros compatriotas fomentaron granjas avícolas para la producción de carne y huevos.”
“Consistió hecho trascendental el primer barco mercante de esa nación que entró en puerto cubano. Hoy, la colaboración económica estatal o empresarial y el entendimiento político entre los dos partidos y sus relaciones de amistad, se mantienen y multiplican.”
Ruego se me excuse el modesto esfuerzo de escribir estos párrafos en nombre de nuestra tradicional amistad con Vietnam.
En la mañana de hoy, el riesgo de que el conflicto estalle con sus funestas consecuencias parece haber disminuido gracias a la inteligente iniciativa rusa, que se mantuvo firme ante la insólita pretensión del gobierno de Estados Unidos, amenazando con lanzar un demoledor ataque contra las defensas sirias que podía costar miles de vidas al pueblo de ese país y desatar un conflicto de impredecibles consecuencias.
El Canciller ruso, Serguéi Lavrov, habló en nombre del gobierno de ese valiente país y tal vez contribuya a evitar, en lo inmediato, una catástrofe mundial.
El pueblo norteamericano, por su parte, se opone fuertemente a una aventura política que afectaría no solo a su propio país, sino a toda la humanidad.
Fidel Castro Ruz
Septiembre 10 de 2013
3 y 20 p.m.
 Fidel recorre las posiciones vietnamitas en medio de la guerra septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Fidel recorre las posiciones vietnamitas en medio de la guerra septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Fidel en Viet Nam en septiembre de 1973, en plena guerra contra el imperialismo norteamericano y los vendepatrias del Sur, Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Fidel en Viet Nam en septiembre de 1973, en plena guerra contra el imperialismo norteamericano y los vendepatrias del Sur, Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Combatientes vietnamitas saludan a Fidel durante su visita a las zonas de combate. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Combatientes vietnamitas saludan a Fidel durante su visita a las zonas de combate. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Combatiente vietnamita. Septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Combatiente vietnamita. Septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Campo de Batalla. Viet Nam septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Campo de Batalla. Viet Nam septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Combatientes vietnamitas saludan a Fidel. Septiembre de 1973
Combatientes vietnamitas saludan a Fidel. Septiembre de 1973
Combatientes vietnamitas saludan a Fidel. Septiembre de 1973
Combatientes vietnamitas saludan a Fidel. Septiembre de 1973
Combatientes vietnamitas. Septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Combatientes vietnamitas. Septiembre de 1973. Foto: Estudios Revolución/Cubadebate
Fidel comparte con los dirigentes vietnamitas. Foto: Estudios Revolución/ Cubadebate
Fidel comparte con los dirigentes vietnamitas. Foto: Estudios Revolución/ Cubadebate
*GilsonSampaio

A COMISSÃO DA VERDADE TEM CONSERTO?


Durante 33 anos o jornalismo foi o meu ganha pão. Poderia sê-lo até hoje, caso eu não tivesse sido vítima de dois preconceitos: contra os idosos e contra os homens de esquerda.
Vontade e pique não me faltam, mas a grande imprensa fechou suas portas para mim. O macartismo vive. 

Por força do hábito, os textos que coloco nos blogues e espalho na web têm, quase todos, jeitão jornalístico. 

Hoje optei por um caminho diferente, o de usar este espaço como um  querido diário. Sem intenção de suscitar polêmicas, mas apenas para deixar registrado meu lado da questão, tornando-o conhecido dos leitores mais próximos e constantes, vou colocar, exclusivamente nos meus blogues pessoais, o que realmente penso sobre as Comissões da Verdade.

Sempre me senti como um pai da criança que realmente conta, a Comissão Nacional da Verdade (CNV). 

Há exatos cinco anos, no dia 11/08/2008, fui dos primeiros a escrever (vide aqui) que, com a inapetência ou falta de coragem do Executivo e do Legislativo para fazerem a parte que lhes cabia, os torturadores da ditadura militar escapariam incólumes da merecida punição, estando fadada ao fracasso a tentativa de desatar o nó na Justiça. Acertei na mosca.

Então, propus que trocássemos o foco, da exigência de uma punição penal para a de uma punição moral:
  • "o reconhecimento oficial, por parte do Estado brasileiro, de que houve usurpação do poder em 1964, tendo os governos ilegítimos que se sucederam até 1985 cometido crimes generalizados e de extrema gravidade;
  • que, portanto, todos aqueles que ordenaram, autorizaram, cometeram, concorreram para ou foram coniventes com esses crimes, são criminosos aos olhos da História e da Nação brasileira".
O Estado, que só se lembrou de suas obrigações 23 anos após a redemocratização, deixaria de encarcerar ou impor penas pecuniárias a tais criminosos, primeiramente por ter sido omisso no cumprimento do dever; depois, por não fazer sentido infernizar a vida de velhos com o pé na cova. Foram monstruosos, mas jamais deveríamos tornarmo-nos menores do que somos, desumanos como não somos, só para dar-lhes o troco.

A CNV foi mais ou menos isto: o Estado abdicou da punição, mas passou a produzir uma versão oficial dos terríveis episódios dos anos de chumbo, para que as novas gerações pudessem saber, inequivocamente, o que ocorreu e por culpa de quem.    

Quais seriam suas tarefas? Basicamente duas:
  • investigar o que se passou e continuava sendo encoberto pelos criminosos, seus cúmplices e seus discípulos;
  • sistematizar tal conhecimento --o que a própria Comissão apurasse e o que já se sabia--, disponibilizando-o num relatório exemplar e eloquente.
Macaco velho, logo percebi que precisaria haver alguém com vontade de ferro no colegiado, para peitar os militares quando estes tentassem enredar a CNV num cipoal burocrático ou lográ-la com manobras dispersivas, a fim de que os esqueletos jamais saíssem dos armários; caso do Araguaia, onde, sempre que necessário, encenam belos espetáculos de busca daquilo que não querem encontrar.

Infelizmente, bravos guerreiros da sociedade civil como o D. Paulo Evaristo Arns são raros hoje em dia; e o próprio já consumiu todas as suas energias nas lutas passadas.

Então, avaliei que só ex-resistentes estariam à altura do desafio, até por conhecerem muito bem o inimigo com o qual estariam pelejando e já terem ousado enfrentá-lo uma vez. 

Foi o que me levou a apresentar minha anticandidatura à CNV, sabendo antecipadamente que não resultaria, mas apostando na possibilidade de que servisse para alavancar uma opção com verdadeira chance de tornar-se consensual: o Ivan Seixas, o companheiro que lutou como um leão para que as ossadas de Perus fossem resgatadas (cumprindo o papel de uma ponta de iceberg que levou o cidadão comum a inteirar-se de duas das práticas mais hediondas da ditadura, as execuções a sangue-frio de prisioneiros indefesos e o ocultamento de seus cadáveres).

A presidenta Dilma Rousseff, contudo, honrou a promessa que fizera às bancadas evangélicas, de não indicar antigos combatentes da luta armada para a CNV  Foi uma opção pragmática --esses novos reacionários, se sua chantagem fosse rechaçada, atrapalhariam mesmo a aprovação da lei que instituía o colegiado--, mas magoou profundamente os que lutaram contra a tirania mais bestial que o Brasil conheceu.

Vínhamos há uma eternidade combatendo a falácia dos devotos da ditadura que, não podendo negar as atrocidades perpetradas pelo regime militar, saíam pela tangente, alegando que os resistentes também incorreram em excessos. Ao excluir da CNV tanto militares quanto ex-guerrilheiros, Dilma, inadvertidamente, avalizou tal falácia.

Senti-me oficialmente colocado sob suspeição, como se fosse incapaz de realizar um trabalho desses serenamente, sem revanchismo; e como se fosse tacanho a ponto de fornecer ao outro lado trunfos para nos desqualificarem a todos. Pelo contrário, certamente seria o membro mais escrupuloso da CNV, excluindo tudo que não tivesse como provar cabalmente.

HOLOFOTES E COGUMELOS

Fiquei tão desencantado que pouco tenho escrito sobre a CNV desde a sua instalação.
No entanto, o que se pode depreender do noticiário tem sido tão deprimente que resolvi fazer, pelo menos aqui no blogue, uma avaliação sincera. Torcendo para que, de alguma forma, ajude na correção de rumos.

Como eu previa, ficou mesmo faltando um membro com vontade de ferro e com a autoridade moral de quem arriscou a vida no bom combate. Se lá estivesse alguém com tal perfil, talvez as disputas de egos não se desencadeassem com tamanha virulência, comprometendo uma missão muitíssimo maior do que as pessoas dela incumbidas.

E, claro, provavelmente haveria reação à altura quando os militares desafiassem a CNV, como fizeram no último mês de fevereiro, quando da morte do coronel Júlio Miguel Molinas, ex-chefe do DOI-Codi do Rio de Janeiro: INVADIRAM sua residência e SEQUESTRARAM seus arquivos secretos, só entregando ao colegiado, posteriormente, aquilo que bem entenderam!!!

Nunca foi tão necessário o chamado  murro na mesa, para afirmar a autoridade da CNV. Mas não havia ninguém para o dar.

Ao aparente fracasso em trazer à tona algo além do que já se sabia e de entregar às famílias os restos mortais dos seus entes queridos, soma-se, segundo uma reportagem do jornal da  ditabranda (vide aqui), uma perspectiva pouco animadora com relação ao impacto do relatório final.

É que Comissões da Verdade estão brotando como cogumelos, já tendo sido instituídas, pelo menos, 75, "em Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, universidades e até institutos ambientais".

O risco é repetir-se o que aconteceu com os grandes festivais da Música Popular Brasileira dos anos 60: quando, aos que realmente contavam (o da Record e o FIC da Globo), somaram-se dezenas de outros, desde o de música carnavalesca até o de presidiários, a saturação levou ao esvaziamento e ao desinteresse do público.

Essas dezenas de comissões menores deveriam apenas subsidiar a CNV, deixando a divulgação de seus relatórios específicos para depois que a dita cuja já tivesse lançado o ÚNICO com reais chances de repercutir intensamente.
No fundo, a finalidade mais nobre do trabalho ora desenvolvido é a de fazer novos e significativos contingentes se interessarem pelos acontecimentos dos anos de chumbo --primeiro passo para conscientizarem-se de que é imperativo precavermo-nos contra as recaídas na barbárie.

Mas, como a renúncia às satisfações de ego é pouco frequente nesta melancólica sociedade do espetáculo, na qual todos creem ser merecedores de alguns minutinhos de fama, temo que haverá, isto sim, uma competição incessante pelos holofotes.

Daí a importância de que o relatório final da CNV tenha uma redação exemplar: essencializada e capaz de informar com rigor, mas também com emoção. Se for um volume de mil páginas em tipo miúdo, escrito no linguajar árido e distanciado dos scholars, com uma infinidade de minúcias desnecessárias, só será lido por historiadores e pelos familiarizados com o assunto.

Tive boas experiências, no sentido de tornar agradável a leitura de peças de comunicação governamental, quando trabalhava na Imprensa do Palácio dos Bandeirantes. Coordenava a confecção do balanço anual de atividades do Governo paulista, desde a coleta das informações em cada Secretaria e órgão até sua consolidação num todo homogêneo. E valorizava os textos mais importantes, redigindo-os eu mesmo ou os copidescando.

Consegui convencer meus superiores que palavras demais significavam leitores de menos; os relatórios feitos no meu esquema foram os mais sintéticos até então produzidos; e, não por acaso, os mais notados e apreciados.

É algo assim que deveria ser feito pela CNV: encarar a publicação principal como uma peça de comunicação que não deve -- jamais!-- enfadar e afugentar os leitores.

Já que a massa de informações coletadas deverá ser enorme, talvez caiba detalhá-las em publicações secundárias, direcionadas a historiadores, estudiosos, pesquisadores, etc. E/ou disponibilizá-las na web, seguindo o exemplo do projeto Brasil: Nunca Mais.

Aliás, o livro-síntese daquele magnífico projeto poderá servir como paradigma para o relatório final da CNV. Inclusive quanto ao volume de informações que suas 312 páginas continham: só 5% de tudo que os grupos de trabalho reuniram.

O interesse despertado foi tão grande que até hoje existem leitores se inteirando dos 95% restantes.
*Naufragodautopia

Ateus, os mais repudiados, odiados e detestados



Do Portal Vermelho




As campanhas em Porto Alegre, Londres e Nova York











Pesquisa da Fundação Perseu Abramo apurou que os ateus são as pessoas mais detestadas no país, merecendo repulsa, ódio ou antipatia de 42% da população. A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA) tem realizado, com dificuldades financeiras e resistência por parte de empresas de ônibus e de propaganda, uma campanha de divulgação do ateísmo. A campanha visa “o reconhecimento dos descrentes na sociedade como cidadãos plenos e dignos”, informa a Associação em sua página na internet (http://www.atea.org.br/). Não se trata, como caluniam os fundamentalistas de todas as religiões, de uma campanha para tornar ateus os crentes. A ATEA também dá as informações abaixo:
Na primeira semana de 2009, a British Humanist Association lançou a primeira campanha publicitária do Reino Unido versando sobre ateísmo. Foram 800 ônibus com o slogan "Deus provavelmente não existe. Agora pare de se preocupar e viva sua vida". Em novembro de 2009, a American Humanist Association lançou uma ação semelhante. Campanha igual à britânica está sendo veiculada em dois ônibus de Barcelona. Nos EUA, os American Atheists veicularam um outdoor em Nova York celebrando a razão. Quatro grandes organizações de ateus norte-americanas lançaram em outdoors, ônibus, trens e em jornais e revistas a maior campanha de divulgação ateia já veiculada, segundo a American Humanist Association. No Canadá, o Centre for Inquiry está lançando a campanha "Alegações extraordinárias requerem evidências extraordinárias", inspirado na frase de Carl Sagan. Na Austrália, a companhia local responsável pelos anúncios em ônibus se recusou a expô-los. Na Itália, a campanha foi proibida.
A atitude dos comunistas
Na Introdução à crítica da filosofia do Direito de Hegel, onde Marx escreveu sua famosa classificação da religião como ópio do povo, ele considera: “A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito”. Por isso, os ateus esclarecidos não fazem guerra à religião, mas denunciam seu caráter retrógrado e, contra seus mitos, oferecem a alternativa da explicação científica dos fatos e fenômenos que nos cercam. Engels, em 1874, qualificou de estupidez a guerra à religião, pois tal atitude atrai o interesse para a religião, podendo fortalecê-la. Para ele, só a luta de classe dos trabalhadores, atraindo as camadas proletárias a uma prática social consciente e revolucionaria, liberará as massas oprimidas do jugo da religião.
É com base nessa visão que os marxistas, ao desenvolverem o materialismo militante, o fazem em conexão com a luta pelo poder político e pela construção de uma sociedade nova, sem exploração, comunista, em que não teria sentido “o soluço da criatura oprimida”, por já não existir a opressão. Lênin, ainda durante a luta revolucionária na Rússia czarista, em 1909, esclareceu:
“Devemos lutar contra a religião. Isto é o ABC de todo materialismo e, portanto, do marxismo. Porém o marxismo não é um materialismo que se detenha no ABC. O marxismo vai mais além. Afirma: temos que saber lutar contra a religião, e para isso é necessário explicar desde o ponto de vista materialista as origens da fé e da religião entre as massas. A luta contra a religião não pode limitar-se nem reduzir-se à prédica ideológica abstrata; deve vincular esta luta à atividade prática concreta do movimento de classes, que tende a eliminar as raízes sociais da religião” (Atitude do partido operário diante da religião).
Adiante, o líder bolchevique considera: “Deve deduzir-se disto que o folheto educativo antirreligioso é nocivo ou supérfluo? Não. Disto se deduz outra coisa muito distinta. Deduz-se que a propaganda ateia da social-democracia” (como se denominavam os comunistas, então) “deve estar subordinada à sua tarefa fundamental: o desenvolvimento da luta de classes das massas exploradas contra os exploradores”.

Os comunistas defendem que o Estado deve considerar a religião um assunto privado. Lutam contra todos os preconceitos e discriminação de cunho racista, preferência sexual, religioso etc. Neste et cetera está também o preconceito contra os ateus, gravemente apontado pela pesquisa da Fundação Perseu Abramo. E, consequentes na defesa do materialismo dialético, levam adiante o debate com as concepções religiosas – sejam ou não politicamente progressistas as pessoas que as apregoam. Explicar o papel de classe que desempenham a Igreja e a religião e apoiar entidades, governamentais ou não, que defendam o estado laico e democrático é tarefa permanente enquanto vivermos neste vale de lágrimas e opressão.

Crime organizado ameaça ministro do STF






Veja manda um recado: pode crucificar o decano

Foi exatamente para isso que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, conduziu uma chicana nas últimas sessões da corte, contando com a ajuda dos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello; os três queriam que houvesse uma capa de Veja no caminho do ministro Celso de Mello antes da decisão sobre os embargos; na última quinta-feira, ele pretendia votar, mas foi impedido pelo trio, na esperança de que o decano sucumbisse à pressão midiática; isso comprova que o jogo da mídia na Ação Penal 470, com a colaboração de alguns ministros do STF, é absolutamente imoral.
Brasil 247 - Pergunta número 1: por que Joaquim Barbosa encerrou prematuramente a sessão do Supremo Tribunal na última quarta-feira, às 18 horas, como se os ministros fossem burocratas com horário fixo para fechar o expediente? Pergunta número 2: por que Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello estenderam ao máximo seus votos na quinta-feira, como se fossem dois similares de Rolando Lero e não juízes de uma suprema corte? Pergunta número 3: por que Joaquim Barbosa, simplesmente, impediu Celso de Mello de votar na quinta, quando o decano disse que poderia fazê-lo em apenas cinco minutos? (saiba mais aqui)
A resposta sobre as motivações da chicana jurídica – demonstrada com antecipação pelo 247 na própria quinta-feira (leia aqui) – está nas bancas. O que se buscava era que, até a decisão final de Celso de Mello, houvesse tempo para uma capa da revista Veja. "Eis o homem", diz o título da revista da família Civita. "Ele condenou os réus do mensalão, mas agora tem de decidir entre a tecnicalidade e a impunidade. Não pode lavar as mãos como Pilatos, mas corre o risco de ser crucificado".
Num julgamento em que Veja e outros veículos de comunicação – Globo e Folha à frente – colocaram a faca no pescoço de vários ministros do Supremo Tribunal Federal para atingir não a justiça, mas sim seus objetivos políticos (leia aqui a análise de Hélio Doyle sobre esse fenômeno), há, agora, a tentativa de golpe derradeiro. Não com uma simples lâmina afiada, mas com uma cruz e alguns pregos.
Celso de Mello está avisado. Se decidir conforme suas convicções, já manifestadas de forma clara, no dia 2 de agosto do ano passado (assistaaqui), em defesa do direito de defesa dos réus, ele será crucificado.
O que comprova a absoluta imoralidade da imprensa brasileira ao longo do julgamento da Ação Penal 470. Ela, sim, merece ser condenada.
*Saraiva

“As pressões contra o Supremo vêm de um circo produzido por veículos que abandonaram os princípios do jornalismo



Paulo Moreira Leite, ISTOÉ
A manobra protelatória que permitiu o encerramento da sessão de quinta-feira sem o voto decisivo de Celso de Mello foi um aperitivo do que virá por aí. Os pronunciamentos chegaram a ser arrogantes. O esforço para ganhar tempo de forma bisonha, teatral, foi ofensivo num tribunal onde a denuncia de chicanas é feita com tanta facilidade.
Confesso que fiquei perplexo ao assistir Marco Aurélio Mello virar-se para Celso de Mello e fazer uma advertência nestes termos:
“Estamos a um voto. Que responsabilidade, hein, ministro Celso de Mello.”
É ofensivo. Parece um professor dirigindo-se a um discípulo.
Parece que a responsabilidade de Celso de Mello não é idêntica a de cada um dos onze ministros que tomaram a decisão.

Para empregar uma imagem: ele vai dar um voto. Não vai cobrar um pênalti.
O esforço para colocar a decisão sobre os ombros do decano é apenas uma tentativa de diminuir a firmeza de suas convicções.
O que se pretende é acovardar Celso de Mello diante de um voto que é tão legítimo como o de todos os outros.
Sua travessia até quarta-feira será longa. Não consigo imaginar as pressões que irá receber durante cinco dias para recuar, deixar de lado o que escreveu, negar aquilo em que acreditou.
Até porque contraria o senso comum, aquela verdade dos donos da verdade, aquela mentira que tantas vezes repetida deixa de provocar estranhamento, é um voto com um valor especial.
Isaiah Berlim, um dos pensadores mais argutos do século XX, dizia quem os bons princípios são aqueles que contrariam nossos interesses.
Um dos mais duros adversários de José Dirceu e do governo Lula, capaz de criticá-los com palavras que considero erradas e injustas, Celso de Mello está mostrando que é preciso separar os princípios do Direito das convicções políticas.
Nada fará para dar conforto a seus adversários políticos.
É muito provável que, com a aprovação dos embargos infringentes, o ministro se recuse a votar pela inocência de José Dirceu.
Ele concorda com a noção de que o governo do PT abrigou uma organização criminosa.
A discussão não é esta, no entanto. O decano sabe disso.
Não deixará de dar um voto que considera correto só porque eles poderão beneficiar-se dessa decisão.
Essa foi a mensagem que deixou, ao lembrar que os interessados em adivinhar seu voto só precisam ler sua declaração de 2 de agosto de 2012. Há pouco mais de um ano, através de seus advogados, Celso de Mello disse aos réus da ação penal que eles teriam direito aos embargos infringentes – que iriam funcionar como um indispensável segundo grau de jurisdição para quem fora impedido de um julgamento na primeira instância.
Sua postura, assim, é uma forma de ser leal a si próprio – e a todos que deram fé a suas palavras.
Num Supremo politizado, que transformou convicções políticas em sentenças jurídicas, essa postura serve como uma aula sobre a necessidade de recuperar a Justiça como uma força que permite a comunhão de todos os homens.
É dessa forma que um ministro afirma valores. Tantas vezes mencionado por Celso de Mello no julgamento da ação penal, o ministro do STF Aliomar Baleeiro era um udenista convicto e um conservador sem retoques. Mesmo assim, foi capaz de defender os direitos de frades franciscanos acusados de participar da luta armada sob orientação de Carlos Marighella, mandando tirá-los da cadeia onde o regime mantinha trancafiados. Baleeiro demonstrou coragem num tempo em que a maior ameaça ao bom Direito vinha do Estado, da ditadura.
Os tempos são outros e muitas verdades mudaram. Não há por que comparar personagens, nem situações.
As pressões contra o Supremo vêm de um circo produzido por aqueles veículos de comunicação que abandonaram os bons princípios do jornalismo – pluralidade, isenção, respeito aos fatos – para organizar um espetáculo que deve ser unilateral como um anuncio de sabonete, definitivo como um pelotão de fuzilamento, catártico como um final feliz de novela.
Daí a importância de uma declaração de Luiz Roberto Barroso, ao dizer que não toma decisões pensando na “manchete do dia seguinte.”
Ao tentar impedir o ministro de votar conforme sua consciência, seus adversários querem travar uma luta que ao longo da história só engradeceu juízes, advogados e cidadãos comuns –- o direito de todos e de cada um a uma defesa ampla, a defender sua inocência até que se prove o contrário. É isso, e tudo isso, que está em jogo no STF.” 
*Saraiva

"Chamar cantada de elogio é uma ofensa."



Pesquisa afirma que 99,6% das mulheres já sofreram assédio nas ruas
Por 

Cantada não é elogio. (Foto: Thinskstock)Chamar cantada de elogio é uma ofensa. Falar da beleza de uma mulher não é proibido, mas “te chupava toda” não fala exatamente sobre isso. E é esse tipo de comentário que mulheres escutam diariamente.
Buscando entender esse fenômeno, a jornalista Karin Hueck criou uma pesquisa para a campanha Chega de Fiu Fiu e descobriu que 99,6% das 7762 participantes já foi assediada em espaços públicos.
Você pode ver a pesquisa completa no site, mas vou usar os dados para contar uma história comum na vida de milhares de mulheres. Os números abaixo significam a porcentagem de mulheres que disseram já ter passado por aquilo. E antes que digam que mulheres gostam do assédio: 83% das entrevistadas não se sente lisonjeada com os comentários.
Uma mulher sai de casa pela manhã. Ao pisar na rua, ela recebe uma cantada (98%). Ao pegar o metrô ou ônibus, mais uma (64%). No trabalho (33%), outra, e se ela resolver ir dar uma voltinha no shopping, mais uma (80%).
Quando essa mulher resolve ir para a balada, é assediada verbalmente (86%), puxada pelo braço (68%), cabelo (22%) ou cintura (57%). E ainda corre o risco de levar uma passada de mão (85%) nos peitos (17%), bunda (73%), cintura (46%) ou no meio das pernas (14%).
E responder a esses assédios dá medo, então essa mulher se cala (74%). Quando ela reclama do “linda” (84%), “gostosa” (83%), “delícia” (78%), “fiu fiu” (assovio) (73%), “princesa” (71%), “nossa senhora” (64%), “ô lá em casa” (62%), “boneca” (47%), “vem cá, vem” (44%), “te pegava toda” (36%) ou “te chupava toda” (36%) ela é xingada (68%) e vira “metida” (45%), “baranga” (16%), “gorda” (13%), “feia” (23%) ou “mal-comida” (25%).
Tem alguma coisa errada em tudo isso, não tem?
Agressões passionais
Por algum motivo, as pessoas passaram a acreditam que desejo não pode ser unilateral e que quando reprimido é necessário agredir quem o fez. Isso pode ser visto em festas por todo o país. E não é uma questão de educação ou acesso a informação: mulheres são agredidas por recusar investidas em todo tipo de lugar.
Quando eu era mais nova lembro que um cara, uma vez, queria ficar comigo. Minhas amigas ficavam com amigos dele, sempre saíamos juntos, mas eu não tinha a mínima vontade de nada além de tomar cerveja e dar risada na companhia dele. Entender isso não foi fácil e, um dia, durante uma festa na casa de um amigo, ele me pegou pelo pescoço, como se fosse me enforcar, apertando, e tentou me beijar.
Eu dei um tapa na cara dele e uma amiga minha ficou chocada. Ela tinha achado bonitinho o que ele fez, era uma prova de que ele queria muito ficar comigo. Para mim era apenas uma prova de que ele era uma pessoa extremamente perigosa.
Por que eu contei essa história? Porque no fim da pesquisa havia um espaço para contar histórias que transformaram quem você é e muitas delas têm ligação com esse tipo de agressão, vista como bonitinha por algumas pessoas. Outras delas falam sobre abusos sofridos por mulheres quando ainda eram crianças. De quem é a culpa?
Atração é uma coisa ótima. Agressão, não.
Cantada dá multa
Na Bélgica, por exemplo, as mulheres cansaram do assédio e a estudante de cinema Sofie Peeters resolveu gravar a reação dos homens quando ela andava nas ruas. O vídeo “Femme de la Rue” foi feito durante meses com uma câmera caseira. Os insultos eram tão degradantes que a prefeitura de Bruxelas resolveu que os “insultos verbais na rua” vão custar aos mal educados uma multa que varia de 75 a 250 euros. O flagrante não é algo difícil de fazer, né?!
A transformação
Poder sair de casa sem se importar com a roupa que se está usando, com os impropérios que se vai ouvir ou com as agressões que terá que lidar é o desejo de grande parte das mulheres – aquelas que entenderam que não são um artigo de decoração e que não existem apenas para o deleite masculino.
Nenhuma roupa, nenhum comportamento, nenhuma atitude justifica o abuso. Ser mulher não é sinônimo de ter de lidar com esse tipo de situação; ou pelo menos não deveria ser. Respeito não é coisa de gente fraca. Coisa de gente fraca é abusar de seu poder para o próprio deleite.
*Mariadapenhaneles