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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Brasil é contra armar oposição na Síria e intervenção militar no país



O Brasil é contra a entrega de armas à oposição na Síria e a uma possível intervenção militar no país, afirmou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, nesta segunda-feira.
http://jornaldachapada.files.wordpress.com/2011/11/ministra-rosario-blog.jpg?w=640
A ministra Rosário (foto acima), reafirmou a postura pacífica do país em discurso durante a 19ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU):

- O Brasil se posiciona contra a entrega de armas seja a quem for. O Brasil condena ações armadas de qualquer lado, não aceitamos ações armadas - ressaltou a ministra. - Precisamos que toda perspectiva imediata de ações bélicas seja revista. Estas têm significados nefastos para a população civil e não contribuem à reafirmação democrática de nenhum país.

Maria do Rosário criticou a postura da Arábia Saudita, que apoia o armamento da oposição na Síria, afirmando não ser "uma boa ideia", e completou:

- A excelente ideia é que a política e a diplomacia ocupem o lugar do confronto. A postura do Brasil é vanguardista, é a defesa da paz, mais paz e menos reação armada a estruturas armadas. Nossa posição é coerente com nossa História.

O conselho, por sua vez, divulgou uma resolução pedindo o fim dos ataques a civis e a permissão de entrada da ajuda humanitária na Síria

Fonte: O Globo
*MilitânciaViva

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