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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Irã rompe uma lança a favor do desarmamento nuclear, com Israel em pé de guerra (+Vídeo)

O Irã pede pela eliminação total das armas nucleares no mundo. “A produção, a posse, o uso ou a ameaça de uso de armas nucleares é ilegal, inútil, nocivo, perigoso e proibido como um pecado capital”, disse terça-feira o ministro de Assuntos Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, em seu discurso durante a Conferência da ONU sobre o Desarmamento em Genebra.
Ademais, o diplomático indicou que Teerã se mostra disposto a continuar o diálogo com o Organismo Internacional de Energia Atômica, apesar do fracasso da última missão de seus observadores, que asseguram que a república islâmica não coopera com suficiente transparência em relação a seu programa nuclear.
Entretanto, o governo israelense podia começar uma ofensiva militar contra o Irã sem por sobre aviso a Washington, informam alguns meios de comunicação.
O diretor do centro de estudos do Oriente Médio Contemporâneo e Coordenador da Cátedra de Euro-Ásia do Instituto de Relações Internacionais da Universidade Nacional “de la Plata” (Argentina), Paulo Botta, opina que, com esta manobra, Tel Aviv coloca pressão sobre o presidente dos EUA, Barack Obama, para tentar conseguir apoio militar de Washington, em caso de um eventual ataque contra a republica islâmica.
“O grande problema é que o sentido de urgência que tem Israel não é compartilhado pelos Estados Unidos, que no meio de um ano eleitoral, tentarão por todos os meios possíveis evitar qualquer problema exterior. A grande aposta do Estado de Israel é pressionar ao presidente Obama de maneira tal que os críticos republicanos (…) obriguem ao presidente Obama a tomar partido do lado israelense”, assegurou Botta.
“Acredito que o principal interesse israelense é conseguir um apoio militar, caso se decida optar por uma solução militar na questão iraniana. O que estamos vendo é que Israel está fazendo todo o possível para convencer seus aliados, fundamentalmente, os Estados Unidos, de que a opção militar é a solução para o caso iraniano”, afirma o analista, que coloca em questão o juízo de que Israel pode atuar ou, melhor dizendo, atacar por si só.  
“Acredito que não seja confiável o que estão dizendo os funcionários israelenses porque o impacto que teria a nível regional, no Oriente Médio, de um ataque israelense ao Irã, seria tão importante que não ajudaria a isolado a opinião dos Estados Unidos. Portanto, creio que esta opinião é mais um exercício de pressão retorica para os Estados Unidos”, considerou.  
 
 

Coreia do Norte confirmou a suspensão de seu programa nuclear (+Vídeo)

Coreia do Norte confirmou a suspenção de seu programa nuclear, as atividades relacionadas com o enriquecimento de uranio e lançamentos de misseis de longo alcance.
“Para melhorar o ambiente de diálogo e mostrar sua disponibilidade para se desnuclearizar, a República Popular Democrática da Coreia acordou em introduzir uma moratória contra lançamentos de misseis de longo alcance e provas nucleares”, informou o Departamento de Estado dos Estados Unidos. As autoridades norte-coreanas concordaram, também, em parar o reator de Yongbyon, principal servidor nuclear, aparentemente, de caráter bélico, e permitir o acesso dos inspetores do Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) a suas instalações nucleares.  
“EUA está profundamente preocupado pelas atividades da Coreia do Norte em relação a um amplo circulo de problemas, mas, a declaração de hoje reflete um importante – embora seja reduzido – avanço até resolvê-los”, destacou a porta-voz do Departamento de Estado, Vitoria Nuland.
Como contrapartida, Washington está disposto a considerar a possibilidade de enviar a Pyongyang 240.000 toneladas de alimentos, confirmou, por sua parte, o Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia do Norte. Comunicou que os detalhes do fornecimento serão estipulados em um futuro próximo.
“A moratória nuclear norte-coreana é um ‘modesto’ primeiro passo na direção correta. Washington seguirá atentamente e concluirá segundo a atuação das novas autoridades do país”, sustentou a secretaria de Estado norte-americana, Hillary Clinton.  
A OIEA, por sua parte, aplaudiu a decisão de Pyongyang e a qualificou de “um importante avanço”. Comunicou, também, que está disposto a mandar uma delegação ao país para comprovar o cumprimento da moratória.
O Ministro do Exterior da Coreia do Sul qualificou o acordo conseguido entre EUA e Coreia do Norte como “um fundamento de um movimento adiante para resolver o problema nuclear norte-coreano”. Japão, um dos integrantes do sexteto que se dedica a abordar os temas do programa nuclear norte-coreano a nível internacional, também, reconheceu que se trata de um importante passo para a resolução da crise nuclear na península coreana. 
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)
 
 
 

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