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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 02, 2014

Dalmo Dallari reafirma 'absoluta necessidade' de reforma política no Brasil vídeo



Dalmo Dallari reafirma 'absoluta necessidade' de reforma política no Brasil

Votação popular para se posicionar sobre constituinte exclusiva e soberana para reformar o sistema político brasileiro ocorrerá entre amanhã e o próximo domingo
por Redação RBA publicado 29/08/2014 18:00, última modificação 01/09/2014 13:55
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Participação popular em decisões como essa é assegurada pelo modelo democrático da Constituição de 1988
São Paulo – Às vésperas do Plebiscito Constituinte, que começa amanhã (1º) e vai até domingo (7), o jurista Dalmo Dallari reafirma a “absoluta necessidade” de que o país passe por uma reforma política para o aperfeiçoamento do sistema democrático brasileiro.  Dallari critica a baixa representatividade do Congresso Nacional e o excesso de partidos políticos, e reforça a importância da participação popular na formulação de uma nova Constituição. A reforma do sistema político foi proposta pela presidenta Dilma Rousseff (PT), após as manifestações populares de junho de 2013.
“É preciso fazer o aperfeiçoamento, por exemplo, do próprio Congresso Nacional. É reconhecido que ele tem pouca representatividade, que o sistema eleitoral favorece a interferência do fator econômico e de outros fatores que deformam a representação. Muitos dos que estão lá por mandato não são representantes do povo”, diz o jurista, em vídeo produzido pela equipe de TV do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “É muito importante que as pessoas respondam para que a decisão final possa ser efetivamente baseada na vontade do povo.”
A participação popular em decisões como essa é assegurada pelo modelo democrático da Constituição de 1988. No artigo 1º, o texto garante que todo o poder vem do povo e será exercido diretamente por ele ou pelos representantes. Para isso, o documento estabelece formas de participação do povo: eleição, plebiscito e referendo. O plebiscito é uma pergunta que se faz à população para que depois seja tomada uma decisão, ao contrário do referendo, que se pergunta algo após alguma decisão.
“Normalmente, quando se faz um plebiscito são colocadas questões complexas, que envolvem várias possibilidades. Ele é feito para que o povo saiba precisamente o que está sendo perguntado e consciência das consequências de uma resposta. Quem financia os partidos? E as eleições? Tudo isso faz parte da reforma política”, explica Dallari.
O plebiscito é organizado por entidades e movimentos sociais que realizam trabalho popular de esclarecimento e conscientização. Durante toda a Semana da Pátria, além da votação, ocorrerão atividades como palestras, audiências públicas, debates, rodas de conversa, atividades culturais e cursos sobre a necessidade de uma reforma política. Para mais informações, acesse o site do Plebiscito.
*RedeBrasilAtual

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