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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 04, 2015




SENADOR REQUIÃO: “PRISÃO DE JOSÉ DIRCEU É ESPETÁCULO PARA A MÍDIA”


O senador Roberto Requião (PMDB-PR), ao Blog do Esmael, afirmou nesta segunda-feira (3) que a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é espetáculo para satisfazer a mídia.

“A prisão de Dirceu é ilegal e absurda. Deverá ser revogada pelo Supremo Tribunal Federal”, disse o senador Requião, que, além de jornalista é advogado.

José Dirceu foi preso pela 17ª fase da Operação Lava Jato, conduzida pelo juiz Sérgio Moro, que decretou sua prisão preventiva. Ele é investigado por envolvimento no esquema, por meio de sua empresa JD assessoria, já desativada.

Para o parlamentar peemedebista, do ponto de vista legal, não como prender quem já está preso. “Dirceu cumpre pena domiciliar pela condenação da AP 470, logo ele não poderia ser preso. No máximo seria uma condução coercitiva para depoimento em Curitiba”, explicou.

Requião também afirmou que juízes e procuradores estariam vestindo capuz da Santa Inquisição e máscara do Zorro. O senador quis dizer que os responsáveis pela Operação Lava Jato estariam agindo como “justiceiros”, sem o equilíbrio necessário.

O senador do PMDB tem sido um dos principais defensores da Operação Lava Jato. Ele tem repetido a importância do trabalho do judiciário, em especial do juiz federal Sérgio Moro, no entanto, nesta 17ª fase, Requião viu ilegalidade e flagrante espetacularização para o consumo da mídia.

A sintonia de Requião com Moro é tanta que o magistrado pediu a ele, senador, que apresentasse Projeto de Lei 402/2015, que tramita no Senado, que permitindo a prisão, como uma regra para crimes graves, já após a condenação em 2ª instância ou pelo Júri. Ou seja, o apenado não terá direito à liberdade até o processo transitar em julgado.
*

 Fernando Brito

Pedro Celestino, candidato de consenso à Presidência do Clube de Engenharia, sintetiza, com clareza e didatismo, as contradições e erros do projeto do Senador José Serra que retira da Petrobras a condição de operadora única e a propriedade de, no mínimo, 30% das jazidas  de petróleo do pré-sal:
“Cabe registrar a disposição do nobre senador José Serra de, finalmente, oferecer à opinião pública as razões que o fizeram apresentar o PL 131, que retira a obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única dos campos do pré-sal. O debate de idéias em termos elevados é intrínseco à democracia. É pena, entretanto, que tal disposição só tenha se manifestado após 46 senadores terem rejeitado o pedido de urgência para a tramitação do seu projeto; caso o houvessem aprovado, a deliberação sobre assunto de vital interesse para o país seria tomada sem discussão. É que o senador considera o petróleo uma “commodity”, e não um insumo estratégico para o Brasil. Não vê, ou não quer ver, que o controle do petróleo é, e continuará a ser nas próximas décadas, o pano de fundo dos principais conflitos geopolíticos mundiais.
Considere-se, por exemplo, o cenário antevisto pela AIE – Agência Internacional de Energia, que prevê que:
a) a produção mundial de petróleo continuará a crescer, passando dos atuais 85 milhões de barris/dia para quase 100 milhões de barris/dia em 2035;
b) os campos produtores atuais atingiram seu pico de produção (65 milhões de barris/dia) em 2007/2008, entrando em declínio desde a partir daí;
c) em 2035 cerca de 38 milhões de barris/dia serão produzidos por campos já descobertos, (mas não em produção) por campos novos a serem descobertos.
Resultado deste cenário: a ampliação do estoque de reservas para futura produção de petróleo continuará a ser o principal objetivo das petrolíferas privadas mundiais (Shell, Exxon, Chevron, BP e Total). E quando se fala de petróleo, área em que os projetos são de longa maturação, pois envolvem largo espectro de riscos e incertezas, assenhorear-se de áreas já descobertas, em que tais imprevisibilidades sejam minimizadas, torna-se objetivo prioritário dessas empresas. Não foi outro o motivo que levou recentemente a Shell a comprar a BG. Segundo o seu presidente a Shell, ao adquirir a BG, aumentará nos próximos 5 anos a produção de petróleo no Brasil, dos atuais 100 mil barris/dia para 500 mil barris/dia. Com isso, 20% da sua produção mundial sairá do Brasil.
No planeta, nos últimos 30 anos, a maior descoberta de petróleo foi a do pré-sal brasileiro, com reservatórios a exibir níveis de produtividade incomuns (poços que produzem mais de 20 mil barris/dia), com baixo custo de extração (US$ 9,00/barril, segundo a Petrobrás). Esta é a razão do desesperado interesse das petrolíferas privadas mundiais no nosso pré-sal.
Qualquer empresa petrolífera preocupa-se simultaneamente com o aumento da produção e o aumento das reservas. Se é a produção que sustenta financeiramente a empresa, são as reservas que propiciam o lastro econômico que, por sua vez, promove a sustentabilidade do seu futuro. A produção dos campos produtores decai em média 10% ao ano e as reservas se esgotam rapidamente, por isso a atividade de exploração e produção (E&P) é tão frenética na busca de novas reservas.
No Brasil, após a quebra do monopólio estatal do petróleo em 1997, a estratégia das petrolíferas privadas mundiais foi a de aguardar os resultados dos esforços exploratórios – como se sabe, carregados de riscos e incertezas – da Petrobrás, para aí sim, sem risco exploratório algum, adquirir as áreas promissoras, em leilões promovidos pela ANP, agência cada vez mais capturada por interesses privados. Basta dizer que sua diretora-geral defende a revisão da Lei da Partilha. Não por acaso, a ANP é tão cara ao senador Serra, desde o tempo de David Zylberstajn, o competente genro de FHC.
O modelo de partilha foi adotado para assegurar ao país ganhos maiores, em áreas de risco exploratório muito baixo, como é o caso do pré-sal. Ao propor que a Petrobrás deixe de ser a operadora única do pré-sal, o senador Serra presta um serviço às petrolíferas privadas mundiais. É da entrega do nosso petróleo, é disto que se trata, o que não é novidade. Basta recordar o que ocorreu após a quebra do monopólio da Petrobrás. Para atrair as empresas estrangeiras, determinou-se irresponsavelmente à Petrobrás reduzir a aquisição de blocos para explorar, descobrir e produzir petróleo nas rodadas I, II, III e IV (esta em 2002). Se essa diretriz não fosse revertida a partir de 2003 com a retomada da aquisição de blocos nas rodadas seguintes, a partir de 2008 a Petrobrás não teria mais onde explorar em território brasileiro, comprometendo o seu futuro como empresa petrolífera.
O aumento constante das reservas e da produção a partir de 2003 decorreu da forte retomada dos investimentos em E&P e da decisão de abandonar a política de concentração dos investimentos na Bacia de Campos, com grande produção, mas com declínio de produção já à vista (sucediam-se os poços exploratórios secos perfurados). Essa inflexão permitiu que as sondas fossem espalhadas pelas bacias do Espírito Santo, Santos e Sergipe, que propiciaram, a partir de 2003, as grandes descobertas e o crescimento efetivo das reservas e da produção, processo que culminou com a descoberta do pré-sal em 2006. É bom lembrar que essas bacias tinham sido praticamente abandonadas nos anos anteriores, para permitir a entrada das empresas estrangeiras. Se a Petrobrás continuasse concentrada na Bacia de Campos – a empresa abandonara investimentos em áreas novas – aí sim, teria sido transformada em uma empresa petrolífera sem qualquer sustentabilidade financeira, a curto prazo, e econômica, a longo prazo.
O aumento da produção foi extraordinário a partir de 2003. Extraordinária também foi a elevação das reservas. Apesar dos desmandos, a Petrobras passou a ser a melhor, a mais eficaz e, economicamente, a mais sustentável a longo prazo das grandes empresas petrolíferas mundiais. Definitivamente não está, como diz o senador Serra, “quase arruinada”.
O senador Serra critica o endividamento da Petrobrás, segundo ele quase 6 vezes maior que o endividamento médio das petrolíferas. Para não questionar números, pois caberia argüir a que universo de empresas corresponderia a média por ele citada, basta dizer que há petrolíferas de inúmeros tipos, tamanhos/dimensões e missões/objetivos empresariais. As estatais do Oriente Médio, por exemplo, têm endividamento baixíssimo, pois produzem em campos terrestres, de geologia bem conhecida; já as petrolíferas privadas mundiais têm reservas e produção cadentes há anos, o que em contrapartida lhes permitiu acumular recursos financeiros para adquirir reservas mundo a fora, o que lhes seria permitido aqui, caso o projeto do senador Serra fosse aprovado. Nenhuma delas é como a Petrobrás, detentora de reservas totais de petróleo crescentes, que beiram os 30 bilhões de barris, que conta com um corpo técnico reconhecido como entre os melhores e mais bem capacitados – senão o melhor – dentre todas as petrolíferas, que detém tecnologia integral para não só produzir suas reservas de petróleo, como para avançar continuamente no domínio tecnológico, e que apresenta a mais segura e eficaz competência operacional do mundo para produzir em águas ultra profundas, como as do pré-sal, com total segurança paras as pessoas e para o meio ambiente. O mau uso da estatística pelo senador Serra traz à lembrança o falecido Roberto Campos, que acertadamente dizia que a estatística mostra o supérfluo e esconde o essencial.
O senador Serra, para justificar a entrega do petróleo do pré-sal às petrolíferas privadas mundiais, alega que, entre a quebra do monopólio estatal em 1997 e 2010, sob o regime de concessão, a produção de petróleo da Petrobrás passou de 800 mil barris/dia para 2 milhões de barris/dia, enquanto que, sob o regime de partilha, teve um “aumento pífio de 18%”. Aqui está a justificativa, ainda velada, para o abandono do regime de partilha, iniciado pelo seu projeto. O argumento do senador não se sustenta: o aumento da produção de petróleo da Petrobras até 2010 decorreu, essencialmente, da produção de descobertas anteriores à quebra do monopólio, pois a produção das descobertas posteriores só começou a se fazer sentir a partir de 2005-2006; nada, porém, se compara à extraordinária curva de crescimento da produção de petróleo no pré-sal, que aumenta mês a mês desde 2013, quando lá se iniciou a produção, à taxa de 5% a.m., chegando hoje à casa dos 800 mil barris/dia. Esta é a razão da tentativa, patrocinada pelo senador Serra, de entregar o nosso petróleo às petrolíferas privadas mundiais.
O senador Serra critica a Petrobrás pelo “controle oportunista de preços” e pelos “projetos aloprados de refinarias”, que teriam quase arruinado a empresa.
Quanto ao “controle oportunista de preços”, labora em erro o senador Serra. Administrar o preço na porta da refinaria é do interesse do cidadão brasileiro – em ultima análise, o acionista controlador da Petrobrás – e cumpre função social de extrema importância, a do controle do custo de vida. Os acionistas estrangeiros, introduzidos na Petrobrás após a quebra do monopólio, é que não concordam com isso, exigem o alinhamento dos preços dos produtos da Petrobrás aos preços internacionais. A quem serve o senador Serra ao defender essa opinião? Certamente, não aos interesses nacionais. Quanto aos “projetos aloprados de refinarias”, tanto o COMPERJ no Rio de Janeiro, como a RENEST em Pernambuco são tecnicamente justificados, pois agregam valor ao petróleo aqui produzido, e tornam o país auto-suficiente neste insumo. Na verdade, a posição do senador é coerente com a do governo FHC, do qual foi uma das principais lideranças: buscou-se, então, desinvestir em refino (alienou-se ⅓ da REFAP à YPF e preparou-se a venda da REDUC, suspensa em 2003), para tornar o país dependente da importação de derivados. As beneficiárias da canibalização da Petrobrás seriam, é claro, as petrolíferas privadas mundiais.
Finalmente, o senador Serra comenta algumas decisões da atual diretoria da Petrobrás, em princípio alinhadas às suas ideias. Propõe-se a venda de ativos de produção, solução simplista que suprimirá da Petrobrás justamente a origem dos recursos que, no futuro, garantirão o rolamento das suas dívidas e a sustentabilidade a longo prazo da saúde financeira da empresa. As medidas anunciadas são, na verdade, uma solução obtusa, que beira o suicídio empresarial, em favor de interesses das petrolíferas privadas mundiais, tão caras ao senador Serra.”

Ofensivas reacionárias, afinal, não costumam ser detidas com bom-mocismo, falta de audácia e encolhimento. Postado por EDUAR


Atentado contra Lula acende alerta vermelho


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A bomba jogada contra entidade liderada pelo ex-presidente da República, na noite de quinta-feira, revela perigos que rondam o cenário político.
Tudo leva a crer que o ato terrorista teve origem em alguma franja da direita, animada pelo clima de ódio antipetista diuturnamente alimentado pelos principais meios de comunicação e líderes da oposição.
A escalada é notável, transitando das agressões verbais nas redes sociais para o terreno do enfrentamento físico.
O primeiro sinal veio com a coação de ex-ministros em restaurantes paulistanos, além de ataques irregulares contra sedes do PT.
No início da semana, o presidente fluminense do partido e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, tomou um empurrão que o jogou ao chão enquanto dava entrevista a alguns jornalistas.
Sentindo-se à vontade, de mãos livres para fazerem o que bem entendem, extremistas do conservadorismo agora aumentam a altura do sarrafo e miram na principal liderança da esquerda brasileira.
Seria irresponsabilidade afirmar que o atentado contra o Instituto Lula, cujos objetivos parecem ser intimidação e propaganda, representa prova de que a oposição de direita esteja saindo da institucionalidade para a violência.
Mas é cristalino que o discurso do reacionarismo, estimulando clima de caça às bruxas contra o petismo, identificando-o como campo político a ser aniquilado por todos os meios, está na origem da atual onda de truculência.
Basta ver a audácia dos que resolveram escolher Lula como alvo de suas intentonas. Não se trata mais de situações casuais e fortuitas, mas de operação planejada e armada, o que indica proliferação e recrudescimento de grupos dispostos ao terror.
Também chama atenção a reação frágil e intimidada do governo federal a respeito de fato tão relevante.
Ataque desta natureza contra um ex-presidente da República, ainda mais da estatura de Lula, sem o qual jamais a atual administração teria sido eleita e reeleita, exigiria resposta de alta intensidade, através de todos os canais possíveis.
Para começo de conversa, as investigações deveriam ser imediatamente federalizadas e caberia, à chefe de Estado, chamar rede nacional de rádio e televisão, com o intuito de proclamar claramente o repúdio ao ódio fascista e a determinação de empenhar todos os esforços para impedir sua difusão na sociedade.
A claudicante contraposição petista ao atentado da rua Pouso Alegre, no mais, revela as sequelas de uma estratégia conciliatória que foi incapaz de preparar o governo, os partidos de esquerda e os movimentos sociais para uma etapa como a atual, de radicalização do confronto entre projetos de nação.
Ao deixar intacto o monopólio da mídia, o petismo cevou seus piores inimigos, que agem como máquinas de animação e mobilização das entranhas mais apodrecidas do país, na busca de onda restauradora que possa colocar enterrar, a qualquer preço, o processo de mudanças iniciado com a eleição de Lula em 2002.
Mantendo ares de normalidade, o governo e o PT banalizam a gravidade dos acontecimentos, desorganizam sua própria militância e abrem alas para o conservadorismo seguir em seu movimento ascensional, que já combina hegemonia institucional com disputa das ruas e, agora, o recurso à violência.
A história, aliás, está repleta de exemplos sobre o que se passa quando as forças progressistas e democráticas comportam-se como avestruzes.
Ofensivas reacionárias, afinal, não costumam ser detidas com bom-mocismo, falta de audácia e encolhimento.

segunda-feira, agosto 03, 2015

Ativistas iniciam marcha de 40 dias

Ativistas iniciam marcha de 40 dias para pedir medidas contra racismo nos EUA



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Washington, 1 ago (EFE).- Ativistas em defesa dos afro-americanos deram início neste sábado a uma marcha de 40 dias até Washington (Estados Unidos) para chamar a atenção sobre as injustiças raciais e reivindicar mudanças severas nas políticas de direito a voto, educação e emprego, além de diretrizes sobre o uso da força policial. Os participantes da “Travessia pela Justiça” (“Journey for Justice”) percorrerão a pé mais de 1.380 quilômetros dos estados de Alabama, Geórgia, Carolina do Sul, Carolina do Norte e Virgínia até chegar à capital em 11 de setembro.
Do R7
O movimento é organizado pela principal entidade do país sobre o tema, a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). O ato inicial aconteceu em Selma, no Alabama, em frente à Ponte Edmund Pettus, onde há 50 anos dezenas de ativistas afro-americanos foram duramente reprimidos pela polícia no chamado “Domingo Sangrento”. “Marchamos por nossas vidas, nossos votos, nossos empregos, nossas escolas.
Pedimos reformas políticas reais e necessitamos do apoio de todo o país”, disse o responsável pela NAACP na região sudoeste, Quincy Bates, à rede de televisão “NBC News”. O grupo também pede “ação federal para assegurar que cada estudante tenha acesso a uma educação segura e de qualidade, independentemente de onde resida ou a renda da família”, e a aprovação de medidas para elevar o salário mínimo e “priorizar a criação de emprego e a formação profissional”.
Por último, a NAACP reivindica a criação de “padrões nacionais sobre o uso da força para todos os agentes de segurança” e a aprovação de uma lei contra as práticas policiais que perseguem pessoas em função de sua raça. A marcha começa poucos dias antes de completar um ano desde que um jovem afro-americano foi morto por um policial branco em Ferguson (Missouri). Os organizadores não forneceram o número de ativistas que participa da caminhada. Na capital americana, eles planejam fazer uma celebração com discursos e atos com o lema “Nossas vidas, nossos votos, nossos empregos, nossas escolas importam”. EFE llb/cdr
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Leia a matéria completa em: Ativistas iniciam marcha de 40 dias para pedir medidas contra racismo nos EUA - Geledés http://www.geledes.org.br/ativistas-iniciam-marcha-de-40-dias-para-pedir-medidas-contra-racismo-nos-eua/#ixzz3hoN4lsWR 
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 apologia ao estupro, pedofilia e racismo atua impune na internet e desafia polícia



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Eles defendem a “legalização do estupro”, o estupro corretivo para lésbicas, o assassinato de negros e gays, a pedofilia (só com meninas, afinal, para eles, uma garota de 12 anos já sabe o que está fazendo), crueldade contra animais, e toda sorte de condutas repugnantes.
Por Elane Souza Do Jus Noticias
Usam, há anos, a internet como caminho para espalhar suas mensagens de ódio e, esta semana, um dos seguidores dos chamados “Mascus” (de masculinistas) ganhou os holofotes ao publicar um guia de como estuprar garotas. Envolveu a Unesp (Universidade Estadual Paulista), que seria usada como “campo de teste”, e acendeu o alerta na Polícia Federal.
Mas o jovem Robson Otto é só mais um rosto mascarado em uma teia que incita a violência, preferencialmente contra mulheres, e age nas caladas dos chans (fóruns anônimos), e dos blogs de ódio. Ele não está sozinho nisso. Até abril de 2011, estava ativo o Silvio Koerich, o maior blog mascu da internet brasileira.
No entanto, com o massacre de Realengo e a investigação da Polícia Federal, com a suspeita de que Wellington Menezes de Oliveira (que abriu fogo contra os alunos de uma escola no Rio, matando 12 deles, a maioria meninas) pudesse ter sido incitado ao crime por esses grupos, Silvio Koerich saiu do ar.
O silêncio durou pouco. Emerson Rodrigues, vulgo Engenheiro Emerson, de Curitiba, e Marcelo Valle, de Brasília, elevaram à terceira potência o que já era um blog de ódio e reativaram o Silvio Koerich, desta vez com ameaças de morte (especialmente contra o deputado Federal e militante gay Jean Wyllys do PSOL-RJ), e o projeto de cometer um atentado na Universidade de Brasília. “Encomendaremos a morte de Jean”, chegaram a postar.
A casa caiu para eles quando a Polícia Federal, na Operação Intolerância, prendeu os dois jovens de classe médaem março de 2012. Emerson Eduardo Rodrigues, então com 32 anos, e Marcelo Valle Silveira Mello, aos 26, foram detidos em Curitiba após mais de 70 mil denúncias de internautas, da sociedade civil e de representação das Secretarias de Proteção à Mulher e de Direitos Humanos da Presidência. A operação teve o apoio até da Polícia Federal americana (o FBI).
O conteúdo que vinculavam já era exatamente igual aos que apareceram nos blogs que viralizaram nos últimos dias.
Segundo Lola Aronovich, autora do blog feminista Escreva Lola Escreva, e professora do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade Federal do Ceará, que já foi várias vezes vítima de ameaças do grupo, eles apenas replicam as postagens, que já existiam desde a época do Orkut.
— Eu sou ameaçada por eles desde 2011, já fiz três boletins de ocorrência, o último foi perto do réveillon de 2014. Envio muitos prints para a Polícia Federal, mas, só agora, recebi um contato da divisão de direitos humanos. Eles sabem muito bem quem são essas pessoas.
Segundo Lola, já havia várias comunidades no Orkut, algumas festejando a morte de Eloá (assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves), outras ensinando como dopar meninas para estuprá-las. São os mesmos posts que a gente está vendo agora, só regurgitando o discurso de ódio. Mas eram comunidades pequenas, fechadas, não chamavam tanto a atenção.

Mentores do ódio

A trajetória criminosa de Marcelo Mello teve início em 2005, quando ele publicou, no Orkut, ofensas contra negros em um fórum da Universidade de Brasília (UnB).
Foi processado e condenado, em 2009, a um ano e dois meses de prisão. Recorreu da decisão alegando insanidade e não passou um dia sequer na cadeia.
Em 2012, Rodrigues e Mello viviam falando que iriam cometer um atentado na UnB. Quando foram presos, havia com eles um mapa da universidade. Indiciados por incitação ao crime, discriminação racial e divulgação de imagens de conteúdo pornográfico juvenil, desta vez não foram soltos no dia seguinte. Entraram com recurso, mas foram condenados a 6 anos e meio de detenção. Ficaram um ano presos.
Saíram em maio de 2013, e quem monitora esse lamaçal da internet garante que voltaram à ativa.
Emerson conseguiu se casar enquanto estava na prisão e teve uma filha. Essa menina está com 3 anos e hoje é vítima de montagens grotescas de estupro entre os desafetos que angariou dentro do próprio grupo, Marcelo entre eles.
Emerson posa de perseguido e se diz injustiçado. No blog denunciado esta semana, como de autoria de Robson Otto, aparece uma foto de Emerson segurando o livro de Adolf Hitler.
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Segundo Lola Aronovich, Marcelo Mello é um ícone entre os chaners. Começou um novo chan e vive falando da estadia dele na prisão. Com quase 30 anos, é um cara rico, com um secto de seguidores que o idolatram.
A mãe de Marcelo, Rosita Moreira, que já chegou a fazer contra ele um boletim de ocorrência por agressão, garante que o filho foi vítima de acusações levianas e já pagou pelo que fez. Sem querer comentar o assunto, se disse muito abalada com tudo o que aconteceu, mas defendeu o rapaz.
— Ele não tem essas ideias. Ele foi forçado. Foi um exagero, ele acabou sendo vítima de acusações levianas. Ele já pagou a pena dele à Justiça. Ele está em liberdade, estudando Direito e levando uma vida normal.

Fóruns anônimos alimentam os blogs

Não é o que parece. Quem monitora os chans aposta que é Marcelo Vale Silveira Mello o cérebro por trás dos blogs de ódio. Marcelo assina como Psy, Batoré, e com o próprio nome. De acordo com as denúncias de Lola Aronovich, ele fez outros sites com o mesmo conteúdo, como o Homens de Bem, Tio Astolfo e o Pua Hate.
Fez alianças com um tal de Gustavo Guerra, do Rio Grande do Sul, o criador da página Eu não mereço mulher preta, que horrorizou o Facebook. Desfez outras, como a que um dia teve com Emerson. Mas, como em toda gangue, há brigas internas.
Caue Felchar, aluno da Unesp, é autor do blog de ódio que tomou o lugar da página de Otto esta semana, ele é a bola da vez, assim como Robson.
Juram que fazem tudo pela piada, mas desafiam a Polícia Federal e dão risada das denúncias. Os especialistas avaliam que faltam ferramentas no Direito Penal para coibir a ação desses bandidosvirtuais. Enquanto isso, eles seguem nos chans planejando ataques contra quem consideram inimigos, ou seja, a sociedade como um todo. A denúncia é o melhor contra-ataque. Se você teve contato com páginas semelhantes, denuncie para a Polícia Federal.
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Leia a matéria completa em: Gangue que faz apologia ao estupro, pedofilia e racismo atua impune na internet e desafia polícia - Geledés http://www.geledes.org.br/gangue-que-faz-apologia-ao-estupro-pedofilia-e-racismo-atua-impune-na-internet-e-desafia-policia/#ixzz3hoMObpaB 
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Não pode haver “gente de bem” porque não existem “pessoas do mal”.

A terrível e implacável “gente de bem”



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Não existe como categoria sociológica, filosófica ou antropológica. Não é parte do arcabouço legal do país e nem das encíclicas papais; não é parte do vernáculo acadêmico e não integra o vocabulário de qualquer instituição política minimamente séria. A muito usada “gente de bem” é a perversa expressão da própria apartação social.
Por Ângelo Cavalcante  Do Brasil247
Quando ouço de um indivíduo a terminologia “gente de bem” estou seguro de que estou diante de totem humano recheado de conservadorismo e muito preconceito. É que o useiro dessa “pérola” parte do princípio sumamente equivocado de que se existe “gente de bem” é que existe “gente do mal”. É de um binarismo tosco, perverso e acéfalo.
Para o adepto desta perspectiva não existe história, historicidade, condicionantes sociais e tampouco relações de classe. Pois bem… Se o mundo pode ser compreendido por meio de dualidades e simplismos do tipo: bem/mal; forte/fraco; certo/errado e verdade/mentira, então… A história perde sentido e importância e, nesse sentido, apenas acionamos o “modus automático” de nossas sensações e, pronto, resolve-se dilemas e contradições que cimentam nosso cotidiano.
Nada mais equivocado e perverso sobretudo, no sentido de que a sensibilidade humana é tolhida, o senso investigativo tão fundamental e central para o fazer científico é ceifado e o horizonte de um futuro assentado no resguardo e na promoção do direito humano a uma existência digna e protegida se perde em sua totalidade.
Não pode haver “gente de bem” porque não existem “pessoas do mal”. Essas categorias valorativas não ajudam a entender o fenômeno da miséria nacional, socialmente produzida e intensificada a partir das estruturas que formam e sustentam o próprio modo de produção capitalista. A “gente do bem” tão cantada e decantada pelas bocarras de gente do amplo arco da direita política nacional é o estandarte verbal do mais atual e criminoso preconceito de classe e que se possa pensar. É uma beligerância comunicativa que busca cumprir sua função no fundamental campo da comunicação e do simbólico e é enfim, a classe dominante impondo sua lógica fácil e preconceituosa de perspectiva da vida e do mundo a partir de suas angulares de classe e centrada no privilégio descabido, na manutenção dos poderes e facilidades que historicamente sempre possuíram e na submissão das classes do trabalho.
Finalmente, conforme nos ensina a magistral filosofia de Hannah Arendt, em seu “A Condição Humana”, o homem se revela em seus discursos e, nesse sentido, o simplismo fascista dessa terminologia demonstra a essência política e social daquele que o emite, alguém, tão somente, afeito com a trágica manutenção do instituído.
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Leia a matéria completa em: A terrível e implacável "gente de bem" - Geledés http://www.geledes.org.br/a-terrivel-e-implacavel-gente-de-bem/#ixzz3hoLuu400 
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sábado, agosto 01, 2015

Exemplo internacional de inclusão social, Bolsa Família é apresentado na Suíça

Secretário de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai detalhar avanços do programa em reunião da OIT em Genebra.

Portal Brasil
Divulgação/Governo do Paraná
Exemplointernacional de sucesso das políticas de combate à pobreza do Brasil, o programa Bolsa Família terá seus resultados apresentados nesta quinta-feira (30) em Genebra, na Suíça, durante encontro promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os avanços do programa serão detalhados pelo secretário nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Helmut Schwarzer.
 
“O Bolsa Família vai além da redução da pobreza monetária no curto prazo. O programa apresenta reconhecido impacto por meio das condicionalidades na área de saúde e educação”, afirma o secretário. Segundo Schwarzer, o programa de transferência de renda é citado em relatórios da agência da ONU como uma boa prática de inclusão social e redução das desigualdades.
 
“O piso de proteção social é um conceito que a OIT desenvolveu e o Bolsa Família foi um dos casos que serviu de inspiração para mostrar que é possível expandir sistemas de proteção social para a população mais pobre”, aponta o secretário.
 
 Os direitos das populações indígenas e tradicionais – o convênio 169 da OIT, ratificado pelo Brasil – também serão discutidos. “Para nós é interessante avaliar com técnicos da OIT de que forma esse convênio pode ser útil para aperfeiçoar o programa Bolsa Família na sua relação com esses povos”, afirma Schwarzer.
*Cartamaior