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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 28, 2012

A cada hora morrem 300 crianças por desnutrição

 

 

A cada hora morrem 300 crianças por desnutriçãoCerca de 500 milhões de crianças estão em risco de danos permanentes pelos próximos 15 anos, afirma relatório publicado pela organização Save the Children no último dia 15.
“A crise da desnutrição é pouco comentada, mas afeta uma a cada quatro crianças no mundo”, diz Carolyn Miles, presidente e CEO da Save the Children. “Ela causa danos permanentes e é a maior causa da morte de crianças. A cada hora morrem 300 crianças por desnutrição”, afirma.
O relatório revela que a desnutrição crônica, ou a desnutrição a longo prazo é muito mais perigosa e disseminada do que a desnutrição aguda a curto prazo, geralmente vista em crises de alimentos.
Essa desnutrição enfraquece o sistema imunológico das crianças, tornando-as mais vulneráveis a doenças como diarréia, pneumonia e malária. Cerca de dois milhões de crianças morrem a cada ano por essas doenças, três vezes mais do que pela desnutrição aguda.
Além disso, outras graves consequências da desnutrição a longo prazo, como inibição do desenvolvimento físico ou intelectual, são menos óbvias e, por isso, geralmente negligenciadas.
Crianças bem nutridas, segundo o relatório, tem melhor desempenho na escola e geralmente tem melhores salários quando adultas. Recentes pesquisas sugerem que intervenções alimentares podem aumentar a renda de um adulto em até 46%.
*Averdade

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