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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 02, 2014

Charge foto e frase do dia














































































































































Desmascarar a candidatura de Marina é desmascarar a nova cara que a extrema-direita pretende assumir no Brasil.

“Marina Silva é a nova cara da extrema-direita” e mais 1 atualizações

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685750-3816-it2Após 12 anos no governo, o PT vive um momento de grande desgaste. Por não querer contrariar os interesses dos capitalistas, especuladores e ruralistas, os governos de Lula e Dilma gerenciaram a economia durante a última década garantindo os super-lucros dos setores privilegiados. Na área social, o governo procurou atender alguns setores com reformas e ampliação do crédito, mas que não tocaram, de fato, na principal contradição que é a enorme desigualdade social que existe no Brasil somada às péssimas condições dos serviços públicos.
Em junho de 2013, ficou evidente para quem ainda não queria ver o grande descontentamento do povo para com essa política de conciliação.  A classe trabalhadora, com amplas parcelas da juventude à frente, foi às ruas para gritar em alto e bom som toda a sua revolta. O número de greves é o maior desde a década de 90 e, mesmo que seja necessário enfrentar as direções sindicais, os trabalhadores escolhem parar e exigir seus direitos.
No momento das eleições, toda essa revolta se expressou em uma importante rejeição à candidata do PT ao executivo nacional, até porque Dilma não apresentou nenhuma proposta que representasse um enfrentamento aos problemas do país. Dilma se propõe a ficar mais quatro anos no governo fazendo mais do mesmo.
Belo Horizonte, Junho 2013Belo Horizonte, Junho 2013
No entanto, todo o trabalho das organizações populares durante os anos de governo do PT não foi em vão. O povo brasileiro cresceu sua consciência política ao ponto de ver claramente que o PSDB é um partido que governa apenas para os ricos e de nenhuma maneira expressa uma mudança que beneficie os trabalhadores. Aécio Neves, candidato do PSDB, permanece com uma quantidade ridícula de intenções de voto para quem conta com o apoio total e irrestrito da mídia dos monopólios e dos banqueiros.
A rejeição ao PT, no entanto, está desaguando em uma candidatura que vem se mostrando tão reacionária quanto a do PSDB.
Após a morte de Eduardo Campos, Marina Silva assumiu candidatura a presidente se apresentando como portadora da novidade. Por ser mulher, negra, de origem nas lutas populares e por ter se desvinculado do PT em 2010, Marina conseguiu capitalizar o sentimento de transformação social e a fé na mudança política, principalmente, das parcelas mais jovens do povo. A história que Marina não conta, no entanto, é como ela conseguiu chegar lá, quem a apoia, financia, e quem está por trás de seu verdadeiro projeto político, projeto esse que ela prefere esconder ou desconversar.
Itaú e Natura, uma aliança das elites
Foi a associação com dois grandes capitalistas que deu a Marina Silva a estrutura para iniciar a construção de seu partido (REDE) e impulsionar suas candidaturas a presidente. Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú, e Guilherme Leal, bilionário dono da marca de cosméticos Natura e candidato a vice na chapa de Marina, se uniram para dar a Marina todo o dinheiro necessário para a construção da “nova política”.
O programa de Marina Silva e da REDE é dúbio e tergiversa sobre diversos pontos, menos no que diz respeito a manutenção da atual política econômica, que significa a retirada de dinheiro da saúde, educação e áreas sociais para pagar a dívida pública mantendo altos índices de juros. O próprio banco Itaú, além de ser devedor do fisco, é dono de muitos títulos da dívida brasileira.
Marina é, dessa maneira, apenas uma nova cara utilizada pela extrema-direita para expressar seu já velho e surrado programa de privatizações, aumento do controle dos financistas sobre a economia, arrocho salarial, ataque aos direitos trabalhistas e submissão do Brasil aos interesses dos países imperialistas.
Marina tenta se apropriar de tudo que cheire a novidade ou que represente a última moda, com o objetivo de disfarçar a velhice de seu programa. Caiu como uma luva sua religião evangélica, a mesma que está em crescimento no Brasil com o declínio da Igreja Católica em número de fiéis. Assim, a candidata não hesita em se dobrar diante de ameaças de pastores reacionários como Silas Malafaia, por exemplo.
A defesa do meio ambiente também é uma bandeira da moda que a candidata empunha sem disfarçar oportunismo. Não se encontra em seu discurso uma única crítica ao uso intensivo de agrotóxicos pelos ruralistas do agronegócio, um verdadeiro veneno que é posto em nossa mesa, e a defesa da reforma agrária também é um ponto esquecido.
Sobre todo o resto, não é possível ter certeza quem vai de fato governar. Se é Marina Silva, que não conta com o um partido constituído ou uma base social capaz de gerenciar o governo, ou se são os capitalistas que financiam e formulam sua campanha, e estão acostumados há anos na gestão do Estado.
Debater e explicar para a juventude
Fazer vencer o projeto da classe trabalhadora, o socialismo, significa também derrotar do ponto de vista ideológico o conteúdo e a forma da ideologia reacionária. É preciso explicar e debater com todos, mostrando que Marina é a nova cara do programa da extrema-direita, que foi derrotado na consciência de grande parte das pessoas e agora quer ressurgir com novos slogans e velhas práticas.
É preciso debater e explicar, em especial à juventude, que a novidade não está na forma do discurso, mas no conteúdo das ideias. São as ideias de igualdade social, fraternidade entre as pessoas e combate à exploração e ganância que representam o futuro, e não a velha proposta de manter a política econômica que beneficiou e vai continuar beneficiando os muito ricos.
Nesses pouco mais de 30 dias que faltam para as eleições, não podemos fingir que esse debate está acontecendo fora da nossa base social e que não nos diz respeito. Desmascarar a candidatura de Marina é desmascarar a nova cara que a extrema-direita pretende assumir no Brasil.
Jorge Batista, São Paulo
*AVERDADE

Dalmo Dallari reafirma 'absoluta necessidade' de reforma política no Brasil vídeo



Dalmo Dallari reafirma 'absoluta necessidade' de reforma política no Brasil

Votação popular para se posicionar sobre constituinte exclusiva e soberana para reformar o sistema político brasileiro ocorrerá entre amanhã e o próximo domingo
por Redação RBA publicado 29/08/2014 18:00, última modificação 01/09/2014 13:55
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Participação popular em decisões como essa é assegurada pelo modelo democrático da Constituição de 1988
São Paulo – Às vésperas do Plebiscito Constituinte, que começa amanhã (1º) e vai até domingo (7), o jurista Dalmo Dallari reafirma a “absoluta necessidade” de que o país passe por uma reforma política para o aperfeiçoamento do sistema democrático brasileiro.  Dallari critica a baixa representatividade do Congresso Nacional e o excesso de partidos políticos, e reforça a importância da participação popular na formulação de uma nova Constituição. A reforma do sistema político foi proposta pela presidenta Dilma Rousseff (PT), após as manifestações populares de junho de 2013.
“É preciso fazer o aperfeiçoamento, por exemplo, do próprio Congresso Nacional. É reconhecido que ele tem pouca representatividade, que o sistema eleitoral favorece a interferência do fator econômico e de outros fatores que deformam a representação. Muitos dos que estão lá por mandato não são representantes do povo”, diz o jurista, em vídeo produzido pela equipe de TV do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “É muito importante que as pessoas respondam para que a decisão final possa ser efetivamente baseada na vontade do povo.”
A participação popular em decisões como essa é assegurada pelo modelo democrático da Constituição de 1988. No artigo 1º, o texto garante que todo o poder vem do povo e será exercido diretamente por ele ou pelos representantes. Para isso, o documento estabelece formas de participação do povo: eleição, plebiscito e referendo. O plebiscito é uma pergunta que se faz à população para que depois seja tomada uma decisão, ao contrário do referendo, que se pergunta algo após alguma decisão.
“Normalmente, quando se faz um plebiscito são colocadas questões complexas, que envolvem várias possibilidades. Ele é feito para que o povo saiba precisamente o que está sendo perguntado e consciência das consequências de uma resposta. Quem financia os partidos? E as eleições? Tudo isso faz parte da reforma política”, explica Dallari.
O plebiscito é organizado por entidades e movimentos sociais que realizam trabalho popular de esclarecimento e conscientização. Durante toda a Semana da Pátria, além da votação, ocorrerão atividades como palestras, audiências públicas, debates, rodas de conversa, atividades culturais e cursos sobre a necessidade de uma reforma política. Para mais informações, acesse o site do Plebiscito.
*RedeBrasilAtual