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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 16, 2014

Jânia






"A Dilma há 4 anos vem sendo chamada de poste, anta, feia, burra, bandida, terrorista. Teve sua sexualidade questionada várias vezes (como se isso importasse alguma coisa). Mandaram-na tomar no cu, em coro, durante toda a Copa. E NUNCA a mídia e oposição se manifestaram em seu favor.
Nenhuma palavra foi dita por Marina. Agora, que tem seu programa de governo questionado — e não sua honra, sua moral, sua índole, como Collor fez com Lula em 1989 e como Serra também o fez em 2002 e 2010 — agora, se faz de vítima, com apoio da imprensa, óbvio.
Não são boatos, nem mentiras. Seu programa diz SIM que vai tirar a prioridade do pré-sal. Diz SIM que vai acabar com a política de conteúdo nacional (que é um dos principais benefícios do pré-sal).
Diz, com todas as letras, que vai diminuir a participação dos bancos públicos no financiamento das políticas governamentais, desmontando o Minha Casa Minha Vida e o Pronaf.
E defende SIM a INDEPENDÊNCIA, em lei, do Banco Central, o que é bem diferente de autonomia. Portanto, Marina, por favor, não se faça de vítima e não se compare a Gandhi, nem a Lula. Se não aguenta meia dúzia de ataques a seu programa de governo — que não resistem a três tweets do Malafaia — pede pra sair." por Xamego Estilizado
Descurtir*Bastidoresdamidia

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