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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
domingo, setembro 30, 2012
Haddad, contra o incapaz e o inútil
Nunca
esteve tão clara a situação da eleição em São Paulo: mesmo que Serra,
ajudado por todos os barões da mídia – que, aliás, são os únicos
entusiastas de sua campanha – conseguisse o milagre de passar ao segundo
turno, perderia a eleição. Russomanno começaria a finalíssima com a
vantagem da inacreditável taxa de 46% de rejeição que Serra carrega nas
costas. Situação ideal para um apresentador de TV premiado com a
inesperada primeira colocação na preferência do eleitorado paulistano,
não é mesmo? Russomanno se safaria de ter que enfrentar um ex-ministro
do tamanho de Haddad. Não teria que apresentar o inconsistente, senão o
inexistente, Programa de Governo que nunca imaginou vir a precisar
realmente em sua aventura eleitoral.
Com Russomanno e Serra, a eleição se resumiria em escolher entre o
incapaz e o inútil. Seriam o anti-Serra versus o anti-Russomanno. E
ninguém a favor de São Paulo. Eleito, o anti-Serra abriria todas as
portas para o ingresso dos evangélicos na antesala do poder em São
Paulo. E isso seria só o começo para eles. Porque os pastores não perdem
tempo com “picuinhas partidárias entre tucanos e petistas”. Vão direto
ao bolso do fiel que paga para sentir a fé.
Precisa desenhar? Na reorganização das forças, no segundo turno, só
Haddad teria chances de vencer Russomanno. Até a Soninha, amiguinha do
peito de Serra, se antecipou e declarou ao vivo, no último debate, na TV
Gazeta, que vota em Haddad no segundo turno.
Diante de Russomanno, Haddad se agiganta a tal ponto que o tempo na TV –
que passa a ser igual para os finalistas – pode se tornar um incomodo
para seu adversário. Explico: é muito espaço de tempo para alguém tão
pequeno como Russomanno. Além de não ter muito a dizer, morre de medo de
morder a língua.
Serra está num processo de falência múltipla acelerada. Como político e
como candidato. Fora o Datafolha que inverte o resultado na margem de
erro para manter seu candidato artificialmente vivo, as pesquisas do
Ibope e do Vox Populi já mostraram que Serra não consegue reverter seu
declínio. Seria menos humilhante para seu final de carreira se deixasse a
eleição já no primeiro turno, à francesa, e fosse aguardar a instalação
da CPI da Privataria Tucana – o verdadeiro último capítulo de sua sua
biografia – já na horizontal…
Com Serra fora, o PiG e a direita perdem, é verdade. Mas se Russomanno
for eleito, São Paulo e TODOS seus habitantes perdem mais ainda.
Curioso… Até hoje o PiG nunca deixou de ter candidato próprio nos
segundos-turnos mais importantes. Sempre que ficava apertado, arranjavam
alguma fraude jornalística para prejudicar seus adversários nos últimos
dias, quando a campanha já estava encerrada e não havia como se
defender de seus ataques. Será que desta vez vão pro brejo mais cedo? E
sendo assim, vão preferir apoiar Russomanno e sacrificar Sampa por mais
quatro anos só para não entregar a cidade ao “inimigo” petista? A ver.
Por outro lado, mais do que medir as preferências do paulistano, o
último Datafolha trouxe informações importantes escondidas em seus
números: o julgamento do chamado mensalão do PT ainda não frutificou
como planejaram os golpistas e o STF. Além de ser inconstitucional, o
linchamento público que promovem não está colando na população. Deve ser
porque tem cheiro de mofo. Coisa que ficou para trás, num outro Brasil.
Um Brasil que não deixou saudades.
Quanto a Serra, só terá um novo mandato para qualquer cargo público se for nomeado. Seja por um civil, seja por um militar…
Fonte:O que será que me dá?
Assange: Cabra marcado para morrer
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Um jornal australiano obteve um documento do governo americano em que Julian Assange e o Wikileaks são classificados como “inimigos do Estado”.
A notícia está repercutindo em todo o mundo, e com razão.
Um jornal australiano obteve um documento do governo americano em que Julian Assange e o Wikileaks são classificados como “inimigos do Estado”.
A notícia está repercutindo em todo o mundo, e com razão.
"Derrotaremos o apartheid de Israel"
Por Leonardo Wexell Severo, no sítio da CUT:
Filha da terceira geração após a Nakba, a catástrofe que caracteriza a diáspora palestina após a sua expulsão pelos sionistas em 1948, Haneen Zoabi é a primeira mulher de um partido árabe a ter assento no parlamento israelense. Integrante da “Flotilha da Liberdade” que tentou furar o criminoso bloqueio e levar remédios e alimentos para a Faixa de Gaza, foi classificada por Israel como “terrorista”. “Defensora dos direitos humanos e do valor da liberdade para todos os povos”, Haneen Zoabi sublinha que sua bússola é a da justiça num mundo de paz e coexistência, onde todos vivam “em pé de igualdade”.
Filha da terceira geração após a Nakba, a catástrofe que caracteriza a diáspora palestina após a sua expulsão pelos sionistas em 1948, Haneen Zoabi é a primeira mulher de um partido árabe a ter assento no parlamento israelense. Integrante da “Flotilha da Liberdade” que tentou furar o criminoso bloqueio e levar remédios e alimentos para a Faixa de Gaza, foi classificada por Israel como “terrorista”. “Defensora dos direitos humanos e do valor da liberdade para todos os povos”, Haneen Zoabi sublinha que sua bússola é a da justiça num mundo de paz e coexistência, onde todos vivam “em pé de igualdade”.
Lances de um capitalismo moribundo
No pasaran!
Por Cléber Sérgio de Seixas
O capitalismo, em sua variante neoliberal, teima em manter-se
de pé e nega confessar-se moribundo. Os fatos, porém, demonstram que o neoliberalismo está em seus estertores e a farra
resultante de décadas de enfraquecimento do Estado e hegemonia do mercado está
chegando a seu fim.
As conseqüências da crise econômica cuja bolha estourou em
2008 varrem todo o Globo e causam mais estragos naqueles países que insistem em
seguir a bula neoliberal. Países que não seguiram os ditames do Consenso de
Washington foram e têm sido menos atingidos pelos efeitos da crise. A tsunami
decorrente do estouro da bolha chegou aqui como uma marolinha, como certa vez vaticinou
o presidente Lula.
No velho mundo, a pesada bota da Troika pisa sobre os
direitos de trabalhadores europeus, procurando minimizar a atuação do
Estado no que toca ao bem-estar dos mesmos. Já se registram casos de
trabalhadores espanhóis que buscam emprego no Brasil para fugir dos baixos salários
e do desemprego que assola seu país.
O modus operandi dos magnatas do capital é análogo ao dos
primórdios do neoliberalismo nos fatídicos anos 70 e 80. Reduz-se a produção e
aumenta-se a especulação. Quando os efeitos danosos se fazem sentir, pede-se
austeridade em troca de empréstimos que funcionarão paliativamente e, no futuro,
cobrarão mais austeridade que redundará em mais precarização das condições de
emprego e salário. Pouco ou nada se diz sobre os lucros exorbitantes dos bancos e do capital
especulativo.
Os trabalhadores europeus, com destaque para espanhóis,
gregos e portugueses, no entanto, não estão dispostos a pagar a conta resultante
da ganância e dos exageros de um capitalismo sem freios, e por isso saem às
ruas quando algum pacote de maldades é anunciado pelos governos da |Zona do Euro. Já é notória a
atuação dos “Indignados” desde os eventos de 2011 na Espanha, capitaneados pelo
movimento 15-M, e nos EUA pelo Occupy Wall Street.
Ontem, centenas de espanhóis se uniram na manifestação batizada
de ‘Cerca o Congresso’ (Rodea el Congreso)
nos arredores do Congresso de Deputados em Madrid. A polícia foi acionada e reprimiu com
violência as manifestações.
Veja alguns lances do confronto no vídeo abaixo.
Irã está sob ameaça militar sionista, diz Ahmadinejad
Reuters
O Irã está sob a ameaça de ação militar por parte de
"sionistas incivilizados", disse nesta quarta-feira o presidente
iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em uma referência clara a Israel. Segundo
ele, ameaças desse tipo feitas pelas grandes potências têm como
objetivo forçar a submissão dos países.
"A ameaça contínua dos sionistas incivilizados de recorrer à ação
militar contra a nossa grande nação é um exemplo claro dessa realidade
cruel", disse Ahmadinejad em um discurso de 33 minutos à
Assembleia-Geral da ONU.
Israel e Estados Unidos recusam-se a descartar a possibilidade de um ataque contra as instalações nucleares do Irã, que o Ocidente suspeita que tenham como objetivo produzir bombas nucleares. O governo iraniano afirma que elas têm finalidades pacíficas.
Essa foi a oitava participação do presidente iraniano na assembleia
das 193 nações e deverá ser a sua última, uma vez que seu segundo e
último mandato termina no ano que vem. O discurso coincidiu com o
feriado judaico do Yom Kippur, um dos dias mais sagrados do calendário
judaico.
O discurso de Ahmadinejad mencionou questões suscitadas em suas
participações anteriores na ONU, sugerindo que deveria haver uma "equipe
independente de investigação" para descobrir a "verdade" por trás dos
ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Ele também reclamou das
"políticas e ações hegemônicas do sionismo mundial".
Ahmadinejad afirmou durante a semana que Israel mais cedo ou mais
tarde será "eliminado". Essa declaração, não repetida na quarta-feira,
enfureceu Israel e os EUA.
A missão norte-americana na ONU informou que a sua delegação não assistiu ao discurso do presidente iraniano. Ahmadinejad falou um dia depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, dizer à Assembleia-Geral que o governo norte-americano fará o que for necessário para evitar que Teerã obtenha armas nucleares.
Ahmadinejad também criticou a "atual ordem mundial opressiva", na qual a "pobreza é imposta às nações e as ambições e as metas das potências são buscadas seja por meio de artifícios ou pelo recurso à força".
"A situação abissal atual do mundo e os incidentes amargos da história se devem principalmente ao gerenciamento errôneo do mundo e dos autoproclamados centros de poder que se entregaram ao diabo", afirmou.
No que pareceu ser um chamado para uma nova ordem mundial com base na
justiça e não pela dominação das grandes potências, ele afirmou que o
mundo estava fundado sobre o materialismo e carecia de valores morais.
"Não há dúvida de que o mundo precisa de uma nova ordem de uma forma
nova de pensar", afirmou Ahmadinejad, acrescentando que ela deveria ser
uma "ordem justa e clara na qual todos são iguais ante a lei e na qual
não há padrões duplos".
Ele disse que a autoridade deveria ser usada como uma dádiva sagrada,
"não como uma chance de acumular poder e riqueza".
(Reportagem de Arshad Mohammed e de Louis Charbonneau)
*MilitânciaViva
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