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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, janeiro 23, 2015

O economista burguês cujo cérebro limitado não sabe distinguir entre a forma aparente e o que nela está oculta...”

A essência do trabalho assalariado
“... O processo de produção se inicia com a compra da força de trabalho por determinado tempo e esse começo se renova sempre que se extingue o prazo estipulado, tendo decorrido assim determinado período de produção, semana, mês, etc. Mas, o trabalhador só é pago depois de ter empregado sua força de trabalho e depois de se terem materializado nas mercadorias o valor dessa força e a mais valia. Assim, produziu ele a mais valia, provisoriamente considerada o fundo de consumo do capitalista, além de produzir o fundo para seu próprio pagamento, o capital variável, antes de este chegar às suas mãos sob a forma de salário. E só terá emprego enquanto reproduzir continuamente esse capital variável... O que vai para o trabalhador sob a forma de salário é uma parte do produto por ele constantemente reproduzido. Na verdade, o capitalista paga-lhe em dinheiro, mas esse dinheiro não é mais do que a forma a que se converte o produto do trabalho, ou mais precisamente, uma parte dele. Enquanto o trabalhador transforma meios de produção em produto, seu produto anterior no mercado se transforma em dinheiro. É com o trabalho da semana anterior ou do semestre precedente que se paga o trabalho de hoje ou do semestre em curso. A ilusão gerada pela forma dinheiro desaparece logo que se consideram a classe capitalista e a classe trabalhadora e não o capitalista e o trabalhador isoladamente. A classe capitalista dá constantemente à classe trabalhadora, sob a forma de dinheiro, letras que a habilitam a receber parte do produto que produziu e do qual aquela se apoderou. Mas, o trabalhador devolve continuamente essas letras à classe capitalista, para receber a parte do produto dele mesmo, que lhe é atribuída. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam a operação.
O capital variável, portanto, é uma forma histórica particular em que aparece o fundo dos meios de subsistência ou o fundo do trabalho, do qual precisa o trabalhador para manter-se e reproduzir-se e que ele mesmo tem de produzir e reproduzir em todos os sistemas de produção social. Esse fundo flui continuamente para ele sob a forma de meios de pagamento de seu trabalho, pois seu próprio produto se afasta sempre dele sob a forma de capital. Mas, a forma sob que aparece o fundo em nada altera a circunstância de o capitalista antecipar ao trabalhador o que já é na realidade trabalho materializado por este. Vejamos o caso de um camponês no sistema feudal. Trabalha com seus próprios instrumentos de produção, em sua própria terra, digamos, 3 dias por semana. Os outros 3 dias trabalha como servo, na terra senhorial. Reproduz constantemente seu próprio fundo de trabalho, e este nunca assume, para ele, a forma de meio de pagamento desembolsado por outra pessoa, em troca de seu trabalho. Em compensação, seu trabalho compulsório e gratuito nunca toma a forma de trabalho voluntário e pago. Se o senhor se apoderasse do campo, dos animais, sementes, enfim dos meios de produção do servo, daí em diante este teria de vender-lhe a própria força de trabalho. Não se alterando as demais condições, teria de continuar trabalhando 6 dias na semana, 3 dias para si mesmo e 3 dias para o senhor transformado em capitalista. Continuaria utilizando os meios de produção e transferindo seu valor ao produto. Uma parte determinada do produto continuaria sendo utilizada na reprodução. Ao tomar o trabalho de servo a forma de trabalho assalariado, o fundo de trabalho que continua sendo produzido e reproduzido pelo camponês toma a forma de um capital desembolsado em seu favor pelo patrão. O economista burguês cujo cérebro limitado não sabe distinguir entre a forma aparente e o que nela está oculta...”
(MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política – processo de produção do capital – livro 1, vol. 2. 5ª ed. Trad. Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 660-662 )

  • A essência do trabalho assalariado.
  • *FB

VIVA LULA!!!! ele foi o governante pioneiro dessa estrada sem volta, iniciador de uma revolução silenciosa e irreversível para desespero dos famigerados e preconceituosos egoístas da nossa decadente elite...

Lula e Josué, os dois filhos do Brasil....
LULA, é hoje o homem mais perseguido, odiado e execrado pela MÍDIA oficial do sistema mercantil criminoso, e pelos seus amestrados e raivosos seguidores ("coxinhas"), os quais sem nunca terem sentido a fome, que é o grande escândalo da humanidade nos dois últimos séculos, nem entenderem os reais motivos da fome ser estrutural e sistêmica, pois além de ignorarem o processo que a gera, são insensíveis a tal flagelo tão perverso ..Lendo "DESTRUIÇÃO EM MASSA" de Juan Siegler, consultor para alimentação da FAO-ONU, livro baseado segundo seu próprio autor, no antológico "GEOPOLÍTICA DA FOME"- do nosso Josué de Castro, o médico sanitarista brasileiro, nordestino, que denunciou ao mundo lá nos idos dos anos 50, a barbárie do latifúndio monocultor como causador direto da fome e da miséria das massas camponesas nordestinas escravizadas, desmistificando com dados e estatísticas, a ladainha elitista de que a causa dessas tragédias estaria focada exclusivamente no clima árido e seco. Instei-me a refletir sobre duas coisas e duas personalidades do nosso Brasil atual : cito o dito "santo de casa não faz milagres" mesmo...porque pouquíssimos brasileiros sabem quem foi Josué de Castro, cujo busto de bronze jaz postado em frente a sede da ONU em New York, este desconhecimento deve-se também a omissão proposital da mídia patronal e deformadora da verdade dos fatos, ele que foi um sanitarista de alto nível, humanista, estudioso dos contraditórios fenômenos sócio políticos da nossa sociedade, que foi banido injustamente pelo golpe em 64, tornando-se no exilio (na França professor emérito na renomada Sorbonne) , reconhecido por qualidades e suas virtudes intelectuais por todo o planeta, menos por aqui, e que acabou falecendo de "Banzo" : (saudades do seu Brasil amado), e que a ditadura civil militar negou-lhe conceder-lhe passaporte de regresso por divergirem ideologicamente do entreguista modelo aqui implantado, não concedeu o visto de regresso, cruelmente, mesmo ele já sendo um enfermo em estado terminal...o ódio tem classe.
A outra reflexão é sobre um outro cidadão brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, vulgo Lula, o ex-líder sindical, nordestino também, que ousou chegar à presidência do País, fazendo com que pela primeira vez um governo centrasse suas prioridades administrativas na tragédia da fome conjuntural e estrutural, sofrida pela maioria do nosso povo, como bem explica o significado literal disso o notável sociólogo Juan Siegler. Lula prometeu três refeições diária a todos brasileiros, isso logo no seu discurso de posse, e de que iria lutar contra um inimigo que ele conheceu bem de perto na infância e sabia exatamente o que faria para derrotar tal flagelo assassino. Nossa mídia, ocultamente sempre inimiga dos benéficos projetos populares, porta voz oficial dos interesses mais mesquinhos e inconfessáveis das classes dominantes, as quais jamais passaram necessidades materiais alguma, arraigadas ao egoísmo crônico, com ausência total de solidariedade fraterna; ao invés de reconhecerem nesta promessa um mérito ou no mínimo uma dívida a ser cobrada caso não viesse a ser cumprida, iniciou-se de imediato e por aí mesmo, a campanha ininterrupta de desconstrução da sua imagem de homem público ...de forma premeditada e cotidiana, as páginas dos velhos jornais conservadores e as tvs tradicionais, que apoiaram e se enricaram com o golpe de 64...”manchetam” de modo torpe, injusto e canalha, o mito de que o presidente Lula seria apenas mais um político "demagogo e populista " além de "alcoólatra inveterado", o que mais tarde seria acrescentado por links de corrupto e ladrão...um saco sem fundo de infâmias e falsas acusações. Assim como fizeram com Getúlio Vargas em 1954, e depois com João Goulart em 64, dois presidentes que ousaram amparar o desprotegido e sempre explorado trabalhador nacional, e batalham avidamente a cada eleição para desmoraliza-lo e destruindo-o perante o povo brasileiro, como o fizeram nestas últimas eleições, tentando repetir o mesmo filme da desconstrução de 54 e 64, ... “O mar de lama nº 3”, baseado no velho e falso denuncismo udenista. Entretanto, e felizmente, não obtiveram mais seu pleno “sucesso de bilheteria”, como no passado com Vargas e Goulart, apesar dos estragos causados na sua imagem, o povão simples o adora, porque sentiu na própria pele e no estomago, que pela primeira vez na história da republica do país “alguém lá de cima" "olhou” verdadeiramente para eles. Descobriram que a democracia é algo mais ampla: não se restringe apenas nas liberdades políticas, ela e integralizada quando atinge a economia...distribui a renda concentrada em pouquíssimas mãos...por isso VIVA LULA!!!! ele foi o governante pioneiro dessa estrada sem volta, iniciador de uma revolução silenciosa e irreversível para desespero dos famigerados e preconceituosos egoístas da nossa decadente elite...

*HorácioFeres


quinta-feira, janeiro 22, 2015

Cristina Kirchner diz estar 'convencida' de que morte de promotor não foi suicídio

Para a mandatária, Alberto Nisman se baseou em 'pistas falsas' para acusá-la e a morte dele é uma 'operação contra o governo'
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse estar “convencida” de que a morte do fiscal Alberto Nisman “não foi um suicídio”. Em carta publicada nesta quarta-feira (22/01) em seu blog, a mandatária confrma a tese de alguns analistas de que foram apresentadas “pistas falsas” a Nisman, e diz que a morte dele é uma “operação contra o governo”.
Agência Efe

Nisman vivia no bairro Puerto Madero, em Buenos Aires, e tinha sofisticado aparato de segurança para garantir sua integridade física
O fiscal, que denunciou um suposto encobrimento, por parte da presidente e de altos funcionários do governo, do atentado terrorista realizado contra a AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina), há 21 anos, foi encontrado morto no domingo (18/01), com um tiro na cabeça, um dia antes de comparecer no Congresso para dar detalhes sobre a denúncia.
“A denúncia de Nisman nunca foi em si mesma a verdadeira operação contra o governo. Nisman não sabia e provavelmente nunca soube. A verdadeira operação contra o governo foi a morte do fiscal depois de acusar a presidente, seu chanceler e o secretário geral do La Cámpora de ser encobridores dos iranianos acusados pelo atentado terrorista à AMIA”, afirmou.  
A mandatária menciona alguns artigos publicados pela imprensa argentina, entre eles a análise de Raúl Kollmann, publicado pelo jornal Página/12 que, segundo ela, derruba como um “castelo de cartas” o que fora apresentado como “denúncia do século”.
Divulgação

Mensagens enviada por Nisman a amigos foi usada por mandatária para questionar tese de suicídio

Em discurso no Congresso, Obama pede fim do embargo a Cuba e ação mais forte contra EI

Líder de movimento anti-islã que tirou foto com bigode de Hitler renuncia na Alemanha

Imigração é principal tema da primeira reunião entre EUA e Cuba após reatamento de relações

Após relembrar casos de supostos suicídios e que seguem sem esclarecimentos adequados, Kirchner acrescenta que “o usaram vivo e depois precisaram dele morto” e pontua uma série de questionamentos ao caso da morte de Nisman. “Por que iria se suicidar se não sabia que era falsa a informação que tinha? Porque iria se suicidar alguém que sendo fiscal gozava, ele e sua família, de uma excelente qualidade de vida? Por que foi autorizado o acesso à casa de Nisman a um médico privado de uma obra social antes de informar o juiz, os superiores, os forenses?”.
“Hoje não tenho provas, mas tampouco tenho dúvidas”, disse Kirchner, para quem o caso foi trazido à tona para aproveitar a comoção mundial decorrente do atentado terrorista na França.
Wikicommons

O atentado contra o AMIA, considerado o pior ato terrorista da história argentina, matou 85 pessoas e feriu cerca de 300 em 1994
Entenda o caso
O atentado à AMIA, em 1994, foi o maior ato terrorista já realizado na Argentina, matando 85 pessoas. 
Em 2006, uma decisão da Justiça argentina considerou o governo iraniano culpado de ter planejado o atentado, que teria sido executado pelo grupo libanês Hezbollah, com ajuda do Irã, que nega as acusações.
A pedido da Argentina, a Interpol determinou ordem de captura de cinco cidadãos iranianos e um libanês. Na lista dos acusados, estão iranianos que ocupavam altos postos no governo do então presidente Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997) – entre eles, o ex-ministro da Defesa Ahmad Vahidi e o próprio Rafsanjani.
*OperaMundi

Absolvido Legalize já

Afinal, maconha faz bem ou mal?





Afinal, maconha faz bem ou mal?
Caminhos depois da reclassificação do CBD

Gerivaldo Neiva *

Depois da decisão da Anvisa de reclassificar o Canabidiol (CBD), substância extraída da planta conhecida como Cannabis Sativa (Maconha), da categoria deproibida para controlada e enquadrada na lista C1 da Portaria 344/98, que regula define os controles e proibições de substâncias no país, muitas pessoas devem estar a se perguntar: - Afinal, maconha faz bem ou mal?
Na verdade, existe uma planta, obra da natureza, da qual se pode extrair, como milhares de outras plantas sobre o planeta, diversas substâncias com as mais diversas características. Então, assim como a Cannabis, também as plantas que derivam o ópio ou a cocaína, são apenas plantas e não existe um código natural definido por Deus ou Adão para que sejam rotuladas como plantas boas ou plantas más. Como se sabe, aliás, outras plantas produzem substâncias venenosas para a vida humana e que pode levar, inclusive, ao óbito. Mesmo assim, continuam sendo apenas plantas encontradas na natureza.
Entretanto, decisões de organismos internacionais definiram, baseados em interesses econômicos ou geopolíticos, quais as plantas que seriam lícitas ou ilícitas. Neste jogo, aquelas que destilam ou fermentam álcool ou que servem para a fabricação de cigarros de tabaco ficaram de um lado e as que servem para serem mascadas pelos povos andinos ou fumadas por negros, latinos, pobres ou periféricos ficaram de outro lado. Umas seriam legais e outras ilegais. Então, o código da legalidade ou ilegalidade não está nas plantas, mas na rotulação que outros interesses lhes dão.
No caso brasileiro, o artigo 1º da Lei 11.343/06, parágrafo único, utilizando-se o que a dogmática penal define como Lei Penal em Branco, laconicamente, define drogas como sendo “substâncias ou produtos que podem causar dependência” e transfere para o Poder Executivo a responsabilidade de relacionar em listas quais seriam essas substâncias.  Mais adiante, o artigo 2º amplia a proibição para o“plantio, cultura, colheita e exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzida drogas”. Aqui, por exemplo, entraria e Coca e a Cannabis.
Por fim, para concluir o “armengue” legal, como se estivesse “lavando as mãos”, o Legislativo transferiu toda a responsabilidade que lhe era própria e constitucional para o Serviço de Vigilância Sanitária, órgão de segundo escalão do Ministério da Saúde, contaminando de clara inconstitucionalidade esta norma por ferir os princípios da separação dos poderes e da reserva legal. Senão, vejamos: “Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998”.
Na citada Portaria, a planta Cannabis integra a Lista E – Plantas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas, na companhia da Erytroxylum Coca e outras escolhidas (Claviceps Paspali, Datura Suaveolans, Lophophora Williamsii (Cacto Peyote) e Prestonia Amazonica (Haemadictyon Amazonicum)). Além da planta Cannabis Sativum, a Portaria 344/98 também elenca o THC (Tetraidrocanabinol) na Lista F2 - Substâncias Psicotrópicas. Assim, o cerco estaria fechado para a planta Cannabis, pois a presença dela em uma estufa ou canteiro doméstico constituiria o crime de “plantio ou colheita” e o uso ou distribuição de uma de suas substâncias, o THC, também constituiria crime por se tratar de substância psicotrópica.
Pois bem, a decisão da Anvisa de retirar o CBD da lista de substâncias proibidas para a lista de substâncias de uso controlado, não tem qualquer correspondência com o uso da maconha na forma de cigarro para alívio das dores do cotidiano ou para se pegar um táxi a beira da estação lunar. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Assim, uma coisa é a definição do CBD como remédio e outra coisa é o uso da maconha, na forma de cigarro, seja também para aliviar dores físicas ou para aliviar as dores da alma.
Neste sentido, apesar da decepção de alguns, a decisão da Anvisa foi exatamente o que se queria e que se esperava com relação ao CBD. Assim, para as famílias que enfrentavam forte burocracia para importar o medicamento e para aqueles que dependiam dessa decisão para produzir ou comercializar no Brasil, pode-se dizer que a campanha foi vitoriosa, apesar de se saber claramente que laboratórios que já dominam o processo de extração da substância vão continuar dominando o mercado e lucrando cada vez mais.
Noutro sentido, para os que lutam pela legalização de todas as drogas, como nós da LEAP (Law Enforcement Against Prohibition – Agentes da Lei contra a Proibição), a decisão da Anvisa com relação ao CBD não importa em avanço significativo na nossa causa, mas pode ter alguns reflexos positivos. O principal, quer me parecer, seria quebrar o estigma de que maconha é uma erva maldita e relacionada à criminalidade e violência urbana, mas que pode, também, derivar remédios para diversos males que afligem uma gama enorme de pessoas. Pode parecer pouco, mas não é. Ora, deixar de ser maldita para possivelmente e limitadamente “santa” a partir de uma decisão, sem dúvidas, é um grande passo.
Bom, e agora, quais as consequências e caminhos a seguir?
Penso que um dos momentos mais importantes nesta luta pela legalização foi quando as primeiras pessoas resolveram tornar público sua condição de usuários e depois, na companhia de outros usuários, resolveram sair em marcha pelas principais cidades deste país, promovendo a “Marcha da Maconha” e enfrentado a repressão policial e decisões judiciais. Ao lado disso, sem dúvidas, tantos coletivos e entidades que passaram a discutir e defender a ideia da legalização. Para não ser injusto, desde a Comissão Global (FHC), passando por decisões judiciais e atos de desobediência, até os Agentes da Lei Contra a Proibição (Leap-Brasil), são protagonistas desta luta.
Para continuar esta luta, é preciso ter em mente que o tabu pode ter arrefecido em relação à maconha, mas ainda é muito forte. Nem se falar em relação ao crack, cocaína e outras drogas. Da mesma forma, é preciso ter em mente que a luta pela legalização para o uso recreativo não passa somente por uma decisão de tecnocratas e burocratas da Anvisa, nem pelo Judiciário, Executivo ou Legislativo, mas por todas essas instâncias e, principalmente, por uma ampla mobilização nacional de todas as entidades e coletivos que defendem a legalização.
Neste sentido, penso que o Judiciário pode ter um papel importante nesta questão. Primeiro, é preciso que o Ministro Gilmar Mendes retire de sua gaveta o Recurso Extraordinário (RE) 635659, da Defensoria Pública de São Paulo, em que se reconheceu a repercussão geral com relação à inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei 11.343/06. Segundo a Defensoria Pública, o dispositivo contraria o princípio da intimidade e vida privada, pois a conduta de portar drogas para uso próprio não implica lesividade, princípio básico do direito penal, uma vez que não causa lesão a bens jurídicos alheios. Além disso, a Defensoria Pública argumenta que “o porte de drogas para uso próprio não afronta a chamada ‘saúde pública’ (objeto jurídico do delito de tráfico de drogas), mas apenas, e quando muito, a saúde pessoal do próprio usuário”. [1]
Esta decisão do STF também não causaria revoluções, nem significaria a legalização de todas as drogas, mas abriria precedente importantíssimo para outras instâncias do Poder Judiciário e, principalmente, livraria da cadeia milhares de jovens, apenas usuários, pobres, negros, periféricos e condenados como traficantes. Ora, sendo assim, basta que o STF diga, como tem que dizer, que o uso de qualquer substância psicoativa, seja considerada lícita ou ilícita, não é crime e que a conduta está adstrita à intimidade e liberdade pessoal. Só isso.
Por fim, penso que a reclassificação do CBD também pode causar certos desconfortos a julgadores deste país. Por exemplo, a constatação, agora oficial, de que da planta Cannabis pode derivar substância medicamentosa. Ora, como pode, para delírio das mentes positivistas e dogmáticas, uma planta, obra da natureza, ser maldita e benéfica ao mesmo tempo, dependendo apenas de combinações químicas para tal definição? Em consequência, como pode, portanto, o uso de tal planta ou suas substâncias, sem o auxílio de outros conhecimentos científicos, simplesmente ser considerado um ato criminoso e sujeito a prisão?
Sendo assim, o que significaria, portanto, o cultivo de uma planta de Cannabis no quintal ou na varanda quando se tem uma pessoa enferma em casa e que sente poderoso alívio quando toma o chá das folhas de Cannabis ou até mesmo quando inala a fumaça de suas flores queimando? A situação pode se transformar em um grande embaraço para a polícia e judiciário. Por exemplo, o morador pode alegar que não estava plantando a maconha para droga, mas para remédio e que o enfermo pode agravar seu estado de saúde pela falta daquele remédio e que pode cobrar responsabilidades dos prepostos que lhe levaram a planta e do Estado. Neste caso, o que deveria prevalecer: a dignidade da pessoa humana ou a Resolução da Anvisa?
Nesta compreensão, a decisão que se demanda do STF com relação a inconstitucionalidade do artigo 28, da Lei 11.343/06, deve agora também contemplar a reclassificação do Canabidiol presente na planta Cannabis. Ora, um pé de maconha contém CBD, THC e dezenas de outras substâncias. Então, se o STF declarar inconstitucional a proibição do consumo da maconha para uso pessoal, o mesmo se pode dizer, como mais propriedade ainda, para o uso em qualquer estado, para um enfermo que alivia suas dores tomando um chá ou inalando.
Tudo isso, evidentemente, sem deixar de lado e nem esquecer que o Poder Executivo tem o papel fundamental de promover o debate com a sociedade sobre o problema das drogas e buscar uma alternativa à atual política de drogas, reconhecidamente falida e sem futuro. Da mesma forma, o Congresso Nacional tem papel importante e deve promover o mesmo debate com a sociedade. Sem esquecer jamais de observar o que se passa em outros países em termos de legislação inovadora e não retroceder jamais. Por fim, o Ministério Público e Defensorias Públicas precisam estudar e conhecer mais esta problemática e provocar decisões do Judiciário mais condizente com a Constituição da República. Esta luta não vingará, disso não tenho dúvidas, sem o fortalecimento dos coletivos, grupos de discussão e entidades que promovem o debate nacional sobre a legalização. As “Marchas da Maconha” precisam saírem às ruas com personalidades, artistas e políticos que defendem a causa.
Finalmente, os juízes desse país não precisam esperar a decisão do STF e podem, diante do caso concreto, utilizar-se do controle difuso da constitucionalidade para declarar a inconstitucionalidade da proibição e absolver o acusado que planta em seu quintal ou sua varanda um pé de Cannabis para seu consumo recreativo, bem como para utilizar como remédio para um enfermo, pois no jogo processual a obrigação da prova é de quem acusa (Ministério Público) e, na dúvida, a obrigação do Juiz é absolver.


* Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD), membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Porta-Voz no Brasil do movimento Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil)







A MARCHA DA INSENSATEZ DO PIG COM EDUARDO CÚ-NHA




O ano não promete ser fácil.
Na política econômica, o pacote de maldades do Ministro da Fazenda Joaquim Levy impactará a atividade econômica e o emprego.O realinhamento de tarifas afetará os preços. Quando vier para valer, a falta de água em São Paulo, criará um clima insuportável. A Lava Jato manterá elevada a temperatura política e afetará a produção industrial e as obras de infraestrutura.
***
Por tudo isso, só pode se entender como marcha da insensatez o apoio incondicional dado pelos grupos de mídia à candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara. Para a mídia, Cunha tornou-se um novo sir Galahad, em substituição ao pio ex-senador Demóstenes Torres.
Por várias razões, é uma jogada de alto risco.
Do lado político, por ser um fator a mais de ingovernabilidade.
Do lado ético, por desnudar de forma implacável os chamados princípios morais da mídia.Veja aliou-se ao bicheiro Carlinhos Cachoeira; alçou o ex-senador Demóstenes Torres à condição de paladino da moral e dos bons costumes; blindou todas as estripulias do Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal); escondeu todos os malfeitos de José Serra.
Mas todos esses episódios foram cometidos nos bastidores.
***
Mas, Eduardo Cunha?! Cunha começou sua vida pública aliado de PC Farias, e foi processado como tal. Depois, assumiu um cargo na companhia habitacional do Rio, no governo Garotinho, e foi acusado de desvios. Teve envolvimento direto com uma quadrilha que fraudava ICMS em distribuidoras de gasolina.
Na Câmara, seu trabalho diuturno foi articular lobbies de grandes grupos. Nas últimas eleições, financiou a candidatura de dezenas de deputados, com recursos repassados por grupos econômicos 
com a finalidade única de fazer negócios.
Cunha é a definição impura e acabada do parlamentar negocista – aquele contra quem o moralismo da mídia deblatera dia e noite.
***
E o que se pretende com esse apoio? Apenas o desgaste do governo. O governo Dilma não precisa de ajuda para se desgastar: sabe se desgastar sem a ajuda de ninguém.
No campo dos negócios, os grupos de mídia nada conseguirão, apenas piorar mais ainda o mercado 
publicitário.
O governo Dilma já mostrou que não retalia críticos com cortes de publicidade; mas também não cede 
a chantagens nem entra em negociatas.
Pode ser que pretendam, através do Congresso, barrar a entrada dos grandes competidores estrangeiros, aprovar leis que reduzam a obrigatoriedade de capital estrangeiro na mídia, conquistar outra anistia fiscal para suas dívidas.
Não conseguirão. De um lado, porque a Câmara não faz política econômica. De outro, porque acumularam tal quantidade de inimigos com o estilo metralhadora giratória que jamais conseguirão montar uma frente pró-mídia.
Frente anti-PT e anti-governo é simples de montar. Pró-mídia, ainda mais em uma fase de crise econômica, impossível.
***
O que e conseguirá com o fator Eduardo Cunha será uma pitada a mais de desmoralização da mídia, mais insegurança econômica – revertendo em menos publicidade – e a confirmação de que jornais não foram feitos para pensar estrategicamente: eles sabem apenas “causar”.

Erdogan: terrorismo não pode ser associado com muçulmanos ou países islâmicos

Turquia, terrorismo, islã

Os recentes atos de terrorismo não podem ser associados com os muçulmanos e os países islâmicos, disse o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan, falando na décima Conferência da Assembleia Parlamentar da Organização de Cooperação Islâmica.

"Os terroristas e as organizações terroristas, em qualquer caso, não são representantes dos muçulmanos e dos países islâmicos. Eles não falam em seu nome, e nunca falarão. Estes atos de terrorismo, cometidos não se sabe por quem, para quê e à conta de quem, nunca podem ser associados com os muçulmanos ou países islâmicos”, disse o presidente.
Ele observou que em relação aos países islâmicos "se realizam operações muito sérias".
"Os muçulmanos estão sendo confrontados uns contra os outros. O sangue derramado é sangue dos muçulmanos", disse ele.
No entanto, Erdogan criticou a publicação das caricaturas do profeta Maomé, dizendo que a liberdade de expressão tem limites.

EVO PRESIDENTE

Cuatro amautas aymaras realizaron este miércoles una "limpia" al presidente Evo Morales con copal e incienso en el sitio arqueológico de Tiahunaco, ubicado a unos 70 kilómetros al oeste de La Paz, antes de ungirlo para un nuevo mandato consecutivo.
El ritual ancestral se realizó en el museo Lítico de las ruinas precolombinas una de las más importantes y antiguas del mundo, donde dos chachas (hombres) y dos warmis (mujeres) amautas pasaron el humo del copal y el incienso por el cuerpo del Mandatario indígena.
Según los aymaras ese ritual de limpia tiene el objetivo de proteger al Presidente y al Gobierno de las malas energías espirituales, portadoras de desequilibrio en todas las dimensiones.
*AYMA

quarta-feira, janeiro 21, 2015

Aventura de moto em Cuba com filho de Che Guevara

 
Os motociclistas de perfil mais revolucionário e histórico podem aproveitar os pacotes de turismo sobre duas da agência La Poderosa Tours pelas belezas típicas da ilha de Cuba. A empresa é um empreendimento de Ernesto Guevara, filho de Che Guerava, que lutou ao lado de Fidel Castro na revolução que mudou o sistema político da ilha.
Com sede na Argentina e escritório em Cuba, a La Poderosa Tours oferece roteiros de motocicleta pela ilha que contemplam a cidade de Santa Clara, conhecida pelo museu da revolução, além de circuitos que combinam belas paisagens e um grande acervo histórico, partindo das viagens de moto de Che Guevara na década de 1950 por vários países da América Latina.
A agência La Poderosa Tours oferece pacotes de moto com roteiros de seis e nove dias por Cuba com taxas iniciais na faixa de US$ 3 mil, incluindo serviços de hospedagem, alimentação, guia turístico, além de moto Harley-Davidson, marca que mantém forte tradição na ilha e que conta com seu próprio H.O.G. Mais informações no site lapoderosatours.com.
Foto: Divulgação


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

Todos os educadores, todas as escolas, todas as pessoas interessadas na educação, no Brasil, deveriam ver e discutir o documentário.

A melhor educação do mundo é 100% estatal, gratuita e universal

O documentário abaixo deveria ser assistido e discutido por todos os educadores, todas as escolas, todas as pessoas interessadas na educação no Brasil

A Finlândia tem a melhor educação do mundo. Lá todas as crianças tem direito ao mesmo ensino, seja o filho do empresário ou o filho do garçom. Todas as escolas são públicas-estatais, eficientes, profissionalizadas. Todos os professores são servidores públicos, ganham bem e são estimulados e reconhecidos. Nas escolas há serviços de saúde e alimentação, tudo gratuito.
Na Finlândia a internet é um direito de todos.
A Finlândia se destaca em tecnologia mais do que os Estados Unidos da América.
Sim, na Finlândia se paga bastante impostos: 50% do PIB.
O país dá um banho nos Estados Unidos da América em matéria de educação e de não corrupção.
Na Finlândia se incentiva a colaboração, e não a competição.
Mas os neoliberais-gerenciais, privatistas, continuam a citar os EUA como modelo.
Difícil o Brasil chegar perto do modelo finlandês? Quase impossível. Mas qual modelo devemos perseguir? Com certeza não pode ser o da privatização.
Veja o seguinte documentário, imperdível, elaborado por estadunidenses. Em inglês, com legendas em espanhol:
Leia abaixo matéria originalmente publicada no Diário do Centro do Mundo que trata da excelência do sistema de educação da Finlândia, reverenciado em todo o mundo.

Por que o sistema de educação da Finlândia é tão reverenciado

Acaba de sair um levantamento sobre educação no mundo feito pela editora britânica que publica a revista Economist, a Pearson.
É um comparativo no qual foram incluídos países com dados confiáveis suficientes para que se pudesse fazer o estudo.
Você pode adivinhar em que lugar o Brasil ficou. Seria rebaixado, caso fosse um campeonato de futebol. Disputou a última colocação com o México e a Indonésia.
Surpresa? Dificilmente.
Assim como não existe surpresa no vencedor. De onde vem? Da Escandinávia, naturalmente – uma região quase utópica que vai se tornando um modelo para o mundo moderno.
Foi a Finlândia a vencedora. A Finlândia costuma ficar em primeiro ou segundo lugar nas competições internacionais de estudantes, nas quais as disciplinas testadas são compreensão e redação, matemática e ciências.
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A mídia internacional tem coberto o assim chamado “fenômeno finlandês” com encanto e empenho. Educadores de todas as partes têm ido para lá para aprender o segredo.
Se alguém leu alguma reportagem na imprensa brasileira, ou soube de alguma autoridade da educação que tenha ido à Finlândia, favor notificar. Nada vi, e também aí não tenho o direito de me surpreender.
finlandia melhor educacao mundo
Finlândia: a melhor educação do mundo é 100% estatal, gratuita e universal (Imagem: Reprodução / Documentário)
Algumas coisas básicas no sistema finlandês:
1) Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do porteiro.
2) Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários, e também comida.
3) Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados.
4) As crianças têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço.
5) Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste.
6) Os alunos são instados a falar mais que os professores nas salas de aula. (Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 85% do tempo numa sala é o professor que fala.)
Isto é uma amostra, apenas.
Claro que, para fazer isso, são necessários recursos. A carga tributária na Finlândia é de cerca de 50% do PIB. (No México, é 20%. No Brasil, 35%.)
Já escrevi várias vezes: os escandinavos formaram um consenso segundo o qual pagar impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade harmoniosa.
Não é à toa que, também nas listas internacionais de satisfação, os escandinavos apareçam sistematicamente como as pessoas mais felizes do mundo.
Para ver de perto o jeito finlandês de educar crianças, basta ver um fascinante documentário de 2011 feito por americanos (vídeo publicado acima).
Comecei a ver, e não consegui parar, como se estivesse assistindo a um suspense.
Todos os educadores, todas as escolas, todas as pessoas interessadas na educação, no Brasil, deveriam ver e discutir o documentário.
com BlogdoTarso ; edição: Pragmatismo Politico