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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 30, 2011

O canto do cisne

A vida já me concedeu, como imagino que a muitos dos leitores também, ser testemunha de alguns fatos políticos importantes no Brasil e no mundo. Testemunhei, por exemplo, como outros milhares de compatriotas, e ainda menino, parte da campanha “O Petróleo é Nosso”, o suicídio de Vargas e a comoção nacional de seu suicídio, o governo desenvolvimentista e ousado de Juscelino Kubitscheck, o golpe civil/militar de 1964 contra o governo legal de João Goulart, o AI-5, a luta armada da esquerda revolucionária contra a ditadura, da qual participei.
Li sobre a emblemática revolução cubana e de seus heroicos líderes Fidel e Che, sobre o final da guerra da Coreia, sobre a invasão norte americana do Vietnã em substituição aos franceses, sobre Mao Tse Tung e a Guarda Vermelha, o Maio de 68 na França, a chamada primavera de Praga. Essa lista, dos anos 80 para cá, seria ainda enorme… E talvez até maçante para o leitor.
Embora ainda existam pessoas que pensem o contrário, o homem é um ser político por natureza. Toda sua ação é política, mesmo quando se diz apolítico ou se nega a reconhecer a política nas relações humanas. Não é por acaso que muitos, a mídia em particular, tentam cotidianamente despolitizar toda e qualquer questão relevante que diga respeito à luta daqueles que ainda acreditam numa mudança de rumos para o mundo em que vivemos. Despolitizar é criar confusão, insegurança, preconceitos. Despolitizar é dividir para continuar reinando.
O avanço e a sofisticação dos meios modernos de comunicação, e aqui o exemplo mais fascinante fica por conta da internet, obriga o homem contemporâneo a um exercício constante e atento de tudo que se passa à sua volta, sob pena de que se perca o sentido da civilização e assim nos afundarmos em poucas horas nas trevas da barbárie.
O propósito com que escrevo esses primeiros parágrafos é chamar a atenção do leitor para que, ao organizar sua agenda de informações, leve em conta não só a agilidade com que elas acontecem, mas também que deixe a sua sensibilidade e o seu espírito crítico funcionando como antenas de um momento histórico importante, polêmico, armadilhado com inúmeras falácias e – sobretudo – resvalando para o perigoso terreno de um fascismo revisitado. De um fascismo moderno, travestido de falsas opiniões científicas ou sustentado por uma democracia enganosa, de aparências, onde o cidadão comum tem a ilusão de que ao votar de quatro em quatro anos está exercendo a sua liberdade de escolha nos que “dirigirão” o seu país, o seu estado, a sua cidade. Ou que de fato todos exercemos livremente nossa liberdade de opinião e pensamento.
Dou aqui dois exemplos, um internacional e outro caseiro:
1 – O vergonhoso e criminoso plano de invasão do Iraque sob o pretexto de que aquele país possuía armas de destruição em massa. Provou-se que era tudo mentira fabricada nos escritórios da Cia e do Departamento de Estado norte americano. O mesmo esquema de dúvidas e mentiras parece agora estar sendo construído contra o Irã, sob o pretexto de aquele país tem intenções de fabricar armas nucleares. E se tiver? Os que acusam, em particular EUA, Inglaterra e Israel, não possuem armas nucleares em profusão? Uns podem e outros não? Por quais motivos?
2 – O ridículo e falsamente consciente vídeo gravado por menininhos e menininhas (algumas nem tanto) globais em oposição à construção da Usina de Belo Monte, aonde os argumentos sequer chegariam a empolgar uma discussão de bêbados de botequim, mas com o firme propósito de aproveitar aquilo que consideram a popularidade tele noveleira para dar credibilidade a argumentos falaciosos contra uma obra que ajudará o país a criar energia condizente para o seu desenvolvimento atual.
A mídia internacional e a nacional, em particular, movimenta-se no perigoso e delicado terreno da desinformação, da divulgação de meias verdades ou mesmo de mentiras, da tentativa de desmoralização daqueles que ainda ousam discordar das maravilhas do capitalismo ou daqueles que procuram criar alternativas ao desmantelamento lento, gradual e progressivo de um sistema econômico que já mais nada tem a oferecer à humanidade, a não ser o seu canto do cisne.
Izaías Almada é escritor, dramaturgo e roteirista cinematográfico, É autor, entre outros, dos livros TEATRO DE ARENA, UMA ESTÉTICA DE RESISTÊNCIA, da Boitempo Editorial e VENEZUELA POVO E FORÇAS ARMADAS, Editora Caros Amigos.
*comtextolivre

Deleite Fafá

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Venda de Emendas:Governo de SP na Mira 

A edição de novembro da Revista do Brasil traz na capa a nebulosa relação entre o governo paulista e o legislativo estadual. Reportagem de Raoni Scandiuzzi revela como a Alesp se comporta muitas vezes como escritório de despacho do Executivo e por que parlamentares da oposição e da situação começam a desnudar o esquema. Por lá passam privatizações, concessões e orçamentos. E pedidos de investigações são sepultados.
Leia a excelente e reveladora matéria no site da Revista do Brasil.
 
Se seguíssemos com a política de FHC, o Brasil teria quebrado”, diz Lula a revista americana


Em entrevista à New Yorker - parte de um extenso artigo sobre a história recente da política brasileira - ex-presidente fala das diferenças com Fernando Henrique Cardoso, de aliados como Dilma Rousseff, José Dirceu e Antonio Palocci, e dos problemas que enfrentou na relação com Estados Unidos e Irã
*ajusticeiradeesquerda
Convênio com Controlar quebrou sigilo de milhões, segundo MPE



Isso é o tipo de notícia que só é publicada uma vez.Os brucutus do PiG, tão ligeiro para investigar os aloprados do PT, como ocorreu na suposta quebra de sigilo de Serra e Eduardo Jorge, não movem uma palha para aprofundamento da questão.

Em nova ofensiva do Ministério Público Estadual, a empresa Controlar, contratada pela Prefeitura para realizar a inspeção veicular em São Paulo, é acusada de usar dados sigilosos de milhões de proprietários de veículos.


Segundo o MPE, a inspeção veicular na cidade é feita por um esquema fraudulento, engendrado inclusive pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), que teve os bens bloqueados na última semana. O secretário municipal do Verde, Eduardo Jorge, 13 empresários e seis empresas também estão envolvidos no processo.


Segundo a investigação do MPE, veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Controlar tem acesso a dados sigilosos dos donos dos veículos, como telefones, endereço e CPF. O órgão afirma que o Detran alterou o convênio original de 2003, que permitia à empresa ter acesso a dados, desde que o sigilo fosse mantido. Mas, com a alteração, solicitação foi cancelada e a empresa conveniada pôde repassar os dados para terceirizadas.


Para o MPE, dados sigilosos não poderiam ser utilizados por empresa particular. Além disso, a modificação no convênio foi assinada por um delegado do Detran. A decisão caberia ao diretor do Departamento.


Sem o cruzamento dos dados, a prefeitura não teria meios para aplicar multas em proprietários que não realizaram a inspeção e a Controlar não teria como saber quais donos fizeram a inspeção e impedir seu licenciamento. O valor da causa é de 1,05 bilhão de reais. A ação pede a suspensão da inspeção veicular em São Paulo, a devolução de multas e indenização por danos morais aos donos de veículos.CartaCapital

Greve geral de 2 milhões de trabalhadores promete paralisar Grã-Bretanha


Escolas, hospitais, aeroportos, portos e escritórios do governo, entre outras atividades, serão afetados nesta quarta-feira na Grã-Bretanha por uma greve geral do setor público contra a proposta de reforma do sistema de aposentadorias feita pelo governo.

Cerca de dois milhões de trabalhadores devem cruzar os braços e mais de mil manifestações são esperadas em todo o país. Estimativas indicam que será a maior paralisação no país em 30 anos.

Os aeroportos britânicos, inclusive Heathrow, o mais movimentado da Europa, esperam caos, já que os agentes de imigração também vão aderir à greve. Diversas companhias aéreas cancelaram seus voos. Nos hospitais, apenas os serviços de emergência funcionarão.

Os sindicatos se opõem à proposta de mudança no sistema de aposentadoria dos trabalhadores, que eleva o tempo de contribuição e o valor dos descontos.

Porta-vozes do governo de coalizão conservador e liberal-democrata criticaram a paralisação, afirmando que as negociações "ainda estão em andamento".

BBC

*esquerdopata

Alckmin comete crime de lesa-humanidade ao privatizar saúde pública, afirma promotor

A Rádio Brasil Atual contou, nesta quarta-feira, 10, com a participação do promotor Arthur Pinto Filho, que deu detalhes da ação civil pública, movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, para impedir que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) coloque em prática a lei aprovada por ele, que transfere 25% dos leitos dos hospitais públicos do SUS, o Sistema Único de Saúde, para particulares e planos de saúde. Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas o promotor afirmou que o governo do Estado de São Paulo aplicou R$ 77,8 milhões dos recursos, que deveriam ser investidos em programas de saúde, no mercado financeiro. Além disso, o governo tucano também deixou de investir R$ 2,1 bilhões de saúde. Os movimentos populares de saúde realizam protesto nesta manhã, para protestar contra a privatização da saúde pelo governador Geraldo Alckmin.

*esquerdopata