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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, janeiro 17, 2015
sexta-feira, janeiro 16, 2015
Ministério Público abre três investigações para apurar obras da sabesp e metro sp
Lava Jato fecha cerco a Sabesp e Metrô. Tucanos e imprensa se calam
Ministério Público abre três investigações para apurar suspeita de pagamento de propinas pelo doleiro Youssef em obras paulistas
Por Rede Brasil Atual
O Ministério Público de São Paulo abriu três investigações para apurar suspeita de pagamento de propinas pelo doleiro Alberto Youssef em obras paulistas. Duas miram contratos de estatais do governo paulista sob gestão do PSDB: a empresa de saneamento e abastecimento Sabesp, e o Metrô. Com Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, os tucanos estão no poder há mais de 20 anos no estado.
Quando o primeiro tucano assumiu São Paulo , em 1995, já havia perto de 45 quilômetros de metrô. Desde então, meros 33 quilômetros foram acrescentados. Um ritmo de tartaruga. Mas em passos gigantes nas denúncias de corrupção.
A terceira envolve obras na Petrobras em unidades paulistas, já em investigação no âmbito federal. Obras da Sabesp e Metrô aparecem entre 747 contratos listados em uma planilha apreendida com Youssef em março pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato. A planilha registra as empreiteiras ligadas às obras, muitas nada tendo a ver com a Petrobras, ao lado de valores com indícios de suborno, segundo os promotores.
Existem R$ 28,8 milhões suspeitos de serem propina na Sabesp. Os valores aparecem ao lado de três obras, a estação de tratamento de água Jurubatuba, no Guarujá, a adutora Guaraú-Jaguará, na Grande São Paulo, e tubulação da Sabesp, em Franca.
Na parte referente ao Metrô, a quantia de R$ 7,9 milhões, também suspeita de referir-se a propina, está associada à obra da Vila Prudente. Se as investigações confirmarem as suspeitas, é mais um escândalo a somar-se aos subornos de Alstom e Siemens.
Outro doleiro pego na Operação Lava Jato, Raul Henrique Srour, conforme outra investigação internacional feita pela Procuradoria de Luxemburgo, movimentou dinheiro irregular da Siemens, também suspeito de tratar-se de intermediação de propinas, no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, conforme já noticiamos aqui.
A análise da planilha de Youssef ainda não terminou e outras investigações podem ser abertas pelo Ministério Público paulista nos próximos dias, segundo o promotor de Justiça Otávio Ferreira Garcia.
A notícia, divulgada discretamente pelo jornal Folha de S. Paulo, chega em um mau momento político para o governador Geraldo Alckmin, às voltas com o racionamento de água em São Paulo.
Como se não bastasse a falta de investimentos na ampliação e segurança do abastecimento – com a opção da Sabesp de distribuir mais lucros aos acionistas nos últimos anos, inclusive da Bolsa de Valores de Nova York –, a suspeita de que o dinheiro da tarifa d`água tenha ido para bolsos escusos no esquema Youssef não contribui para melhorar o humor do paulistano na hora em que abre a torneira e não sai água.
Esperamos que a imprensa amiga dos tucanos não abafe o caso e que venham as condenações na Justiça, com devolução dos lucros obtidos fora dos trilhos e aplicação rigorosa das penas estabelecidas em lei. O exemplo servirá para começar a demolir um grande obstáculo ao transporte de massa em São Paulo.
Quando o primeiro tucano assumiu São Paulo , em 1995, já havia perto de 45 quilômetros de metrô. Desde então, meros 33 quilômetros foram acrescentados. Um ritmo de tartaruga. Mas em passos gigantes nas denúncias de corrupção.
A terceira envolve obras na Petrobras em unidades paulistas, já em investigação no âmbito federal. Obras da Sabesp e Metrô aparecem entre 747 contratos listados em uma planilha apreendida com Youssef em março pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato. A planilha registra as empreiteiras ligadas às obras, muitas nada tendo a ver com a Petrobras, ao lado de valores com indícios de suborno, segundo os promotores.
Existem R$ 28,8 milhões suspeitos de serem propina na Sabesp. Os valores aparecem ao lado de três obras, a estação de tratamento de água Jurubatuba, no Guarujá, a adutora Guaraú-Jaguará, na Grande São Paulo, e tubulação da Sabesp, em Franca.
Na parte referente ao Metrô, a quantia de R$ 7,9 milhões, também suspeita de referir-se a propina, está associada à obra da Vila Prudente. Se as investigações confirmarem as suspeitas, é mais um escândalo a somar-se aos subornos de Alstom e Siemens.
Outro doleiro pego na Operação Lava Jato, Raul Henrique Srour, conforme outra investigação internacional feita pela Procuradoria de Luxemburgo, movimentou dinheiro irregular da Siemens, também suspeito de tratar-se de intermediação de propinas, no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, conforme já noticiamos aqui.
A análise da planilha de Youssef ainda não terminou e outras investigações podem ser abertas pelo Ministério Público paulista nos próximos dias, segundo o promotor de Justiça Otávio Ferreira Garcia.
A notícia, divulgada discretamente pelo jornal Folha de S. Paulo, chega em um mau momento político para o governador Geraldo Alckmin, às voltas com o racionamento de água em São Paulo.
Como se não bastasse a falta de investimentos na ampliação e segurança do abastecimento – com a opção da Sabesp de distribuir mais lucros aos acionistas nos últimos anos, inclusive da Bolsa de Valores de Nova York –, a suspeita de que o dinheiro da tarifa d`água tenha ido para bolsos escusos no esquema Youssef não contribui para melhorar o humor do paulistano na hora em que abre a torneira e não sai água.
Esperamos que a imprensa amiga dos tucanos não abafe o caso e que venham as condenações na Justiça, com devolução dos lucros obtidos fora dos trilhos e aplicação rigorosa das penas estabelecidas em lei. O exemplo servirá para começar a demolir um grande obstáculo ao transporte de massa em São Paulo.
*PT
Ta. OK! Eu decidi ouvir esse papo de meritocracia...
Mesmo vivendo em ambientes violentos, onde o odor é de carniça e as ruas são pintadas de sangue.
É, eu acordei, cedo... Fui trabalhar, das 6 até as 18, logo em seguida corri pra escola. Tinha que trabalhar, afinal, o sustento da minha própria casa era bancado por esse trampo. Não bastava minha mae ser auxiliar de limpeza e meu pai pedreiro, isso não garantia o pão do dia, eu também tinha que trabalhar. Chegando na escola, correndo, cansada, torcendo pra não chegar atrasada. Ufa, consegui. Montei um grupo de estudos junto com os professores e alunos, esse ano tem Enem e aqui na quebrada todo mundo tem um sonho em comum: ser alguém dentro desse sistema, já que a certeza é que não seremos nada. Queremos tirar nossos pais e nossa familia dessa vida difícil, queremos tirar nossos entes queridos do pesadelo que é não saber se iremos acordar vivos no dia seguinte.
Pois é. Nós estudamos o ano todo, nos esforçamos, assim como diz o mandamento da meritocracia. Me parece que não deu muito certo, foi um ano difícil, mal dormi, mal comi, mal vivi, fingi ter acreditado naquela historia que me contaram e talvez esse tenha sido não só o meu maior medo, mas o maior erro de todos nós.
O sistema atualiza, Lan house cheia, a dor no silêncio ecoa. A maior nota da turma foi 406,6.
Qual é a pegadinha dessa vez? Não nos esforçamos o bastante? Sera que nossos pais não se esforçaram o bastante para que pudessem pagar cursinhos e vestibulares para nós? Será que meus ancestrais não se esforçaram o bastante e por isso foram escravizados? Sera que é por esse motivo que não consigo ser ninguém? Sera que é por esse motivo que nos não conseguimos ser alguem dentro da lógica daquilo que o sistema acredita ser alguém?
Acho que o nosso maior erro foi acreditar na ilusão meritocrática de que o mundo que foi construído por nós, também é nosso...
*Enegrecendo Ideias Anarquistas
Mesmo vivendo em ambientes violentos, onde o odor é de carniça e as ruas são pintadas de sangue.
É, eu acordei, cedo... Fui trabalhar, das 6 até as 18, logo em seguida corri pra escola. Tinha que trabalhar, afinal, o sustento da minha própria casa era bancado por esse trampo. Não bastava minha mae ser auxiliar de limpeza e meu pai pedreiro, isso não garantia o pão do dia, eu também tinha que trabalhar. Chegando na escola, correndo, cansada, torcendo pra não chegar atrasada. Ufa, consegui. Montei um grupo de estudos junto com os professores e alunos, esse ano tem Enem e aqui na quebrada todo mundo tem um sonho em comum: ser alguém dentro desse sistema, já que a certeza é que não seremos nada. Queremos tirar nossos pais e nossa familia dessa vida difícil, queremos tirar nossos entes queridos do pesadelo que é não saber se iremos acordar vivos no dia seguinte.
Pois é. Nós estudamos o ano todo, nos esforçamos, assim como diz o mandamento da meritocracia. Me parece que não deu muito certo, foi um ano difícil, mal dormi, mal comi, mal vivi, fingi ter acreditado naquela historia que me contaram e talvez esse tenha sido não só o meu maior medo, mas o maior erro de todos nós.
O sistema atualiza, Lan house cheia, a dor no silêncio ecoa. A maior nota da turma foi 406,6.
Qual é a pegadinha dessa vez? Não nos esforçamos o bastante? Sera que nossos pais não se esforçaram o bastante para que pudessem pagar cursinhos e vestibulares para nós? Será que meus ancestrais não se esforçaram o bastante e por isso foram escravizados? Sera que é por esse motivo que não consigo ser ninguém? Sera que é por esse motivo que nos não conseguimos ser alguem dentro da lógica daquilo que o sistema acredita ser alguém?
Acho que o nosso maior erro foi acreditar na ilusão meritocrática de que o mundo que foi construído por nós, também é nosso...
*Enegrecendo Ideias Anarquistas
Polícia de Miami usa fotos de criminosos negros em treinamento de tiro
A polícia de North Miami Beach usou estas fotos, admitiu em entrevista à rede NBC6 o chefe local, J. Scott Dennis, acrescentando que nenhuma lei foi violada.
"Não houve transgressão de nossas políticas... Não haverá medidas disciplinares para os policiais envolvidos nisto", afirmou Dennis.
De qualquer maneira, Dennis garantiu que os policiais não utilizarão mais fotos de prisioneiros para os exercícios de tiro.
O chefe de polícia destacou que as fotos não eram apenas de criminosos negros, mas também de "brancos e hispânicos", o que descarta motivação racial.
O uso das fotos foi denunciado por uma sargento da Guarda Nacional da Flórida que treinou no campo de tiro Medley Firearms, após exercícios no local de agentes da polícia de North Miami Beach, e viu uma foto do próprio irmão sendo utilizada como alvo.
"Me perguntei porque estavam usando meu irmão como alvo", disse a sargento Valerie Deant. Todas as fotos "eram de homens negros".
A foto de Woody Deant foi tirada no ano 2000, quando o homem esteve preso.
"Agora sou um pai, marido, tenho uma carreira, um trabalho", afirmou Woody Deant.
-- Folha Online
FRANÇA PRENDE HUMORISTA QUE FAZ CRÍTICAS A JUDEUS
Poucos dias depois da marcha em defesa da liberdade e contra o terror (com a presença de Benjamin Netanyahu), a França expôs suas contradições; o comediante francês Dieudonné, conhecido por suas críticas ao judaísmo, foi preso ao comentar em seu Facebook que se sente como Charlie Coulibaly (sobrenome de um dos terroristas); em sua defesa, Dieudonné disse que seu humor não difere do feito pelo Charlie, que estimulava preconceito contra muçulmanos
14 DE JANEIRO DE 2015 ÀS 06:40
247 – Após convocar uma marcha pela liberdade e contra o terror, com a presença de líderes mundiais como o israelense Benjamin Netanyahu, o governo francês expõe suas contradições ao mandar prender o comediante francês Dieudonné.
O humorista, conhecido por suas críticas ao judaísmo, foi interpelado em sua casa, em frente aos seus filhos, por ordem do primeiro-ministro Bernard Cazeneuve, sobre a acusação de incitar o terrorismo nas redes sociais.
No Facebook, ele comentou que se sente como Charlie Coulibaly (sobrenome de um dos terroristas): "Após essa marcha histórica, digo mais... lendária! Um momento mágico como o Big Bang que criou o universo! ...ou em um grau mais local, comparável à coroação de Vercingétorix [rei gaulês da antiguidade], eu enfim entro em casa. Sabe que essa noite, no que me diz respeito, eu me sinto como Charlie Coulibaly", escreveu.
Em sua defesa, Dieudonné disse que seu humor não difere do feito pelo Charlie, que estimulava preconceito contra muçulmanos
No ano passado, o comediante foi alvo de outra ação do governo de François Hollande, em ofício pedindo para que todas as prefeituras cancelassem seus shows de stand-up.
*247
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