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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 04, 2011

Microsoft capitula à Lula, defensor do software livre


Quarta-feira, o presidente Lula estará em Washington, como o principal palestrante no "Forum de Líderes do Setor Público da América Latina e Caribe - Inspirando a Próxima Geração de Líderes Governamentais", organizado pela maior empresa de software do mundo: a Microsoft.

A empresa capitula às políticas de Lula, pois ele sempre foi defensor e incentivador do software livre, inclusive implantando como política pública em seu governo, contra os interesses da Microsoft.

Mesmo tendo interesses comerciais inimigos do software livre, a empresa não rasga dinheiro, e prefere contratar Lula como inspirador da próxima geração de líderes governamentais, porque se contratasse, por exemplo, tucanos que incentivaram o software proprietário da empresa, como FHC ou o ex-governador José Serra, o efeito seria negativo para a própria empresa.

A Microsoft sabe que, mesmo com o crescimento do software livre, também consegue coexistir com ele por mais algum tempo, "pegando carona" no crescimento econômico e na subida de milhões de latino-americanos para a classe média, num processo onde o Brasil é a locomotiva. O software livre ganha terreno, mas existe também, em paralelo, o aumento das vendas de microcomputadores com programas da empresa, para aqueles que preferem optar por software proprietários.

Lula, por seu lado, deve ganhar uma das maiores remunerações por palestra do mundo, em um evento destes, gerando recursos próprios para seu instituto.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral é a outra liderança brasileira que participará do evento, não como palestrante, mas como debatedor, na terça-feira, quando falará sobre a experiência de seu governo no uso das redes sociais para se aproximar do cidadão do estado. A comunicação digital será o destaque do painel apresentado pelo governador, sob o tema democracia participativa. No Fórum, ele também vai mostrar as iniciativas de inclusão digital feitas em sua gestão, que leva acesso gratuito à internet sem fio para 13 localidades do estado (inclusive comunidades), beneficiando cerca de 2,5 milhões de pessoas. Cabral ficará em Washington até quarta-feira, para assistir a palestra de Lula. (Com informações do Jornal do Brasil)
*osamigosdopresidentelula

Obama se lança com Dilma e Lula.
E deixa o Papa para o Cerra

Dessa vez o FHC não escapa: corta os pulsos de forma terminal

Amigo navegante envia e-mail abaixo reproduzido.

Trata-se de um vídeo que Obama divulgou na internet para anunciar que é candidato à re-eleição.

Outro é este, divulgado pelo Tijolaço de Brizola Neto.

Obama se lança como o candidato que vai libertar os Estados Unidos da dependência ao petróleo do Oriente Médio com o pré-sal da Dilma e do Lula.

(Que pena que o Cerra não conseguiu entregar a Petrobrax à Chevron.)

Primeiro vídeo da campanha de reeleição de Obama. Postado em 31 de março, 600 mil pessoas já o viram. Obama promete diminuir a dependência do petróleo dos países arábes pois será comprador da produção do pré-sal brasileiro. Lula, Dilma e Paul McCartney, além do seu vice-presidente, são as únicas personalidades do vídeo.


Serra, o candidato derrotado do Papa, e FHC – aquele que se julgava o queridinho dos EUA, mas seu chanceler tirava os sapatos no aeroporto de Washington – devem estar se roendo de ódio.

*PHA


Há 43 anos era assassinado em Memphis (EUA) Martin Luther King


*comtextolivre

Foto de Elizabeth Taylor nua é uma farsa


A fotografia de Elizabeth Taylor nua divulgada este fim de semana pelo jornal ‘Daily Mail’ pode ser uma farsa.

A fotografia de Elizabeth Taylor nua divulgada este fim de semana pelo jornal ‘Daily Mail’ pode ser uma farsa. Alguns veículos de comunicação já desmentiram a notícia, incluindo o site Capitol Hill Blue, que afirma que quem aparece na foto é a modelo Lee Evans, retratada pelo fotógrafo Peter Gowland. Segundo o jornal ‘Daily Mail’, a foto teria sido feita por Roddy McDowall, em 1956, para um presente de noivado de Elizabeth Taylor ao seu marido, o produtor Michael Todd, depois de ele a ter pedido em casamento. A atriz de 24 anos teria ousado na fotografia porque o fotógrafo era o seu amigo. Taylor morreu no dia 23 de Março passado, por problemas cardíacos. Veja Aqui o site de Peter Gowland onde aparece essa foto identificando a modelo Lee Evans como a pessoa retratada.
*Images&visions

Henry Sobel e a maconha


*esquerdopata

Blogger Geopolêmica disse...
Fumou maconha, roubou gravatas em loja de griffe.........só falta agora ter praticado pedofilia....kkkkkkkk.....
3 de abril de 2011 18:42
Blogger Jesus disse...
Ele é rabino, não é padre!!! KKK
3 de abril de 2011 19:03
Anônimo
Blogger Carmen Regina Dias disse...
Se o video náo for uma fraude, passei a simpatizar com o rabino. Ele foi sincero, verdadeiro mesmo, ainda que esteja falando de uma substäncia tóxica, cujo uso é proibido por lei, tanto quanto fazer apologia dela. Quanto ao episódio do furto da gravata (ou era mais de uma?) sabemos que se trata de um distúrbio denominado Síndrome de Cleptomania. Conheço três pessoas cleptomaníacas, gente ilustre, bacana mesmo, que náo precisa furtar, e que quando vê, já furtou. Vai saber... Náo julgo, apenas busco as essëncias das pessoas. O resto, é evolução. (mas que foi engraçado, foi, desculpe aí, Rabino...)

A elite, tão “moderna”, é arcaicamente bairrista

A manchete da Folha, hoje – “Salários do Rio ultrapassam os de São Paulo” – dá um vezo bairrista a um fenômeno que -  a própria matéria o registra – nada tem a ver com a velha e ultrapassada disputa cariocas x paulistas.
A história é bem outra e a repórter Mariana Schreiber a descreve corretamente: as causas principais para esse fenômeno  foram a transferência de renda por meio do Bolsa Família, o forte aumento do salário mínimo e os investimentos em infraestrutura.
O próprio gráfico publicado pela edição impressa da Folha mostra que, em matéria de crescimento da renda, o Estado do  Rio não teve qualquer salto, muito pelo contrário.
O crescimento maior na região metropolitana se explica por duas razões. A primeira é que, percentualmente, os níveis de pobreza – atingidos pelo Bolsa Família – eram muito mais altos no Grande Rio que em São Paulo. A segunda é que o peso dos funcionários públicos federais e empregados de empresas estatais, que saíram de um longo período de arrocho nos anos FHC, aqui, é muito maior.
Crescimento imenso teve, sim, a Região Nordeste. Pela primeira vez, começamos a entender que o Brasil não pode ser um mar de injustiça com algumas poucas ilhas de prosperidade.
Não pode haver prosperidade sustentável, aliás, em meio à miséria. Os habitantes das grandes e mais ricas cidades sabem, na própria pele, que a imigração maciça que vivemos nos anos 70 e seguintes corrói o ambiente urbano e o convívio social.
A distribuição menos ruim de renda dos últimos anos, obtida não pela retirada de privilégios, mas apenas pela melhor distribuição do crescimento da economia.
Mas a elite brasileira, rançosa como ela é, não consegue imaginar-se parte de uma nação, preferindo achar uma insolência pobre ter carro, babá ter direitos e nordestino ter salário.
PS. A matéria, na íntegra, é restrita a assinantes, mas você pode lê-la no Nassif.
*tijolaço 

Paulistas colhem o que plantaram

domingo, abril 03, 2011

Consequências de um voto

Em sua coluna de estreia, Celso Amorim,
afirma que dizer que o apoio à resolução
da ONU contra o Irã não afetará a
percepção que se tem da nossa postura
internacional é tapar o sol com a peneira.
Foto: Agência Brasil
No dia 24 de março, o Brasil apoiou a resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que instituiu um Relator Especial para investigar a situação no Irã. Esse tipo de relator sobre um país específico, do ponto de vista simbólico, representa o nível mais alto de questionamento sobre o estado dos direitos humanos. Para se ter uma ideia, apenas oito paí­ses estão sujeitos a esse tipo de escrutínio.
Se excluirmos o Haiti, cuja inclusão se deve sobretudo aos efeitos de catástrofes naturais e contou com o apoio do próprio governo de Porto Príncipe, todos os demais (Camboja, Mianmar, Somália etc.) foram palco de tragédias humanitárias graves. São em geral países muito pobres, ditos de menor desenvolvimento relativo, em que o Estado, seja por incapacidade (Burundi, Haiti), seja em razão de sistemas políticos autocráticos (Coreia do Norte, Myanmar), não atende minimamente às necessidades dos seus cidadãos.
Mesmo países, certa ou erradamente, considerados pelas potências ocidentais como ditaduras (Cuba, China e Líbia, antes dos últimos acontecimentos) ou que passaram a ser qualificados como tais recentemente (Egito e Tunísia, antes da Revolução do Jasmim) não fazem parte dessa lista infamante. Noto, a propósito, que um recente artigo publicado no Herald Tribune dava conta da opinião de um ex-diplomata norte-americano sediado em Teerã de que haveria no Irã mais elementos de democracia do que no Egito de Mubarak, então apontado como exemplo de líder árabe moderado. Que eu me recorde, o Irã é o único país que poderia ser classificado como uma potência média que está sujeita a esse tipo de escrutínio. Não procedem explicações que procuram minimizar a importância da decisão com comparações do tipo: “O Brasil também recebe relatores” ou “não houve condenação”.
Não há como comparar os relatores temáticos que têm visitado o Brasil com a figura de um relator especial por país. Na semiologia política do Conselho de Direitos Humanos e de sua antecessora, a Comissão, a nomeação de um relator especial (ressalvados os casos de desastres naturais ou situações pós-guerras civis, em que o próprio país pede ou aceita o relator) é o que pode haver de mais grave. Se não se trata de uma condenação explícita, implica, na prática, colocar o país no banco dos réus. Quando fui ministro do presidente Itamar Franco, viajei a Cuba com uma carta do nosso chefe de Estado, a qual, além de referir-se à ratificação do Tratado de Tlatelolco, sugeria que Cuba fizesse algum gesto na área de direitos humanos.
Cuba admitiu convidar o Alto Comissário das Nações Unidas para o tema, mas recusou-se terminantemente a receber o relator especial sobre o país. Conto isso não para justificar a atitude de Havana, mas para ilustrar a reação que desperta a figura do relator especial. Não cabe assim diminuir a importância do voto da semana passada. Pode-se concordar ou não com ele, mas dizer que não afetará as nossas relações com Teerã ou a percepção que se tem da nossa postura internacional é tapar o sol com a peneira.
Nos últimos meses e anos, o Brasil participou de várias ações ou empreendeu gestões que resultaram na libertação de pessoas detidas pelo governo iraniano, tanto estrangeiros quanto nacionais daquele país. É difícil determinar qual o peso exato que nossas démarches tiveram em situações como a da norte-americana Sarah Shroud ou do cineasta Abbas Kiarostami. No primeiro caso, a jovem alpinista veio nos agradecer em pessoa. Em outros casos, como a da francesa Clotilde Reiss, não hesito em afirmar que a ação brasileira foi absolutamente determinante. Mesmo no triste caso da mulher ameaçada de apedrejamento, Sakineh Ashtiani, os apelos do nosso presidente, seguidos de várias gestões no meu nível junto ao ministro do Exterior iraniano e ao próprio presidente Ahmadinejad, certamente contribuíram para que aquela pena bárbara não tenha se concretizado.
Poderia mencionar outros, como o do grupo de bahais, cuja condenação à morte parecia iminente. Evidentemente, tais ações só puderam ser tomadas e só tiveram efeito porque havia um certo grau de confiança na relação entre Brasília e Teerã, grau de confiança que não impediu que o presidente Lula tenha demonstrado ao presidente iraniano o absurdo de suas declarações que negavam a existência do Holocausto ou que propugnavam pela eliminação do Estado de Israel. Parece-me muito improvável que o governo brasileiro se sinta à vontade para esse tipo de démarche depois do voto do dia 24. Ou caso se sinta, que os nossos pedidos venham a ser atendidos. Muito menos terá o Brasil condições de participar de um esforço de mediação como o que empreendemos com a Turquia, em busca de uma solução pacífica e negociada para a questão do programa nuclear iraniano (o que, certamente, fará a alegria daqueles que desejam ver o Brasil pequeno e sem projeção internacional). Oxalá eu esteja errado.
Celso Amorim
*cartacapital