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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 16, 2015

Porque simplesmente não há punição contra seus crimes de ódio contra cidadãos brasileiros que nada de errado fizeram.

homofobia


Quando gente como Silas Malafaia ou Marco Feliciano abre a boca para vomitar ódio contra homossexuais, deve-se pensar cada vez menos em religião e mais em dinheiro.
Siga o dinheiro, sempre ele.
O que faz o sucesso de um pastor? Um rebanho grande, uma multidão disposta a tudo para expulsar de suas vidas o que identificam como o demônio, o diabo, o tranca-rua, o coisa-ruim, aquele que atrasa as coisas; o “inimigo”, enfim.
O inimigo tem as faces de sempre: as drogas e o álcool, o adultério, o vício no jogo, o fracasso financeiro, etc etc.
O rebanho paga bem, muito bem, para se ver livre do demônio. Milhões e milhões de reais livres de impostos.
E o “demônio” que mais assusta o Brasil conservador, você imagina qual é: é um diabo que faz você ouvir Madonna e bebericar cosmopolitans. Em pesquisa do Ibope feita há três anos, 24% dos brasileiros disseram que se afastariam de um colega de trabalho caso descobrissem que ele é gay. No mesmo estudo, 55% se colocaram contra a união de pessoas do mesmo sexo. Entre as pessoas de mais de 50 anos, o número subia para 73%.
Toda vez, portanto, que Malafaia aparece dizendo que está “aqui pra dizer que a família é milenar, homem, mulher e sua prole”, ele está ouvindo o dinheiro tilintar na caixa registradora. Quando ganha fachada ao pedir o boicote a uma novela ou um comercial de perfume que ousem retratar a realidade, ele ouve o farfalhar das notas.
Toda vez que Marco Feliciano escreve (sic) no Twitter que “A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição”, ele liga para o salão de beleza e encomenda o alisamento capilar mais caro que o dinheiro pode comprar.
Até quando vira notícia porque seu site é invadido por hackers que pintaram a página inicial com as cores do arco-íris, Feliciano vai sorrindo a caminho do banco.
Você não precisa acreditar em mim. Acredite (se conseguir) em Malafaia. Veja um tweet dele:

São homens que vivem do medo, que vivem de incitar o preconceito e o ódio para vender a solução em seus templos. São homens ricos que ficarão mais ricos em meio a cada polêmica.
Porque simplesmente não há punição contra seus crimes de ódio contra cidadãos brasileiros que nada de errado fizeram.
Instilando o desespero na mente das pessoas, associando os gays à decadência moral, a doenças e comportamento criminoso, eles conseguem, lá na frente, cacife político para colocar um Eduardo Cunha na presidência da Câmara. O mesmo abominável que trava toda a agenda de inclusão GLBT e que, em silêncio, aprovou na semana passada mais isenção tributária a igrejas.
(Cunha, aliás, é dono de uma mega rádio gospel, onde se criou como força política. Seu apetite para ganhar dinheiro em nome do Senhor é tão grande que o rapaz se adonou de 154 domínios de internet com a palavra “Jesus”.)
Ter preconceito contra homossexuais, portanto, é um bom negócio. Quem sabe não se arranja até espaço para promover a “cura gay”, como quis Feliciano enquanto presidia a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Imagine quanto se cobra a uma faxineira para “endireitar” o filho boiola por aí.
Uma das raízes da palavra homofobia é, não à tôa, “medo”; na socidade ocidental, há séculos o homossexualidade é alvo do que pode se classificar de medo irracional.
Algumas linhas da psicologia afirmam que a homofobia não passa da projeção de um medo interior de sentir atração por alguém do mesmo sexo. Proibindo que a homossexualidade aconteça fora dele, o indivíduo acredita estar em segurança com seus impulsos indesejáveis. É um mecanismo rudimentar de autopreservação do aparelho psicológico.
É comum achar que sim, mas não acho que nossos pastores sejam gays enrustidos. Duvido até que sejam, realmente, homofóbicos.
São capitalistas declarados, isso sim. Gênios da publicidade gratuita, manipulam o medo dos pobres e segregam quem nada tem a ver com seu sonho de poder.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
Jornalista, com passagens pelas revistas Época, Viagem e Turismo, Alfa e pela TV Bandeirantes. Criador do programa Saca Rolha na BandNews FM. Um dos responsáveis pelo site Sensacionalista. Twitter: @zorzanelli

segunda-feira, junho 15, 2015

Jean Wyllys Propõe Emenda À Bíblia Para Retirar Trechos Considerados Homofóbicos

BRASÍLIA – O deputado federal Jean Wyllys, do PSOL, apresentou na tarde de hoje um projeto de emenda ao texto da Bíblia que pretende tirar do livro sagrado dos cristãos os trechos considerados “homofóbicos”.
A proposta causou polêmica mesmo antes de sua apresentação, levando vários membros da bancada evangélica a tentarem articular com a mesa da Casa legislativa a rejeição sumária de proposta.
O autor do projeto, já precavido das reações contrárias, ocupou a tribuna para justificá-lo.
“Desde o início eu sabia das reações que os setores fundamentalistas iriam protagonizar. Mas vejam vocês que até mesmo do livro do Monteiro Lobato foi extraído um trecho racista, por qual motivo não podemos fazer o mesmo com a Bíblia?”, questionou.
A proposta não especifica os trechos que seriam retirados das escrituras, pois para tanto, seria formada uma “Comissão de notáveis”, que decidiriam quais passagens são homofóbicas.
“Já consultei vários teólogos especialistas em pederastia e vou sugerir vários nomes para essa comessão.. digo, comissão”, revela o parlamentar.
Não é a primeira vez no Brasil que trechos da Bíblia causam polêmica no mundo do homossexualismo.
Em 2011 a justiça determinou a retirada de outdoors de Ribeirão Preto com passagens bíblicas por considerá-los ofensivos aos gays.
Caso a proposta seja aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, será levada a plenário e submetida a votação em dois turnos.
Se aprovada, será enviada ao Senado onde passará por votação em dois turnos, após os quais entrará em vigor independentemente de sanção da presidente Dilma, por se tratar de Projeto de Emenda à Bíblia.
• Sugerido por João Inocêncio Júnior

Tudo que é diferente dá trabalho. Tudo que é mestiço é anticolonial. Definitivamente não se mata uma ideia,

Paulo Fonteles Filho: Malafaia e Feliciano reinventam os tribunais inquisidores




                                                   Os       Anticristos¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Por Paulo Fonteles Filho, no seu Blog 

Há mais de dois mil anos, Roma, a cidade eterna, tinha os domínios do mundo. Escravizava povos e sociedades, no Oriente, tinha o terrível Herodes à seu serviço, muitos serviam de espiões, milhares de crianças foram mortas porque se anunciava o Messias.
anticristos
Toda criança morta, não importa se judeu ou árabe era pela simples ameaça do Messias. Decerto que o sorriso de uma criança é uma ameaça para um tirano e isso vale para aqueles tempos, como para os atuais.
O fato é que o Messias, por sorte ou graça divina, como queiram, se tornou num dos homens mais importantes da história universal e a fase mais bela de sua igreja foi quando perseguida e vivia nas catacumbas, em luta pela justiça e liberdade, às vezes com armas nas mãos.
Crucificaram o homem e lhes deram a longevidade, tenho dúvidas sobre a eternidade.
A questão é que ele está aqui entre nós, seja pela fé ou pela história. Sua mais brilhante passagem foi no socialista-primitivo discurso de “O Sermão da Montanha”: ‘bem-aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça, porque deles será o reino dos céus’, me desculpe se não for assim.
A questão central é que lhe mataram mil vezes e mataram de verdade só que o homem não morreu, resiste até hoje. Quem me conhece sabe no que acredito e como preconizava Máximo Gorki, o escritor russo, creio nos livros e na vida.
Não se mata uma ideia. A grande fixação dos direitistas é sempre matar uma ideia. Toda ideia é subversiva para um recalcitrante. Tudo que é diferente dá trabalho. Tudo que é mestiço é anticolonial. Definitivamente não se mata uma ideia, mas a velhacaria um dia desaparece, aliás, apodrece.
Acontece que em cada palavra, cada pregação ou post nas redes sociais, os pastores Marcos Feliciano e Silas Malafaia, como se tivessem uma procuração digna das tábuas de Moisés destilam um ódio – irmão siamês da violência – próprio desta quadra histórica tão marcada pelo recrudescimento de forças tão obtusas que nos fazem crer que a mentalidade da idade média é a grande vedete da direita.
A reinvenção dos tribunais inquisidores é sempre uma boa pedida para o estabelecimento da barbárie. Agora os alvos são os homossexuais, os terreiros da religiosidade profunda — forjada nos navios negreiros – os símbolos da própria Igreja Católica e a esquerda.
Amanhã, se não forem duramente desmistificados, serão as ciências, as artes, o bom senso e o pensamento social avançado o alvo das pregações que faria todo Cristo, o humano ou divino, corar de tanta indignação, porque sua tez histórica — de homem perseguido, caluniado e morto na cruz — foi o da justiça e na prosperidade espiritual da humanidade.
Vai me parecendo cada vez mais que esse fanatismo polaroide, onde a salvação tilinta nas mesmas trinta moedas de Judas — porque é no lombo da ignorância que ocorre o milagre da multiplicação das poucas e milhardarias fortunas — que haveremos de travar a civilizatória luta contra os Pilatos e Herodes da contemporaneidade.
A coisa é tão séria que, se eles vencerem no imaginário dos brasileiros, não seria surpresa se mandarem queimar os livros, como decretavam as hienas de Hitler. A Bíblia também seria torrada na catarse fascista, seja pela sua qualidade literária ou por narrar a história de parte expressiva dos povos.
A Renascença, os sonhos de Da Vinci e as convicções de Giordano Bruno há mil anos têm nos ensinado como enfrentar os heróis do obscurantismo.
Não passarão!

. "O Brasil precisa saber definitivamente quem roubou, quem mandou roubar e quem, sabendo de tudo, se calou ou nada fez para impedir"


AÉCIO COBRA QUEM ROUBOU



O senador Aécio Neves (PSDB-MG) decidiu radicalizar ainda mais o discurso contra o Partido dos Trabalhadores e o governo da presidente Dilma Rousseff.

Nesta terça-feira, a propaganda eleitoral reservada ao PSDB mostrará um duríssimo ataque. "O Brasil precisa saber definitivamente quem roubou, quem mandou roubar e quem, sabendo de tudo, se calou ou nada fez para impedir", dirá o tucano na TV.

A primeira cena do programa será a de um panelaço, como ocorreu no último programa exibido pelo PT. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também adotará um discurso moralista. Dirá que "nunca antes na história desse país se roubou tanto em nome de uma causa", numa alusão ao ex-presidente Lula, a quem considera ser o nome mais forte do PT para 2018 (leia aqui).

"O que já se sabe sobre o petrolão é grave o suficiente para que a sociedade condene todos os que promoveram tamanho escândalo, tamanha vergonha", dirá ainda.

Na Lava Jato, o senador Aécio bateu na trave. Ele foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como 'dono' de uma diretoria em Furnas, durante o governo FHC, que pagava mesadas de US$ 100 mil a US$ 120 mil a diversos parlamentare.

Aécio quase foi investigado, mas seu caso, que ainda pode ser reaberto, foi arquivado pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Como ficou de fora da Lava Jato, sente-se à vontade para liderar uma oposição cada vez mais barulhenta.

FHC, por sua vez, esteve envolvido num dos maiores escândalos ligados a "um projeto de poder": a compra de votos para a reeleição, que mudou as regras do sistema político no Brasil e o beneficiou diretamente. 
*PlantaoBrasil

O maior roubo de todos os tempos

A minoria roubando a maioriaSe você quer de verdade lutar por um Brasil mais justo, leia com muita atenção as informações deste post.

Para as pessoas honestas é assustador constatar a condição atual do órgão público responsável pelas cobranças de tributos devidos.

Leiam o que diz Heráclio Mendes de Camargo Neto, presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional - SIMPROFAZ:

Ele conta que existem 300 vagas de procurador abertas há pelo menos seis anos esperando serem preenchidas.

"Nós não temos carreira de apoio, por exemplo. Há menos de um servidor de apoio para cada procurador. Os juízes, por exemplo, têm de 15 a 20 servidores de apoio. Nós temos 6,8 milhões de processos para cobrar e quase nenhum auxílio", denuncia.

Para completar, a sonegação de impostos prescreve em cinco anos, o que aprofunda o favorecimento dos sonegadores e sonegadoras. "É muito fácil se livrar com todas essas condições", lamenta.

FONTE: Rede Brasil Atual

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Instrução Normativa 1183 dificulta o combate à sonegação e à lavagem de dinheiro

Você sabia da existência da Instrução Normativa 1183, ela não exige a identificação dos verdadeiros donos de empresas domiciliadas no exterior.

Essa instrução facilita a ação de corruptos e sonegadores através de “laranjas” e “offshores”, além de dificultar a recuperação de créditos tributários pelos Procuradores da Fazenda Nacional.

Ao citar os números do Sonegômetro, o presidente do SINPROFAZ alertou que 80% de todo o dinheiro sonegado passa por esquemas de lavagem de dinheiro, superando em muitas vezes os valores revelados pela Operação Lava Jato ou pela recente Operação Zelotes.

FONTE: SINPROFAZ (clique aqui)

A incrível sonegação

FONTE DAS INFORMAÇÕES

Sonegação no Brasil – Uma Estimativa do Desvio da Arrecadação do Exercício de 2014

PGFN EM NÚMEROS

Saiba quanto foi roubado até o momento visitando o SONEGÔMETRO

Brasil avança no Ranking de piores sistemas de Justiça do mundo

O significado de embargar, segundo o Dicionário Jurídico on line, é: “Colocar empecilho ou embargo a; dificultar ou impedir: embargar a realização de uma obra; embargaram aos alunos a realização do vestibular.  Jurídico. Impedir a realização de algo através da utilização do embargo: embargar um projeto”.
Mesmo relembrando o significado do verbo embargar, teremos dificuldade em entender aementa de um acórdão do Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso extraordinário 551955/RS, Tribunal Pleno, rel. Min. Luis Fux, julgado em 23 de abril de 2015, que diz:
AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DISPENSA. EXECUÇÃO NÃO EMBARGADA PELA FAZENDA PÚBLICA EM AÇÃO COLETIVA. IMPOSSIBILIDADE DE FRACIONAMENTO DA EXECUÇÃO. ENTENDIMENTO ALINHADO AO POSICIONAMENTO SEDIMENTADO PELO PLENÁRIO DESTA SUPREMA CORTE. PARADIGMA EMPREGADO COMO CAUSA DE DECIDIR DO ACÓRDÃO EMBARGADO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A controvérsia suscitada nos presentes embargos de divergência encontra respaldo na decisão do Plenário do STF. 2. Inadmissíveis os embargos de divergência quando a decisão embargada estiver alinhada ao posicionamento do Plenário desta Suprema Corte. 3. In casu, apontado como acórdão paradigma o mesmo precedente empregado para fundamentar o julgado embargado. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
Então, é agravo nos embargos, nos embargos, nos embargos, no agravo, no recurso extraordinário? O leitor poderá pensar que se trata de um erro de digitação, uma repetição de palavras por força de uma tecla tocada indevidamente. Mas, se for conferir no site do Supremo, verá que não é assim. Na verdade, cuida-se de um recurso extraordinário de menor complexidade, distribuído na Corte em 12 de junho de 2007 e que lá ficou até 2015, entre idas e vindas por força de recursos sucessivos.
Este é um caso. Quantos existem semelhantes no STF? Ou mais graves, com atrasos mais significativos? Questões de maior complexidade, com mais recorrentes e recorridos, quem sabe com indígenas, discussões envolvendo Tratados Internacionais ou as terras do oeste do Paraná, sempre pendentes entre o público e o privado. Em vez de 8 anos talvez sejam o dobro, 16. Ou será que serão 24, o triplo?
Porém, não esqueçamos de um detalhe. Esses recursos, por vezes, podem ser da fase de conhecimento, que significa decisão do mérito ou, para ser mais claro, quem tem razão. Depois de decidido quem venceu, haverá a fase de execução. Aí, excluindo algumas ações especiais ou de simplicidade máxima (p. ex., mandado de segurança), alguns pontos poderão ser discutidos. Por exemplo, uma simples dívida da correção de um plano econômico poderá ensejar mais 5 ou 8 anos de discussões sobre a incidência do índice X ou Y.
Ou então uma dívida de condomínio, que se arrasta por 10 anos, que poderá ficar entre leilões sucessivamente adiados, porque o avaliador não teve tempo de ir ao local, porque a simples correção monetária da avaliação pode ser injusta, porque o lance foi baixo ou por petição sem fundamento algum que não seja tumultuar o processo. E claro, o condômino inadimplente continuará usando o elevador e todos os demais serviços, obrigando os que pagam a arcar com a sua parte.
Na fase da execução, os que gostam de boas músicas talvez venham a lembrar-se de Ivan Lins, cantando: “Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena...”.  Com certeza o compositor pensava em um amor rompido e jamais imaginou que suas frases poderiam ser adequadas às ações judiciais no Brasil.
Mas se a esfera cível apresenta essas peculiaridades, nas ações penais não é diferente. A fragilidade do sistema é a mesma. Claro que ele não é frágil com pessoas de poucos recursos econômicos e culturais, que respondem a ações penais por crimes sem nenhuma complexidade Brasil afora. A ineficiência se revela onde o autor do delito tem meios de valer-se do sistema. E para que isso fique bem claro, nada melhor do que um exemplo da vida real. Exatamente, não uma tese feita na Academia, mas sim um caso concreto.
Em outubro de 2006, a UTRESA, empresa localizada em Estância Velha, RS, causou vazamentos de aterro nas águas dos Arroios Portão e Cascalho e no Rio dos Sinos, causando poluição, através de resíduos líquidos e substâncias oleosas, que resultaram na morte de cerca de 86,2 toneladas de peixes. O diretor foi condenado a 30 anos de prisão (30 fatos em concurso material). Acórdão do TJRS, em 26.11.2009, deu provimento à apelação e reduziu a pena total para 7 anos e 6 meses, reconhecendo crime como continuado. Recurso especial ao STJ não foi admitido e gerou o Agravo 1383285/RS ao STJ. Nessa Corte, por decisão monocrática aos 14.11.2014, a pena foi reduzida a 2 anos e 5 meses para o crime do art. 54 e 1 ano e 9 meses de  detenção para os delitos dos arts. 68 e 69, todos da Lei 9.605/98. Ditas penas foram elevadas pelo caráter continuado para  3 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão e 2 anos, 7 meses e 15 dias de detenção, mantido o regime semiaberto.  Interposto recurso de EDcl no AgRg no Ag 1383285 RS 2011/0004110-7, por decisão da 6ª. Turma aos  6.4.2015, foi reconhecida a prescrição dos crimes dos artigos 68 e 69 da Lei 9.605/98, pela pena aplicada. Sobrou, assim, a pena imposta no crime de poluição (art. 54). Só que agora há, ainda, recurso extraordinário a ser processado no STF, cuja decisão final é imprevisível. Assim, o último crime que restou talvez venha a prescrever.
Óbvio que o sistema não funciona, no cível ou no crime ele é anacrônico. A Constituição de 1988 pode ser festejada em diversos aspectos, mas no sistema de Justiça ela reduziu o Judiciário à ineficiência. Antes dela as ações e as execuções das sentenças tinham razoável grau de previsibilidade.
È claro que isso pode ser útil a determinadas pessoas. A ministra Carmen Lúcia, do STF,  sabidamente preocupada com a eficiência das instituições, foi clara ao dizer que a “morosidade da Justiça interessa a alguém”. Complemento a frase, dizendo a quem e como.  
A demora pode ser ótima para devedores em ações civis (inclusive o Poder Público) e réus de ações penais. Pode ser útil, pelo número crescente de processos, àqueles que almejam ingressar ou ser promovidos nas carreiras públicas (p. ex., o aumento dos Tribunais pode interessar aos juízes e às demais carreiras públicas, porque abrem novas vagas). Pode ser oportuna para um advogado que cobre pelo tempo de demora da ação (p. ex., percentual sobre atrasados devidos pelo INSS) ou pelo número de recursos (TJ, STJ e STF).
Mas, o que pode interessar a alguns, certamente não interessa à sociedade. Os que cumprem suas obrigações veem-se desestimulados a seguir nessa trilha, pois os inadimplentes sempre se beneficiam com a demora, às vezes até são anistiados (p. ex., dívidas fiscais).
As vítimas de crimes sentem-se abandonadas pelo Estado, pois o STF entende que é preciso o trânsito em julgado para ser executada a pena (HC 84.078-7/MG, rel. Eros Grau, julgado em 5 de fevereiro de 2009) e, evidentemente, isso importa em 10 ou mais anos. Não por acaso há vítimas que recorrem a tribunais paralelos, onde a eficiência lhes é assegurada, ainda que possa chocar-nos.
Evidentemente, teses restritivas são impopulares e vivemos um momento em que todos buscam a imagem de simpático, aberto a mudanças, flexível. Dificilmente alguém ousa ir contra a grande onda do acesso irrestrito à Justiça, como o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo,  Renato Nalini, e ao direito recursal infinito, mesmo que isso seja necessário.
O resultado está aí: embargos de divergência nos embargos de declaração nos embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário...
*http://www.conjur.com.br/2015-jun-14/segunda-leitura-brasil-avanca-ranking-piores-sistemas-justica-mundo?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

Imprensa Brasileira vai à França reclamar de prêmio Honoris Causa de Lula e passa vergonha



Alguns órgãos de imprensa brasileira como Jornal O Globo mandaram repórteres a França para questionar prêmio do ex-presidente recebido no País

Por Eduardo Guimarães 

Não pode passar batido um dos momentos mais ridículos do jornalismo brasileiro. Acredite quem quiser, mas órgãos de imprensa brasileiros como o jornal O Globo mandaram repórteres à França para reclamar com Richard Descoings, diretor do instituto francês Sciences Po, por escolher o ex-presidente Lula para receber o primeiro título Honoris Causa que a instituição concedeu a um latino-americano.
A informação é do jornal argentino Pagina/12 e do próprio Globo, que, através da repórter Deborah Berlinck, chegou a fazer a Descoings a seguinte pergunta: “Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?”.
No relato da própria repórter de O Globo ,que fez essa pergunta constrangedora, havia a insinuação de que o prêmio estaria sendo concedido a Lula porque o grupo de países chamados Bric’s (Brasil, Rússia, Índia e China) estuda ajudar a Europa financeiramente, no âmbito da crise econômica em que está mergulhada a região.
A jornalista de O Globo não informa de onde tirou a informação. Apenas a colocou no texto. Não informou se “agrados” parecidos estariam sendo feitos aos outros Bric’s. Apenas achou e colocou na matéria que se pretende reportagem e não um texto opinativo. Só esqueceu que o Brasil estar em condição de ajudar a Europa exemplifica perfeitamente a obra de Lula.
Segundo o relato do jornalista argentino do Pagina/12, Martín Granovsky, não ficou por aí. Perguntas ainda piores seriam feitas.
Os jornalistas brasileiros perguntaram como o eminente Sciences Po, “por onde passou a nata da elite francesa, como os ex-presidentes Jacques Chirac e François Mitterrand”, pôde oferecer tal honraria a um político que “tolerou a corrupção” e que chamou Muamar Khadafi de “irmão”, e quiseram saber se a concessão do prêmio se inseria na política da instituição francesa de conceder oportunidades a pessoas carentes.
Descoings se limitou a dizer que o presidente Lula mudou seu país e sua imagem no mundo. Que o Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula. E que por ele não ter estudo superior sua trajetória pareceu totalmente “em linha” com a visão do Sciences Po de que o mérito pessoal não deve vir de um diploma universitário.
O diretor do Science Po ainda disse que a tal “tolerância com corrupção” é opinião, que o julgamento de Lula terá que ser feito pela história levando em conta a dimensão de sua obra (eletrificação de favelas e demais políticas sociais). Já o jornalista argentino perguntou se foi Lula quem armou Khadafi e concluiu para a missão difamadora da “imprensa” tupiniquim: “A elite brasileira está furiosa”.


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/06/imprensa-brasileira-vai-franca-reclamar.html#ixzz3d98KOx4c


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FALA DE LULA NO 5º CONGRESSO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES


domingo, junho 14, 2015

Sabe quem é esse garoto caído na foto? É o Rafael, 14 anos, morador de Cariacica (ES) e que sonhava em ser um estilista famoso

William De Lucca Martinez se sentindo destroçado
Sabe quem é esse garoto caído na foto? É o Rafael, 14 anos, morador de Cariacica (ES) e que sonhava em ser um estilista famoso. Sonhava, porque ele foi assassinado. Foi espancado com paus e pedras. Morto, aos 14 anos de idade. Não tinha envolvimento com crimes, com drogas e passava horas em seu quarto fazendo vestidos para bonecas. Frequentava a igreja do bairro, fazia parte de um grupo de jovens. Segundo a família, Rafael sofria preconceito o tempo todo por ser gay e por ser afeminado, por não se enquadrar no padrão heteronormativo imposto.
Rafael pagou com a vida por viver uma vida que a gente é proibido de viver. Rafael entra pra estatística, não gera protesto da ~gente de bem~ porque não era imagem de santo, não era Jesus em cruz. Era só mais um menino pobre, preto, viado. Menos um, alguns dirão.
Rafael não será mais estilista, porque Rafael foi executado. E os motivos, que ainda estão sendo investigados, já estão muito claros.
Tô aqui, chorando pra caralho, Rafael. Me desculpa por esse mundo torto, menino. Me desculpa pela minha impotência. Desculpa mesmo.



À espera do Pai-Nosso da Bancada Evangélica para Rafael Barbosa


RAFAEL
O estudante Rafael Barbosa de Melo, de 14 anos, foi morto a pedradas na manhã de sábado (13) em Cariacica (ES), cidade que fica na região metropolitana de Vitória. Mais um crime brutal no Brasil, certo?
Na semana passada, parlamentares da Bancada Evangélica pararam uma sessão que discutia a reforma política para rezar um Pai-Nosso. O ato de repúdio contra a Parada Gay de São Paulo, como sempre fazem questão de dizer, foi mais uma demonstração em 'defesa da família', dizem.
Rafael era o mais velho de sete filhos de dona Wanderléia Barbosa. Segundo ela, o filho tinha o sonho de ser um estilista famoso. Foi interrompido por um brutal espancamento com pedradas e pancadas. O corpo foi encontrado no bairro onde a família residia.
"Muitas pessoas implicavam com ele, caçoavam e o xingavam. Implicavam com o jeito dele andar, dele andar e por ele fazer roupas. Ele sofria muito, por isso meu filho era uma pessoa de poucos amigos e muito fechado", disse a mãe da vítima ao site Gazeta Online.
No domingo (14), a polícia prendeu Gleisson Pereira Miranda, de 26 anos, suspeito de ter cometido o crime. Ele negou o crime, apesar de ter sido visto próximo ao corpo de Rafael logo após o crime. O delegado responsável pelo caso acredita em uma tentativa de abuso, seguida de assassinato, e não um crime de homofobia.
Não entrando no mérito do Estado laico brasileiro, seria a morte do estudante em Cariacica digna de um Pai-Nosso no plenário da Câmara dos Deputados? Seria o cruel homicídio digno de um ato de revolta por parte da Bancada Evangélica, mesmo que tal defesa envolvesse um jovem que a própria família dizia ser homossexual?
Fica o espaço (e a oportunidade) para os nobres deputados falarem, uma vez que foram eleitos democraticamente para representar o País - e não só a parcela da população que julguem conveniente a si mesmos.
*tijolaco
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