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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 24, 2014

Haddad recebe 10 terrenos do INSS para transformar em moradia popular


DIEGO ZANCHETTA
Quinta-Feira 18/09/14 12:34

Geraldo Alckmin (PSDB) e Haddad pretendem usar esses terrenos para dar início à produção de até 20 mil unidades habitacionais na região central da cidade. O governo municipal apoiará o projeto com cerca de R$ 400 milhões, dos quais R$ 300 milhões são de um fundo municipal que recebe recursos de contrapartida da Sabesp, concessionária do abastecimento da capital paulista.

Em meio à crescente tensão entre movimentos de moradia e os governos estadual e municipal, o prefeito Fernando Haddad (PT) enviou projeto à Câmara Municipal pedindo autorização para receber 10 terrenos do INSS avaliados em R$ 106,5 milhões. O pagamento do órgão do governo federal faz parte de uma dívida com o município. Os prédios serão reformados e transformados em habitação popular por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) entre a Prefeitura e o governo estadual.
Geraldo Alckmin (PSDB) e Haddad pretendem usar esses terrenos para dar início à produção de até 20 mil unidades habitacionais na região central da cidade. O governo municipal apoiará o projeto com cerca de R$ 400 milhões, dos quais R$ 300 milhões são de um fundo municipal que recebe recursos de contrapartida da Sabesp, concessionária do abastecimento da capital paulista.
O problema é que Haddad e Alckmin vão ter que arrumar uma solução para desocupar esses prédios. Dois deles já estão ocupados pela Frente de Luta por Moradia (FLM) no centro: um na Rua José Bonifácio e outro na Avenida 9 de Julho.
A FLM é a entidade responsável pela ocupação da Avenida São João onde houve confrontos na terça-feira entre sem-teto e a Tropa de Choque. Cerca de 80 pessoas foram detidas e pelo menos 10 ficaram feridas. Para reformar esses dois prédios invadidos e transformá-los em moradia popular, Prefeitura e Estado também vão precisar pedir a reintegração de posse desses edifícios.
Outros três terrenos doados pelo governo federal à Prefeitura ficam na região de Heliópolis, na região onde está a maior favela de São Paulo, com cerca de 200 mil moradores.
Segue link para texto do projeto que pede autorização dos vereadores para incorporar os terrenos do INSS ao patrimônio da Prefeitura.
 http://bit.ly/1uWVAaY
O ENDEREÇO DOS TERRENOS
1- Rua José Bonifácio, 237
2- Rua General Rondon, 52/58
3- Rua General Rondon, 82
4- Rua Almirante Marques Leão, 202
5- Rua Piauí, 527
6- Av. 9 de Julho, 584
7- Av. Almirante Delamare, 2867
8- Av. Almirante Delamare, 2911
9- Av. Almirante Delamare, 2925
10- Av. Carioca, esquina com Rua Maciel Parente

*OESP

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