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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Estudantes em greve realizam show-protesto na USP. A Calourada Unificada é gratuita e ocorre na próxima quarta-feira (29), a partir das 22h, na Praça do Relógio na Cidade Universitária. Marcam presença os músicos Arrigo Barnabé, BNegão, Isca de Polícia, Patife Band e Tulipa Ruiz.

Abaixo o fascismo!



A recepção aos novos alunos da Universidade de São Paulo (USP) este ano será marcada por um “show protesto”. A Calourada Unificada é gratuita e ocorre na próxima quarta-feira (29), a partir das 22h, na Praça do Relógio na Cidade Universitária (campus Butantã). Marcam presença os músicos Arrigo Barnabé, BNegão, Isca de Polícia, Patife Band e Tulipa Ruiz. Quem organiza o ato cultural é o Comando de Greve dos Estudantes da USP.
Os alunos decretaram greve em novembro do último ano e reivindicam a saída da Polícia Militar (PM) da USP e também do reitor João Grandino Rodas, entre outros pontos.
Uma série de ações violentas contra a população acadêmica está sendo realizada por essas autoridades, como a desocupação violenta da reitoria e a agressão a estudantes na sede do DCE. A última ação da PM foi a desocupação de um dos blocos da moradia estudantil (CRUSP) no último dia 19, que resultou na prisão de 12 moradores.
Para organizar a Calourada, os grevistas contam com a contribuição financeira dos Centros Acadêmicos e de quem mais possa ajudar. As doações podem ser feitas através de depósitos em conta corrente. Até o momento, foram arrecadados quase R$ 12 mil. Mais informações, acesse o site uspemgreve.blogspot.com.

Programação Oficial



Programação Oficial




8h


Visita: 2002-2012: A luta dos estudantes da USP
Local: Prédio dos cursos de História e Geografia da FFLCH

14h
Debate Repressão e PM: ditadura e hoje
Local: Prédio da FAU

17h 
Apresentação teatral Auto dos 99%
Local: Prédio da FAU

19h30
Debate O levante mundial da juventude
Local: Prédio dos cursos de História e Geografia da FFLCH

22h
Show Protesto na Cidade Universitária
com Arrigo Barnabé, BNegão SoundSystem, Isca de Polícia, Patife Band e Tulipa Ruiz
Local: Praça do Relógio


Participe!

*Cappacete

Charge do Dia


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A cada hora morrem 300 crianças por desnutrição

 

 

A cada hora morrem 300 crianças por desnutriçãoCerca de 500 milhões de crianças estão em risco de danos permanentes pelos próximos 15 anos, afirma relatório publicado pela organização Save the Children no último dia 15.
“A crise da desnutrição é pouco comentada, mas afeta uma a cada quatro crianças no mundo”, diz Carolyn Miles, presidente e CEO da Save the Children. “Ela causa danos permanentes e é a maior causa da morte de crianças. A cada hora morrem 300 crianças por desnutrição”, afirma.
O relatório revela que a desnutrição crônica, ou a desnutrição a longo prazo é muito mais perigosa e disseminada do que a desnutrição aguda a curto prazo, geralmente vista em crises de alimentos.
Essa desnutrição enfraquece o sistema imunológico das crianças, tornando-as mais vulneráveis a doenças como diarréia, pneumonia e malária. Cerca de dois milhões de crianças morrem a cada ano por essas doenças, três vezes mais do que pela desnutrição aguda.
Além disso, outras graves consequências da desnutrição a longo prazo, como inibição do desenvolvimento físico ou intelectual, são menos óbvias e, por isso, geralmente negligenciadas.
Crianças bem nutridas, segundo o relatório, tem melhor desempenho na escola e geralmente tem melhores salários quando adultas. Recentes pesquisas sugerem que intervenções alimentares podem aumentar a renda de um adulto em até 46%.
*Averdade

Guerra pelo petróleo – a militarização do Atlântico Sul

A guerra pelo petróleoA militarização do Atlântico Sul, efetivada pela 4ª Frota dos Estados Unidos, recebe um reforço da Armada Inglesa. Tudo para garantir o controle do petróleo da América do Sul.
A dupla Estados Unidos e Inglaterra movimentam suas tropas para garantir o controle colonial das áreas produtoras ou detentoras de grandes reservas petrolíferas ainda não exploradas em sua plenitude.
O caso iraniano, em função da importância deste país para o fornecimento mundial de petróleo, recebe grande atenção da mídia, e apesar dos esforços do oligopólio da informação em reduzir a ameaça de invasão do Irã ao fato combate às armas de destruição em massa, não existe aquele ser humano, possuidor de inteligência mediana, que não associe ao petróleo os verdadeiros motivos do conflito.
O cerco ao Irã necessita de uma operação complexa envolvendo o controle político da Síria como forma de isolamento dos persas e enfraquecimento da presença militar russa no Mediterrâneo. Como sabemos no cenário de guerra previsto para o controle do Irã, a Rússia é classificada como aliada deste país e possui, justamente na Síria, uma base militar naval cujo poder de fogo foi acrescido desde o final de 2011 com pelo menos um porta aviões, submarinos e mísseis balísticos.
Enquanto ao caso iraniano aplica-se o clássico conto das armas de destruição em massa – lembrai-vos do Iraque – no Atlântico Sul as forças coloniais apresentam-se menos sutis, e revivendo os dias de glória, a esquadra britânica envia de forma despudorada forças navais, incluindo a jóia da Armada, devidamente protegida por um submarino nuclear.
Nesta ocupação militar a monarquia inglesa (existiria um regime mais ridículo?) aproveita para promover o príncipe herdeiro que divide o seu tempo nesta missão entre divertir-se pilotando um avião e posar para fotos vestindo uniformes militares em tentativa patrioteira de levantar o moral da elite britânica fortemente abalada em função da crise econômica.
Apenas um questionamento. O leitor já imaginou que tipo de repercussão resultaria da imagem do filho do presidente da Venezuela (eu nem sei se ele tem um filho), usando uniforme militar e pilotando um caça em qualquer região do planeta? Sabemos todos a resposta.
Retomando. Uma força militar inglesa sem justificativa aparente está ocupando o sul do nosso continente. O motivo oficial seria um exercício de rotina para proteger um enclave colonial – sim, eles ainda existem ! – as Ilhas Malvinas.
A Argentina, que não possui bomba atômica, reivindica a soberania das Malvinas. Os ingleses, para militarizar a região não podem, deste modo, usar a desculpa da arma de destruição em massa para proteger a sua colônia. Assim utilizam do aniversário de 30 anos da guerra contra os argentinos como justificativa.
Certamente, com seu apego à tradição supersticiosa dos magos, os ingleses consultaram os astros e receberam algum tipo de informação mágica dando conta da tomada da ilha a cada 30 anos pelos argentinos.
Independente da magia, o potencial petrolífero das Malvinas merece nossa atenção. Estima-se um volume de 8,3 bilhões de barris, existindo cálculos que elevam este número para 60 bilhões de barris.
Somente a empresa Rokhopper possui em seu bloco estimativas de 350 milhões de barris, mas ao buscar financiamento alega um potencial de 500 milhões. A Coroa, que encontra-se em apuros financeiros, estima arrecadar nas Malvinas, somente em royalties, 180 bilhões de dólares.
Mohamed Mossadegh
A Inglaterra possui vasta experiência em controlar na marra áreas petrolíferas fora de seu território. A atual British Petroleum (BP) nasceu assim e por coincidência no Irã, quando no início do século XX o Lorde do Almirantado, Winston Churchill, resolveu substituir o carvão por um óleo derivado do petróleo para movimentar os navios de guerra.
Este controle durou até os anos 50 quando o governo de Mohamed Mossadegh nacionalizou pela primeira vez o petróleo iraniano. Depois desta nacionalização os Estados Unidos – ironicamente com apoio dos aiatolás – realizaram um golpe contra Mossadegh instituindo uma monarquia que entregou o petróleo às empresas estadunidenses.
Em nossos dias as duas potências realizam um acordo quanto a divisão das áreas produtoras reservando o petróleo iraniano, em sua maior parte, para os Estados Unidos, enquanto os ingleses assumem, dentre outras regiões, as ilhas Malvinas.
Lembre-se: O Brasil, abençoado por Deus e bonito por natureza, também localiza-se no Atlântico Sul e possui petróleo em grande quantidade ainda não explorado. A legislação brasileira, ao contrário da iraniana ou venezuelana, permite a livre exploração por empresas estrangeiras que tornam-se proprietárias do petróleo retirado das profundezas do pré-sal ou dos blocos em terra. Ao que tudo indica para o Brasil não há necessidade de navios de guerra, afinal, possuímos um governo pacifico e cordial.
Wladmir Coelho
*Averdade

O Brasil na TV

 

O Brasil que se vê na TV está restrito ao Rio e à São Paulo, salvo raras exceções. Exibem-se nas novelas e nos telejornais, lindas paisagens e graves problemas urbanos dessas metrópoles para todo o país.
Fico a me perguntar o que interessa ao morador de Belém o congestionamento da Marginal do Tietê, exaustivamente mostrado pelas redes nacionais de TV? Não haveria fatos locais muito mais importantes para a vida dos telespectadores do Pará do que as mazelas da capital paulista?
No entanto, o conteúdo que vai ao ar não é determinado pelos interesses ou necessidades do telespectador e sim pela lógica comercial. Para o empresário de TV local é mais barato e mais lucrativo reproduzir o que a rede nacional de televisão transmite, inserindo alguns comerciais da região, do que contratar profissionais para produzir seus próprios programas.
Para as grandes redes trata-se de uma economia de escala: com um custo fixo de produção, o lucro cresce à medida em que os anúncios são veiculados num número crescente de cidades.
Isso ocorre porque como qualquer outra atividade comercial a lógica do capital é a da concentração, regra da qual a televisão, movida pela propaganda, não escapa. Só que a TV não é, ou não deveria ser, apenas um negócio como outro qualquer.
Por transmitir valores, idéias, concepções de mundo e de vida, ela é também um bem cultural e não uma simples mercadoria. Dai a necessidade de ser regulamentada e ter os seus serviços acompanhados de perto pela sociedade.
Como concessões públicas, as emissoras têm obrigação de prestar esses serviços de maneira satisfatória, atendendo às necessidades básicas de informação e entretenimento a que todos tem direito. Caso contrário, caberiam reclamações, processos e punições, como ocorre em quase todas as grandes democracias do mundo.
Aqui, além de não existirem órgãos reguladores capazes receber as demandas do público e dar a elas os devidos encaminhamentos, não temos uma legislação capaz de sustentar esse processo. Por aqui vale tudo.
E quem perde é a sociedade, empobrecida culturalmente por uma televisão que a trata com desprezo. Diretores de emissoras chegam a dizer, preconceituosamente, que “dão ao povo o que o povo quer”.
Um caso emblemático da falta que faz essa legislação é o da produção e veiculação de programas regionais. Se o mercado concentra a atividade televisiva no eixo Rio-São Paulo, cabe a lei desconcentrá-lo, como determina artigo 221 da Constituição, até hoje não regulamentado.
Sua tramitação é seguidamente bloqueada no Congresso por parlamentares que representam os interesses dos donos das emissoras de TV.
Em 1991 a então deputada Jandira Feghali apresentou um projeto de lei estabelecendo percentuais de exibição obrigatórios para produção regional de TV no Brasil. Doze anos depois, em 2003, após várias concessões feitas para atender aos interesses dos empresários, o texto foi aprovado na Câmara e seguiu para o Senado, onde dorme um sono esplendido até hoje.
São mais de vinte anos perdidos não apenas para o telespectador, impossibilitado de ver o que ocorre na sua cidade e região. Perdemos também a oportunidade de abrir novos mercados de trabalho para produtores, jornalistas, diretores, atores e tantos outros profissionais obrigados a deixar suas cidades em busca de oportunidades limitadas nos grandes centros.
Mas se os interesses empresariais das emissoras bloqueiam esse florescimento artístico e cultural, as novas tecnologias estão abrindo brechas nessas barreiras. O barateamento e a diminuição dos equipamentos de captação de imagens impulsionaram o vídeo popular e a internet vem sendo um canal excelente de divulgação desses trabalhos.
Combina-se a vontade e a capacidade de fazer televisão fora das emissoras tradicionais com a necessidade do público de acompanhar aquilo que acontece perto de sua casa ou de sua cidade.
O que não descarta a necessidade da existência de programação regional nas grandes emissoras, como forma de tornar o Brasil um pouco mais conhecido pelos próprios brasileiros.
Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Candidatura Serra revela desdém pela inteligência do paulistano

A recém-anunciada decisão do ex-governador tucano José Serra de disputar mais uma vez a prefeitura de São Paulo revela seu mais completo desprezo pela inteligência da maioria do povo paulistano.
Serra tem lá suas razões para acreditar que a maioria dessa população é incapaz de assoviar e amarrar os sapatos ao mesmo tempo. Até hoje, há muita gente aqui que recita com orgulho o bordão de que “Maluf rouba, mas faz”, apesar de ser um ladrão que não pode nem sair do Brasil por ser procurado pela Interpol.
São Paulo, quase sempre, vota no pior. Em 1985, elegeu Jânio Quadros contra o então progressista Fernando Henrique Cardoso. A prefeitura de Jânio fundou máfias como a dos fiscais e fez a qualidade de vida despencar na cidade.
A devastação nas finanças paulistanas e a paralisação dos serviços públicos foi de tal ordem que, em 1988, ocorreu um fenômeno raro na capital paulista: para consertar o desastre janista, o paulistano elegeu a primeira de duas mulheres petistas, Luiza Erundina.
Por motivos ideológicos, a imprensa paulista fustigou o governo Erundina, que saneara as finanças e implantara programas sociais revolucionários, e trabalhou intensamente pela primeira vitória eleitoral legítima de Paulo Maluf a um cargo no Poder Executivo.
Com a ajuda sobretudo do jornal O Estado de São Paulo, Maluf se elege prefeito em 1992 e consegue eleger o sucessor, Celso Pitta, em 1996. Os dois governos produzem um desastre tão completo que, em 2000, uma cidade novamente falida coloca uma petista de novo no poder para consertar o que direita fizera.
Marta Suplicy saneia novamente as contas da prefeitura, implanta programas sociais revolucionários como Erundina e, apesar de terminar seu mandato bem-avaliada pela maioria dos paulistanos, estes elegem novamente um governo conservador.
Em 2004, o tucano José Serra se elege prometendo que não faria do cargo de prefeito um trampolim para voos políticos mais altos, descumpre a promessa abandonando a prefeitura nas mãos do vice, Gilberto Kassab, e, apesar disso, este se elege prefeito em 2008.
Os paulistanos justificaram o voto no indicado de Serra, apesar de ele ter mentido por escrito ao prometer não deixar o cargo de prefeito caso fosse eleito, com a premissa de que queriam colocar o “competente” tucano em uma posição ainda melhor.
É neste ponto que surge novo teste para a inteligência do povo de São Paulo. Segundo a última pesquisa Datafolha sobre a aprovação do prefeito que Serra vendeu aos paulistanos, sua administração, como a de outros prefeitos conservadores, tem sido um desastre.
A popularidade de Gilberto Kassab chegou ao fundo do poço. A pesquisa foi realizada nos dias 26 e 27 de janeiro último e detectou que só 22% dos eleitores aprovam a atual gestão, enquanto que 37% consideram-na péssima ou ruim.
Para entender por que Kassab é tão mal avaliado, há que olhar para o Índice de Desenvolvimento Humano da capital paulista em comparação com outras capitais do Sul e do Sudeste, com as quais cabe comparação.
Como se vê, a cidade mais rica da América Latina chegou à penúltima colocação entre as capitais do Sul e do Sudeste, acima apenas de Belo Horizonte. A qualidade de vida em São Paulo vem caindo ano a ano devido às loucuras eleitorais que a população praticou com Janio, Maluf, Pitta, Serra e Kassab.
Para todos esses, a prefeitura da capital paulista representou apenas um trampolim político. Atualmente, Kassab cuida muito mais do partido que criou (PSD) do que da administração da cidade.
Ora, pela lógica, se Serra indicou Kassab – assim como Maluf indicou Pitta – e a indicação se revelou desastrosa, a população paulistana deveria fazer com o tucano o que fez com Maluf em 2000, quando lhe negou a eleição por ter indicado um prefeito que fez um mau governo.
Vale lembrar que, naquele ano, a imprensa negou apoio ao candidato da direita. Estadão, Folha e Veja apoiaram Marta em 2000, pois São Paulo estava em verdadeiro estado de calamidade.
Este ano, porém, mais uma vez Estadão, Folha de São Paulo e revista Veja devem trabalhar intensamente pela eleição do candidato da direita, assim como trabalharam pela eleição de Jânio, de Maluf, de Pitta, de Serra e de Kassab.
Por outro lado, a queda progressiva da qualidade de vida pode ocasionar o que ocorreu quando a cidade elegeu Erundina e Marta. Após dois governos desastrosos como o de Maluf e o de Pitta, a população, em tese, poderia optar por eleger um petista de novo para arrumar a casa, ainda que seja para entregá-la de novo à direita na eleição seguinte.
Todavia, há um fenômeno na eleição deste ano que inexistiu quando as duas mulheres petistas se elegeram prefeitas.
O engajamento da imprensa na candidatura tucana deve ser muito maior do que foi na de Maluf em 1992 e na de Pitta em 1996. Será como na de Serra, em 2004, e na de Kassab em 2008.
O ponto fora da curva, porém, é a rejeição a Serra, que explodiu nos últimos anos concomitantemente à degradação da qualidade de vida gerada pela eleição de um prefeito como Kassab, que governa nas horas vagas, entre uma articulação política e outra.
E ainda restam as implicações do livro da Privataria tucana no processo eleitoral paulistano, mas esse assunto merece um post só para si…
*Blog da Cidadania

Tecnologias para o controle Humano


*Mundodesconecido