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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 10, 2014

Descaso tucano

Governo de SP não repassou R$ 2 bi às universidades e PT vai a Justiça cobrar providências



Baseado em informações oficiais, o governo do Estado deixou de repassar às universidades estaduais paulistas – USP, Unicamp e Unesp - R$ 2 bilhões, entre 2008 e 2013. 

Os valores são referentes a DESCONTOS nos repasses do ICMS que estariam em desacordo com o estabelecido nas Leis de Diretrizes Orçamentárias, que determinam a incidência do percentual de 9,57%, sem mencionar qualquerDESCONTO.

Diante disso, os deputados do PT, João Paulo RilloCarlos Neder e Telma de Souzaprotocolaram representação junto ao Ministério Público Estadual contra o secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi, por violar o princípio da administração pública da legalidade.

“O que queremos é a imediata investigação para que se apure esse descumprimento das Leis de Diretrizes Orçamentárias e que se tome as providências para que sejam recuperadas asfinanças das universidades públicas estaduais. Não podemos assistir calados ao desmonte destas instituições promovidos pela má gestão do PSDB em São Paulo”, esclarece João Paulo Rillo, líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa.

Leia abaixo, em anexo, a representação do PT encaminhada ao Ministério Público Estadual.

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