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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 28, 2012

Quem manda no Brasil

 


Há uma enorme diferença entre governar e deter o poder. 

O PT governa o país desde 2003, depois de vencer três eleições presidenciais em seguida. 


Apesar disso, não detém o poder. 


Ele continua a ser exercido pela mesmas forças que o partido derrotou nas urnas - grandes empresários, latifundiários, banqueiros, militares etc etc. 


São esses os personagens que, paradoxalmente, se beneficiam do governo do PT, que criou um verdadeiro mercado de consumo no país, mas fazem de tudo para defenestrá-lo do Palácio do Planalto. 


São eles que movem essa guerra sem trégua, sem limites, com batalhas às vezes à luz do dia, mas quase sempre travadas nos subterrâneos da República. 


Essas forças nunca permitirão que um governo trabalhista, social-democrata, se consolide no Brasil, tome o poder no Brasil. 


Essas forças preferem arruinar o país a vê-lo sob o controle de outras pessoas fora de seu círculo, de sua classe. 


Nunca capitularão, nunca permitirão que o Brasil se transforme numa verdadeira República, numa democracia, num país moderno e justo. 


Nunca permitirão que as terríveis desigualdades sociais que destróem o futuro do país terminem. 


Nunca permitirão que haja Justiça para todos, sem distinção - e não apenas para alguns, os seus inimigos. 


Essas forças podem até permitir que o PT, ou outro partido assemelhado, ganhe mais uma eleição presidencial. 


Desde que tudo o que importa mesmo continue nas mãos de quem realmente manda. 


O resto é perfumaria.


CRÔNICAS DO MOTTA

A milícia demotucana


O governo Geraldo Alckmin conseguiu materializar um pesadelo que o orgulho paulista há pouco julgava irrealizável: a participação de policiais e outros funcionários públicos nos grupos de extermínio que espalham chacinas pela periferia paulistana. Algo que estávamos acostumados a assistir somente nas apocalípticas coberturas globais do cotidiano carioca transforma-se em cena cotidiana do centro empresarial do país.

Não se trata “apenas” do fracasso administrativo no combate ao crime organizado, mas de uma putrefação institucional que desafia a própria autoridade civil eleita com base na suposta excelência administrativa. Em seu continuado esforço para preservar o governador Geraldo Alckmin, Ministério Público e Assembléia Legislativa tornaram-se cúmplices das mortes de tantos civis inocentes. E a imprensa local, que abdica tão rapidamente das prerrogativas republicanas quando estas deixam de servir-lhe, contribui para a impunidade dos assassinos.

Vê-se o quanto a onda moralista do noticiário é genuína e apartidária.
*GuilhermeScalzilli

Dilma afirma que década de 1990 fez América do Sul perder 'tempo valioso'. Ao lado da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, brasileira ressalta que governantes da região não têm 'o direito' de cometer o erro de não promover a integração

Dilma afirma que década de 1990 fez América do Sul perder 'tempo valioso'

Ao lado da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, brasileira ressalta que governantes da região não têm 'o direito' de cometer o erro de não promover a integração
Publicado em 28/11/2012, 18:20
Última atualização às 18:22
Dilma afirma que década de 1990 fez América do Sul perder 'tempo valioso'
Dilma enfatizou que as políticas de ajustes recessivos levaram desemprego e desesperança aos cidadãos (Foto: Roberto Stuckert Filho. Planalto)
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff voltou a afirmar hoje (28) em Los Cardeles, próximo a Buenos Aires, que a América do Sul foi prejudicada pelas políticas recessivas adotadas pelos governos da região durante as décadas de 1980 e 1990. “Naquele momento interrompemos a nossa industrialização e perdemos um tempo valioso ao descuidarmos do imprescindível projeto de integração regional”, disse a brasileira ao lado da presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.
Dilma dedicou boa parte dos seus 31 minutos de discurso durante o encerramento de uma conferência de empresários da setor industrial a promover comparações com o momento atual da Europa e ressaltar a necessidade de parceria entre os governos de Brasil e Argentina. “Temos, hoje, maturidade política e econômica para cooperar. Temos um quadro internacional que nos impõe essa necessidade. É bom destacar que a volta da democracia em nossos países soterrou os nefastos resquícios de rivalidade regional do passado”, apontou. “Nós já perdemos oportunidades no passado de estreitar as nossas relações, de nos integrarmos. Neste momento não temos o direito, perante nossos povos e nossos países, de cometer o erro de não nos integrarmos.”
Dilma recordou que o comércio bilateral cresceu quase seis vezes ao longo da década, mas avaliou que o montante de US$ 40 bilhões alcançado em 2011 ainda é pouco ao se levar em conta a complementaridade entre as duas nações e do quadro atual do mundo, marcado por recessão. Durante a conferência, a presidenta voltou a advertir que considera equivocadas as medidas adotadas pela União Europeia para tentar frear o quadro de crise. De 2008 para cá, as economias regionais têm imposto cortes de direitos sociais e previdenciários na tentativa de diminuir o tamanho das dívidas que assolam as nações, o que provoca protestos dos trabalhadores e dos jovens, grupos mais afetados.
“O Brasil vem defendendo uma articulação, uma combinação entre ajustes e estímulos fiscais, com vista à retomada do crescimento. Porque doeu na nossa carne, aqui na América Latina, a terrível experiência dos ajustes recessivos ocorridos em nossos países nas décadas de 80 e 90. Desindustrialização, desemprego, perda de direitos sociais e democráticos, desesperança”, afirmou. 
A presidenta enumerou ainda as medidas tomadas pelo Brasil na tentativa de conter os efeitos da crise internacional, como a valorização do dólar frente ao real e os sucessivos cortes na taxa de juros. Para ela, é possível que a Argentina colabore com os esforços do governo federal em promover melhorias na infraestrutura, resolvendo os problemas históricos que prejudicam o desenvolvimento nacional. “Eu queria dizer que juntos nós somos muito mais fortes, juntos nós temos condição de enfrentar, de uma forma mais efetiva, os desafios que o mundo coloca diante de nós e as obrigações que os nossos povos nos impõe, porque devemos a eles mais desenvolvimento, mais justiça social e a manutenção desse quadro democrático e de paz que honra a nossa região.”
Dilma retorna ainda hoje a Brasília. Ela cancelou a participação na cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul), marcada para sexta-feira (30) em Lima, por problemas de agenda, segundo o Palácio do Planalto. 
*redebrasilatual

Bancada evangélica afirma que os psicólogos estão errados. E amanhã? Serão os engenheiros? Os advogados?: “cura” dos gays?

Bancada evangélica agora investe na “cura” dos gays

Na Câmara, a Comissão de Seguridade Social e Família passou a tarde de terça-feira, 27, debatendo um projeto de lei, apresentado pelo deputado tucano João Campos, de Goiás. Ele quer suspender a resolução do Conselho Federal de Psicologia que, desde 1999, impede os psicólogos de tentar curar a homossexualidade. Alega que a resolução extrapola as competências daquela instituição e fere o direito constitucional dos terapeutas e dos pacientes.
Mas será que a verdadeira preocupação do deputado é a defesa da Constituição? Tudo indica que não. Eis alguns detalhes que vale a pena destacar para entender melhor o debate.
1. João Campos é delegado de polícia e pastor. Preside a Frente Parlamentar Evangélica, cuja principal atividade no Congresso tem sido boicotar projetos de interesse de feministas e homossexuais.
2. O projeto ignora o debate científico em torno da questão. Os integrantes do Conselho Federal de Psicologia proibiram os tratamento de cura da homossexualidade porque há muito tempo ela não é considerada doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a retirou da lista de doenças mentais há 22 anos. Por esse viés, o que os conselheiros disseram com a resolução foi o seguinte: tratar uma doença inexistente, prometer cura ao paciente e cobrar por isso é charlatanice. Só.
3. No esforço para requalificar os homossexuais como doentes, o deputado João Campos acaba, indiretamente, questionando a competência dos conselhos para regular atividades profissionais. Hoje ele diz que os psicólogos estão errados. E amanhã? Serão os engenheiros? Os advogados? Os antropólogos? Vai desqualificar a teoria evolucionista e proibi-la nas escolas?
Não foi à toa que, durante a sessão, o presidente do Conselho, Humberto Cota Verona, enfatizou que faz parte das responsabilidades legais da instituição definir o limite de competência do exercício profissional. Perguntou: “Para que servem então os conselhos e o que fazer das leis que definiram suas funções?”
4. Por qual motivo o deputado convidou Silas Malafaia para a sessão de ontem? Trata-se de um pastor conhecido sobretudo pela obsessão com a questão homossexual e as azedas polêmicas que provoca em torno disso. No debate de ontem, ele chegou a acusar o Conselho Federal de Psicologia de fazer “ativismo gay”.
5. O esforço do deputado goiano para definir os gays como doentes e abrir as portas para o seu tratamento não combina com o programa do partido ao qual está filiado. O PSDB não trata a homossexualidade como doença. Se assim fosse, por que estaria estimulando a formação de núcleos gays tucanos ?
6. Por último, uma curiosidade: ontem, em Nova York, uma instituição de defesa dos direitos dos gays anunciou em entrevista coletiva a abertura de processo legal contra uma organização que vende um tipo de terapia para a cura gay, por meio de conversações coletivas. De acordo com relatos de pessoas presentes à entrevista, os participantes eram submetidos a humilhações, como ficar nu ou bater com tacos de beisebol na imagem da mãe. No mesmo dia, em Bogotá, na Colômbia, jovens foram às ruas protestar contra um senador que fez comentários depreciativos a respeito dos gays.
*Mariadapenhaneles

"SE TIRAM O CAPETA PORQUE NÃO TIRARIAM VIADAGEM KKKK"
Sophia Loren mata seu desejo de conhecer Lula. 

Os dois se encontraram em evento no Rio hoje à noite.

Sophia Loren, 77 anos, eterna musa do cinema italiano, entregou  ao ex-presidente Lula, no Rio, um prêmio na festa de lançamento do Calendário Pirelli 2013, que terá o Brasil como tema.

Quando foi convidada para lançar o calendário no Brasil, a atriz tinha manifestado vontade de conhecer e conversar com... Lula. Ancelmo Goes



Lula vira a estrela na festa da Pirelli com Sophia Loren


A Pirelli resolveu lançar seu calendário de fotos 2013 tendo como tema o Rio de Janeiro, e com foco mais social, escolhendo modelos envolvidas com ONG's e com as fotos delas com sensualidade mais discreta do que nos anos anteriores, vestidas, e fotografadas inseridas na cena urbana do cotidiano carioca.

A preocupação com a responsabilidade social incluiu a premiação ao presidente Lula pelo seu legado durante os 8 anos que governou o Brasil. A homenagem foi durante a festa de lançamento do calendário no Rio, com a presença da atriz Sophia Loren, dos atores Owen Wilson, Rodrigo Santoro, Sônia Braga, o piloto Felipe Massa, a top-model Isabeli Fontana, os cantores Carlinhos Brown e Marisa Monte, o piloto Felipe Massa, além do presidente da Pirelli e do magnata Eike Batista, entre outros.

Sophia Loren, a encarregada de entregar o prêmio ao presidente Lula, tinha manifestado vontade de conhecer e conversar com Lula. Conseguiu.

Owen Wilson também pediu para tirar uma foto com Lula, no meio do jantar.

Em seu discurso, Lula elogiou Sophia Loren, avaliou os avanços econômicos e sociais que o país passou nos últimos anos e que fizeram o Brasil mais respeitado no mundo. Disse que "o Brasil não desperdiçará o século 21, como fez com o 20", sendo calorosamente aplaudido pelos cerca de 600 convidados.

O vídeo com o "making off" do calendário é este: