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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 28, 2015

contribuição seria cobrada anualmente de pessoas com patrimônios ou herança superior a R$ 50 milhões.

Dilma Rousseff decide dar apoio à taxação de grandes fortunas

Um giro a esquerda?


Portal IG-

A presidente Dilma Rousseff decidiu dar apoio à aprovação no Congresso da proposta que estabelece uma tributação maior para grandes fortunas. A pauta vem sendo encarada pelo governo como capaz de pavimentar o caminho de reaproximação da presidente com movimentos sociais e de agradar partidos de esquerda que integram a base governista.

Aliada à reforma administrativa, a taxação de grandes fortunas está entre os assuntos que o governo deve se aprofundar nos próximos dias. O corte de pastas carrega a simbologia de que o governo faz sua parte na contenção de gastos. Já a taxação dos mais ricos recupera a ideia de um governo voltado para os mais necessitados e preocupado em combater desigualdades.

Ao dar apoio a ideia da taxação, Dilma atende a demanda do movimento social ao oferecer, de acordo com integrantes do governo, uma contrapartida ao bom trato dispensado até agora aos banqueiros.

Dilma ainda atende a um conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em maio deste ano, disse em um encontro com jovens que a presidente teria garantido a ele que mandaria um projeto de lei ao Congresso, a fim de taxar grandes fortunas.

Preparação

O assunto foi tratado por Dilma em reunião com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil na quarta-feira (26). A senadora é relatora da Medida Provisória 675, que cria a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSL). Gleisi encomendou à consultoria do Senado um estudo sobre taxação das grandes fortunas, com o objetivo inclusive de desenhar o impacto da tributação e o próprio conceito de “grande fortuna”.

Propostas sobre a taxação de grandes fortunas foram apresentadas na Câmara e no Senado
Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas
Propostas sobre a taxação de grandes fortunas foram apresentadas na Câmara e no Senado
O estudo ainda elenca projetos existentes sobre o assunto que estabelecem a “Contribuição Social sobre Grandes Fortunas” e vinculam a receita desse imposto à área da saúde.

Nova posição

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é declaradamente contra o imposto, mas, de acordo com interlocutores do governo, já ouviu de Dilma sua nova posição de apoio à proposta.

Até agora, Dilma evitou falar sobre o assunto. No máximo, apoiou indiretamente a taxação de heranças, proposta que consta inclusive da “Agenda Brasil”, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em contraponto à agenda de Renan, a taxação de grandes fortunas acabou incluída na “Agenda Brasil” da Câmara, proposta nesta semana por partidos da base do governo, entre eles, o PT. 

Propostas

A lista da Câmara aposta na “defesa de propostas na área tributária que ampliem a progressividade da tributação”, entre elas, o projeto de lei complementar PL 130/2012, de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que prevê uma alíquota de 0,5 % a 1% sobre patrimônio líquido de alto valor que exceda 8 mil vezes o valor do limite mensal de isenção do Imposto de Renda, seja qual for a fonte de renda.

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O silêncio de Dilma sobre o assunto tem incomodado o PT que elegeu a pauta como uma das prioridades do partido na primeira reunião da comissão executiva da legenda, após a reeleição da presidente. Integrantes da bancada do PT na Câmara avalia que a pauta tem potencial para a chamada “virada à esquerda”, pretendida pela legenda e aconselhada à presidente por petistas e por membros dos movimentos sociais.

No Senado, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou a proposta para instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas. Pela proposta, a contribuição seria cobrada anualmente de pessoas com patrimônios ou herança superior a R$ 50 milhões.

Leia tudo sobre: Dilma Rousseff • grandes fortunas • imposto • tributação • Congresso
*plantaoBrasil

Para conseguir seu objetivo, Washington emprega a fundo a velha direita anexionista latino-americana, herdeira do colonialismo europeu e treinada depois pelo neocolonialismo norte-americano

EUA não desistem na Pátria Grande

Via GranmaE
OS Estados Unidos sabem que perderam preponderância em Nossa América e querem recuperá-la a qualquer custo, com uma explosão em cadeia que consiga tirar do poder os governos progressistas da região, aos quais consideram “inimigos”, que devem ser destronados de qualquer forma e por meio de “golpes suaves, baixos ou violentos”, tanto faz.
Patricio Montesinos

nota do CHEbola: Plutocracia

OS Estados Unidos sabem que perderam preponderância em Nossa América e querem recuperá-la a qualquer custo, com uma explosão em cadeia que consiga tirar do poder os governos progressistas da região, aos quais consideram “inimigos”, que devem ser destronados de qualquer forma e por meio de “golpes suaves, baixos ou violentos”, tanto faz.
Estes são os casos atuais da Venezuela, Brasil, Equador, El Salvador, como tem sido a Argentina, e como poderão ser outros países daqui por diante, onde o controle é exercido pelos executivos que implementam processos autóctones, antiimperialistas e antineoliberais e em defesa da integração da Pátria Grande.
Para conseguir seu objetivo, Washington emprega a fundo a velha direita anexionista latino-americana, herdeira do colonialismo europeu e treinada depois pelo neocolonialismo norte-americano, e que só sabe lançar mão da força, tanto para permanecer no poder, como quando se quer impor a partir da oposição.
Naturalmente que estes partidos conservadores tradicionais, desgastados por suas ações repressivas contra os povos, o paramilitarismo, os fatos de corrupção, suas ligações com o tráfico de drogas e o servilismo sem fim à Casa Branca, sabem que nas urnas têm poucas chances de sucesso, a menos que cometam uma fraude escandalosa.
Eles levam como ponta de lança os meios de comunicação sob seu controle, os quais usam, ao mesmo tempo, como armadura da “liberdade de imprensa” para mentir, caluniar, apelar à desobediência civil e, inclusive, incentivar e convocar sem escrúpulos distúrbios de rua, como os montados no Brasil e no Equador.
Violam todas as regras da ‘democracia’ que alegam defender, e sua demanda é a mesma: que os presidentes dos governos progressistas demitam.
Travam verdadeiras guerras econômicas, como ainda fazem na Venezuela, criando escassez de alimentos básicos, ou como fizeram na Argentina com os fundos abutre, depravam políticos, militares e figuras fracas da ‘esquerda’ e até lançam mão de gangues criminosas para gerar situações de caos, como aconteceu em El Salvador.
Também, os EUA atiçam históricas disputas territoriais, que enfraquecem os governos ‘adversários’ da Pátria Grande, enquanto fazem brotar divisões contrárias à unidade regional.
Por outro lado, aqueles terceiros países considerados ‘amigos’ pela Casa Branca, atuam como bases operacionais dos serviços especiais do Pentágono para acompanhar e apoiar os planos desestabilizadores, aumentando neles sua presença militar.
É claro que o financiamento para todos esses programas o faz Washington, chefões da droga com diferentes disfarces, e organizações com “uniformes de cooperação e ajuda ao desenvolvimento”, escondendo seus verdadeiros objetivos: subverter a ordem nas bases populares e exacerbando as diferenças nas chamadas minorias étnicas, credos religiosos e diferentes grupos sociais das classes mais baixas, os camponeses, mineiros e trabalhadores em geral.
A nova grande operação contra a América Latina e o Caribe está em andamento, tal como alertaram vários dignitários, mas o que os Estados Unidos não conseguem entender, por sua arrogância imperial, é que estamos vivendo novos tempos, com grandes mudanças geopolíticas no mundo, o que certamente vai atrapalhar seu delírio de dominação da Pátria Grande. (Extraído de Rebelion.org)

quinta-feira, agosto 27, 2015


0:04/5:50

Durante a sabatina do procurador-geral Rodrigo Janot na CCJ, Lindbergh destacou que foi o presidente Lula quem fez a mudança institucional de indicar o mais votado pelo Ministério Público, ao contrário de FHC, que nomeou ao cargo o seu predileto, ignorando que ele era o sétimo colocado na lista.

O senador também lembrou que a Polícia Federal promoveu apenas seis operações em cada ano de governo do PSDB, enquanto na gestão petista a média anual é de 220: “O fato é que não tinha investigação”. Ele defendeu ainda que a condução dos processos ocorra sem interferência política e de forma ampliada, “para que não se passe a ideia para o país de que tucano não é nem investigado”. #ASCOM

50 mil assassinatos registrados por ano no Brasil (mais do que o número de mortos nas guerras da Síria, do Iraque e do Afeganistão)

Chacinas em série. Até quando?


Publicada em 11:00 26/08/2015 - por: Frei Betto
De 17 a 19 de julho, 37 pessoas foram assassinadas em Manaus. As execuções tiveram início após a morte de um sargento da PM ao sair de uma agência bancária.

Curiosamente, chamada aos locais onde ocorrem os crimes, a polícia demorou a chegar... Até hoje nenhum criminoso foi preso.
A 13 de agosto – data considerada fatídica pela superstição – 18 pessoas foram assassinadas e sete feridas em Barueri e Osasco, na Grande São Paulo.
Quando a TV exibe execuções feitas pelo Estado Islâmico, ficamos indignados e torcemos para que o "mocinho” (as tropas do Tio Sam) derrotem o quanto antes o bandido terrorista.
Não olhamos, porém, o próprio umbigo. No Brasil, as mortes não são seletivas, são generalizadas. É a lei do talião levada ao extremo: um policial morto, dez ou mais inocentes baleados aleatoriamente como vingança. Exatamente como procediam os nazistas. A cada prisioneiro foragido do campo de concentração, dez outros eram sorteados para morrer.
Sobre essa atrocidade se ergue a figura exemplar do polonês Maximiliano Kolbe, hoje proclamado santo pela Igreja Católica. No campo em que se encontrava o frade franciscano, houve uma fuga. Ao ver escalado para figurar entre as vítimas da retaliação um operário pai de família, Kolbe se ofereceu para morrer em seu lugar e a troca foi aceita.
Quando ocorre um só assassinato em bairro nobre de uma grande cidade brasileira, a nação fica indignada. Como as vítimas "expiatórias” são escolhidas na periferia, quem se importa?
Arvorados na arrogância de um gigante deitado em berço esplêndido, colecionamos, como troféus de alta criminalidade, as chacinas de Carandiru (1992), Vigário Geral (1993), Ianomâmis (1993), Candelária (1993), Corumbiara (1995) e Eldorado dos Carajás (1996). Tantos mortos, poucos acusados, raros indiciados.
Os 50 mil assassinatos registrados por ano no Brasil (mais do que o número de mortos nas guerras da Síria, do Iraque e do Afeganistão) nos coloca na triste condição de campeões mundiais do crime, segundo a ONU. De cada 100 assassinatos no mundo, 13 são no Brasil, secundado por Índia, México, Colômbia, Rússia, África do Sul, Venezuela e EUA.
Como se faz a boa formação de um policial? É ensinado a ele o que são direitos humanos ou os veteranos incutem no novato que "bandido bom é bandido morto”? Ele aprende a defender a população e respeitar a cidadania de cada pessoa ou, por vestir uma farda e portar uma arma, se compraz em humilhar jovens e negros? Recebe aulas de ética ou se vale da função para extorquir comerciantes? Culmina a sua formação consciente da importância de denunciar colegas corruptos e assassinos, ou considera a corporação acima do bem e do mal?
Enfim, pagamos impostos para sustentar uma polícia incapaz de evitar 50 mil mortes por ano? Com a palavra, as autoridades. E nós, quando vamos refletir antes de eleger autoridades cúmplices e omissas? Sequer cuidamos de fazer com que os sinos dobrem pelas vítimas de chacinas nas áreas do país em que predominam a pobreza e o descaso do Estado.
*http://www.ceert.org.br/acontece/noticia.php?id=8055

A imagem dos “Muitos Lulas”, de 1979, é atual como nunca

Ataques a Lula atingem a democracia

Editorial do Portal Vermelho:

Sob a manchete “Muitos Lulas” o jornal Movimento descreveu, em 14 de maio de 1979, a pronta reação dos trabalhadores em greve, em São Bernardo do Campo, à prisão do então sindicalista Luíz Inácio da Silva.

Isso ocorreu há 36 anos e os trabalhadores, que exigiam melhores salários, lutavam contra da ditadura militar e o arbítrio policial.

Aquele foi um episódio de grande visibilidade da luta de classes que se desenvolvia. E o preso pela repressão ia além da figura do líder sindical importante em que Lula se transformara. Ele era também a imagem da exigência de transformação que pulsava na mente dos trabalhadores e do povo, sentimento que aquela manchete foi feliz em traduzir.

Nestas quase quatro décadas o Brasil mudou, com grande participação de Lula e dos trabalhadores. A ditadura militar foi derrotada e a disputa pela presidência da República deu lugar a embates decisivos, sobretudo desde 1989, quando Lula foi candidato pela primeira vez. Um fantasma passou a rondar o imaginário das classes dominantes brasileiras: o medo das mudanças e da democratização efetiva, simbolizados na figura de Lula. Fantasma que se traduziu desde então, em todas as campanhas presidenciais, na busca desenfreada pelo anti-Lula que socorresse a elite em seus devaneios continuístas.

Foi um quadro de luta feroz, acentuado em 2002 quando, finalmente Lula e as forças progressistas representadas na Frente Brasil Popular venceram a eleição presidencial e puderam iniciar os governos que promoveram as mudanças emcurso no Brasil desde então.

Lula permanece no alvo da direita justamente porque representa esse conjunto de forças e o sentimento de mudanças que o Brasil exige.

Hoje, o anti-Lula se transformou na tentativa de destruir a imagem do próprio ex-presidente, no esforço de diluir suas chances eleitorais em 2018.

O fantasma que assusta da direita é o da continuidade do projeto de mudanças que anima o país e pode se aprofundar. O presidente eleito em 2018 - e Lula é talvez o mais forte pré-candidato - iniciará o quinto mandato das forças democráticas, patrióticas e progressistas; será o presidente que dirigirá, em 2022, a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil e, com certeza, consolidará as transformações iniciadas em 2003 no rumo de uma sociedade mais democrática, igualitária e desenvolvida.

Por isso, a direita precisa destruir a imagem de Lula - e, com ela, derrotar os anseios pela mudança profunda. Precisa passar, para o país a imagem de que a esquerda e as forças progressistas são incapazes de dirigir a nação e resguardar os direitos sociais, democráticos e patrióticos.

A imagem dos “Muitos Lulas”, de 1979, é atual como nunca. Atual neste momento em que setores conservadores do judiciário, a direita e sua mídia amestrada, acenam com imaginárias irregularidades para, eventualmente, levar o ex-presidente aos tribunais e à prisão. A ditadura militar de 1964 tentou o mesmo caminho, em 1979 - mas a prisão de Lula fortaleceu o sentimento de mudanças que ele representava. E ainda representa. Daí porque se impõe com urgência o mesmo sentimento. Mexeu com Lula, mexeu comigo! Mexeu com Lula, mexeu com os brasileiros e com a exigência de mudanças mais profundas no país!