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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 25, 2015

50 cartazes soviéticos, cubanos, chineses e dos Panteras Negras sobre as lutas dos povos negros e africano

Os movimentos socialistas ao redor do mundo se caracterizam por uma grande sensibilidade humana e artística. Por isso mesmo fazem história os cartazes de propaganda das idéias socialistas. No dia da Consciência Negra, publicamos alguns cartazes socialistas que tem como temática a luta do negro contra a opressão e por uma sociedade mais fraterna e justa.



Cartazes da União Soviética

Saudações aos lutadores contra o fascismo, Koretsky, URSS, 1937.

Crianças do herói do povo congolês, Patrice Lumumba - Fransua , Patrice e Julianna, Osenev, URSS 1961.



Dia Internacional para a Proteção das Crianças, Selo Postal, URSS, 1958


Lutador pela liberdade da África do Sul , Nelson Mandela, Selo Postal, URSS, 1988.

Mães da Rua, Kuznetsov, URSS, 1970

Maldito seja, o capitalismo! , Ivanov, URSS, 1975


Povos de África vai dominar os colonizadores, Kukryniksy, URSS, 1960. 
Proletários de todos os paíes e povos coloniais oprimidos, Koretsky, URSS 1932

Sob o capitalismo ... Sob o socialismo ... , Koretsky, URSS, 1948

Aniversáírio do Congresso Nacional Africano da África do Sul de 70 anos, Schmidteein, URSS, 1982.
Congresso Internacional das Mulheres, Suryaninov, 1963.
Erga a bandeira do internacionalismo proletáírio,  Savostuk, URSS, 1958.
Eu nunca vou esquecer um amigo, se nós nos tornamos amigos em Moscou, Sachkov, URSS,1964

jogando bola, Bublev, URSS, 1920

O Grande Lenin mostrou -nos o caminho, Boldyrev, URSS, 1969.
Para a Luta! , Prorokov, URSS, 1950.

África está lutando, África Prevalecerá!, Koretsky, URSS, 1981.
A Canção da Paz, Valentin Polyakov, Igor Radoman, URSS, 1950.
Ele levou a África no coração, Lumumba, Koretsky, URSS.
Ele levou a África no coração, Lumumba, Koretsky, URSS.
Vivemos em uma Africa Livre, Nina Vatolina, URSS. 1964.
Esboço para o mural do clube em homenagem à Dzerzhinsky, URSS, 1928
Nós somos os jovens Leninistas, Konashevich, URSS, 1925.

Todas as bandeiras nos visitam, Deineka, URSS, 1964.

URSS pelo desarmamento completo, Koretsky, URSS 1959.
A Aurora da Liberdade não pode ser extinta!, Karakashev, URSS, 1967



Cartazes da China Popular


Os sentimentos de amizade entre os povos da China e da África profundos, China.

Resolutamente apoiar a luta anti-imperialista dos povos da Europa, Ásia e América Latina, China


Trabalhadores do mundo, uni-vos, China, 1968.


Uma mensagem para os negros na África e América, China.

Cartazes de Cuba


Casa de Detenção do Queens,  Lazaro Abreu, Cuba, 1975


Conferência Tricontinental 3¦ Aniversário, Alfredo Rosgaard, Cuba, 1968.

Dia da solidariedade internacional com o povo de Guiné e Cabo Verde, Lazaro Abreu, Cuba, 1970

Dia de solidariedade com a luta do povo da África do Sul, René Medero, Cuba, 1970
Dia de solidariedade com Angola, Daysi Garcia, Cuba, 1968.
Dia de solidariedade com o Zimbabwe, Faustino Pérez, Cuba, 1970
Dia de Solidariedade com os afro-americanos, Daysi Garcia, Cuba, 1968.

Santo Domingo -1965, Alfredo Rostgaarrd, Cuba, 1970
Sekou Toure, Alfredo Rostgaard, Cuba, 1971.
Solidariedade com a América Latina, Asela Perez, Cuba, 1970


Cartazes de Partido dos Panteras Negras para Auto-Defesa

Black Panther Party poster, Emory Douglas, 1969.

Black Panther Party poster, Emory Douglas, 1969.


       
All Power to the People! Emory Douglas, s/d.

Alerta para a América, Emory Douglas, s/d.

Solidariedade Afro-Americana com os povos oprimidos do mundo, Emory Douglas, s/d.
Sem nome,  Emory Douglas, s/d.
Solidariedade Afro-Americana com os povos oprimidos do mundo, Emory Douglas, s/d.

Freedom, Emory Douglas, s/d.

George Jackson Lives! Emory Douglas, 1971.


a oposição se dá conta que dispõe apenas de Aécio e de Alckmin

Emir Sader: As derrubadas de Lula pela direita

Quando a oposição se dá conta que dispõe apenas de Aécio e de Alckmin para serem candidatos, a obsessão de tirar o Lula da jogada volta com força. O Lula já foi derrubado muitas vezes pela direita, só que nunca caiu. Foram momentos de ejaculação precoce por parte da direita brasileira.

Por Emir Sader*, na Carta Maior


Lula na varanda segura a bandeira do Brasil.Lula na varanda segura a bandeira do Brasil.
A primeira vez foi na crise de 2005. A direita considerava favas contadas a derrubada do Lula. Pensou no impeachment, mas depois recuou, com medo da reação popular.

Aí preferiu “sangrar o governo”, até derrubá-lo nas eleições de 2006. Só que os efeitos das políticas sociais do governo tinham gerado uma grande base de apoio popular, que levou o Lula à reeleição em 2006.

Depois Lula ia ser derrubado, ia sair derrotado do governo, porque sua candidata era um poste e o da direita amplamente favorito. Deu o poste e Lula saiu vitorioso, com o maior apoio popular que um presidente tinha tido, apesar da campanha da mídia monopolista contra ele.

A obsessão com Lula voltou conforme se enfoca o horizonte das eleições de 2018. Ganhar no campo, a direita vê que é impossível, por mais que se contente ilusoriamente com pesquisas manipuladas. Se acreditasse nelas, não estaria de novo com a obsessão de tirar Lula do caminho, via alguma forma de impedimento jurídico.

É o tema central da mídia e o objetivo do tal do juiz Moro. Nada faz sentido se não conseguir chegar a Lula, mas ao mesmo tempo tem medo e não tem elementos para isso.

Quando a oposição se dá conta que dispõe apenas de Aécio e de Alckmin para serem candidatos, a obsessão de tirar o Lula da jogada volta com força. De que valeu toda a campanha do mensalão em 2005, se na eleição Lula derrotou Alckmin? De que valeria todas as manipulações de agora, se o enfrentamento voltar a colocar frente a frente Lula e Alckmin?

Se trata então de derrubar de novo Lula, antes que ele derrube de novo a direita.
 

*Emir Sader é sociólogo e cientista político brasileiro e blogueiro.
*Vermelho