Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Have you heard ‘Discurso de Lula na 14ª Plenária Nacional da CUT’ by Instituto Lula on #SoundCloud? https://soundcloud.com/institutolula/discurso-de-lula-na-14-plenaria-nacional-da-cut?utm_source=soundcloud&utm_campaign=share&utm_medium=twitter
O ecursox-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou, na noite desta segunda-feira (28), ao lembrar do encontro com uma catadora de materiais recicláveis, em Belo Horizonte. "Ela me perguntava: você sabe o que você fez por mim? E eu dizia: não... Então, ela me diz: não foi nada material, foi o orgulho de poder andar de cabeça erguida neste país", contou Lula. O discurso foi feito na 14ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores, em Guarulhos.
Do MCCE - Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde 2000. O DEM, com 69 cassações, tem o equivalente a 9,02% de todos os políticos cassados no período de apuração, sendo o campeão. Os dados foram computados em 2007 e publicados em 2009.
Veja, abaixo, o ranking da corrupção COMPROVADA em cada partido eclique aqui para acessar o dossiê na íntegra.
LÍDER DO IRÃ CHAMA ISRAEL DE "CÃO RAIVOSO" E QUER ARMAR PALESTINOS
Aiatolá Ali Khamenei criticou os Estados Unidos e os países europeus pelo que ele disse serem esforços para limitar a capacidade militar dos combatentes palestinos no enclave; sobre Israel, ele disse: "Este cão raivoso, este lobo voraz, tem atacado pessoas inocentes e a humanidade deve apresentar uma reação. Isto é um genocídio, uma catástrofe de escala histórica"
DUBAI (Reuters) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, chamou Israel na terça-feira de "cão raivoso" por seus ataques a Gaza, e exortou os muçulmanos a armar os palestinos e capacitá-los a combater o que ele chamou de genocídio.
Cerca de 1.087 moradores de Gaza, a maioria civis, foram mortos em 22 dias de combates entre Israel e os militantes palestinos na Faixa de Gaza. De outro lado, 53 soldados israelenses e três civis morreram como resultado de bombardeios palestinos.
Em um discurso marcando o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã, Khamenei criticou os Estados Unidos e os países europeus pelo que ele disse serem esforços para limitar a capacidade militar dos combatentes palestinos no enclave.
Sobre Israel, ele disse: "Este cão raivoso, este lobo voraz, tem atacado pessoas inocentes e a humanidade deve apresentar uma reação. Isto é um genocídio, uma catástrofe de escala histórica."
"Eles estão atingindo pessoas inocentes dia e noite e estes homens, mulheres e crianças estão se defendendo com meios mínimos, e agora americanos e europeus querem tirar até isso deles... para que essas feras impiedosas possam atingí-los sem preocupações."
Khamenei denunciou o que ele disse ser uma decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para desarmar os palestinos - uma aparente referência à oposição dos Estados Unidos aos esforços do Hamas, o grupo islâmico que controla Gaza, para a obtenção de armas, como mísseis e foguetes. Washington vê o Hamas como uma organização terrorista.
Khamenei disse que o Irã tem uma posição oposta sobre armar os palestinos.
"Todo mundo, quem tem os meios, especialmente no mundo islâmico, deve fazer o que puder para armar a nação palestina ... o regime sionista lamenta profundamente ter começado isso (esta guerra), mas não há saída."
Israel lançou sua ofensiva em 8 de julho para impedir ataques de foguetes do Hamas e seus aliados. Mais tarde, ordenou uma invasão por terra para encontrar e destruir o labirinto de túneis do Hamas que cruza a região da fronteira.
Teerã está em desacordo com as potências ocidentais sobre uma série de questões de política externa, incluindo seu programa nuclear e seu apoio ao Hamas, ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, e ao movimento militante xiita libanês Hezbollah.
O discurso de Khamenei a uma multidão de centenas de milhares em Teerã foi transmitido ao vivo pela televisão estatal. Khamenei foi acompanhado por autoridades do governo.
(Reportagem de Mehrdad Balali)
terça-feira, julho 29, 2014
Morto em 1876, filósofo russo é citado como suspeito em inquérito no Rio de Janeiro
Wikicommons
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Mikhail Bakunin, considerado um dos fundadores do anarquismo, foi classificado como um “potencial suspeito” pela polícia carioca, que investiga manifestantes e ativistas
Reportagem publicada nesta segunda-feira (28) no jornal Folha de S. Paulo traz uma revelação no mínimo curiosa: o inquérito de mais de 2 mil páginas, produzido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que responsabiliza 23 pessoas pela organização de açõesviolentas em manifestações de rua, aponta o filósofo Mikhail Bakunin como um dos suspeitos. Morto em 1876, o russo é considerado um dos pais do anarquismo.
De acordo com a matéria, Bakunin foi citado por um manifestante em uma mensagem interceptada pela polícia. A partir daí, passou a ser classificado como um “potencial suspeito”. A professora Camila Jourdan, de 34 anos, uma das investigadas, menciona esse episódio para demonstrar a fragilidade do inquérito. “Do pouco que li, posso dizer que esse processo é uma obra de literatura fantástica de má qualidade”, descreve.
Essa não é a primeira vez que intelectuais já falecidos figuram em autos das autoridades brasileiras. Durante a ditadura militar, Karl Marx era um dos fichados no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), um dos principais órgãos de repressão aos movimentos políticos e sociais identificados como “subversivos”.
Jourdan ficou 13 dias presa no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Conhecida pela excelência acadêmica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o programa de pós-graduação em filosofia, ela diz sido alvo de uma invenção dos investigadores. “Existe uma necessidade de se fabricar líderes para essas manifestações. E quem se encaixa muito bem no papel de mentora intelectual? A professora universitária. Caiu como uma luva, entendeu?”, afirma.
Para contestar o “papel de liderança” que lhe foi atribuído pela polícia, a professora se vale das teorias do filósofo francês Michael Foucault. “Foucault diz que os intelectuais descobriram que as massas não precisam deles como interlocutores. Não tenho autoridade para falar sobre a opressão de ninguém. O movimento não precisa de mim para este papel”, declara.
*Brasildefato
10 COISAS QUE VOCÊ NÃO SABIA SOBRE O SUS - E PODEM LHE SURPREENDER
Ataque a abrigo da ONU em Gaza mata crianças, mulheres e funcionários das Nações Unidas
Secretário-geral da ONU condenou veementemente ação e informou que as Nações Unidas estão buscando cessar-fogo. Ele pediu respeito ao direito internacional.
Crianças de 6 anos de idade em Gaza estão passando por seu terceiro conflito, com enormes impactos psicossociais. Foto: UNRWA
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta quinta-feira (24) estar “estarrecido” com a notícia de um ataque a uma escola de uma agência da ONU no norte de Gaza, onde centenas de pessoas haviam se abrigado.
Segundo os relatos da imprensa, o ataque do governo de Israel contra a instalação da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) em Beit Hanoun, no norte de Gaza, matou pelo menos 15 pessoas e deixou pelo menos 200 feridas.
Havia centenas de deslocados no abrigo na ocasião. Um fotógrafo da imprensa internacional que estava no local disse que havia “poças de sangue no chão e nas mesas dos alunos e no pátio da escola”. Esta foi a quarta vez que uma instalação da ONU foi atingida desde o início das hostilidades. Dezenas de outras instalações das Nações Unidas foram danificadas pelos bombardeios israelenses.
“Muitos foram mortos, incluindo mulheres, crianças e funcionários da ONU. As circunstâncias ainda não estão claras. Condeno veementemente este ato”, afirmou o chefe da ONU em nota.
O porta-voz da UNRWA, Chris Gunness, confirmou em seu Twitter o ataque. “Coordenadas precisas do abrigo da UNRWA em Beit Hanoun foram formalmente dados para o Exército de Israel. No curso do dia, a UNRWA tentou coordenar com o Exército israelense uma janela para que civis deixassem o local, mas isso não foi concedido”, disse.
Ban Ki-moon afirmou que, durante todo o dia, a ONU estava tentando coordenar uma pausa humanitária nas hostilidades para que civis pudessem ser evacuados. “Quero expressar os meus profundos pêsames às famílias das vítimas e as de tantas centenas de habitantes de Gaza inocentes que foram tragicamente mortos como resultado do ataque massivo israelense”, disse Ban Ki-moon.
Respeito ao direito internacional
No início desta semana, durante reunião no Conselho de Segurança da ONU e falando por videoconferência de Ramallah, Ban havia condenado o lançamento de foguetes pelo Hamas e apelado a Israel para ter um cuidado particular para evitar qualquer ataque a instalações das Nações Unidas em que os civis se refugiaram.
“Eu mais uma vez ressalto a todos os lados que eles devem cumprir as suas obrigações sob o direito internacional humanitário de respeitar a santidade da vida civil, a inviolabilidade das instalações da ONU e honrar suas obrigações para com os trabalhadores humanitários”, diz Ban Ki-moon.
“O ataque de hoje destaca o imperativo de que a matança deve parar – e parar agora”, disse Ban.
Ele disse que continuará trabalhando com os parceiros regionais e internacionais para ajudar a chegar a um acordo para acabar com o conflito “o mais rápido possível” para a população de Gaza e Israel.
Quase 800 mortos
Os últimos dados do Ministério da Saúde palestino apontam que 771 pessoas morreram em Gaza e 4.750 ficaram feridas, com pelo menos 76 mortos somente nesta quinta-feira (24). Mais de 140 mil habitantes de Gaza estão deslocados, segundo a ONU.
Do lado israelense, dois civis foram mortos, com 32 soldados tendo perdido a vida desde o início das hostilidades.
Em Gaza, seis membros de uma mesma família e um bebê de 18 meses de idade foram mortos quando um ataque aéreo israelense atingiu o campo de refugiados de Jebaliya, nas primeiras horas da manhã, segundo funcionários da administração civil de Gaza. Um ataque aéreo contra uma casa em Abassan, perto de Khan Yunis, no sul de Gaza, matou cinco membros de outra família, segundo o ministério.
Assessores especiais da ONU alertam sobre crimes em Gaza
Os assessores especiais do secretário-geral da ONU para a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, e para a Responsabilidade de Proteger, Jennifer Welsch, expressaram preocupação com a escalada de violência em Gaza e o ataque a civis durante a crise que ocorre na região.
“Expressamos choque com o elevado número de civis mortos e feridos nas operações israelenses em Gaza e nos ataques com foguetes lançados pelo Hamas e outros grupos armados palestinos em áreas civis israelenses.”, afirmaram através de um comunicado tornado público nesta quinta-feira (24).
Adama Dieng e Jennifer Welsch afirmaram que o grande número de baixas, especialmente da parte palestina, pode demonstrar uso desproporcional e indiscriminado de força pelo exército israelense.
No entanto, relembrando os ataques provenientes de Gaza em direção a solo israelense, os assessores disseram que “as duas partes em conflito estão violando a lei humanitária internacional e a lei internacional dos direitos humanos e isso pode constituir crimes atrozes”.
Apelando a uma investigação que responsabilize, das duas partes, os possíveis responsáveis por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, Dieng e Welsch afirmaram ainda que estão “igualmente perturbados com o flagrante uso de discurso de ódio na mídia, particularmente contra a população palestina”. Leia o comunicado clicando aqui.
‘Ninguém em Gaza está seguro’, diz chefe de agência da ONU
Pierre Krähenbühl, comissário-geral da UNRWA. Foto: UNRWA
O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Pierre Krähenbühl, classificou as “cenas de carnificina e sofrimento humano” vistas na escola em Gaza atingida por ataques desta quinta-feira (24) como “terríveis e intoleráveis”.
Segundo ele, a situação de segurança na área de Beit Hanoun estava se deteriorando rapidamente ao longo do dia. Segundo ele, a UNRWA tinha tentado negociar com as Forças de Israel uma pausa nos combates para garantir um corredor seguro para realocar funcionários e quaisquer pessoas deslocadas que gostariam de partir para um local mais seguro.
“A aprovação para esse pedido nunca chegou à UNRWA. Além disso, as coordenadas da escola tinham sido formalmente comunicadas às autoridades israelenses em 12 ocasiões, mais recentemente às 10:56 desta manhã”, disse Krähenbühl por meio de um comunicado. Leia o comunicado, em português, clicando aqui.
A TRAGÉDIA PALESTINA E A VITÓRIA DOS “ANÕES DIPLOMÁTICOS” SOBRE ISRAELENSES NA ONU
MAURO SANTAYANNA
As razões da repentina e grosseira resposta israelense contra o Brasil - que ressaltou, desde o início, o direito de Israel a defender-se - devem ser buscadas não no “nanismo” diplomático brasileiro, mas no do próprio governo sionista
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, deve estar achando o máximo ter sido repentinamente elevado, pela rançosa e entreguista direita latino-americana - como o Sr. Andrés Oppenheimer - à condição de “superstar”, depois de ter chamado o Brasil de “anão diplomático” e de ter nos lembrado, com a autoridade moral de um lagarto, que “desproporcional é perder de 7 x 1”, referindo-se à Copa do Mundo, e não, matar e ferir mais de 3.000 pessoas e desalojar quase 200.000, para “vingar” um número de vítimas civis que não chegam a cinco.
Com acesso a drones e a sofisticados satélites de vigilância norte-americanos, e a compra de espiões em território “controlado” pelo Hamas – traidores e mercenários existem em todos os lugares - Israel poderia, se quisesse, capturar ou eliminar, com facilidade, em poucos meses, os responsáveis pelolançamento de foguetes contra seu território, assim como alega contar com eficaz escudo que o protege da maioria deles.
O governo de Telaviv - e o Mossad - não o faz porque não quer. Prefere transformar sua resposta em expedições punitivas não contra os responsáveis pelos projéteis, mas contra todo o povo palestino, matando e mutilando - como fizeram os nazistas com os próprios judeus na Segunda Guerra Mundial- milhares de pessoas, apenas pelo fato de serem palestinos.
Essa atitude, no entanto, não impediria que surgissem novos militantes dispostos a encarar a morte, para continuar afirmando – pelo único meio que bélico lhes restou - que a resistência palestina continua viva.
Do meu ponto de vista, nesse contexto de cruel surrealismo e interminável violência do confronto, para chamar a atenção do mundo, os palestinos, principalmente os que não estão ligados a grupos de inspiração islâmica, deveriam não comprar mais pólvora, mas tecido.
Milhares e milhares de metros de pano listrado, como aqueles que eram fabricados por ordem doKonzentrationslager Inspetorate, e das SS, na Alemanha Nazista, para vestir entre outros, os prisioneiros judeus dos campos de extermínio.
Os milhões de palestinos que vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza poderiam - como fez Ghandi na Índia - adotar a não violência, raspar as suas cabeças, as de suas mulheres e filhos, como raspadas foram as cabeças dos milhões de judeus que pereceram na Segunda Guerra Mundial, tatuar em seus braços, com números e caracteres hebraicos, a sua condição de prisioneiros do Estado de Israel, costurar, no peito de seus uniformes, o triângulo vermelho e as três faixas da bandeira palestina, para ser bombardeados ou morrer envoltos na mesma indumentária das milhões de vítimas que pereceram em lugares como Auschwitz, Treblinka e Birkenau.
Quem sabe, assim, eles poderiam assumir sua real condição de prisioneiros, que vivem cercados dentro de campos e de guetos, por tropas de um governo que não é o seu, e que, em última instância, controla totalmente o seu destino.
Quem sabe, despindo-se de suas vestimentas árabes, das barbas e bigodes de seus homens, dos véus e longos cabelos de suas mulheres, despersonalizando-se, como os nazistas faziam com seus prisioneiros, anulando os últimos resquícios de sua individualidade, os palestinos não poderiam se aproximar mais dos judeus, mostrando-lhes, aos que estão do outro lado do muro e aos povos do resto do mundo - com imagens semelhantes às do holocausto – que pertencem à mesma humanidade, que são, da mesma forma, tão vulneráveis à doença, aos cassetetes, às balas, ao desespero, à tristeza e à fome, quanto aqueles que agora os estão bombardeando.
As razões da repentina e grosseira resposta israelense contra o Brasil - que ressaltou, desde o início, o direito de Israel a defender-se - devem ser buscadas não no “nanismo” diplomático brasileiro, mas no do próprio governo sionista.
É óbvio, como disse Yigal Palmor, que no esporte bretão 7 a 1 é um número desproporcional e acachapante.
Já no seu campo de trabalho - a diplomacia –como mostrou o resultado da votação do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que aprovou, há três dias, a investigação das ações israelenses em Gaza, os “anões” diplomáticos - entre eles o Brasil, que também votou contra a posição israelense - ganharam por 29 a 1, com maioria de países do BRICS e latino-americanos. Só houve um voto a favor de Telaviv, justamente o dos EUA.
Concluindo, se Palmor – que parece falar em nome do governo israelense, já que até agora sequer foi admoestado - quiser exemplo matemático ainda mais contundente, bastaria lembrar-lhe que, no covarde “esporte” de matar seres humanos indefesos – entre eles velhos, mulheres e crianças – disputado pelo Hamas e a direita sionista israelense, seu governo está ganhando de goleada, desde o início da crise, pelo brutal - e desproporcional placar - de quase 300 vítimas palestinas para cada civil israelense.
Maluf ajudou ditadura a instalar centro de torturas em SP
Decreto de 1979 assinado pelo então governador de São Paulo, Paulo Maluf, que regularizou o uso de imóvel que se tornaria um centro de torturas do DOI-CODI, nas imediações da Rua Tutóia, em São Paulo.
Na prática, porém, o imóvel começou a ser usado em junho de 1969, tendo o então prefeito paulistano Paulo Maluf participado da cerimônia de lançamento da Operação Bandeirantes (OBAN) naquele local. Durante os dez anos seguintes, até que Maluf regularizasse a posse do imóvel pelo Exército, o funcionamento das instalações era clandestino.
O mais escandaloso é que Maluf assinou o decreto regularizando a situação do centro de torturas no ano em que seria promulgada a Anistia (1979). Apesar do surgimento dessa prova, o ex-prefeito e ex-governador da Arena sempre negou apoio à implantação daquela instalação onde tombaram figuras como Wladimir Herzog, negativa que, agora, cai por terra.
Veja, abaixo, reprodução do decreto assinado pelo então governador Paulo Maluf em 1979
Bombardeio israelense destrói única usina de energia da Faixa de Gaza
Reuters –
Ataque israelense deixou usina de energia inoperanteCIDADE DE GAZA (Reuters) - Disparos de um tanque israelense atingiram nesta terça-feira o depósito de combustível da única usina de energia da Faixa de Gaza, interrompendo o suprimento de eletricidade para a Cidade de Gaza e várias outras partes do enclave palestino de 1,8 milhão de habitantes.
Uma grossa coluna de fumaça emergia das instalações, que suprem dois terços das necessidades de energia do território, e os contêineres de combustível estavam em chamas.
"A usina de energia se foi", disse seu diretor, Mohammed al-Sharif. Ele afirmou que a equipe local de combate a incêndios não tinha os equipamentos adequados para extinguir o fogo.
Uma porta-voz militar israelense não fez comentários de imediato e informou apenas que estava checando a informação.
A usina já havia sido atingida na semana passada e operava com cerca de 20 por cento de sua capacidade, o que garantia apenas algumas horas por dia de eletricidade para os moradores de Gaza.
Israel iniciou sua ofensiva militar na Faixa de Gaza em 8 de julho dizendo ter como objetivo deter os ataques de foguetes por parte do movimento dominante Hamas e outros grupos armados. Dez dias depois, enviou forças terrestres com o objetivo declarado de destruir os túneis construídos pelo Hamas na fronteira.
Embora a pressão internacional para o fim dos combates tenha aumentado, não há nenhum sinal que indique o fim do conflito de 22 dias, nos quais morreram 1.116 palestinos, muitos deles civis, além de 53 soldados e três civis israelenses.