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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 25, 2012

Em janeiro, EUA superam China e lideram comércio com Brasil

 

Em janeiro, EUA superam China e lideram comércio com Brasil
Exportações para norte-americanos cresceram 37% neste ano VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK
Depois de quase dois anos, o comércio do Brasil com os EUA superou as trocas do país com a China. Em janeiro, os americanos responderam por 14,58% da soma das exportações e importações brasileiras. O país asiático representou 14,14% desse total.
As exportações brasileiras determinaram a mudança no perfil da corrente de comércio no mês.
As vendas do Brasil para os EUA cresceram 37% neste ano, ao passo que as exportações para a China recuaram 2,6%. Carvão e óleos combustíveis foram os principais produtos exportados para os Estados Unidos.
Quando considerado o ano fechado, a China foi o principal parceiro brasileiro em corrente de comércio, com 14,69% do total em 2011, ante 12,08% dos EUA.
Rubens Ricupero, ex-embaixador brasileiro em Washington, afirma que as exportações confirmam a retomada do crescimento da economia norte-americana.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Lacerda Prazeres, acrescenta que o comportamento do preço das commodities influenciou o resultado.
"A continuar esse ritmo, há expectativa de que a corrente de comércio em 2012 com os EUA possa até mesmo recuperar sua posição de principal parceiro comercial do Brasil", afirma Prazeres.
Entre os dez principais produtos vendidos para os EUA em janeiro, três são manufaturados (aviões, partes de motores e motores).
Para a China, todos os dez itens mais vendidos são básicos ou semimanufaturados.
O embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, afirmou que a visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA em abril será uma oportunidade para discutir a intensificação das relações comerciais com o Brasil.

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